sexta-feira, 21 de setembro de 2018

VITJA - Mistaken


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Importado


Tracklist:

1. Mistaken
2. Overdose (feat. Andy Dörner)
3. Friends Don’t Lie
4. Down
5. Anxiety
6. Black and Blue
7. High on You
8. To the Moon
9. Sedamine
10. Filthy
11. Kings of Nothing


Banda:


David Beule - Vocais
Vladimir Dontschenko - Guitarras
Mario Metzler - Baixo
Daniel Pampuch - Bateria


Ficha Técnica:

Andy Dörner - Vocais em “Overdose”


Contatos:

Site Oficial:
Assessoria:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Desde o início do novo milênio, novas formas de se fazer Metal surgiram. Para bem ou para mal, agradando muitos e não satisfazendo outros, as vertentes modernas se mostraram comercialmente viáveis, bem como trouxeram novas legiões de fãs para o Metal. Gostem ou não, elas vieram para ficar, e grupos como o quarteto alemão VITJA mostram que a juventude fez bem ao Metal, pois “Mistaken” é um bom disco para o gênero.

Transitando entre o Groove Metal, o New Metal e o Metalcore, temos um grupo cujo trabalho é preenchido pelo já conhecido contraste entre partes altamente agressivas e permeadas por timbres instrumentais modernos com outras mais melodiosas e feitas com vozes limpas, não chega a ser um pecado em dizer que fãs de bandas como AS I LAY DYING, SLIPKNOT, LIKIN’ PARK e outros nomes da nova geração irão amar o trabalho desses alemães. E verdade seja dita: eles são muito bons no que fazem, com uma abordagem bem pessoal de um estilo musical já bem erodido.

Em termos de sonoridade, o grupo optou por algo que mantenha todos os elementos de uma produção sonora moderna, mas limpando um pouco mais o som, para que a definição do que está sendo tocado e cantado fique mais clara. Sim, a opção por algo mais limpo funcionou muito bem, com os vocais menos distorcidos por efeitos sendo compreensíveis. E verdade seja dita: assim, tudo funciona melhor, e fãs de outros gêneros poderão se aproximar desse disco sem problemas ou queixas.

O VITJA procurou dar uma arejada nas vertentes mais modernas justamente por fazerem algo mais bem definido e menos abrasivo. E sua música, mesmo mostrando boa técnica instrumental, não é complexa. No fundo, a acessibilidade é um dos pontos mais fortes de “Mistaken”, pois fãs de fora do Metal podem ouvir o disco sem traumas.

É alto o nível que qualidade das canções de “Mistaken, mas a acessível e rasgada faixa-título (bons contrastes das guitarras nos momentos calmos e nos mais agressivos), a ferocidade encorpada dos ritmos de “Overdose”, a melancolia introspectiva e ríspida de “Friends Don’t Lie” (reparem como as linhas vocais são muito bem acabadas), a ferocidade esporrenta de “Anxiety”, as doces linhas melódicas acessíveis de “Black and Blue” e de “High on You”, e a explosão de modernidade sonora em “Sedamine” mostram o quanto essa banda tem a oferecer.

Óbvio que a banda pode mais, e fica claro que seu talento é enorme. Mas por agora, “Mistaken” deve levar o nome do VITJA para um público maior.

Nota: 83%


WITHERFALL - A Prelude to Sorrow


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Importado


Tracklist:

1. A Prelude to Sorrow
2. We Are Nothing
3. Moment of Silence
4. Communion of the Wicked
5. Maridian’s Visitation
6. Shadows
7. Ode to Despair
8. The Call
9. Vintage
10. Epilogue


Banda:


Joseph Michael - Vocais, teclados
Jake Dreyer - Guitarras
Fili Bibiano - Guitarras
Anthony Crawford - Baixo
Steve Bolognese - Bateria


Ficha Técnica:

Zeuss - Mixagem, masterização
Kristian Wåhlin - Artwork


Contatos:

Site Oficial: www.witherfall.com
Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Quando analisamos discos e bandas do que chamamos de Prog Metal, é preciso ter cuidado: a diversidade de possibilidades musicais é enorme, logo, o rótulo é insuficiente para definir tudo que pode nos esperar em um disco. E o quinteto norte-americano WITHERFALL vem nos desafiar com seu Segundo álbum “A Prelude to Sorrow”.

