Ano: 2019
Tipo: Full
Length
Selo: Dark Sun Records
Nacional
Tracklist:
1. Succubus’
Lament (intro)
2. Emperor of
Pain
3. Let There
Be Thrash
4. Keepers of
Rage
5. Warlord
6. When Hell
Rises
7. Leviathan
(instrumental)
8. R. E. D.
9. Killed at
Last
10. Old
Skullz
11. In Your
Face
12. Knight of
Apocalypse (instrumental)
13. Vendetta
Banda:
Matt Silva -
Vocais, guitarras
Ronnie Giehl
- Guitarras
Gus “Guzzy” N.
S. - Baixo
Rodrigo
Tártaro - Bateria
Ficha
Técnica:
Daniel
Escobar - Produção, mixagem, masterização
Ronnie Giehl
- Produção
Rafael
Tavares - Artwork (capa)
Marcelo
Mictian - Design, outline
Contatos:
Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/forkill.thrash
Instagram: www.instagram.com/forkill_thrash
Assessoria: http://wargodspress.com.br/wargods/
(Wargods Press)
Texto: “Metal
Mark” Garcia
Introdução:
Essencialmente,
o Thrash Metal é um estilo que empolga o ouvinte e o incita ao slamdancing por
ser uma mistura do peso do Metal tradicional, a adrenalina e energia do Punk
Rock/Hardcore, e as linhas melódicas do Hard Rock dos anos 70. Talvez seja o
mais empolgante estilo extremo do Metal.
Hoje em dia,
existem tantas vertentes de Thrash Metal que fica difícil acompanhar todas
elas. Mas o melhor é poder ouvir bandas que mantém toda energia do passado
aliada à uma formatação sonora mais moderna. E é o caso do “Old Skullz”
cariocas do FORKILL, que após 6 anos
de luta, enfim chega com seu segundo release, o álbum “At the Sound of the Devil’s Bell”.
Análise
geral:
Para início
de conversa, o quarteto sofreu várias mudanças de formação, entrando o
guitarrista/vocalista Matt Souza e o
baterista Rodrigo Tártaro, que
trouxeram energia e juventude ao som do grupo. E aliados aos veteranos Ronnie Giehl e Gustavo N. S., responsáveis por manter a essência musical que
apresentam desde o início, ou seja, Thrash Metal puro com ótimos “inserts” de
Metal tradicional.
Basicamente, “At the Sound of the Devil’s Bell” é
profundamente influenciado pelo Thrash Metal norte-americano, tendo referências
claras em ANTHRAX, EXODUS, TESTAMENT,
MEGADETH, FORBIDDEN e outros, mas mantendo aspectos herdados do Metal
tradicional e toques de MOTÖRHEAD.
Ou seja, é agressivo e bruto, mas permeado de ótimas melodias e técnica musical
caprichada (sem ser excessiva)... Ou seja, sem ser nada inovador em termos de
Thrash Metal, tem personalidade e é daqueles discos para ouvir de ponta a ponta
sem enjoar. O headbanging é certo!
Se o aspecto
técnico é bem feito, isso não tira a espontaneidade e energia de suas canções,
que possuem riffs insanos, solos certeiros, uma saraivada de refrães viciantes,
mas sempre com um alinhavo melodioso que vem do Metal tradicional dos anos 80.
Os andamentos
variam bastante, mas sem complicar demais o trabalho da base rítmica (onde
baixo e bateria focam em boas variações, mas sempre mantendo a pegada pesada),
sempre com arranjos que chegam aos nossos ouvidos e se agarram aos tímpanos. Aliás,
a dinâmica de arranjos e entre o instrumental e os vocais está de alto nível.
Qualidade sonora:
Há tempos que
o trabalho de Daniel Escobar como
produtor musical no Rio de Janeiro vem se mostrando de alto nível. E tendo Ronnie Giehl coproduzindo o disco, o
resultado é simplesmente incrível: um som claro, pesado e bem definido, com os
instrumentos fluindo separadamente, mas soando agressivo e com aquele “feeling” thrashy da segunda metade dos anos 80.
Ou seja, as modernas
tecnologias de estúdio garantiram um produto final que soa claro aos ouvidos,
mas pesado e com bons timbres instrumentais. Mas ao mesmo tempo, se mantém a
personalidade “à moda antiga” do quarteto.
Arte
gráfica/capa:
“Forkit” de “At the Sound of the Devil's Bell” |
Primeiramente,
ele vem com um slipcase (algo raro em termos de discos de bandas brasileiras) com
toda arte da capa e contracapa de “At the Sound of the Devil’s Bell”, onde a
arte (muito bonita, por sinal) é uma clara referência a “Crusader” do SAXON, e cujo título remete a “At
the Sound of the Demon Bell”, clássico do MERCYFUL FATE (a quarta faixa de “Melissa”, de 1983).
