Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Century Media Records (overseas)/ Shinigami Records (Nacional)
Nacional
Tracklist:
1. Scourge of
the Enthroned
2. Demonic III
3. Devouring
Faith
4. Slay the
Prophet
5. A Thousand
Graves
6. Electricide
7. Abysmal
Misery (Foretold Destiny)
8. Whirlwind of
Immortality
Banda:
Alex Camargo -
Baixo, vocais
Moyses Kolesne
- Guitarras
Max Kolesne -
Bateria
Ficha Técnica:
Andy Classen - Produção, mixagem, masterização
Eliran
Kantor - Artwork
Contatos:
Site Oficial: http://www.krisiun.com.br/
Assessoria:
E-mail: krisiun@krisiun.com.br
Texto: “Metal Mark” Garcia
Quando falamos em bandas
de Metal brasileiro que possuem expressão no exterior, 3 nomes são lembrados
instantaneamente: SEPULTURA, ANGRA e KRISIUN. No caso do último,
muito de seu sucesso vem não só de sua incessante atividade desde os anos 90,
seja lançando discos ou fazendo shows em tudo que é canto, mas de sua fidelidade
ao Brutal Death Metal de sempre. E essa fidelidade transpira em cada momento de
“Scourge of the Enthroned”, seu mais recente disco, que a parceria entre
a Century Media Records e a Shinigami Records nos trouxe em
lançamento nacional.
Basicamente, em termos de
sonoridade, os gaúchos apenas exploram a música a qual estão acostumados a
fazer desde os tempos de “Curse of the Evil One” (seu primeiro Split CD,
lá de 1993), embora mais bem lapidado pela sabedoria e experiência. Só que o
trio sempre sabe criar músicas e arranjos que nos envolvem, inclusive com uma
estética cuidadosa em termos de refrão. Ou seja, continua bruto, com boas
variações de ritmo (há anos eles evitam fazer algo de um fôlego só), agressivo
de doer os dentes, mas com muito bom gosto e que gruda em nossos ouvidos.
Ou seja, “Scourge of the
Enthroned” é um típico disco do KRISIUN, consensual com tudo que já
fizeram.
Muito do impacto sonoro
do disco vem de sua qualidade sonora. Se de um lado os timbres instrumentais
foram escolhidos de forma que tudo seja impactante, por outro, o trabalho de Andy
Classen (sim, mais uma vez ele tem a responsabilidade de trabalhar com o
grupo) mostra-se primoroso, já que mesmo tão agressivo, percebe-se aquela
finalização em termos de limpeza essencial. Tudo pode ser ouvido separadamente,
embora soe como um murro nos tímpanos dos menos acostumados. Além disso, a capa
de Eliran Kantor (que
já fez trabalhos para FLESHGOD
APOCALYPSE, CROWBAR, HATE ETERNAL, entre outros) é primorosa, bela e prende
a atenção.
Se em “Forged
in Fury” tínhamos um disco longo e mais burilado, em “Scourge of the Enthroned” temos a antítese: um disco mais curto,
bruto e feroz. Mas lembrando de que a agressividade do trio nunca é gratuita,
ser assim por ser. Ela surge como consequência de quem tem isso no sangue, flui
de forma natural, algo que com o KRISIUN
é uma marca registrada. E mesmo soando sólido, percebe-se que o grupo calibrou
sua música com arranjos milimétricos, preenchendo todos os espaços.
Regida por uma velocidade
estonteante, temos “Scourge of the Enthroned”, que abre o disco (e
reparem bem como nas passagens rítmicas, a bateria está fantástica em termos
técnicos), sendo seguida pela também veloz e explosiva “Demonic III” (os
riffs das guitarras estão excelentes, bem como os solos doentios que são uma “trademark”
do grupo). Com foco em uma ambientação mais densa, temos “Devouring Faith”
(incrível como conseguem esta façanha mantendo a velocidade, e que vocais). A
velocidade de quebrar pescoços retorna em “Slay the Prophet” (um
massacre de baixo e bateria que apresentam boa técnica, embora mantendo aquela pegada
rápida do trio) e de “A Thousand Graves” (outra que evita complicações,
embora não esteja isenta de mudanças ritmo, e em alguns momentos, aquelas
tradicionais levadas do Hardcore surgem aqui e ali). Com alguns arranjos mais
rebuscados e mesmo uma estética mais elegante em termos de arranjos, “Electricide”
vem para arruinar os alto-falantes, com guitarras bem sacadas. Evocando mais
uma vez a velocidade extrema tradicional de seus trabalhos com vocais
extremamente ferozes, temos “Abysmal Misery (Foretold Destiny)” (incrível
como conseguem variar do simples ao mais complexo sem comprometer a solidez da
composição em si). E fehando com chave de ouro, temos o esporro de “Whirlwind
of Immortality”, que chega a deixar o ouvinte paralisado no lugar pelas
passagens que grudam em nossos ouvidos (inclusive com alguns linhas melódicas
interessante fluindo das guitarras).
Desta forma, fica claro
que “Scourge of the Enthroned” mostra
o KRISIUN em uma excelente fase, e
por evitarem muitas complicações, não erram.
Candidato a um dos melhores discos de bandas
brasileiras do ano.
Nota: 95%
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