quinta-feira, 16 de maio de 2019

POSSESSED - Revelations of Oblivion


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Chant of Oblivion
2. No More Room in Hell
3. Dominion
4. Damned
5. Demon
6. Abandoned
7. Shadowcult
8. Omen
9. Ritual
10. The Word
11. Graven
12. Temple of Samael


Banda:

Jeff Becerra - Vocais
Daniel Gonzalez - Guitarras
Claudeous Creamer - Guitarras
Robert Cardenas - Baixo
Emilio Marquez - Bateria


Ficha Técnica:


Jeff Becerra - Produtor
Daniel Gonzalez - Co-Produtor
Peter Tägtgren - Mixagem, masterização
Zbigniew Bielak - Arte da capa


Contatos:

Site Oficial: www.possessedofficial.com
Facebook: www.facebook.com/possessedofficial
Instagram: https://www.instagram.com/possessed_official
Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

Quem criou o Death Metal, afinal de contas?

Eis a pergunta que nunca terá uma resposta satisfatória. As teses são múltiplas, e a documentação escassa. Mas há um consenso que DEATH e MASTER (quando ainda era chamado DEATH STRIKE) são pioneiros, mas a verdade é que o quarteto POSSESSED, de San Francisco (Califórnia), foi o primeiro a lançar um disco que se tornou uma das fundações do gênero, o clássico “Seven Churches” (1985). Mas mesmo com isso, a banda se dizia “uma banda de Thrash Metal influenciada por EXODUS e bandas de Hardcore” (conforme uma antiga Rock Brigade de 1987), o que ficaria bem evidente em “Beyond the Gates” (1986) e em “The Eyes of Horror” (EP de 1987).

Deixando de lado qualquer polêmica sobre isso, a grande pergunta desse review é: a que o POSSESSED vem com “Revelations of Oblivion”, seu primeiro álbum depois de 31 anos de seu último disco oficial?

Todos podem conferir, pois a Shinigami Records em conjunto com a Nuclear Blast Brasil lançaram esta pedrada por aqui.


Análise geral:

POSSESSED

É preciso passar uma borracha no que o grupo fez em “Beyond the Gates” e “The Eyes of Horror”, pois apesar de alguns toques Thrash Metal aqui e ali (que lhes eram tão naturais que chegaram a ser comparados aos SLAYER entre 1985 e 1986), “Revelations of Oblivion” pode ser dito uma continuação do Death Metal clássico do grupo.

Basicamente, pode-se dizer que Jeff Becerra (vocalista e único membro da formação clássica do grupo) conseguiu pegar a essência musical do POSSESSED daqueles tempos e trazer para a atualidade, mas sem que soe datado.

Sim, é o mais puro Old School Death Metal, o mesmo que fez com que nomes como MORBID ANGEL, CANNIBAL CORPSE, BOLT THROWER e outros começassem a despedaçar ouvidos.


Arranjos/composições:

O estilo do grupo (hoje um quinteto) não tem erros, pois fazer Old School Death Metal não chega a ser difícil. Mas a criatividade em termos de arranjos mostrada aqui é prova de que os outros membros da banda têm espaço para destilarem suas idéias.

Sim, é o som do POSSESSED, mas adornado com as influências novas, que dão um frescor de novidade a “Revelations of Oblivion”. Aliás, é bom que se diga que o aspecto técnico ficou ótimo, mas sem criar algo que destoe do passado.


Qualidade sonora:

A escolha por Peter Tägtgren para cuidar da mixagem e masterização se mostrou acertada, criando uma aura nova e fresca para as canções, criando uma sonoridade que é brutal e agressiva, mas que permite que tudo soe claro e audível sem esforços extra.

O mais interessante são os timbres: embora soem modernos e claros, existem alguns (como os dos tons da bateria durante as viradas) soam próximos aos de “Seven Churches” em alguns momentos.


Arte gráfica/capa:

A arte de Zbigniew Bielak ficou muito bem trabalhada, dando a idéia de que o conteúdo musical é um pandemônio (o que não é irreal). Muito bonita, verdade seja dita.

POSSESSED ao vivo


Destaques musicais:

É bom que se evite buscar algo dos discos anteriores da banda em “Revelations of Oblivion”. O disco é um murro nos ouvidos, o mais puro Old School Death Metal possível feito com uma estética moderna e fresca. Mas as músicas são ótimas, todas elas.

No More Room in Hell: uma faixa veloz e brutal de abertura, como o grupo costumava fazer, sendo que a diferença fica por conta dos bumbos velocíssimos e toques mais técnicos. E a voz não perdeu nada, parece que retornamos a 1986.

Dominion: outra em que a velocidade impera (talvez seja a única coisa mais atualizada em termos de elementos musicais do grupo). Uma aula de solidez e boas conduções rítmicas extremas.

Damned: apesar dos bumbos duplos velozes, muito dos riffs trazem um carrego Thrash Metal semelhante ao que se ouve em “Beyond the Gates”: técnica, partes insanas e envolventes.

Shadowcult: de novo partes muito bem trampadas surgem nas guitarras, mas logo a base rítmica impõe mudanças de tempo absurdas. Ótima, inclusive com momentos mais cadenciados de primeira.

