segunda-feira, 25 de março de 2019

KIKO SHRED - Royal Art


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. I Will Cast No More (Pearls Before the Swine)
2. Achemy’s Fire
3. Merlin’s Magic
4. Straight Ahead
5. Royal Art
6. Over the Edge
7. Tébas
8. Mortal
9. The Knights of the Round
10. Cagliostro


Banda:


Kiko Shred - Guitarras
Mario Pastore - Vocais
Lucas Tagliari Miranda - Bateria 
Will Costa - Baixo


Ficha Técnica:

Andria Busic - Produção, gravação, mixagem
Márcio Edit - Masterização
Michael Vescera - Vocais em “Straight Ahead”
Tristan Greatrex - Arte
Alcides Burn - Arte, encarte


Contatos:

Site Oficial:
Instagram:
Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

Tudo que se possa imaginar em termos de Metal e Rock que existe no exterior será encontrado no Brasil. Há certo paralelo em termos estilísticos, só que o músico brasileiro é capaz de impor a latinidade musical do país naquilo que está fazendo.

Nisso, percebe-se que o guitarrista KIKO SHRED (que costuma acompanhar os cantores Tim “Ripper” Owens e Mike Vescera) tem brios e nos brinda com um trabalho musical excelente em “Royal Art”, seu terceiro disco, recém lançado pela Heavy Metal Rock Records.


Análise geral:

Em termos práticos, o trabalho que se ouve é voltado ao Hard Rock virtuoso nas guitarras, algo no formato neoclássico que Yngwie Malmsteen costumava apresentar lá no início de sua carreira solo. Ou seja, as seis cordas têm seu destaque, mas existe espaço para todos os músicos brilharem, mesmo porque seria desperdício não dar espaço a músicos como Mario Pastore, Lucas Tagliari Miranda, e Will Costa. Ainda é preciso dizer que Kiko, apesar do virtuosismo, evita exibições auto-indulgentes que cansaria os fãs comuns, ou seja, prefere focar suas energias em algo mais homogêneo, compacto e bem feito.

Mas cuidado: há bem mais nesse disco do que os ouvidos podem captar e assimilar em uma única audição.


Arranjos/composições:

Como dito acima, “Royal Art” vem com um jeito musical virtuoso, mas que em geral é acessível aos ouvidos dos fãs comuns, longe de malabarismos excessivos que só são entendidos por guitarristas. Óbvio que nas canções instrumentais Kiko bota para fora toda sua expressividade neoclássica, mas quando os vocais estão presentes, percebe-se a necessidade de compor e arranjar canções bem, e que esbanjem espontaneidade, mas que fiquem distantes da egolatria. Aliás, a dinâmica entre os instrumentos e vocais é excelente, sem falar que cada refrão foi composto de forma que não saia mais da cabeça dos ouvintes.

Pode-se dizer que este é um disco maduro, pesado e extremamente agradável a todos.


Qualidade sonora:

Apesar de soar um pouco mais cru que o necessário, a sonoridade de “Royal Art” ficou muito boa, clara e definida de forma que se entenda bem o que é tocado. A timbragem também ajuda bastante, pois tudo soa o mais próximo possível da simplicidade, sem criar algo que soe mecânico.


Kiko Shred
Arte gráfica/capa:

O trabalho em termos de design é lindo, focando em timbres escuros de azul, com uma apresentação que chama a atenção do ouvinte. Além disso, o encarte ficou muito belo, com boa diagramação.


Destaques musicais:

O bom gosto que se ouve durante todas as canções de “Royal Art” é tamanho que vai deixar muitos de boca aberta.

Os melhores momentos:

“I Will Cast No More (Pearls Before the Swine)”: Um trabalho musical simples e funcional, mas cativante, com melodias sinuosas e ótimo trabalho técnico de baixo e bateria.

“Achemy’s Fire”: Falar dos vocais seria algo desnecessário, mas estão ótimos com todo seu “set” de timbres. A canção mais uma vez é um hardão típico dos anos 80, com uma ambientação alto astral e um refrão ótimo.

“Merlin’s Magic”: Uma senhora instrumental, pois as mudanças de atmosfera, os solos de guitarra melodiosos e expressivos, tudo funciona e não deixa o ouvinte entediado.

“Straight Ahead”: Novamente excelentes mudanças de ritmo, boa técnica de baixo e bateria, mas a participação especial de Mike Vescera dá uma valorizada e tanto. E que riffs de primeira!

“Royal Art”: Outra faixa instrumental, mas nesta, a técnica das guitarras no solo é ótima, mas não retira da música em si um toque bem evidente de acessibilidade musical.

“Tébas”: Toda vocação melódica de Kiko aflora nessa instrumental, que não deixa de ter sua influência neoclássica, mas as harmonias são simples e fáceis de serem digeridas por aqueles que não são chegados a este tipo de faixa em especial.

“Mortal”: Basicamente, um Heavy/Power Metal dos anos 90, com forte presença de teclados, mas os vocais são de uma expressividade incrível (coisa para quem sabe interpretar).


Conclusão:

Pode-se dizer que “Royal Art” é um disco e tanto, merece aplausos. E se Kiko é (com todo respeito) cria do estilo neoclássico de Malmsteen, ele já superou o mestre, pois sabe equilibrar seu virtuosismo com o lado de compositor.

Ah, sim: um disco de um guitarrista feito para todos os fãs de bom gosto, independente de qualquer coisa.

Nota: 88%


I Will Cast No More (Pearls Before the Swine)