A diagramação
do encarte ficou bem agressiva devido ao uso de tons de vermelho e preto, e se
encaixa no que o quarteto faz musicalmente.
Além disso, o
disco ainda trás um pôster com a capa do CD e fotos da banda, e um adesivo com
o logotipo do FORKILL.
Destaques
musicais:
Pode-se dizer
que os seis anos entre os dois discos serviu para amadurecer bastante as composições
de “At
the Sound of the Devil’s Bell”, e dar a elas a finalização necessária. Assim,
as composições soam homogêneas e fortes, com um impacto que deixa o ouvinte de queixo
caído.
E se destacam
as seguintes:
“Emperor of Pain”: Uma faixa empolgante, que já abre o
disco em grande estilo. A velocidade é a característica de bandas de Thrash
Metal clássico, mas com boas mudanças de andamento, além de um refrão que gruda
nos ouvidos.
“Let There Be Thrash”: Aqui se tem aquele típico Thrashão
para bater cabeça e cair no moshpit. Mais uma vez, o ritmo mostra mudanças,
especialmente quando o refrão é apresentado. A ferocidade das guitarras nos
riffs e solos é algo insano, sem falar que o baixo se evidencia bastante.
“Keepers of Rage”: O ritmo fica mais cadenciado, e a
canção é mais abrasiva, com alguns toques de SLAYER, mas sem perder sua essência clássica. E que se diga que os
vocais estão ótimos nesses timbres esganiçados.
“Warlord”: Nessa canção, algo do Thrash Metal
alemão surge (lá do SODOM na época de “Agent Orange”), dando um aspecto
mais bruto, mas o refrão se permite ser mais melodioso. E que backing vocals e
riffs!
“When Hell Rises”: Essa tem um “outfit” que se pode
encontrar em discos como “Show No Mercy” e “Hell
Awaits”, apenas adaptado ao jeito mais clássico do grupo. Novamente,
bons contrastes no trabalho rítmico nos são apresentados, fora uma bateria de
peso e mantendo os tempos bem definidos.
“R. E. D.”: Veloz e instigante, já abre com uma virada
de tanto, mais o ritmo reduz de velocidade em certo momento, onde os dois
bumbos imperam. Logo o ritmo ganha mais velocidade, e perto do refrão, alguns
toques mais técnicos são apresentados, sem contar alguns urros que surgem, e
ótimos backing vocals mais uma vez. Outra que vai causar estragos nos ossos
alheios nos shows.
“Killed at Last”: curta e grossa, essa tem um jeitão próximo
ao Thrash Metal da escola de Nova York, especialmente ao ANTHRAX antigo. E mais uma vez, melodias simples e vocais muito
bons.
“Old Skullz”: Se é possível imaginar uma canção
onde se possa misturar elementos de MOTÖRHEAD,
S.O.D. e ANTHRAX, é nessa. É uma
declaração de guerra, uma constatação do jeito de ser do FORKILL, pois se denominar
uma “caveira velha” é a mesma coisa que se dizer membro da velha guarda.
“In Your Face”: Aqui se percebe a agressividade
respingando pelos alto-falantes. Além disso, baixo e bateria se evidenciam,
graças às muitas mudanças de ritmo e técnica de ambos. É um murro nos dentes de
tão boa, e que refrão!
“Vendetta”: Uma regravação de uma das melhores
canções de “Breathing Hate”, aqui ganhando um toque mais atualizado, além
de alguns toques mais caprichados em termos de técnica. Sem destoar da
original, essa versão ficou excelente.
Vale citar
que “Succubus’
Lament” é uma introdução climática com vocais femininos, enquanto “Leviathan”
e “Knight
of Apocalypse” são instrumentais acústicas, focada em cordas limpas e
efeitos soturnos.
Ou seja, para se aproveitar esse discão, é preciso ouvir de ponta a ponta, sem pular faixas.
Conclusão:
Se as pessoas
buscarem em “At the Sound of the Devil’s Bell” algo inovador, pode
desistir. Repetindo: este é um disco de Thrash Metal clássico. Mas isso não
significa que ele não seja um disco excelente (o que ele é, e muito), de
personalidade e capaz de seduzir o ouvinte logo de cara.
E desta
forma, pode-se dizer que o FORKILL
se junta ao WOSLOM, ao VORGOK e ao ANCESTTRAL como grandes nomes do Classic
Thrash Metal do Brasil.
Nota: 10,0/10,0
Emperor of Pain
Spotify