sexta-feira, 29 de junho de 2018

BLUYUS - #Rock


Ano: 2018
Tipo: Ful Length
Selo: Independente
Nacional


Tracklist:

1.      Asas
2.      Bússula
3.      De Pai Para Filho
4.      Jardim
5.      Luz
6.      Nada Mais
7.      Porto
8.      Promessas
9.      Razões do Coração
10.  Vento
11.  Todo Amor
12.  Velhos e Bons Tempos


Banda:


Alexandre Bluyus - Vocais, guitarras
Euclídes - Baixo
Ricardo - Bateria


Ficha Técnica:

Alexandre Bluyus - Produção
Fred Semensato - Mixagem
Estúdio PSP - Masterização
  

Contatos:


Texto: Marcos Garcia


O Rock ‘n’ Roll brasileiro vai muito além do que o grande público sequer imagina.

Longe dos nomes mais conhecidos do dito Rock Brasil dos anos 80 e seus seguidores, muita coisa boa foi feita por aqui. E ainda é, pois a criatividade musical não é volátil como o grande público brasileiro (que está mais preocupado em “estar na moda” como muitos do que estar satisfeito consigo mesmo). Uma prova é “#Rock”, disco de BLUYUS.

Pela ampla experiência do mentor do trio, o guitarrista/vocalista Alexandre Bluyus (que já passou por nomes como Scavenger, Gestalt, Other Dogs, entre outros), já se pode apostar que vem um disco muito bom por aí. E vem, pois aqui temos o mais puro Rock ‘n’ Roll com uma forte conotação comercial, ou seja, um trabalho musical com o jeito Rocker duro e direto, mas com melodias de fácil assimilação, ótimos refrões e boa dose de técnica e feeling. E é uma ótima opção para os ouvidos cansados do dia a dia de tanto lixo musical que somos forçados a consumir nas ruas e pela TV.

A produção é do próprio Alexandre, tendo Fred Semensato na mixagem e a masterização feita pelo Estúdio PSP. Fica óbvio que a opção é pela qualidade sonora mais simples e orgânica possível, sem exagerar em infinitas edições digitais. Tudo soa bem feito e orgânico, mas sem exageros. Tudo apenas para que possamos assimilar com mais facilidade e música do trio.

Sendo o segundo trabalho do BLUYUS, fica claro que a busca por algo que soe acessível, mas que seja Rock, que seja feito com energia e vontade. E mesmo sendo um músico de boa formação (Alexandre é formado pela Faculdade de Música Santa Cecília, pertencente à turma de graduados de 1997), se percebe que o ecleticismo mezzo Rock, mezzo Blues, e com boa fluência no Pop bem feito, funciona muito bem.

Das 12 canções de “#Rock”, se destacam o jeitão intimista com um toque de Blues e certo swing de “Asas” (reparem no uso bem pensando no wah-wah em vários momentos), a força acessível e envolvente de “Bússula”, o intimismo suave e tocante de “De Pai Para Filho” e “Jardim” (ambas com boas conduções de ritmo, ou seja, com baixo e bateria fazendo um bom trabalho), o toque distorcido que se encaixa perfeitamente nas melodias de “Promessas”, e a rocker e cheia de energia “Velhos e Bons Tempos”.

Ou seja, “#Rock” é um disco delicioso de se ouvir. Ouçam e aproveitem!

Nota: 84%

GLOWING TREE - Bucolic


Ano: 2018
Tipo: Ful Length
Selo: Independente
Nacional


Tracklist:
  
1.      Animals (This Sounds Black!)
2.      Johnny Parker
3.      Reasons to Cry
4.      Psycho Paper
5.      Slacker Generation
6.      Half Dead Boy
7.      Unfinished Subjects
8.      Pictures of Life
9.      Seeing Red
10.  Goodbye

  
Banda:


Jean Felipe – Vocais, guitarras
Fábio Fiore - Teclados, backing vocals
Scott Denis - Baixo, backing vocals
Ryan Marcel - Bateria


Ficha Técnica:

Marcelo Costa - Produção, mixagem, masterização
Jean Felipe - Produção
Jolene Casko - Arte da capa


Contatos:


Texto: Marcos Garcia


Desde que o Rock saiu da evidência nas grandes mídias, e retornou ao Underground nos anos 90, muitos acreditam que o estilo está morto. Óbvio que sabemos que a coisa não é por aí, pois o público continua presente, apenas fragmentado (sim, estamos falando dos que adoram viver dentro de subdivisões). Sempre existem boas bandas surgindo aqui e ali, e só mesmo os que estão mais despertos conseguem percebê-las. E um grupo muito legal é o GLOWING TREE, quarteto paulista que nos chega com “Bucolic”, seu primeiro disco de estúdio.

