Ano: 2017
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional
1. Unobtainium
2. The Whip of God
3. Sitar Sauvage (instrumental)
4. Trail of Sins
5. Until the Day It Comes
6. The End
7. Hymn to Sirius
8. Asaty
9. Truth (instrumental)
10. Rising Power
Banda:
Erich Martins - VocaisGuilherme Aguiar - Guitarras, sintetizadores, tabla indiana, flauta, esraj, oud, darbouka, bouzouki, orquestrações
Laysson Mesquita - Baixo
Ficha Técnica:
Guilherme Aguiar - Produção
Lucas Cão - Guitarras
Mario Duplantier - Músico convidado em “Sitar Sauvage”
Luis Maldonalle - Guitarras
Contatos:
Site Oficial: http://heretika.wix.com/heretic
Facebook: https://www.facebook.com/heretic.project
Instagram:
Assessoria: http://roadie-metal.com/press/heretic/ (Roadie Metal Press)
E-mail: hereticact@gmail.com
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução: É
interessante acompanhar como a
evolução no tempo vai lapidando e transformando o trabalho musical de muitas
bandas de Metal. Óbvio que isso causa certo frisson nos fãs mais antigos. A evolução
para muitas é uma conseqüência do experimentalismo musical em que vivem
imersas, e é o caso do HERETIC, de
Goiânia, que após “The Errorism” de 2016, lançou o ótimo “To the False” em 2017.
Análise geral: A
maior diferença da banda em relação a “The Errorism” está na utilização de vocais. Sim, o Oriental Progressive Metal da
banda deu uma guinada nesse sentido, logo, se percebe também que as músicas ficaram
até mais simples, menos “viajantes” em termos progressivos (mas não menos
eclética ou técnica). Mas a adição de um cantor não descaracterizou o trabalhou
da banda, só lhe deu uma visão mais centrada e objetiva. Obviamente isso os
torna mais palatáveis aos fãs de Metal, uma vez que música instrumental costuma
ser intragável para uma enorme parte dos fãs.
Arranjos/composições:
Como dito, esse disco tem uma aproximação mais simples e pesada que seus
antecessores, mas o que não significa ser algo simplório. De forma alguma, já
que os arranjos são milimetricamente encaixados uns nos outros, sempre buscando
a manter as músicas orientadas para algo mais palatável aos fãs menos afeitos à
técnica, mas mantendo o ecumenismo já conhecido. A adição dos vocais ficou
muito boa, lembrando cantores como Tim “Ripper”
Owens e Ralf Scheepers em alguns
momentos (no uso dos tons mais agudos), mas o trabalho técnico de baixo e
bateria (alguns toques quase jazzísticos nas quatro cordas, e ótima diversidade
na condução do ritmo), além de guitarras ótimas em riffs e solos, e outros
instrumentos que entraram no imenso caldeirão cultural do grupo deram aquele
toque oriental do Oriente Médio tão importante.
Qualidade sonora:
Pode-se aferir que trabalho na produção musical (feito por Guilherme Aguiar, mentor do projeto) ficou muito bom. Ainda soa um
pouco mais cru que o necessário na parte de timbragem em alguns momentos, pois
uma qualidade sonora mais limpa ficaria mais bem encaixada na proposta do
grupo, embora não chegue a atrapalhar a compreensão do que é tocado ou mesmo
àquilo que as canções se propõem. Resumindo: está muito bom, só não está
perfeito no que a música do HERETIC
merece.
Arte gráfica/capa: Nisso, não há o que ser dito, já que o formato Digipack de três partes valorizou muito a arte baseada em tons mais escuros. Tudo ficou quase que perfeito em termos de arte, especialmente a capa com o escaravelho estilizado
Arte gráfica/capa: Nisso, não há o que ser dito, já que o formato Digipack de três partes valorizou muito a arte baseada em tons mais escuros. Tudo ficou quase que perfeito em termos de arte, especialmente a capa com o escaravelho estilizado
Destaques musicais:
A música diversificada e encorpada do HERETIC
pode não ser tão palatável assim para os ouvidos menos exigentes, já que o
trabalho mostrado em “To the False” é o que se pode definir
como inteligente, antes de tudo. E os destaques entre suas 10 ótimas canções
são:
“Unobtainium”: Sete minutos de puro prazer musical, oscilando
entre momentos meramente orientais (como a introdução) e partes mais pesadas,
com o andamento não muito rápido, mostrando riffs de primeira e solos bem
encaixados. E que refrão marcante!
“The Whip of God”: Mais pesada e com tempos próximos do que
bandas de Heavy Metal tradicional de abordagem mais moderna costumam usar, ou
seja, algo mais refreado e com um toque de agressividade extra sobre as linhas
melodiosas. Os vocais estão muito bem em seu tom rascante natural.
“Sitar Sauvage”: Por ser uma canção instrumental, o enfoque
mais diversificado e experimental do Oriental Progressive Metal dos discos
anteriores. Os tempos são bem quebrados, além da presença de cítaras.
“Until the Day It Comes”: Linhas melódicas com partes mais agressivas
e toques dissonantes nas guitarras. A riqueza de arranjos nas seis cordas é
algo sensível, e ficou excelente.
“Hymn to Sirius”: O estilo do grupo aqui ganha alguns toques
melodiosos que aparentam vir de influências da escola norte-americana de Heavy
Metal tradicional, e mostram uma solidez rítmica interessante.
“Asaty”: Os moldes da estruturação harmônica dessa canção
lembram os trabalhos mais seminais do grupo, com algo de encorpado vindo do
conceito musical do disco. A agressividade é latente por conta dos tempos mais
lentos, bem como os elementos orientais dão um toque de classe e diversidade.
“Rising Power”: Doses de agressvidade vinda do Metal extremo aparecem
vez por outras (algumas bem evidentes, outras nem tanto), mas mesmo assim
alguns momentos melodiosos vão dando aquele “insight” de classe à canção. Belos
solos, diga-se de passagem, além de momentos voltados à World Music.
Conclusão: Estas
linhas são escritas no momento em que a banda já se encontra com um disco novo
disponível, “Barbarism”. Mas como tudo que é bom possui longevidade
indeterminada, “To the False” mostra o quanto o HERETIC merece de aplausos e tem tudo para se tornar um gigante no
Metal nacional.
Nota: 92%
“Unobtainium”: https://www.youtube.com/watch?v=V11Aijl4Olk
“The Whip
of God”: https://www.youtube.com/watch?v=sTfNmG84_iA
Spotify