domingo, 27 de maio de 2018

HEAVATAR - Opus II - The Annihilation


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. None Shall Sleep
2. Into Doom
3. Purpose of a Virgin Mind
4. Hijacked by Unicorns
5. The Annihilation
6. Wake Up Now!
7. A Broken Taboo
8. An Awakening
9. A Battle Against All Hope
10. A Look Inside
11. Metal Daze (Manowar cover)
12. The Look Inside (orchestral)


Banda:


Stefan Schmidt - Guitarra base, vocais
Sebastian Scharf - Guitarra solo
Daniel Wicke - Baixo
Jörg Michael - Bateria


Ficha Técnica:

Heavatar - Produção, mixagem
Stefan Schmidt - Produção, mixagem
Jurgen Jusk - Masterização
Dan Lind - Arte da capa, design
Petter Olsson - Teclados, efeitos
Robin Matsson - Arranjos de cordas


Contatos:

Site Oficial: http://heavatar.net/
Assessoria:

E-mail:

Texto: Marcos Garcia


Quando uma banda nova tem em sua formação integrantes já reconhecidos dentro do cenário musical, as comparações são imediatas. È comum expectativa de como a banda vai soar. Imagine isso quando um dos músicos tem vasta experiência e já tocou em nomes muito conhecidos. O nível de cobrança chega às nuvens!

É basicamente com isso que o quarteto alemão HEAVATAR, a nova banda de Stefan Schmidt (do VAN CANTO) e de Jörg Michael (do HEADHUNTER, ex-membro de bandas com STRATOVARIUS, RUNNING WILD e RAGE), tem que lidar. Mas graças aos esforços da Shinigami Records, temos em mãos a versão nacional de “Opus II: The Annihilation”, e assim, tirar as dúvidas.

No fundo, o que encontramos no disco é o bom e velho Heavy/Power Metal germânico, só que com uma roupagem mais moderna e pesada, mesmo com muitos inserts de música clássica (que chegam a ser referenciados no encarte do CD em cada música onde eles são encontrados). Óbvio que se você procurar bumbos constantemente à velocidade da luz, vocais agudos, pode ter uma certeza: não os encontrará por aqui com frequência (os vocais agudos, nem pensar). A vocação do grupo é mesmo pegar pesado, de forma mais agressiva, mas com as linhas melódicas do Power Metal. A técnica instrumental levada às últimas consequências também não é a tônica do trabalho, embora o quarteto tenha um bom nível técnico. O foco é criar músicas sólidas, e com excelentes melodias. Embora outros grupos já tenham feito algo semelhante, o HEAVATAR tem talento e se diferencia.

Em termos de produção, como dito, o grupo optou por uma sonoridade mais agressiva e moderna, que lhes permita soar mais pesados. Mas de forma algum estão com o som confuso, longe disso: está bem limpo, garantindo que o ouvinte entenderá o que é tocado sem dificuldades. Eles souberam balancear bem peso, melodia, agressividade e clareza sonora. E a arte da capa e design ficaram muito bons, embora seja algo já usado à exaustão.

Bons arranjos, músicas pesadas, melodias que entram nos ouvidos... Uma velha fórmula em termos de Metal, mas que nas mãos do HEAVATAR ganhou vida. O peso é tamanho que tem horas que esbarram no Thrash Metal (basta ouvir algumas passagens de “None Shall Sleep” e comprovarão o que digo). Mas é muito bom, e eles sabem dar uma diferenciada em sua música (novamente: não existem novatos no grupo).

Os melhores momentos do disco são: o peso agressivo das guitarras em “None Shall Sleep” (cheia de bases de primeira, solos melodiosos, e melodias sinuosas), o a essência do Power Metal clássico alemão de “Into Doom” (ótimo trabalho de baixo e bateria, backing vocals muito certinhos, com alguns bumbos mais velozes aparecendo), a empolgante e pesada “Purpose of a Virgin Mind” (bons duetos de guitarras, e as guitarras com timbres brutos destilam harmonias bem feitas), a cadência melodiosa criativa de “Hijacked by Unicorns”, os inserts de Beethoven na bruta e opressiva “The Annihilation” (uma prova do quanto o Metal tem ligações com a música clássica, sem mencionar o belo refrão), “An Awakening” e toda sua aura folk/pagan (belos vocais femininos), e na curta e bela “A Look Inside”. Mas ainda temos duas faixas bem interessantes: a versão bem pessoal do quarteto para “Metal Daze” do MANOWAR, que tem uma pegada pesadíssima e cheia de energia, mas respeitando a versão clássica; além de uma longa versão cheia de partes orquestrais para “The Look Inside” (de pouco mais de 2 minutos, chega a mais de 13, mas sempre com uma beleza ímpar).

Um disco muito bom, que vale a pena ouvir com toda calma do mundo, mas garanto: o HEAVATAR ainda vai dar muitas alegrias aos fãs. Por enquanto, “Opus II - The Annihilation” é um senhor lançamento.

