Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. Soulless Parasite
2. Nothing Remains
3. From the Flames
4. The Silent Vigil
5. Bleed the Same
6. As Bridges Burn
7. The New Dark Ages
8. No Known Grave
9. Weaponised Fear
10. Dronestrike V3
Banda:
Karl Willetts - Vocais
Scott Fairfax - Guitarras
Frank Healy - Baixo
Andrew Whale - Bateria
Ficha Técnica:
John Dewsbury -
Produção, mixagem, masterização
James Pitt -
Produção, mixagem, masterização
Scott Fairfax - Mixagem
Dan Seagrave -
Artwork
Marcelo Vasco -
Design, layout
Contatos:
Site Oficial: http://www.memoriam.uk.com/
Facebook:
https://www.facebook.com/Memoriam2016/
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos Garcia
No atual momento, a tendência (ou moda, como queiram) é
rebuscar as sonoridades mais antigas. Sonoridades dos anos 70, 80 e mesmo os 90
andam fazendo a alegria de muitos, mas nem sempre encontramos a vibração, a
essência da dita época na música. Isso é somente para aqueles que realmente
viveram os tempos que referenciam, e em raríssimos casos, novatos conseguem
aglutinar valor à herança deixada por veteranos. E ao ouvirmos o trabalho do
quarteto inglês MEMORIAM, essa ideia
fica ainda mais solidificada, pois temos uma banda jovem com integrantes
experientes no que fazem. Ainda mais em “The
Silente Vigil” segundo trabalho dos ingleses, que acabou de ser lançado no
Brasil pela colaboração entre a Shinigami
Records e a Nuclear Blast Brasil.
Para aqueles que ainda desconhecem o quarteto, eles são
todos ex-membros de bandas clássicas do Death Metal inglês como BOLT THROWER, NAPALM DEATH, CEREBRAL FIX
e BENEDICTION. O que esperar deles?
Death Metal Ols School, pura e simplesmente, com aquele
mesmo jeitão pesado, bruto e soturno que a escola inglesa legou para as
gerações futuras. A diferença é que o MEMORIAM
não vive de passado, pois sua música soa viva e vibrante, com arranjos que
grudam em nossos ouvidos. Ao contrário dos que imitam a velha guarda, esses
sujeitos são da velha guarda, logo, a música deles tem o diferencial de que
tanto falo: a energia, a vibração, a aura que apenas os veteranos possuem.
Sonoramente falando, “The
Silent Vigil” possui uma transposição excelente do velho jeito do Death Metal
de ser para os padrões atuais. Sim, a primeira coisa que se percebe é que a
agressividade da banda é evidenciada por timbres instrumentais bem escolhidos.
Mas ao mesmo tempo, baixo e bateria soam bem claros aos ouvidos, assim como os
urros guturais estão ótimos (e a dicção não é prejudicada). E se preparem, pois
o nível de brutalidade é absurdo!
Além disso, a arte da capa é ótima, evocando toda aura dos
anos 90. Mas o nome de Dan Seagrave
na arte da capa, mais o de Marcelo Vasco
no design e no layout já dizem tudo. Dois mestres!
Massacrante, “The
Silent Vigil” é, basicamente, um passo adiante de “For the Fallen” (2017). A banda soa bem mais coesa e centrada, o
que acarreta em composições mais bem acabadas, com arranjos musicais ainda
simples, e por isso, o trabalho do MEMORIAM
é tão espontâneo, cheio de energia e empolgante. É ouvir e gostar, simples
assim.
Disposto a não deixar pescoços inteiro, o disco inteiro é
ótimo. Mas a veloz e bruta “Soulless
Parasite” com suas ótimas passagens rítmicas (algo não muito trabalhado,
mas sólido e pesado, permitindo que a canção evolua de forma bem harmônica), o
peso opressivo dos andamentos não tão velozes de “Nothing Remains” (como esses vocais encaixam bem nas linhas
instrumentais), o trabalho de primeira das guitarras em “From the Flames” (eles realmente empolgam, fazendo com que a
cabeça se mova espontaneamente, e reparem bem como a base rítmica aparece mais
uma vez), a cadenciada e azeda carga de “The
Silent Vigil” e de “Bleed the Same”
(que vocais ótimos, encaixados sobre riffs de guitarra de primeira qualidade, e
isso em ambas as canções), o hino Old School que se ouve em “As Bridges Burn”, os arranjos sinuosos
das guitarras de “The New Dark Ages”,
e a carga lenta e bruta de “No Known
Grave” e de “Weaponised Fear”. E
ainda temos de bônus “Dronestrike V3”,
um arregaço em velocidade mediana típica das bandas inglesas de Death Metal dos
anos 90.
Finalizando, fica claro que o MEMORIAM é, antes de tudo, um herdeiro da essência do Death Metal
Old School inglês, tanto pelo histórico de seus integrantes como pela música
que apresenta. E “The Silent Sigil”
é a prova cabal disso, bem como é um disco fenomenal!
Nota: 91%