sexta-feira, 13 de julho de 2018

FANTASY OPUS - The Last Dream


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Importado


Tracklist:

1. Ritual of Blood
2. Heaven Denied
3. Chosen Ones
4. Lust
5. Conquer the Seas
6. Black Angels
7. Every Scar Tells a Story
8. Perfect Storm
9. Oceans
10. Realm of the Mighty Gods
11. King of the Dead


Banda:


Leonel Silva - Vocais
Marcos Carvalho - Guitarra solo
Ruben Reis - Guitarra base
Nilson Santágueda - Baixo
Ricardo Allonzo - Bateria


Ficha Técnica:


Contatos:

Site Oficial:  
Assessoria:

Texto: M. Garcia


Basicamente, o cenário Metal de Portugal começa a ganhar reconhecimento mundial nos anos 90, com a chegada e lançamento amplo de “Wolfheart” do MOONSPELL. De lá para cá, muitas águas passaram embaixo da ponte, mas a cena lusitana continua a nos oferecer novos nomes de qualidade. Desta vez, temos o quinteto FANTASY OPUS, de Lisboa, que nos mostra seu potencial em “The Last Dream”, segundo disco do quinteto.

A banda trilha os caminhos do Power/Prog Metal, algo na linha de nomes como SYMPHONY X, ou seja, temos uma música bem trabalhada e com bom enfoque na técnica. Mas diferente de tantos, o quinteto cria músicas sólidas e homogêneas, com melodias muito bem pensadas, com bastante enfoque nos refrães (que são dos que se ouve e não mais se esquece), além de passagens com certo acento moderno e alguns toques épicos (por conta dos corais aqui e ali). Além disso, é evidente que as guitarras criam as melodias, já que não há um tecladista fixo no grupo. É uma banda que, mesmo fazendo um estilo que já existe, mostra muita identidade e energia. E sem contar que gruda nos ouvidos.

Traduzindo: os patrícios fazem da audição de “The Last Dream” algo extremamente prazeroso aos sentidos.

Em termos de sonorização, “The Last Dream” é caprichado. O grupo mostra que teve cuidado com sua obra, já que tudo soa claro e pesado nas mesmas proporções, com a escolha dos timbres sendo acertada, em um meio termo entre algo moderno, mas claro, sem graves exacerbados ou gordurosos. Tudo ficou audível, e muito claro. E que capa belíssima, digamos de passagem (parece fazer alusão à coragem portuguesa em desbravar os mares na virada do século XV para o XVI, algo que poucos ousavam). É tão bonita que disponibilizamos o painel inteiro abaixo para todos poderem observar.


Sendo o segundo trabalho do FANTASY OPUS, percebe-se que o grupo usa da experiência para fazer sua música. Há o minimalismo que o estilo deles pede, com arranjos musicais bem esmerados. Mas ao mesmo tempo, é claro que o grupo cultivou seu lado espontâneo, pois como sua música realmente gruda em nossos ouvidos!

Do início ao fim, “The Last Dream” nos encanta, seduz e nos conquista sem muitos esforços. E de suas 11 canções, por mero preciosismo, destacam-se a envolvente “Ritual of Blood” (que belíssimas melodias, vocais e refrão), a beleza pujante de e “Heaven Denied” (outra com um refrão fantástico, fora dar um pouco mais de ênfase ao peso, com ótimos riffs e solos de guitarras), e o peso técnico e intenso de “King of the Dead”

De “Conquer the Seas” até “Realm of the Mighty Gods”, aparentemente temo uma epopéia épica, onde as letras contam uma estória única, por isso, abrimos outro parágrafo para falar nelas.

“Conquer the Seas” é cheia de lindos fraseados de guitarras, dando uma vida épica e elegante à canção. Em “Black Angels” temos uma faixa mais introspectiva e bela, talvez falando das dificuldades da viagem. Peso e modernidade se aliam a uma enorme dose de agressividade em “Every Scar Tells a Story”, cujas melodias nos embalam (e baixo e bateria mostram técnica e peso, conduzindo muito bem os ritmos da canção). A longa e multi-climática “Perfect Storm” é uma autêntica viagem “heavyssíva”, cheia de partes diferentes e que são conectadas umas as outras com perfeição (e cuja interpretação dos vocais é algo realmente impressionante). A curta “Oceans” é uma instrumental que vai preparando o ouvinte para “Realm of the Mighty Gods”, uma canção cheia de energia que entra nos ouvidos e você não se esquece dela por conta das melodias de fácil assimilação. Mesmo que este autor esteja errado sobre o conteúdo lírico, podem apostar: são todas excelentes canções.