Surgido como um projeto do vocalista/guitarrista Jean, que trabalha como produtor de Rock Progressivo e Rock Alternativo, o que temos plena convicção é que o quarteto tem uma forte vocação para misturar ambos os estilos, mais uma boa dose de Classic Rock e Hard Rock, o que nos mostra uma música cheia de energia, melodiosa, e que ora é mais elétrica e empolgante, ora mais densa e introspectiva, mas sempre um trabalho bem feito e que seduz o ouvinte, pois eles evitam algo tecnicamente muito complexo (existe técnica, mas não é o foco deles). É ouvir e assimilar.

A produção buscou algo mais orgânico e seco em termos de sonoridade para “Bucolic”, tentando fugir das infinitas edições digitais. Está limpa na medida certa para compreendamos o que o grupo faz, com uma boa dose de peso e sujeira, embora pudesse ser melhor, pois o trabalho da banda pede (e merece, pois é muito bom). E a arte da capa de Jolene Casko ficou muito boa, transparecendo o que eles buscam sonoramente.

Por ser o primeiro registro de uma banda jovem (embora os músicos pareçam calejados), “Bucholic” mostra um trabalho musical que tende a evoluir mais e mais, pois as possibilidades deles são muitas. Mas mesmo assim, já é algo de respeito, e que vai ganhar muitos fãs.

Em 10 canções, o grupo se mostra inspirado.

O jeitão mais rocker e sujo de “Animals (This Sounds Black!)” (com guitarras muito boas e ótimas melodias mais simples) e de “Johnny Parker” (onde algumas partes mais introspectivas se fazem presentes, e que mostra um refrão muito legal), os toques Progressivos evidentes de “Reasons to Cry”, os toques de Bossa Nova que permeiam a atmosfera claramente Prog de “Slacker Generation”, as belas passagens de teclados que ornamentam a ambientação ‘Rock Progressivo’ anos 70 de “Pictures of Life” (que belas guitarras, e com um jeitão meio JETHRO TULL em alguns momentos), e a pegada mais Hard Rock de “Seeing Red” evidenciam que o grupo tem talento e futuro.

Eles são bons, como “Bucholic” mostra, mas a tendência é que evoluam mais, e o futuro promete.

E o disco pode ser ouvido nas seguintes plataformas:


Nota: 81%

ANTHRAX - Kings Among Scotland


Ano: 2018
Tipo: Duplo CD ao vivo
Nacional


Tracklist:

CD 1:

1.      A.I.R.
2.      Madhouse
3.      Evil Twin
4.      Medusa
5.      Blood Eagle Wings
6.      Fight ‘Em ‘Til You Can’t
7.      Be All, End All
8.      Breathing Lightning


CD 2:

1.      Among the Living
2.      Caught in a Mosh
3.      One World
4.      I Am the Law
5.      A Skeleton in the Closet
6.      Efilgnikcufecin (N.F.L.)
7.      A.D.I. / Horror of It All
8.      Indians
9.      Imitation of Life
10.  Antisocial


Banda:


Joey Belladonna - Vocais
Scott Ian - Guitarras, backing vocals
Jonathan Donais - Guitarras, backing vocals
Frank Bello - Baixo, backing vocals
Charlie Benante - Bateria
  

Ficha Técnica:

Jay Ruston - Mixagem, masterização
Andy Buchanan - Arte da capa


Contatos:

Site Oficial: http://anthrax.com/
Assessoria:
E-mail:

Texto: Marcos Garcia


E nos Estados Unidos, no início dos anos 80, as bandas do Big Four norte-americano disseram: “que haja o Thrash Metal”, e de lá para cá, muita água rolou embaixo da ponte.