Basicamente, é uma mistura de Heavy/Prog Metal com o bom e velho U.S. Metal dos anos 80. Ou seja, temos uma banda que segue uma linha em que estão nomes como FIFTH ANGEL, MALICE, TYRANT, NEVERMORE, SANCTUARY e outros, mas com um jeitão agressivo e moderno à lá SYMPHONY X. Mas não se iludam: estes nomes servem apenas para referência, pois o quinteto mostra personalidade e peso, algo bem consensual e coeso. Partes pesadas e bem trabalhadas são contrastadas vez por outras com momentos mais introspectivos (como se pode ouvir na longa “We Are Nothing”), e se preparem, pois além de um instrumental bem trabalhado e criativo, temos vocais que vão de timbres mais rasgados e ternos até gritos agudos. E sim, o disco é excelente!

Ao vermos o nome de Chris “Zeuss” Harris na mixagem e masterização, fica óbvio o motivo de uma sonoridade agressiva, moderna e bem acabada, mas extremamente limpa. Sim, tanto agressividade como limpeza foram balanceadas de forma salutar, dando ao quinteto tudo que é preciso para que as canções de “A Prelude to Sorrow” funcionem bem. Traduzindo: é a qualidade sonora correta para o disco. E, além disso, as mãos de Kristian Wåhlin criaram uma capa interessante, e que devido à falta de firulas, nos permite manter a concentração apenas na música.

O WITHERFALL nos mostra um trabalho musical sólido, maduro e coeso, que inclusive tem partes influenciadas por Metal extremo (basta ouvir os “blast beats” de “Moments of Silence” para entenderem o que eu digo), mas sempre com ótima técnica, que por sua vez, é consequência do que o grupo faz musicalmente. E acreditem: é sólido como uma rocha, e empolgante demais (como em geral ocorre com bandas de U.S. Metal).

A violência sonora cheia de melodias e partes bem trabalhadas em “We Are Nothing” (mais de 11 minutos de puro êxtase musical, com ótimos vocais e guitarras fenomenais), a agressividade exposta de “Moment of Silence” e suas partes brutais (novamente, reparem nos “blast beats” extremos da bateria, e o baixo mostra-se firme para segurar a base rítmica do grupo), o casamento perfeito entre técnica, partes mais lentas e outras mais pesadas ouvido em “Communion of the Wicked” (as guitarras roubam a cena), o clima denso e melancólico de “Maridian’s Visitation” (como o baixo evolui bem, mostrando toques jazzísticos muito interessantes), o peso mamutesco e diversificado em termos de ritmo de “Shadows” (os vocais são excelentes, mostrando uma diversidade de timbres que nos lembram do saudoso Warrel Dane) e de “Ode to Despair” (mais uma vez, guitarras maravilhosas, com riffs de primeira), e a arrasa-quarteirão “Vintage” (novamente, devido à mudanças de ritmo, baixo e bateria se destacam bastante).

Sinceramente, “A Prelude to Sorrow” é um disco de primeira, e o WITHERFALL tem tudo para crescer cada vez mais. E assim, o U. S. Metal volta com tudo!

Nota: 98%

ULTHA - The Inextricable Wandering



Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Century Media Records
Importado


Tracklist:

1. The Avarist (Eyes of a Tragedy)
2. With Knives to the Throat and Hell in Your Heart
3. There is No Love, High Up in the Gallows
4. Cyanide Lips
5. We Only Speak in Darkness
6. I’m Afraid to Follow You There


Banda:


Ralph Schmidt - Guitarras, vocais
Andy Rosczyk - Efeitos eletrônicos, teclados
Chris Noir - Baixo, vocais
Manuel Schaub - Bateria


Ficha Técnica:

Andy Rosczyk - Mixagem, gravação
Michael Schwabe - Masterização


Contatos:

Assessoria:

Texto: “Metal Mark” Garcia


O Black Metal na Alemanha sempre foi um estilo preso às profundezas do underground. Apenas nomes como MYSTIC CIRCLE, AGATHODAIMON, NARGAROTH, KING FEAR, FALKENBACH e alguns outros conseguiram transcender as fronteiras europeias e ganhar o mundo. Isso mostra uma cena mais voltada ao consumo interno, ou seja, bandas em que o interesse de crescer não é uma força motriz para seus trabalhos. Seguindo essa linha de pensamento/atitude, The Inextricable Wandering”, terceiro disco do quarteto ULTHA já nasce sob a marca do underground, mas nem por isso deixa de ser um disco e tanto.