O FANTASY OPUS merece aplausos, pois é uma banda e tanto. Logo, ouçam “The Last Dream” bem alto, pois este disco merece.

Nota: 93%

AXECUTER - A Night of Axecution


Ano: 2018
Tipo: CD ao Vivo
Nacional


Tracklist:

1. Intro
2. Attack
3. Raise the Axe
4. Creatures in Disguise
5. The Axecuter
6. No God, No Devil (Worship Metal)
7. Bangers Prevail
8. Missão Metal
9. Creatures in Disguise (Official Video Clip)


Banda:


Danmented - Guitarras, vocais
Rascal - Baixo, backing vocals
Verdani - Bateria


Ficha Técnica:

Maiko Thomé - Mixagem
Danmented - Mixagem
Mano Mutilated - Arte da capa
Tersis Zonato - Design do encarte


Contatos:

Site Oficial:  
Assessoria: http://www.sanguefrioproducoes.com/artistas/AXECUTER/24 (Sangue Frio Produções)

Texto: M. Garcia


Por mais que existam ressalvas ao jeito que a coisa tem sido feita em todo mundo, fazer Metal à moda antiga é algo real, e todos têm que conviver com isso (seja por bem ou por mal). Esse “revival” não é ruim, existem bandas que realmente são muito boas, mas existem aqueles que somente querem refazer o que alguém refez sem pôr nada de si na música. Estes últimos são apenas bandas cover não assumidas, ou trocando em miúdos, plagiadores, clones ou qualquer outra definição para alguém sem personalidade própria. Mas há aqueles que buscam (com a paixão pela velha fórmula de se tocar Metal) colocar algo pessoal na música, e aglutinam valor. Este é o caso do AXECUTER, trio de Curitiba (PR), que após um álbum, alguns Splits e EPs, nos concede seu primeiro disco ao vivo, “A Night of Axecution”.

O trabalho do trio é focado em fazer o que podemos definir como Proto-Thrash Metal europeu da primeira metade dos anos 80, ou seja, aquela sonoridade mais crua de bandas de Thrash Metal da Alemanha (quando o estilo nem era denominado assim). Traduzindo: temos a vibração e energia de bandas como DESTRUCTION, SODOM e KREATOR em sua fase mais inicial, mixada a algo das melodias de nomes da escola canadense como EXCITER. Óbvio que eles possuem um talento bem grande, e que fica evidente nas versões ao vivo de suas canções.

Sim, “A Night of Axecution” é um disco muito bom, justamente porque ao vivo, suas canções soam bem melhor que em estúdio e ganham vida.

A alma do disco repousa na qualidade sonora. Ela ficou muito boa, e a mixagem nos permite entender o que eles estão tocando, sem extrair da banda o clima “live”, o que excessivas edições e “overdubs” acabam causando. Aliás, é justamente pela busca de algo fiel ao que se vê nos shows que ficou tão bom. Honestidade não tem preço.

Na arte gráfica, mais uma vez vemos a paixão pelos anos 80 sendo saciada, pois as imagens foram disponibilizadas como nos antigos discos ao vivo (e em muitos de estúdio) do passado.

Se os discos de estúdio da banda poderiam ter uma sonoridade melhor (não estou dizendo para usarem infinitas edições digitais ou modernizarem seu som, apenas que, mais uma vez, algo como Joel Grind faz no TOXIC HOLOCAUST e em outras bandas do mesmo estilo encaixaria como uma luva no trabalho deles), a crueza em “A Night of Axecution” ficou muito boa, deu uma vida diferente ao trabalho deles. Além disso, se percebe que eles se comunicam bem com o público, e que possuem uma energia ao vivo realmente cativante.


“Attack” e sua ótima, dinâmica entre o instrumental e os vocais, o jeitão mais melodioso e cativante de “Creatures in Disguise” (que não foi escolhida para vídeo de divulgação à toa, pois é ótima), a forte e clássica “The Axecuter” (outra em que a energia vai nas alturas, com um trabalho ótimo de baixo e bateria), o ataque de riffs de primeira de “Bangers Prevail” e a versão deles para “Missão Metal” do FLAGELADÖR (que ganhou uma vida diferente e mais ganchuda que a original) são os destaques. Só gostaria de entender porque fizeram um disco tão curto, pois valia colocarem mais umas 5 canções em “A Night of Axeution”. E isso sem mencionar que ainda temos o vídeo oficial para “Creatures in Disguise” no CD, o que nos permite assistir com mais comodidade e qualidade.