Nota: 85%

WE SELL THE DEAD - Heaven Doesn’t Want You and Hell is Full


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. The Body Market
2. Echoes of an Ugly Past
3. Leave Me Alone
4. Imagine     
5. Turn It Over
6. Too Cold to Touch
7. Trust
8. Pale and Perfect
9. Silent Scream


Banda:


Apollo Papathanasio - Vocais
Niclas Engelin - Guitarras
Jonas Slättung - Baixo, vocais
Gas Lipstick - Bateria


Ficha Técnica:

Oscar Nilsson - Mixagem, masterização, engenharia
Dan Lind - Arte da capa, design
Petter Olsson - Teclados, efeitos
Robin Matsson - Arranjos de cordas


Contatos:

Assessoria:

E-mail:


Texto: Marcos Garcia


Vez por outra, quando músicos experientes começam um trabalho paralelo às suas bandas principais, é bom que os fãs se preparem, pois podem se decepcionar, já que em geral, eles buscam similaridades com os trabalhos das bandas que já conhecem. Por isso, é bom que se tome cuidado. Mas mesmo com a decepção dos mais fanáticos, em geral, encontramos trabalhos bem legais, que apenas distam das bandas já estabelecidas. Mas teria graça se os músicos se repetissem?

Por isso, é bom que se tome cuidado quando ouvirem “Heaven Doesn’t Want You and Hell is Full”, primeiro disco do quarteto sueco WE SELL THE DEAD, que acaba de chegar ao Brasil pela Shinigami Records.

No quarteto, só existem músicos experientes, mas os nomes de Niclas Engelin (guitarrista do IN FLAMES), Apollo Papathanasio (vocalista do SPIRITUAL BEGGARS), e Gas Lipstick (ex-baterista do HIM) podem dar uma ideia errônea do que a banda faz. Em “Heaven Doesn’t Want You and Hell is Full”, o grupo foca suas energias em um Metal tradicional à lá BLACK SABBATH da fase pós-Hughes com algo de Hard Rock clássico, e muito da estética do Gothic Rock. Óbvio que é diferente do usual ou do que todos poderiam esperar, e por isso, é muito bom.

Em termos de qualidade sonora, o disco é um tiro certo: não existe nada em termos de produção sonora que não tenha ficado extremamente bem cuidado. Tudo soa claro e compreensível, mas ao mesmo tempo, pesado e intenso. E como o disco tem uma forte carga emotiva, bem dizer melancólica, necessitava de algo encorpado, e eles conseguiram. Além disso, a arte visual acompanha todo o conceito musical da banda, priorizando tons de preto, branco e cinza em contrastes com vermelho, além da “cartoonização” dos membros da banda na capa e na arte do encarte ficou ótima.

Apesar de ser o primeiro disco do WE SELL THE DEAD, o quarteto já chegou com tudo, mostrando um trabalho realmente criativo, com linhas melódicas até simples, mas sempre carregadas de feeling. E isso tudo, apoiado na experiência dos integrantes tornam “Heaven Doesn’t Want You and Hell is Full” uma experiência e tanto. Aliás, é ouvir e gostar, não tem como, já que a banda capricha nos arranjos.

Usando uma visão melancólica Vitoriana ao mundo atual, as letras são excelentes, mostrando a realidade atual do ser humano. Sim, o disco tem todo jeito de seguir uma linha conceitual, logo, se preparem. A densa e pesada “Echoes of an Ugly Past” é uma faixa pesada, densa e cheia de passagens Doom Metal pesadas, mas revestidas de elegância (e que vocais maravilhosos). Já usando de uma estética toda Pos Punk/Gothic em cima de um andamento pesado, temos “Leave Me Alone”, que vai seduzindo o ouvinte com suas melodias bem introspectivas (e temos riffs bem simples, mas muito bem pensados). Já extrapolando na melancolia e introspecção, temos algo bem próximo ao Gothic Rock em “Imagine” (mais um belo trabalho dos vocais, com bons backing vocals). Indo ainda mais fundo no lado Gothic em algumas partes, “Turn It Over” mostra algo bem mais acessível (e com um trabalho simples, mas pesado, de baixo e bateria). Usando de arranjos de pianos muito belos, temos a balada “Too Cold to Touch”, que é bem diferente do contexto do álbum, mas que ficou uma joia rara (e que nos dá uma mostra da versatilidade dos vocais). Mixando peso e melancolia com maestria, temos “Trust”, outra pérola valiosa com melodias introspectivas simples. Rebuscando o lado mais pesado e bruto do grupo (sem que as melodias sejam obliteradas), temos “Pale and Perfect”, outra em que o feeling denso que permeia o disco está bem evidente nas guitarras, e são os mesmos elementos de “Silent Scream”, embora esta esteja com uma aclimatação ainda mais melancólica, fechando o disco com chave de ouro. Só não se menciona The Body Market” porque a mesma é uma introdução.

Eles já começaram por cima com “Heaven Doesn’t Want You and Hell is Full”, e podemos considerar o WE SELL THE DEAD como um dos mais fortes candidatos ao posto de revelação de 2018 com certeza.

Nota: 98%