segunda-feira, 30 de julho de 2018

THE NIGHT FLIGHT ORCHESTRA - Sometimes the World Ain’t Enough


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. This Time
2. Turn to Miami
3. Paralyzed
4. Sometimes the World Ain’t Enough
5. Moments of Thunder
6. Speedwagon
7. Lovers in the Rain
8. Can’t Be That Bad
9. Pretty Thing Closing In
10. Barcelona
11. Winged and Serpentine
12. The Last of the Independent Romantics
13. Marjorie (Bonus Track)


Banda:



Björn Strid - Vocais
David Andersson - Guitarras
Sebastian Forslund - Guitarras
Sharlee D’Angelo - Baixo
Richard Larsson - Teclados, percussão
Jonas Källsbäck - Bateria


Ficha Técnica:

Åsa-Hanna Carlsson - Violoncelo
Anna Brygard - Backing vocals
Anna-Mia Bonde - Backing vocals
Sebastian Forslund - Mixagem
Thomas “PLEC” Johansson - Masterização
Carlos Del Olmo Holmberg - Artwork, fotografia
Bengan Andersson - Engenharia sonora
Richard Larsson - Arranjos (cordas)


Contatos:

Site Oficial:
Assessoria:

E-mail:

Texto: M. Garcia


Nos dias atuais, onde downloads ilegais e plataformas digitais combaliram as gravadoras (e o Metal, por conseqüência), é inusitado ver uma banda lançando discos anualmente, ou mesmo bienalmente. E fugir à regra nos causa espanto, mas no caso dos suecos do THE NIGHT FLIGHT ORCHESTRA, a criatividade parece infindável. É tamanha que pouco mais de um ano depois do ótimo “Amber Galactic”, já temos em mãos um disco novo deles, “Sometimes the World Ain’t Enough”, que já chegou ao Brasil via Shinigami Records/Nuclear Blast Brasil.

Basicamente, o estilo deles não mudou muito de “Internal Affairs” (primeiro disco da banda, de 2012), ou seja, é um misto de Hard Rock clássico dos anos 70 com muito de Pop Music e AOR daqueles tempos, mais o evidente Groove da Soul Music/Funk de grupos da finada gravadora Motown americana, mas sem que soe datado. Ou seja, melodias bem feitas e que grudam nos ouvidos, cada refrão que é coisa de doido de tanto bom gosto, backing vocals femininos bem encaixados, boa técnica musical, enfim, um trabalho excelente. No fundo, se alguém achou que “Sometimes the World Ain’t Enough” era sobra de estúdio, ou errou no palpite ou mesmo aquilo que eles acham que é resto é formidável!

A atualização que se percebe nas canções do sexteto vem diretamente do ótimo trabalho da produção. A engenharia, mixagem e masterização foram concebidas de tal forma que o grupo parece mesmo um grupo dos anos 70 gravando um disco nos dias de hoje, inclusive com uma timbragem bem escolhida, com um som orgânico, mas bem feito e com as vantagens dos métodos digitais. Tudo soa perfeito, e nem falamos dessa arte que nos remete ao passado, mas com uma boa dose de presente.

O THE NIGHT FLIGHT ORCHESTRA cria músicas que atingem os saudosistas do passado e novos fãs, graças à sua criatividade. Soa retrô e atual da mesma forma, criando algo diferente do usual. Além disso, como sua música realmente nos conquista. Até os mais chatos dos críticos musicais se renderam à “Sometimes the World Ain’t Enough”, logo, se você não for daqueles que quer manter uma pose para outros verem, vai se render e dançar como nunca ao som deles.

Destaques nesse disco? Tás brincando comigo? É melhor que desistam, pois NÃO DÁ, cacilda!

São 12 canções excelentes, cada uma delas com seu próprio valor, e todas justinhas!

“This Time” tem um climão Pop/Hard Rock fenomenal, com linhas melódicas e um refrão incrível (que vocais de primeira, fora os backing femininos), o grude instantâneo de “Turn to Miami” (outra com refrão de primeira, mais teclados em arranjos bem anos 70) e de “Paralyzed” (aqui, o trabalho de baixo e bateria mostra-se firme e com boa técnica). Em “Sometimes the World Ain’t Enough”, já temos uma canção mais voltada ao Pop do iniciozinho dos anos 80, novamente com baixo e bateria se destacando. Rebuscando elementos que se ouvem nas trilhas sonoras de filmes lá dos anos “vocês já sabem quais” (me perdoem, mas repetir “anos 70” toda hora fica carregado) é a melodiosa e terna “Moments of Thunder” (definitivamente, ótimas linhas vocais), mesmos elementos presentes em “Speedwagon” (essa já mais rocker, graças às guitarras, e que belos duetos) e na chicletosa “Lovers in the Rain” (e tome melodias que não se consegue esquecer). Se vocês gostam de algo que possa misturar Pop e Groove em boas medidas, é certo que “Can’t Be That Bad” foi feita para seus ouvidos, enquanto o ritmo um pouco mais comportado (mas igualmente envolvente) de “Pretty Thing Closing In” vai vencendo a resistência (reparem no uso dos backing vocals bem sacado no refrão). Voltando a fazer referência os tempos áureos da Disco Music e seus sucessos, temos a ótima “Barcelona” (lembrando que, na época, era comum o uso de elementos dançantes em quase tudo para ganhar o mercado). Pulando de volta ao Pop com certo toque de AOR, temos a beleza de “Winged and Serpentine”, com mais expressão das guitarras. E “The Last of the Independent Romantics” vem derrubar nossa resistência com mais Pop/AOR tímpanos adentro. Ah, sim: a versão nacional ainda tem um bônus, “Marjorie”.

Podem confiar no THE NIGHT FLIGHT ORCHESTRA, e acreditem: “Sometimes the World Ain’t Enough” não é apenas um dos grandes discos do ano, mas poderia ser um tiro tanto no SOILWORK como no WITCHERY, ARCH ENEMY e SPIRITUAL BEGGARS, pois poderiam perder seus músicos (para quem não sabem, o sexteto é um projeto do vocalista Björn Strid do primeiro grupo com o baixista Sharlee D’Angelo, que toca nos três últimos).

E depois que se termina de ouvir esse disco, soa nos ouvidos a voz dizendo “eu avisei...” (citação ao colega Ricardo Batalha, da Roadie Crew, quando se fala nesse disco).

Nota: 100+%