Omen: teclados tenebrosos adornam os riffs iniciais, mas logo o foco se torna o trabalho as guitarras. Esta canção mostra a clara influência do MOTÖRHEAD por conta de um toque sutial (mas perceptível) re Rock ‘n’ Roll sujo nos riffs.

The Word: alguns elementos de Death Metal pós anos 90 surgem nas guitarras (especialmente nos solos bem feitos, evitando aqueles em que a guitarra aparenta estar sendo estrangulada), que que bases chapantes e vocais insanos!

Graven: uma pancadaria mais simples e direta, uma golfada Death Metal cheia de energia, novamente com ótimas partes cantadas.

A bem da verdade, o que pode incomodar os fãs mais antigos é justamente porque o POSSESSED vem para mostrar vida, mostrando que souberam evoluir sem perder a essência dos anos 80.


Conclusão:

É fato que o nome do agora quinteto tem um peso enorme, e é fato que eles fizeram de “Revelations of Oblivion” um disco excelente, e doa a quem doer, o POSSESSED está vivo e disposto a retomar seu devido lugar.


Nota: 93,0/100,0


No More Room in Hell



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MAGNETRON - Rotting


Ano: 2016
Tipo: Extended Play (EP)
Selo: Independente
Nacional


Tracklist:

1. Mutilation Eternal                   
2. Rotting              
3. Nightmare         
4. Decay


Banda:


Dan - Bateria,Vocais
Bruno - Guitarras
Antônio - Baixo


Ficha Técnica:


Contatos:

Site Oficial:
Assessoria:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

Aquilo que se convencionou chamar de Death/Thrash Metal tem renascido pelo mundo todo após anos no ostracismo. Bandas e mais bandas surgem todos os dias devotando seus esforços nesse estilo que por si só é cheio de misturas diferentes. E em uma vertente mais clássica do gênero, o trio MAGNETRON, de Rio Bonito (RJ), mostra a cara com seu segundo trabalho, o EP “Rotting”, lançado em 2016, e que agora é centro das atenções desse “review”.


Análise geral:

Basicamente, temos o formato do gênero que foi amplamente ouvido nos anos 90, ou seja, uma música feita prioritariamente com vocais guturais, mas cujos riffs remetem diretamente ao Thrash Metal mais sujo e agressivo de nomes como SLAYER. Nos solos, muita melodia e boa técnica, a base rítmica é sólida, e tudo isso permite a banda mostrar sua personalidade.

Ainda carecem de mais maturidade, mas mostram potencial para deixarem pescoços com torcicolos por semanas!


Arranjos/composições:

É justamente o ponto onde o grupo precisa amadurecer.

Eles estão em um nível muito bom, com arranjos de assimilação simples pelos ouvidos, boa diversidade técnica (sem ficarem carregados demais, o que os colocaria com uma banda de Techno Thrash Metal), mas ainda tem certo ar de ingenuidade. Não, não está ruim de forma alguma, e nem chega a ser comum (ou seja, estariam na média), mas poderia ser ainda melhor, algo que shows e ensaios irão corrigir.

No mais, a banda capricha e é capaz de mostrar partes que realmente grudam nos ouvidos, além de não serem adeptos de músicas de um fôlego só. É bem diversificado, com alguns toques melodiosos bem vindos.


Qualidade sonora:

A produção busca equilibrar a crueza brutal com um bom nível de clareza. E funciona bem (basta observar que na música “Rotting”, baixo e bateria mostram bons timbres), embora pudesse ser algo ainda mais bem finalizado. Ma verdade seja dita: está em um nível ótimo para um trabalho independente (e todos sabem o quanto é suado fazer algo do tipo no Brasil).


Arte gráfica/capa:

A capa mostra uma ilustração simples, mas direta e cuja mensagem é evidente. Um trabalho bem legal, e que faz com que as atenções fiquem centradas na música.


Destaques musicais:

“Rotting” veio ao mundo para causar torcicolos e dores de ouvidos se ouvidos no volume mais correto possível (ou seja, bem alto). E sangra em energia crua e bruta, logo, é para deixar o ouvinte em com os neurônios apitando!

Mutilation Eternal: basicamente, é um Death Metal dos anos 90 em termos de linhas harmônicas, mas cheia de arranjos de guitarras que remetem ao Thrash Metal (além do solo mostrar ótimas melodias). As partes mais lentas

Rotting: as partes mais lentas podem lembrar os ouvintes do que bandas como MAYHEM faziam em seus trabalhos iniciais, pois a ambientação é bem obscura. Aliás, que boas conduções de ritmo.

Nightmare: nesta, os andamentos ficam em um meio termo, embora existam momentos em que o peso se torna cadenciado e opressivo. Novamente, a base baixo e bateria faz bonito, sem deixar de mencionar que os vocais são bem legais (mas podem melhorar).
                     
Decay: fechando o EP, uma canção mais trampada que as anteriores, com momentos técnicos e ótimas mudanças de ritmo. Destaque para as guitarras, que mostram riffs muito bons e boa dose de criatividade.


Conclusão:

Sendo do segundo trabalho do trio (o primeiro é o EP “Inside of War”, de 2014), o MAGNETRON mostra em “Rotting” que, apesar da necessidade de lapidar um pouco mais suas canções e amadurecer sua personalidade, tem potencial para alçar vôos mais altos.


Nota: 76,0/100,0


Mutilation Eternal




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