Poderíamos aferir que o AXECUTER é um dos nomes mais fortes dessa vertente no Brasil. Amem, odeiem, ou pensem como desejarem, mas “A Night of Axecution” vem coroar o bom momento que a banda está passando.

Parabéns!

Nota: 88%

IMPERIOUS MALEVOLENCE - Decades of Death


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Perpetuação da Ignorância
2. Ascending Holocaust
3. Ominous Ritual
4. The Hellfire’s Cruelty
5. Nocturnal Confessor
6. Where Demons Dwell
7. Imperious Malevolence
8. No Return
9. Excruciate
10. Arquiteto da Destruição


Banda:


Fernando Grommtt - Baixo, vocais
Danmented - Guitarras, backing vocals
Antonio Death - Bateria


Ficha Técnica:

Alysson Irala - Produção, gravação, mixagem, masterização
Imperious Malevolence - Produção
Anderson L. A. - Artwork


Contatos:

Site Oficial:  

Texto: M. Garcia


Quando se fala em Death Metal nos dias de hoje, a miríade de formas em que o estilo é tocado é tão vasta que, quase sempre, perguntamos sobre qual das vertentes estamos abordando. Mas ainda existem as bandas que focam suas energias no bom e velho Death Metal da virada dos 80 para os 90, aquela forma mais suja e bruta que deu início a tudo que conhecemos do estilo. E um deles é o veterano “power trio” IMPERIOUS MALEVOLENCE, de Curitiba (PR), que nos chega com seu quarto álbum, o recém lançado “Decades of Death”.

São mais de 20 anos de muitas lutas no cenário underground e calos que a experiência lhes deu. Logo, antes que pensem em algo diferente do Death Metal mais raiz possível, é melhor procurarem outro disco. O trio tem raízes profundas no que era praticado no estilo em suas origens, ou seja, um jeito sujo, direto e agressivo de ser, com a brutalidade fluindo em doses homeopáticas pelos falantes (embora alguns teclados surjam para aclimatar o ouvinte em “The Hellfire’s Cruelty”). Só que não se iludam: o IMPERIOUS MALEVOLENCE sempre soa atual, forte e vigoroso, com um jeito próprio de ser e fazer música. E que energia esses sujeitos mostram!

Em termos de sonoridade, “Decades of Death” surpreende por usar de algo mais limpo e bem feito, fugindo um pouco das gravações tão utilizadas por bandas que seguem por este estilo. Mas como souberam lidar com todos os aspectos, a brutalidade musical e distorcida deles não ficou nem um pouco contida. É uma pancadaria desenfreada, e que graças à esta sonoridade bem feita, parece se agigantar. E, além disso, o trio escolheu tons instrumentais mais orgânicos, e assim, fica claro que a força das composições ao vivo não vai diminuir nem um pouco.

Em termos de visual, a arte de capa ficou ótima graças ao uso de contrastes de preto, branco e verde, criando uma ambientação sinistra. E a diagramação é mais simples no encarte, mas bem cuidada.

Pedir que o IMPERIOUS MALEVOLENCE mudasse depois de tantos anos seria algo leviano. 20 anos não são 20 dias, e se percebe que eles não vão abrir mão disso (e ainda bem que assim o é). Mas a música da banda por si já é bem feita, arranjada de forma espontânea e esmerada, com tudo em seus devidos lugares. Um deleite para fãs de Deah Metal bruto e sem medidas.

10 faixas de puro amassa-crânios nos esperam. Mas não tem como não destacar a brutal “Perpetuação da Ignorância” (cantada em português e mostrando algumas influências pontuais de Grindcore), a insanidade azeda de “Ascending Holocaust” (onde os blast beats da bateria e partes mais técnicas do baixo se sobressaem), a mais tradicional “Ominous Ritual” (onde algumas passagens mais refreadas mostram a força das guitarras do grupo, com riffs de primeira), a bem trabalhada simplicidade de “The Hellfire’s Cruelty” (outra com riffs insanos, e as partes com teclados deixam tudo ainda mais opressivo), a chocante de densa “Imperious Malevolence” (as passagens mais refreadas são muito boas, com um trabalho de bateria de primeira), e o bombardeio intenso de “Excruciate”. Mas pode ter uma certeza: se você é fã de Death Metal Old School, nessa banda você pode confiar.

Um ótimo trabalho do IMPERIOUS MALEVOLENCE, um dos mais tradicionais grupos de Death Metal do Brasil. Ouçam “Decades of Death” e deixe os ouvidos sangrarem à vontade!

Nota: 86%