quinta-feira, 11 de julho de 2019

SABATON - The Art of War (Re-Armed)


Ano: 2008 (original) / 2019 (relançamento)
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Sun Tzu Says
2. Ghost Division
3. The Art of War
4. 40:1
5. Unbreakable
6. The Nature of Warfare
7. Cliffs of Gallipoli
8. Talvisota
9. Panzerkampf
10. Union (Slopes of St. Benedict)
11. The Price of a Mile
12. Firestorm
13. A Secret
14. Swedish Pagans (Bônus)
15. Glorious Land (Bônus)
16. Art of War (Demo) (Bônus)
17. Swedish National Anthem (Live at Sweden Rock Festival) (Bônus)


Banda:


Joakim Brodén - Vocais
Rickard Sundén - Guitarras, Backing Vocals
Oskar Montelius - Guitarras, Backing Vocals
Daniel Mÿhr - Teclados
Pär Sundström - Baixo
Daniel Mullback - Bateria


Ficha Técnica:

Tommy Tägtgren - Produção, Gravação, Mixagem
Peter Tägtgren - Produção, Gravação, Mixagem
Erik Broheden - Masterização
Jobert Mello - Arte da Capa
Mia Mullback - Backing Vocals
Åsa Österlund- Backing Vocals
Marie-Louise Strömqvist - Backing Vocals
Christian Ericsson - Backing Vocals
Björn Lundqvist - Backing Vocals
Thomas Nyström - Backing Vocals
Hjalle Östman - Backing Vocals
Hannele Junkala - Backing Vocals
Calle Sandlund - Piano


Contatos:

Assessoria:
E-mail:


Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

A guerra é um tema fascinante de ser estudado, e muitas vezes, é o foco de algum autor.

O filósofo chinês Sun Tzu (544 a.C. - 496 a.C., que também era general e estrategista) é famoso por seu livro “A Arte da Guerra”, um manual de estratégia que é utilizado em vários campos nos dias de hoje (especialmente nos ramos da economia e administração (mesmo na política, embora neste, a maioria prefira “O Príncipe”, de Maquiavel). É tão seminal que “a suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar”.

Nisso, sempre trazendo a história das guerras e batalhas, o SABATON cunhou para si um nicho especial, e é um dos grupos mais bem estabelecidos da atualidade. E pode-se dizer que esse crescimento se acentua a partir de 2008, quando lançam “The Art of War”, que agora é relançado como “The Art of War (Re-Armed)”, e que a Shinigami Records em conjunto com a Nuclear Blast Brasil lançam aqui.


Análise geral:

Até aqui, o SABATON se mostrava uma banda promissora, fazendo um misto de Heavy/Power Metal com aspectos épicos (muito disso graças às ambientações criadas pelos teclados). Mas mesmo sem mudar muito seu estilo de disco para disco, o crescendo em termos de qualidade foi sensível. É aqui que o grupo começa a ser o que conhecemos hoje.

Em “The Art of War (Re-Armed)” tem-se um disco fantástico, criativo, e cheio de beleza e peso.

E ainda melhorado por conta das faixas extras!


Arranjos/composições:

O então sexteto (que ainda contava com um tecladista fixo) realmente caprichou em termos de composição, aparando arestas e usando arranjos que realmente se encaixam uns nos outros de maneira magistral.

No que tange às melodias, é fato que o grupo aposta em algo mais simples e direto, embora sempre embelezado com partes épicas de primeira, tudo dando uma ambientação perfeita para as letras do grupo (e por falar nisso, existem narrativas abrindo cada canção, todas elas com frases de “A Arte da Guerra”).

Isso sem mencionar o cuidado estético quando o quesito é refrão: nenhum dos que são apresentados no disco é descartável, ou não grudam na memória dos ouvintes. Aliás, verdade seja dita: os corais e ambientações fizeram o grupo soar ainda mais épico, mais sem que seu peso melodioso seja alterado.


Qualidade sonora:

Neste disco, a banda preferiu ter um co-produtor ao lado de Tommy Tägtgren, o irmão Peter (sim, produtor e guitarrista/vocalista do HYPOCRISY). Ambos trabalharam com a produção, gravação e mixagem do álbum tendo Erik Broheden na masterização.

Resultado: uma sonoridade limpa e bem cuidada, garantindo que o ouvinte possa compreender e assimilar tudo mais facilmente. Mas tudo sempre com um peso mamutesco e a dose correta de agressividade. Além disso, a timbragem dos instrumentos ficou de alto nível. Nisso, pode-se dizer que é o disco mais bem acabado do grupo.


Arte gráfica/capa:

A capa e a arte do encarte são do brasileiro Jobert Mello, da Sledgehammer Graphix. E o trabalho artístico é excelente, de alto nível, inclusive com uma diagramação muito bonita.


