Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Skoll Records
Importado
Tracklist:
1. Auf Bifrösts Rücken
2. Urgewalt
3. Ägirs Zorn
4. Wilde Jagd
5. Muspellheim
6. Auf Neue Lande
7. Funkenflug
8. Freyhall
Banda:
Wieland - Todos os
instrumentos, vocais
Ficha Técnica:
Wieland - Produção,
mixagem, masterização
Contatos:
Site Oficial: www.nebelhorn-vikingmetal.de
Assessoria: http://www.metalmessage.de/Promotion_NEBELHORN.php
(Metal Message)
E-mail: wieland@nebelhorn-vikingmetal.de
Texto: Marcos Garcia
O cenário alemão do Metal após os anos 80, para muitos,
aparenta ter dado uma resfriada em termos de novos nomes. Uma ilusão, pois a
Alemanha continua sendo uma terra que dá ao mundo ótimas bandas, mesmo quando
estas permanecem nas profundezas do underground. E um ótimo exemplo é o NEBELHORN, que chega com seu terceiro álbum, “Urgewalt”.
O estilo do grupo (na realidade, uma “one man band”, tendo
em Wieland seu mentor) é o bom e
velho Viking Black Metal, ou seja, aquela mistura do uso de melodias
viking/pagãs com a crueza e rispidez do Black Metal. Óbvio que nomes como ENSLAVED em seu início, FALKENBACH e outros servem para
ilustrar, mas o NEBELHORN é um veterano,
que sabe o que faz e nos apresenta uma música bem agressiva, climática e cheia
de belas melodias. Basicamente, é ouvir e gostar, pois é algo que realmente
agrada os ouvidos e a mente.
Traduzindo: “Urgewalt”
é uma experiência musical muito boa, e que transcende a música em si.
Wieland tomou
conta de tudo em termos de produção. E “Urgewalt”
busca aquelas sonoridades mais cruas e sujas do início do Viking Metal, uma
referência às origens. Mas é bom que fique claro: além de estar bem
compreensível (não há nada que não se entenda, especialmente as partes de
teclado), a dita “estética do feio” encaixa perfeitamente na música do grupo. Não
há outra possibilidade sonora que seja tão boa assim para o que se ouve nesse
disco.
Ouvir o NEBELHORN
é um imenso prazer em tempos atuais, onde ou temos superproduções sonoras que
deixam os discos um pouco artificiais, ou quando falar com orgulho de suas
origens virou um pecado capital aos olhos de muitos. As músicas não são muito
longas (exceto por “Auf Neue Lande”
e “Funkenflug”, ambas transcendendo
os 7 minutos de duração), usam solos de guitarra vez por outra, e evitam serem
complexas demais (mas serem simplistas). Há uma mente pensante por trás do
grupo, mas esta mente pensante cria algo espontâneo.
“Auf Bifrösts Rücken”
é uma introdução épica, que vai aclimatando o ouvinte para a ríspida “Urgewalt”, que usa a crueza do Black Metal
permeada por melodias viking (reparem no contraste entre os tons rasgados com
vocais pagãos). Sons de chifres e teclados dão um toque pagão aos andamentos
mais lentos e cheios de ótimas melodias de “Ägirs
Zorn” (mas existem partes rápidas que tornam tudo ainda mais interessante
para o ouvinte). Um assalto viking raivoso e permeado por estruturas harmônicas
interessantes é ouvido na criativa “Wilde
Jagd” (aquele clima denso e introspectivo característico do estilo surge em
muitos momentos). Em “Muspellheim”, a
opção é por algo mais agressivo (sem perder a essência do grupo), onde as
guitarras despejam riffs incríveis, e que passagens opressivas. Mais arrastada
e carregada de feeling denso, temos “Auf
Neue Lande”, onde baixo e bateria mostram sua força na base rítmica (e
reparem na intervenção melódica dos solos de guitarra), mesmos elementos que
surgem em “Funkenflug” (aonde a melancolia chega a ser palpável em
certos momentos, e mais uma vez, ótimos vocais). E fechando, a instrumental “Freyhall” mostra uma essência bem mais
folk, graças ao uso de flautas e partes
refreadas (mais uma vez, as guitarras mostram riffs e solos muito bons).
Mesmo sem querer ser revolucionário, se percebe que o NEBELHORN tem muito a oferecer
musicalmente. E “Urgewalt” é um
disco obrigatório aos fãs do gênero.
Nota: 91%