terça-feira, 3 de abril de 2018

ANVIL - Pounding the Pavement


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Bitch in the Box
2. Ego
3. Doing What I Want
4. Smash Your Face
5. Pounding the Pavement
6. Rock That Shit
7. Let It Go
8. Nanook of the North
9. Black Smoke
10. World of Tomorrow
11. Warming Up
12. Don’t Tell Me (bonus track)


Banda:

Lips - Vocais, guitarras
Christ - Baixo, backing vocals
Robb Reiner - Bateria


Ficha Técnica:

Anvil - Produção
Jörg Uken - Produtor, masterização
Christoph Schinzel - Capa, direção de arte
Martina Lo Volt - Vocais adicionais


Contatos:

Bandcamp:
Assessoria:

E-mail:

Texto: Marcos Garcia


Quanto mais o tempo passa, maior a impressão que os nomes do passado, com raras exceções, andam caprichando e fazendo discos muito bons. Talvez o acúmulo de bandas novatas que se intitulam Old School seja o motivo, já que a maioria apenas tenta vestir como novo os clichês que já foram exauridos há muitos anos. Por isso, velhos Juggernauts do Metal como o ANVIL ainda são relevantes, e merecem respeito e espaço. E os canadenses desceram a marreta em “Pounding the Pavement”, seu mais recente disco, que a Shinigami Records acaba de lançar por aqui.

Para início de conversa: melhor não comparar “Pounding the Pavement” com os clássicos “Metal On Metal” ou “Forged in Fire”. Chega a ser um desrespeito enorme com eles, e saudosismo de cada um. O disco novo tem canções que são ótimas se pararem de olhar o passado, mesmo porque o trio soube se atualizar, mantendo o bom e velho Hard’n’Heavy de tantos anos intacto, com aquela mesma energia vigorosa de sempre. E mesmo não sendo uma obra-prima, mostra que a constância de qualidade dos últimos discos se mantém a mesma.

Com um disco tão cheio de energia, óbvio que existiu a necessidade de uma sonoridade construída para extrair o melhor do grupo. E eles tiveram, pois tudo soa limpo e bem definido, com uma timbragem bem equilibrada, mas com sua dose de peso correta. Além do mais, o que se ouve em “Pounding the Pavement” tem jeito de funcionar muito bem ao vivo.

Na arte, o capricho de sempre, sem exagerar demais. A velha bigorna está ausente, mas em compensação vê-se a guitarra como britadeira, capaz de rachar o concreto, em uma analogia com o peso do disco.

As guitarras continuam cuspindo riffs que grudam nos ouvidos e solos melodiosos, o rosnado característico de Lips continua seco e forte, o baixo de Christ pulsa dando o devido peso ao grupo, mas falar de Robb Reiner chega a ser difícil. O homem é uma referência na bateria para toda uma geração, e se percebe em suas conduções e viradas toques geniais. A cola que junta tudo são as melodias de fácil assimilação, além dos arranjos simples, mas dando o devido acabamento às canções.

O disco é todo muito bom, mas músicas como a pesada e arrastada “Bitch in the Box” (que acaba viciando o ouvinte, graças ao refrão simples e os riffs envolventes), aquele Rock ‘n’ Roll pesado e sujo à lá MOTORHEAD de “Ego” (reparem como baixo e bateria mantém um peso incrível), a direta e opressiva “Doing What I Want”, o peso opressivo e lento de “Smash Your Face” (os vocais são ótimos, junto com as guitarras fazendo aquele fundo arrastado e denso, no estilão do hino “Forged in Fire”), o jeito atual e pesado de “Pounding the Pavement” (uma instrumental que une o passado e o presente sem causar traumas), a sujeira divertida de “Rock That Shit” e de “Black Smoke”, e o jeito descompromissado e clássico de “Warming Up” (que aula de bateria!). E de bônus, a pesada “Don’t Tell Me” vem fechar o disco que atesta que o ANVIL continua vivo e vibrante.

Embora longe de ser um novo clássico (como dito acima), “Pounding the Pavement” vem para mostrar às bandas jovens que os coroas estão com sangue nos olhos!


Nota: 86%