Buscando algo mais climático e soturno, com enfoque em uma ambientação melancólica e fúnebre, se percebe que o grupo tem profundas raízes no Black Metal à lá SWOBM, ou seja, na sonoridade da primeira metade dos anos 90, onde tudo era mais artesanal e espontâneo, sem obedecer a fórmulas musicais (tanto que se podem detectar elementos de estilos como Gothic Rock e mesmo de Alternative Rock se tornam evidentes em alguns momentos, dando ao grupo uma boa diversidade musical). E mesmo se distanciando de algo muito carregado em termos de técnica musical, acertam na mosca usando boas variações rítmicas e criando linhas harmônicas bem interessantes. Além disso,

A mixagem e gravação foram feitas por Andy Rosczyk no Goblin Sound Studio (de propriedade da própria banda), e masterizado por Michael Schwabe. Tudo para criar uma ambientação sonora mais crua e densa, sem, no entanto comprometer a compreensão do que se ouve. Algo diferente, já que o grupo em si tem suas pessoalidades sonoras que não ficam atadas à rigidez estilística do Black Metal. E digamos de passagem: ficou justinha para o que “The Inextricable Wandering” se propõe a ser.

Usando de canções longas, o ULTHA é um grupo talentoso. Nessa mistura de influências em um imenso caldeirão Black Metal, tem-se uma música sombria e introspectiva, mas com agressividade transbordando pelos alto-falantes. E é importante frisar que canções tão longas necessitam de riqueza de arranjos, e isso o grupo oferece em doses homeopáticas. E apesar disso tudo, o trabalho musical da banda é bastante acessível aos fãs do gênero (bem como a todos os fãs de Metal extremo em geral).

Seis canções ferozes nos esperam. “The Avarist (Eyes of a Tragedy)” mostra boas mudanças de ritmo e passagens fúnebres (onde as guitarras e os teclados se fundem para gerar algo cru e ríspido), assim como a intensa “With Knives to the Throat and Hell in Your Heart” (onde os teclados se sobressaem mais em belas orquestrações, mais os timbres gritados agonizantes dos vocais). “There is No Love, High Up in the Gallows” é uma longa instrumental de teclados que vai ambientando o ouvinte, preparando-o para “Cyanide Lips”, onde temos um ritmo um pouco mais denso e cheio de passagens onde baixo e bateria, mesmo na simplicidade técnica, mostra um trabalho muito bom. Em “We Only Speak in Darkness”, com uma clara referência ao Gothic Rock, e mesmo tendo vocais, guitarras, baixo, bateria e efeitos, é outra canção que serve como introdução para “I’m Afraid to Follow You There”, um gigante de mais de 18 minutos de duração, onde os momentos melancólicos se mesclam a partes mais agressivas, mas sempre com uma ambientação fúnebre de primeira, e a banda inteira mostra-se em ótima forma.

Diferente de detalhista, o ULTHA faz da audição de “The Inextricable Wandering” algo prazeroso. Ouçam, e apreciem essa viagem intensa que eles nos proporcionam...

Nota: 88%

LIZZIES - On Thin Ice


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Importado


Tracklist:

1. Like an Animal                
2. No Law City                    
3. I’m Paranoid                   
4. Playing with Death                     
5. Real Fighter                     
6. Talk Shit and Get Hit                 
7. Final Sentence
8. Rosa María                      
9. World Eyes on Me                      
10. Love Is Hard                  
11. The Crown


Banda:


Elena Zodiac - Vocais
Patricia Strutter - Guitarras
Motorcycle Marina - Baixo
Dani Vera - Bateria


Ficha Técnica:

Ola Ersfjord - Produção
Magnus Lindberg - Masterização


Contatos:

Assessoria: https://holycuervo.com/ (Holy Cuervo)

Texto: “Metal Mark” Garcia


Muitas vezes, devido à distância, e mesmo à fixação com nomes grandes, deixamos de perceber quando bandas jovens de ótima qualidade nos passam despercebidas. E o cenário espanhol tem se mostrado cada vez mais interessante, com nomes surgindo em todos os cantos do país. E direto de Madrid, vem o ótimo quarteto LIZZIES, que nos chega com seu segundo disco, “On Thin Ice”, que nos deixa boquiabertos.

