Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Heavy Metal Rock Records
Nacional
Tracklist:
1. I Will Cast No More (Pearls Before the Swine)
2. Achemy’s Fire
3. Merlin’s Magic
4. Straight Ahead
5. Royal Art
6. Over the Edge
7. Tébas
8. Mortal
9. The Knights of the Round
10. Cagliostro
Banda:
Kiko Shred -
Guitarras
Mario Pastore
- Vocais
Lucas
Tagliari Miranda - Bateria
Will Costa -
Baixo
Ficha
Técnica:
Andria Busic
- Produção, gravação, mixagem
Márcio Edit -
Masterização
Michael
Vescera - Vocais em “Straight Ahead”
Tristan
Greatrex - Arte
Alcides Burn
- Arte, encarte
Contatos:
Site Oficial:
Instagram:
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal
Mark” Garcia
Introdução:
Tudo que se
possa imaginar em termos de Metal e Rock que existe no exterior será encontrado
no Brasil. Há certo paralelo em termos estilísticos, só que o músico brasileiro
é capaz de impor a latinidade musical do país naquilo que está fazendo.
Nisso,
percebe-se que o guitarrista KIKO SHRED
(que costuma acompanhar os cantores Tim “Ripper”
Owens e Mike Vescera) tem brios
e nos brinda com um trabalho musical excelente em “Royal Art”, seu terceiro
disco, recém lançado pela Heavy Metal
Rock Records.
Análise geral:
Em termos
práticos, o trabalho que se ouve é voltado ao Hard Rock virtuoso nas guitarras,
algo no formato neoclássico que Yngwie
Malmsteen costumava apresentar lá no início de sua carreira solo. Ou seja,
as seis cordas têm seu destaque, mas existe espaço para todos os músicos
brilharem, mesmo porque seria desperdício não dar espaço a músicos como Mario Pastore, Lucas Tagliari Miranda,
e Will Costa. Ainda é preciso dizer que Kiko, apesar do virtuosismo, evita exibições auto-indulgentes que cansaria os fãs comuns, ou seja, prefere focar suas energias em algo mais homogêneo, compacto e bem feito.
Mas cuidado:
há bem mais nesse disco do que os ouvidos podem captar e assimilar em uma única
audição.
Arranjos/composições:
Como dito
acima, “Royal Art” vem com um jeito musical virtuoso, mas que em geral
é acessível aos ouvidos dos fãs comuns, longe de malabarismos excessivos que só
são entendidos por guitarristas. Óbvio que nas canções instrumentais Kiko bota para fora toda sua
expressividade neoclássica, mas quando os vocais estão presentes, percebe-se a
necessidade de compor e arranjar canções bem, e que esbanjem espontaneidade,
mas que fiquem distantes da egolatria. Aliás, a dinâmica entre os instrumentos
e vocais é excelente, sem falar que cada refrão foi composto de forma que não
saia mais da cabeça dos ouvintes.
Pode-se dizer
que este é um disco maduro, pesado e extremamente agradável a todos.
Qualidade sonora:
Apesar de
soar um pouco mais cru que o necessário, a sonoridade de “Royal Art” ficou muito boa, clara e definida de forma que se
entenda bem o que é tocado. A timbragem também ajuda bastante, pois tudo soa o
mais próximo possível da simplicidade, sem criar algo que soe mecânico.
O trabalho em
termos de design é lindo, focando em timbres escuros de azul, com uma
apresentação que chama a atenção do ouvinte. Além disso, o encarte ficou muito
belo, com boa diagramação.
Destaques musicais:
O bom gosto
que se ouve durante todas as canções de “Royal
Art” é tamanho que vai deixar muitos de boca aberta.
Os melhores
momentos:
“I Will Cast No More
(Pearls Before the Swine)”: Um trabalho musical simples e funcional, mas cativante,
com melodias sinuosas e ótimo trabalho técnico de baixo e bateria.
“Achemy’s Fire”: Falar dos vocais seria algo
desnecessário, mas estão ótimos com todo seu “set” de timbres. A canção mais
uma vez é um hardão típico dos anos 80, com uma ambientação alto astral e um
refrão ótimo.
“Merlin’s Magic”:
Uma senhora
instrumental, pois as mudanças de atmosfera, os solos de guitarra melodiosos e
expressivos, tudo funciona e não deixa o ouvinte entediado.
“Straight Ahead”: Novamente excelentes mudanças de
ritmo, boa técnica de baixo e bateria, mas a participação especial de Mike Vescera dá uma valorizada e tanto.
E que riffs de primeira!
“Royal Art”: Outra faixa instrumental, mas nesta,
a técnica das guitarras no solo é ótima, mas não retira da música em si um
toque bem evidente de acessibilidade musical.
“Tébas”: Toda vocação melódica de Kiko aflora nessa instrumental, que não
deixa de ter sua influência neoclássica, mas as harmonias são simples e fáceis
de serem digeridas por aqueles que não são chegados a este tipo de faixa em
especial.
“Mortal”: Basicamente, um Heavy/Power Metal dos
anos 90, com forte presença de teclados, mas os vocais são de uma
expressividade incrível (coisa para quem sabe interpretar).
Conclusão:
Pode-se dizer
que “Royal Art” é um disco e tanto,
merece aplausos. E se Kiko é (com
todo respeito) cria do estilo neoclássico de Malmsteen, ele já superou o mestre, pois sabe equilibrar seu
virtuosismo com o lado de compositor.
Ah, sim: um
disco de um guitarrista feito para todos os fãs de bom gosto, independente de
qualquer coisa.
Nota: 88%
I Will Cast No
More (Pearls Before the Swine)