Destaques musicais:

É agora que começa a complicação...

“The Art of War”, mesmo em sua versão original, já é um disco sólido e homogêneo em termos de qualidade musical, e essa versão torna tudo ainda melhor.

Após a curta introdução “Sun Tzu Says” (que serve para aclimatar o ouvinte), vem um dos hinos do grupo, a clássica “Ghost Division” (uma canção poderosa, com ótimos teclados, uma linha melódica pegajosa, e vocais ótimos; não é por acaso que a banda abre seus shows justamente com ela), que narra a proeza da 7ª Divisão Panzer da Alemanha durante a invasão da Bélgica e França, onde as tropas, sob comando de Von Rommel (a Raposa do Deserto) consegui avançar 240 km em 24 horas, o que fez a comunicação com eles cessar (e por isso, “Divisão Fantasma”). Na sequência, a lenta e climática “The Art of War”, recheada de teclados marcantes, ótimas guitarras e refrão grandioso (e cuja letra é centrada no capítulo 3 de “A Arte da Guerra”). Mais cheia de energia e um típico Heavy/Power Metal com ritmo cativante é “40:1”, o que faz baixo e bateria mostrarem sua força e solidez (na letra, a luta desigual na Batalha de Wizna, onde 720 soldados poloneses, liderados por Władysław Raginis, enfrentaram 40000 soldados nazistas entre 7 e 10 de Agosto de 1939, durante a Invasão da Polônia; ou seja, eram 40 para 1). Cadenciada e opressiva é “Unbreakable”, adornada com ótimas partes de teclados (outra letra desenvolvendo temas de “A Arte da Guerra”). Outra introdução vem em “The Nature of Warfare” (mais uma vez, uma citação a “A Arte da Guerra”), que precede a forte e pesada “Cliffs of Gallipoli”, cheia de guitarras ótimas que se mesclam a teclados, pianos e corais grandiosos (cujo tema fala sobre a encarniçada Batalha de Gallipoli, na Primeira Guerra Mundial), e com alguns momentos mais suaves e limpos. Já apostando em um enfoque tradicional em termos de Heavy/Power Metal vem “Talvisota”, novamente com vocais ótimos e lindo solo de teclado (Tema: a Guerra de Inverno entre a Finlândia e a União Soviética, entre 1939 e 1940). “Panzerkampf” é outra com ritmo mais cadenciado e mesmo tribal, embora com boa dose de agressividade (Tema: a Batalha de Kursk, onde o exército soviético começa a ter a ofensiva contra a Wehrmacht). Em Union (Slopes of St. Benedict)”, é outro murro Heavy/Power Metal nos ouvidos, com corais e base rítmica em ótima forma (Tema: a Batalha de Monte Cassino, Campanha da Itália). Novamente evocando uma climática perfeita com teclados e base rítmica contrastando com os vocais em uma ambientação mais sotuna, vem “The Price of a Mile” (que lembra as pessoas da Terceira Batalha de Ypres ou Batalha de Batalha de Paschendale na Primeira Guerra Mundial e seus quase seis meses de atrocidades e mortes). “Firestorm” é veloz e ganchuda, providenciando um momento mais forte e agressivo, mas elegante (e as letras falam sobre os bombardeios da Segunda Guerra Mundial, uma estratégia que visava não só destruir, mas aterrorizar os adversários). E “A Secret” é uma outro, cuja narrativa de “A Arte da Guerra” deixa claro que uma Guerra se encerra, mas outras virão. Esse é o conteúdo do disco original, que dá vontade de começar a audição do disco todo novamente.

Mas como dito, existem versões em “The Art of War (Re-Armed)”, e lá vem a divertida e ótima “Swedish Pagans” (cujo tema é focado nas raízes Viking/Pagãs dos suecos), e que backing vocals intensos. A atmosférica e bruta “Glorious Land” já mostra guitarras mais evidentes e abrasivas, sem perder-se a ambientação melódica. Ainda temos a versão Demo (e por isso, mais crua) de “Art of War”, além da banda tocando “Swedish National Anthem”, o hino de sua terra Natal (a Suécia) no Live at Sweden Rock Festival.

Basicamente, “The Art of War (Re-Armed)” é mais um assalto da artilharia peso-pesada do SABATON.


Conclusão:

A verdade seja dita: “The Art of War (Re-Armed)” vem não só para os fãs da banda que não conseguiam mais achar o disco, mas também provar que o SABATON tem crescido não como acaso ou modismo, mas que é fruto de um trabalho ótimo e sério de muitos anos.

Que essa Divisão sueca do Metal continue em sua ofensiva por muitos anos!


Nota: 10,0/10,0


Cliffs of Gallipoli



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