Composto de 3 moças e um homem (o baterista), o quarteto nos chegam com um Heavy Metal tradicional de primeira qualidade, mas com ótimas linhas melódicas advindas do Hard Rock clássico. O trabalho do grupo nos remete diretamente à NWOBHM, em especial a nomes como SAXON, DIAMOND HEAD e TYGERS OF PAN TANG, mas sem que seja uma cópia desses nomes. Nada disso, e se preparem: as melodias de fácil assimilação e refrãos que o quarteto cria são extremamente simples de serem assimilados, e entram pelos ouvidos e não saem mais. É ouvir e sair cantando, não tem jeito.

Falando da produção sonora: o grupo foi buscar nas mãos de Ola Ersfjord e Magnus Lindberg a experiência necessária para gerarem a qualidade sonora desejada. Mantendo uma estética mais limpa, fica óbvio que escolheram algo que soasse orgânico e simples, como se a banda apenas ligasse os instrumentos em amplificadores valvulados e tocasse suas composições. Os timbres foram escolhidos de maneira que fossem os mais orgânicos possíveis, aparentando usarem bateria acústica e pedais simples nas guitarras. Tudo para que ficasse cru, mas que soasse limpo.

Musicalmente, o LIZZIES mostra maturidade, e “On Thin Ice” acaba virando vício, pois quanto mais se ouve, mas se gosta e mais se quer ouvir esse disco. Fruto de canções espontâneas, lapidadas de uma forma que a espontaneidade não fosse obliterada, e ao mesmo tempo, mantiveram uma boa dose de acessibilidade musical.

Podemos garantir que todas as 11 faixas do disco são de primeira, mas a energia crua e envolvente de “Like an Animal” (reparem como as linhas vocais nos lembram de timbres próximos aos de Sean Harris), o Hard ‘n’ Roll tentador de “No Law City” (ótimos riffs de guitarra, que primam pelo peso e “feeling”, e não pela técnica), o peso acessível à lá JUDAS PRIEST/SAXON dos anos 80 apresentado em “I’m Paranoid” (se o refrão não te seduzir, você é surdo) e de “Playing with Death” (certo toque azedo à lá BLACK SABBATH surge aqui e ali em termos de baixo e bateria pesados), “Real Fighter” (nesse, se percebe uma estética quase Post Punk em certos arranjos da guitarra e nos andamentos), a energia crua e seca de “Talk Shit and Get Hit”, a ambientação mais soturna e pesada de “Final Sentence” (os vocais estão muito bem)... Ah, querem saber e uma coisa? Ouçam o disco inteiro, não dá para ficar destacando. É uma experiência maravilhosa para os ouvidos, acreditem!

Mesmo sem estarem fazendo algo inédito, o grupo têm muito futuro, logo, ouçam “On Thin Ice” no volume mais alto possível e vejam o que o LIZZIES tem ara mostrar.

Nota: 93%

KRISIUN - Scourge of the Enthroned


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Century Media Records (overseas)/ Shinigami Records (Nacional)
Nacional


Tracklist:

1. Scourge of the Enthroned
2. Demonic III
3. Devouring Faith
4. Slay the Prophet
5. A Thousand Graves
6. Electricide
7. Abysmal Misery (Foretold Destiny)
8. Whirlwind of Immortality


Banda:


Alex Camargo - Baixo, vocais
Moyses Kolesne - Guitarras
Max Kolesne - Bateria


Ficha Técnica:

Andy Classen - Produção, mixagem, masterização
Eliran Kantor - Artwork


Contatos:

Assessoria:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Quando falamos em bandas de Metal brasileiro que possuem expressão no exterior, 3 nomes são lembrados instantaneamente: SEPULTURA, ANGRA e KRISIUN. No caso do último, muito de seu sucesso vem não só de sua incessante atividade desde os anos 90, seja lançando discos ou fazendo shows em tudo que é canto, mas de sua fidelidade ao Brutal Death Metal de sempre. E essa fidelidade transpira em cada momento de “Scourge of the Enthroned”, seu mais recente disco, que a parceria entre a Century Media Records e a Shinigami Records nos trouxe em lançamento nacional.

