Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: AFM Records
Importado
Introdução: Em
verdade, a cena norte-americana do Thrash Metal durante os anos 80 não era
restrita somente à Califórnia. Em Nova York, nomes de peso como ANTHRAX, OVERKILL, NUCLEAR ASSAULT surgiram
basicamente na mesma época em que o “San Francisco Bay Area Thrash Metal”
começava a se firmar. Mas é de Phoenix, Arizona, que veio um nome que prometia
causar uma forte comoção no meio: FLOTSAM
AND JETSAM. Fundindo melodias bem feitas à lá QUEENSRYCHE com o peso e agressividade do METALLICA, era um nome muito promissor, como foi ouvido em seu
disco de estréia, “Doomsday for the Deceiver”, de 1986. Mas a saída de Jason Newsted (que fora preencher a
vaga deixada pelo finado Cliff Burton)
foi sentida, e mesmo lançando uma seqüência de ótimos trabalhos, o grupo nunca
conseguiu o sucesso merecido. Mas essa gangue não desanima, e mesmo contra tudo
e contra todos, volta à carga com “The End of Chaos”, seu mais recente
disco.
Análise geral: De
forma bem simplista, pode-se definir o trabalho do grupo como uma mistura dos
melhores elementos do QUEENSRYCHE de
sua fase inicial (até o álbum “Empire”) com a pegada pesada e
agressiva do METALLICA dos anos 80,
além de uma energia e personalidade toda do quinteto. Se pode mesmo afirmar que
“The
End of Chaos” revê as melhores lições que o quinteto aprendeu na sua compreendida
entre o primeiro álbum e o clássico “Cuatro”, apenas adicionando a isso
a energia de sempre, mais um enfoque evoluído e atualizado.
Arranjos/composições: O
tempo fez bem ao grupo, temperando seu som técnico, melodioso e agressivo cheio
de nuances Prog Metal Old School com a sabedoria dada pelos calos da estrada e
pelos anos de carreira. A capacidade de criar partes grudentas melhorou muito,
bem como souberam polir cada refrão que está presente em “The End of Chaos”. As
guitarras estão fenomenais em riffs e solos (o veterano Michael Gilbert se entende bem com o colega Steve Conley), baixo e bateria estão muito bem em termos de técnica
e peso (o baixista Michael Spencer e
o baterista Ken Mary mostram
entrosamento), mas como os vocais evoluíram, saindo dos timbres agudos do
passado à sabedoria no uso de maior diversidade de timbres (Eric “AK” Knutson está em ótima fase,
verdade seja dita), e a coesão entre os cinco criam arranjos ótimos e
dinâmicos, resultando em uma forma de música cheia de energia e agressividade,
mas melodiosa e de bom gosto, e que gruda nos ouvidos!
Qualidade sonora: A produção sonora de Jacob Hansen (que já trabalhou com nomes como DESTRUCTION, KAMELOT, PRIMAL FEAR, VOLBEAT e outros) consegue conectar o passado do grupo com seu presente, dando peso e força às composições do grupo, mas fazendo com que as canções soem limpas na medida certa. Soa agressivo e com impacto sonoro, mas mantendo o alinhavo melódico que tornou o grupo notório.
Arte gráfica/capa: Em
um “revival” do próprio passado, Flotzilla,
mascote do grupo apresentado na arte de “Doomsday for the Deceiver”, está de volta em uma arte criada por Andy Pilkington, ganhando uma versão mais real e atual.
Destaques musicais: “The
End of Chaos” é um disco maravilhoso, que rebusca o melhor do passado do
grupo (da fase compreendida entre “Doomsday for the Deceiver” e “Cuatro”),
mas mantendo um formato atual. É o bom e velho Thrash Metal “made in USA” por excelência,
e mesmo sendo um disco nivelado por cima em termos de composições, tem por
destaques as seguintes canções.
Flotsam and Jetsam |
“Control”: Velocidade
e energia se mesclam nessa canção, mostrando a pegada agressiva do quinteto.
Impossível não destacar o trabalho técnico, pesado e veloz de baixo e bateria.
“Recover”: Um
pouco mais lenta que as anteriores e mais moderna, enfatizando assim ao lado
melodioso do grupo, e novamente, um refrão de primeira, com vocais e backing
vocals de primeira.
“Prepare
for Chaos”: Esta
é um autêntico “juggernaut” de energia crua, que novamente mostra andamentos
não tão velozes, mas criando uma ambientação bem pesada. E que guitarras!
“Architects
of Hate”: Um “mix” inteligente de melodias e
agressividade é apresentando nessa canção, que tem um impacto sonoro evidente,
alimentado por ótimas guitarras.
“Demolition
Man”: Mais
uma vez, equilíbrio entre melodias (especialmente no refrão) e partes
agressivas. Há um toque de melancolia em certos momentos, lembrando bastante os
momentos mais agressivos de grandes nomes do US Metal.
“Snake
Eye”:
Outro momento que vai gerar muito moshpit nos shows, com um refrão
privilegiando a melodia (e assim criando um contraste muito bom com os riffs
agressivos). Novamente baixo e bateria mostram uma técnica ótima.
“The
End”: Um
arrasa-quarteirão intenso, uma tijolada na cara, e outros adjetivos dessa
canção que vem para fechar o disco com muita energia, uma pegada bruta e
direta, mas com as melodias de sempre permeando os vocais.
Conclusão: Flotzilla
está de volta, e é certo que o FLOTSAM
AND JETSAM mostra que merecem muito estar no time de cima do Thrash Metal de
seu país, lançando um dos melhores discos de 2019 logo no início do ano!
Nota: 100%
Tracklist:
1. Prisoner of Time
2. Control
3. Recover
4. Prepare for Chaos
5. Slowly Insane
6. Architects of Hate
7. Demolition Man
8. Unwelcome Surprise
9. Snake Eye
10. Survive
11. Good or Bad
12. The End
Banda:
Eric “AK” Knutson - Vocais
Steve Conley - Guitarras
Michael Gilbert- Guitarras
Michael Spencer - Baixo
Ken Mary - Bateria
Ficha Técnica:
Jacob Hansen - Produção
Andy Pilkington - Arte da capa
Site Oficial: www.flotsam-and-jetsam.com
Facebook: www.facebook.com/flotsamandjetsam.official/
Instagram: https://www.instagram.com/flotsamandjetsamofficial/
Assessoria:
E-mail: flotztildeath@gmail.com
“Control”: https://www.youtube.com/watch?v=4nIFp2ZgPBE
Spotify