Óbvio que os nomes são bem conhecidos de todos os fãs. Mas um dos mais influentes é o do quinteto nova-iorquino ANTHRAX. Muitos elementos criados pelo grupo são encontrados na musicalidade das bandas mais jovens do gênero. E coroando o bom momento que eles estão vivendo, eis que temos em mãos “Kings Among Scotland”, disco ao vivo (e duplo). E a Shinigami Records em parceria com a Nuclear Blast Brasil lançou esta jóia por aqui.

Gravado no show do grupo em 15 de fevereiro passado em um show completamente lotado em termos de público (os ingressos estavam esgotados) no Barrowland Ballroom, em Glasgow (Escócia), a verdade é simples: o quinteto ao vivo ainda mostra a mesma intensidade, o mesmo sentimento de quando ainda eram jovens. A sonoridade está excelente, e assim, fica evidente a participação, bem como a forma excelente do grupo. Nem parece um grupo já com quase 40 anos de vida.

As gravações ao vivo sempre são um desafio, mas a mixagem de Jay Ruston (que produziu “For All Kings”, último trabalho de estúdio do quinteto) deu vida e brilho ao som do grupo, sem que a espontaneidade e energia de um show de Metal sejam perdidas (o que realmente é algo difícil de conseguir). E na arte de Andy Buchanan, uma homenagem/sátira à capa de “Rock and Roll Over” do KISS (lembrando que eles são fãs declarados do quarteto).

Mesmo experiente, a energia ao vivo do ANTHRAX é algo absurdo. E o setlist é ótimo, pois ao lado de clássicos como “A.I.R.”, “Madhouse” e “Caught in a Mosh”, estão “Breathing Lightning”, “Blood Eagle Wings”, mostrando que eles não estão com a mínima vontade de viver de passado, ou mesmo perto da aposentadoria. Aliás, no setlist, percebe-se que eles tocaram o “Among the Living” completo, e por isso, músicas de “Fistful of Metal” e “Persitence of Time” acabaram ficando de fora, o que não desqualifica o disco. É óbvio que sempre falta alguma coisa em discos ao vivo de bandas tão antigas, e estamos falando de um disco com duas horas de duração!

O poder de fogo de “Kings Among Scotland” é para dar torcicolos crônicos em muitos, pois a energia é absurda.

Nem dá para destacar esta ou aquela música, pois a solidez da atual formação é imensa e nada deve às anteriores. Mas não tem como o coração não bater com força quando tocam canções como “A.I.R.” (reparem na solidez do trabalho insano de Frank e Charlie na base rítmica), o hino “Madhouse” (um dos primeiros grandes sucessos do grupo, onde o veterano Scott e o novato Jonathan mostram entrosamento na muralha de riffs da canção, e com o solo de guitarra que busca ser fiel ao original), “Medusa” (uma das canções em que Joey se apresenta melhor), “Fight ‘Em ‘Til You Can’t” (que energia intensa), “Be All, End All” (reparem como o público participa bastante), “Breathing Lightning” (uma das melhores canções mais novas da banda, mostrando que o grupo realmente é fiel ao que faz, mas que sabe se renovar). E isso só no CD 1.

No CD 2 ainda existem massacres para o pescoço como “Among the Living”, a clássica e obrigatória “Caught in a Mosh” (sem essa, não é um show do ANTHRAX), a pancadaria pesada e cadenciada de “I Am the Law”, a dobradinha insana de “A Skeleton in the Closet” e “Efilgnikcufecin (N.F.L.)” (se não entendeu, leia de trás para frente, e eu sempre quis escrever isso em um review deles), o clássico absoluto “Indians” (a introdução de bateria fez com que o público fosse à loucura, com Joey pausando a música e chamando o povo para o moshpit), e a versão Thrasher do grupo para o velho clássico do grupo francês TRUST, “Antisocial” (que muitos ainda devem achar que é deles, já que esta música marcou ossos).

Não é o primeiro disco ao vivo do ANTHRAX, mas com certeza “Kings Among Scotland” é um dos melhores, se não for o melhor.

NOT! (Os fãs mais velhos entenderão a referência)
  
Nota: 97%