sexta-feira, 22 de março de 2019

OVERKILL - The Wings of War


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Last Man Standing
2. Believe in the Fight
3. Head of a Pin
4. Bat Shit Crazy
5. Distortion
6. A Mother’s Prayer
7. Welcome to the Garden State
8. Where Few Dare to Walk
9. Out On the Road-Kill
10. Hole in My Soul
11. In Ashes (bônus)


Banda:


Bobby “Blitz” Ellsworth - Vocais
Dave Linsk - Guitarra solo
Derek “The Skull” Tailer - Guitarra base, backing vocals
D. D. Verni - Baixo, backing vocals
Jason Bittner - Bateria


Ficha Técnica:

Chris "Zeuss" Harris - Mixagem, masterização
Andy Sneap - Mixagem, masterização de “In Ashes”
Travis Smith - Artwork, Layout
Ron Lipnicki - Bateria em “In Ashes”


Contatos:

Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução: Ao lidar com o Metal e suas características sociais e midiáticas, é preciso entender que nem sempre a objetividade é uma boa forma de ver o mundo. Um claro exemplo é o conceito de Big 4 do Thrash Metal. Em tese, seriam as 4 bandas com os melhores trabalhos no gênero. Tal ideia é leviana, pois existem bandas que não chegaram a vender 500000 cópias de um mesmo álbum (ou seja, atingir a marca de disco de ouro pela Recording Industry Association of America, ou RIAA), mas fizeram discos fantásticos.

Só que existem aqueles veteranos que, mesmo com muito tempo de estrada, resolvem arregaçar as mangas e os ouvidos alheios. Nesse time está o a gangue do OVERKILL, grupo de Nova York que está vivendo um excelente momento criativo em sua carreira. E “The Wings of War”, seu mais recente disco (que chega em versão nacional colaboração da Shinigami Records com a Nuclear Blast Brasil) é a prova disso.


Análise geral: A bem da verdade, o grupo mostra o mesmo Thrash Metal vigoroso e mal encarado que acostumaram os fãs nesses quase 40 anos de atividade. Aliás, ainda mostram a mesma agressividade herdada do Punk Rock e Hardcore, e a mesma filosofia sonora que os levou a receberem a alcunha de “MOTÖRHEAD do Thrash Metal”: uma pancadaria sem fim, mas sempre extremamente bem feita, e sendo a sequência natural que o grupo estabeleceu em seu estilo de “The Electric Age” para cá (embora este disco venha com músicas mais marcantes). E mesmo com a troca de baterista ocorrida em 2017 (quando Ron Lipnick deu lugar ao destruidor Jason Bittner), não perderam força, mas pelo contrário: o poder de fogo deles parece que aumentou ainda mais!

Basicamente, é como se o disco disse a cada momento “vai encara?” ao ouvinte.


Arranjos/composições: Há tempos o quinteto anda com a inspiração alta, e não é pecado algum dizer que este é o quarto disco perfeito deles em seguida. Sim, pois “The Wings of War” soa bem acabado, ganchudo e empolgante em cada uma de suas canções.

OVERKILL
Bobby “Blitz” Ellsworth continua cantando com agressividade ímpar e mostrando ótima diversidade de tons de voz (esse cara teve mesmo problemas de câncer e ataque epilético?); a dupla de guitarristas formada por Dave Linsk e Derek “The Skull” Tailer se supera a cada disco em termos de “rifferama” e solos, criando uma barreira sonora incrível e empolgante; e a os criados pelo experiente D. D. Verni (baixista e um dos fundadores do grupo) e o novato Jason Bittner (bateria) é de um peso cavalar, bem como com boa técnica mostrada nas mudanças de ritmo.

Banda inspirada + boa técnica musical é a equação certa para se criar um disco de quebrar ossos!


Qualidade sonora: De nada adiantaria tanta inspiração musical se a produção sonora não tivesse feito um ótimo trabalho. O quinteto fez a produção, tendo na mixagem e masterização as mãos de Chris "Zeuss" Harris, que trouxe uma aura moderna e bruta para a música do grupo, mas sem descaracterizá-la de forma alguma. Além disso, tudo soa claro e bem definido, além da excelente escolha de timbres instrumentais.


Arte gráfica/capa: Mais uma vez, o quinteto não usou uma arte extremamente rebuscada, mas que ao mesmo tempo, não é simplista. Ficou bem feita, e assim, o trabalho de Travis Smith permite que a atenção dos ouvintes fique toda focada na música.


Destaques musicais: Não existem melhores momentos em um disco que é todo feito de excelentes canções. O OVERKILL mais uma vez acertou o alvo, criando um “set” de 10 canções de tirar lágrimas dos olhos (seja pela emoção ou pela agressão).

“Last Man Standing”: o disco já abre com uma tijolada bem dada diretamente nos tímpanos. Veloz, agressiva e com ótimas melodias que ficam escondidas sobre essa colcha de riffs ótimos e vocais excelentes. Não é à toa que é o primeiro “lyric video” de divulgação.

“Believe in the Fight”: uma virada de bateria marcante dá início à pancadaria, que segue tempos não tão velozes, e a canção permeada de melodias subjetivas (que refrão, e como baixo e bateria estão bem).

“Head of a Pin”: a típica canção mais cadenciada do grupo, onde as melodias e influências “sabbathícas” afloram. E mais um refrão ótimo!

“Bat Shit Crazy”: um típico Thrash Metal/Crossover de Nova York, embora com alguns momentos mais introspectivos que relembrarão os primeiros discos do grupo. Riffs e solos de guitarra fazem bonito!

“Distortion”: com uma introdução limpa e aterradora, logo vira outro massacre com tempos que transitam entre o não tão veloz e o cadenciado, criando uma ambientação de horror.

“A Mother’s Prayer”: a essência do Thrash Metal de Nova York pulsa nessa canção, tendo aquela clara influência do Hardcore local. Outro refrão de primeira, boas melodias e vocais ferozes.

“Welcome to the Garden State”: E eis a canção do primeiro vídeo clipe de divulgação. Mais uma vez as influências de Hardcore de sua cidade natal e do Crossover ficam evidentes. Aliás, baixo e bateria estão muito bem, criando uma base rítmica sólida e com seus momentos técnicos, além dos backing vocals serem bem encaixados.

“Where Few Dare to Walk”: aquele típico Thrashão cadenciado e grudento, que leva o ouvinte a balançar a cabeça sem nem mesmo notar. Mais uma vez, baixo e bateria mostram sua técnica, além dos vocais mostrarem alguns timbres mais limpos aqui e ali.

“Out On the Road-Kill”: A típica canção que vai causar dor nos ossos nos shows. Começa com alguns ritmos quebrados, antes de ganhar um andamento veloz, e mais uma vez rebuscando o som do passado. Novamente, baixo e bateria dão uma aula.

“Hole in My Soul”: tempos velozes se alternam com partes opressivas, além da adição de melodias excelentes (especialmente no refrão marcante). Talvez já esteja apontando para algo diferente mais adiante.

A faixa bônus “In Ashes” destoa um pouco pela gravação (mixagem e masterização de Andy Sneap), soando quase como um cover por conta da ênfase mais melódica, mas é mais uma ótima canção, a cereja do bolo nessa versão nacional.


Conclusão: Ainda mal encarados e mantendo a mentalidade de gangue dos becos de Nova York, o OVERKILL merece que exista (e tem vaga cativa) o Big 5 do Thrash Metal dos EUA, e veio para colocar “The Wings of War” entre os 10 melhores discos do ano!

Vai encarar?

Nota: +100%


Last Man Standing



Head of a Pin



Welcome to the Garden State



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