sexta-feira, 15 de março de 2019

METAL CHURCH - Damned If You Do


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Damned If You Do
2. The Black Things
3. By the Numbers
4. Revolution Underway
5. Guillotine
6. Rot Away
7. Into the Fold
8. Monkey Finger
9. Out of Balance
10. The War Electric


Banda:


Mike Howe - Vocais 
Kurdt Vanderhoof - Guitarras, mellotron
Rick Van Zandt - Guitarra solo 
Steve Unger - Baixo, backing vocals
Stet Howland - Bateria


Ficha Técnica:

Kurdt Vanderhoof - Engenharia, produção 
Jean Michel - Artwork


Contatos:

Assessoria: 
E-mail: 

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução: Durante a primeira metade dos anos 80, o cenário Metal norte-americano foi sendo finalmente sedimentado. As influências do Metal europeu (especialmente as bandas dos anos 70 como JUDAS PRIEST e MOTÖRHEAD, e alguma coisinha da NWOBHM), fundidas ao Hard Rock clássico e mesmo à valorização da técnica e do “approach” melodioso tão natural dos EUA resultaram em uma invasão de bandas de diferentes estados e com trabalhos musicais personalizados.

Nisso, se consolidou o que se define como US Metal, ou seja, o jeito americano de se fazer Heavy Metal tradicional. E esta escola possui muitos representantes ilustres, entre eles o quinteto de Washington METAL CHURCH, um dos responsáveis pela modernização do Heavy Metal tradicional (embora poucos creditem isso a eles), que devido à formação consolidada (mesmo com as troca de baterista que ocorreu ano passado) está vivendo uma fase incrível em termos de criatividade. Que o diga “Damned If You Do”, novo disco do quinteto recém lançado no Brasil pela Shinigami Records, inclusive com o uso de um obi.


Análise geral: É fato que o quinteto continua fazendo o mesmo Heavy Metal vigoroso dos anos 80, com ótimos refrães, e estruturado de maneira bem cuidada. O que para muitos pode parecer estagnação, para quem os conhece sabe o quanto esse “Heavy Metal preachers” são capazes de criar passagens incríveis sem mexer em sua personalidade.

Basicamente, “Damned If You Do” é uma amostra clara do que é US Metal, sem tirar ou pôr algo, e ao mesmo tempo em que avança para o futuro de cabeça erguida, se percebe que tem muito dos clássicos “Blessing in Disguise” (1989) e “The Human Factor” (1991).


Arranjos/composições: Aliás, nesse disco, tudo vai muito bem.

A banda inteira mostra um trabalho técnico de ótimo nível (sem exagerar e tornar tudo maçante), com dinamismo fluido em termos de melodias e arranjos, e cada canção foi montada com sabedoria para bater nos ouvidos e marcar o fã.

E é bom ser dito uma coisa: nada nesse disco soa repetitivo, chato ou vai fazer o ouvinte bocejar durante seus pouco mais de 45 minutos de duração.


METAL CHURCH
Qualidade sonora: Mais uma vez, o guitarrista/fundador Kurdt fez a produção de um disco da banda. Tudo para manter o equilíbrio entre peso, limpeza e agressividade sonora em alto nível. E mostrando que ele sabe o que faz, mais uma vez o encontro entre a modernidade e o clássico em termos de sonoridade é o resultado, o que realmente encaixa na proposta musical do quinteto.


Arte gráfica/capa: ironia é pouco para definir o ótimo trabalho de Jean Michel, que inclusive transparece bem o tema pesado da faixa-título. E a arte do encarte ficou muito boa, mantendo uma diagramação simples. E a versão brasileira ainda tem um obi, ou seja, aquele papel lateral que tem informações do disco, que são muito comuns no mercado japonês.


Destaques musicais: Quando se fala nesse quinteto tão experiente, é preciso entender que a injustiça de não terem sido gigantes nos anos 80 não lhes tira seus méritos ou a capacidade de criarem canções marcantes e de alto nível, e talvez o METAL CHURCH seja um dos melhores nomes do cenário norte-americano. E se destacam as seguintes canções:

“Damned If You Do”: uma canção com uma ambientação bem agressiva e mesmo soturna, com um trabalho de peso de baixo e bateria, sem mencionar o refrão que não desgruda dos ouvidos.

“The Black Things”: novamente, o grupo tem um jeito mais soturno em alguns momentos, com crescendos ótimos no refrão. E isso mostra a versatilidade dos vocais, que estão excelentes no disco inteiro.

“By the Numbers”: é incrível ver essa energia, essa pegada juvenil em uma banda tão experiente. Ótimo equilíbrio entre as linhas melódicas e a força agressiva das guitarras nos riffs.

“Revolution Underway”: aqui surge o lado mais influenciado pelas melodias do Hard Rock clássico, algo típico dos anos 80. Só que o jeito em que eles arranjaram a canção permite que a canção soe atual, cheia de vida e com vocais excelentes mais uma vez.

“Guillotine”: desta vez, eles foram buscar um jeito mais voltado à época de “The Dark”, onde melodias do Metal tradicional são mixadas com uma agressividade moderna quase thrashy, Mais um ótimo refrão, e que belas mudanças de ritmo!

“Rot Away”: mais uma em que linhas melódicas se misturam à agressividade sonora sem destoar. O ritmo não tão veloz permite que tanto os vocais mostrem mais um ótimo trabalho, se encaixando muito bem na colcha instrumental.

“Into the Fold”: esta parece ir buscar lá na primeira metade dos anos 80 a energia e elegância típicas de quando o rótulo Power Metal era usado para definir o que o cenário norte-americano produzia. Boas variações harmônicas e mais um refrão grudento.

“Monkey Finger”: então, surge a influência do Metal germânico (à lá ACCEPT) no trabalho do grupo por conta dos tempos mais lentos e backing vocals que culminam em um refrão muito legal.

“Out of Balance”: se o leitor sabe o que significa “ter um andamento que empolga”, vai entender essa canção e assimilá-la sem problema algum. Melodias mais simples e ótimas conduções de baixo e bateria são os pontos fortes.

“The War Electric”: Encerramento com níveis de adrenalina altíssimos. Uma pancadaria que também é mais simples, onde os vocais estão ótimos, mas sem desmerecer o trabalho de peso de baixo e bateria.


Conclusão: O METAL CHURCH continua forte e vigoroso, lançando mais um disco que merece aplausos. Sim, “Damned If You Do” é um daqueles discos que merecem ser ouvidos no “repeat”, pois os "Heavy Metal Preachers" estão com todo gás!

Mais um para o Top10 de muitos ao final do ano.

Nota: 100%


Damned If You Do



By the Numbers



Out of Balance



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