Basicamente, em termos de sonoridade, os gaúchos apenas exploram a música a qual estão acostumados a fazer desde os tempos de “Curse of the Evil One” (seu primeiro Split CD, lá de 1993), embora mais bem lapidado pela sabedoria e experiência. Só que o trio sempre sabe criar músicas e arranjos que nos envolvem, inclusive com uma estética cuidadosa em termos de refrão. Ou seja, continua bruto, com boas variações de ritmo (há anos eles evitam fazer algo de um fôlego só), agressivo de doer os dentes, mas com muito bom gosto e que gruda em nossos ouvidos.

Ou seja, “Scourge of the Enthroned” é um típico disco do KRISIUN, consensual com tudo que já fizeram.

Muito do impacto sonoro do disco vem de sua qualidade sonora. Se de um lado os timbres instrumentais foram escolhidos de forma que tudo seja impactante, por outro, o trabalho de Andy Classen (sim, mais uma vez ele tem a responsabilidade de trabalhar com o grupo) mostra-se primoroso, já que mesmo tão agressivo, percebe-se aquela finalização em termos de limpeza essencial. Tudo pode ser ouvido separadamente, embora soe como um murro nos tímpanos dos menos acostumados. Além disso, a capa de Eliran Kantor (que já fez trabalhos para FLESHGOD APOCALYPSE, CROWBAR, HATE ETERNAL, entre outros) é primorosa, bela e prende a atenção.

Se em “Forged in Fury” tínhamos um disco longo e mais burilado, em “Scourge of the Enthroned” temos a antítese: um disco mais curto, bruto e feroz. Mas lembrando de que a agressividade do trio nunca é gratuita, ser assim por ser. Ela surge como consequência de quem tem isso no sangue, flui de forma natural, algo que com o KRISIUN é uma marca registrada. E mesmo soando sólido, percebe-se que o grupo calibrou sua música com arranjos milimétricos, preenchendo todos os espaços.

Regida por uma velocidade estonteante, temos “Scourge of the Enthroned”, que abre o disco (e reparem bem como nas passagens rítmicas, a bateria está fantástica em termos técnicos), sendo seguida pela também veloz e explosiva “Demonic III” (os riffs das guitarras estão excelentes, bem como os solos doentios que são uma “trademark” do grupo). Com foco em uma ambientação mais densa, temos “Devouring Faith” (incrível como conseguem esta façanha mantendo a velocidade, e que vocais). A velocidade de quebrar pescoços retorna em “Slay the Prophet” (um massacre de baixo e bateria que apresentam boa técnica, embora mantendo aquela pegada rápida do trio) e de “A Thousand Graves” (outra que evita complicações, embora não esteja isenta de mudanças ritmo, e em alguns momentos, aquelas tradicionais levadas do Hardcore surgem aqui e ali). Com alguns arranjos mais rebuscados e mesmo uma estética mais elegante em termos de arranjos, “Electricide” vem para arruinar os alto-falantes, com guitarras bem sacadas. Evocando mais uma vez a velocidade extrema tradicional de seus trabalhos com vocais extremamente ferozes, temos “Abysmal Misery (Foretold Destiny)” (incrível como conseguem variar do simples ao mais complexo sem comprometer a solidez da composição em si). E fehando com chave de ouro, temos o esporro de “Whirlwind of Immortality”, que chega a deixar o ouvinte paralisado no lugar pelas passagens que grudam em nossos ouvidos (inclusive com alguns linhas melódicas interessante fluindo das guitarras).

Desta forma, fica claro que “Scourge of the Enthroned” mostra o KRISIUN em uma excelente fase, e por evitarem muitas complicações, não erram.

Candidato a um dos melhores discos de bandas brasileiras do ano.

Nota: 95%