Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. Chant of Oblivion
2. No More Room in Hell
3. Dominion
4. Damned
5. Demon
6. Abandoned
7. Shadowcult
8. Omen
9. Ritual
10. The Word
11. Graven
12. Temple of Samael
Banda:
Jeff Becerra
- Vocais
Daniel
Gonzalez - Guitarras
Claudeous
Creamer - Guitarras
Robert
Cardenas - Baixo
Emilio
Marquez - Bateria
Ficha
Técnica:
Daniel
Gonzalez - Co-Produtor
Peter
Tägtgren - Mixagem, masterização
Zbigniew
Bielak - Arte da capa
Contatos:
Site Oficial:
www.possessedofficial.com
Facebook: www.facebook.com/possessedofficial
Instagram: https://www.instagram.com/possessed_official
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal
Mark” Garcia
Introdução:
Quem criou o
Death Metal, afinal de contas?
Eis a
pergunta que nunca terá uma resposta satisfatória. As teses são múltiplas, e a
documentação escassa. Mas há um consenso que DEATH e MASTER (quando
ainda era chamado DEATH STRIKE) são
pioneiros, mas a verdade é que o quarteto POSSESSED,
de San Francisco (Califórnia), foi o
primeiro a lançar um disco que se tornou uma das fundações do gênero, o
clássico “Seven Churches” (1985). Mas mesmo com isso, a banda se dizia
“uma banda de Thrash Metal influenciada por EXODUS e bandas de Hardcore” (conforme uma antiga Rock Brigade de
1987), o que ficaria bem evidente em “Beyond the Gates” (1986) e em “The
Eyes of Horror” (EP de 1987).
Deixando de
lado qualquer polêmica sobre isso, a grande pergunta desse review é: a que o POSSESSED vem com “Revelations of Oblivion”,
seu primeiro álbum depois de 31 anos de seu último disco oficial?
Todos podem
conferir, pois a Shinigami Records
em conjunto com a Nuclear Blast Brasil
lançaram esta pedrada por aqui.
Análise
geral:
POSSESSED |
É preciso passar uma borracha no que o grupo fez em “Beyond the Gates” e “The Eyes of Horror”, pois apesar de alguns toques Thrash Metal aqui e ali (que lhes eram tão naturais que chegaram a ser comparados aos SLAYER entre 1985 e 1986), “Revelations of Oblivion” pode ser dito uma continuação do Death Metal clássico do grupo.
Basicamente,
pode-se dizer que Jeff Becerra
(vocalista e único membro da formação clássica do grupo) conseguiu pegar a
essência musical do POSSESSED
daqueles tempos e trazer para a atualidade, mas sem que soe datado.
Sim, é o mais
puro Old School Death Metal, o mesmo que fez com que nomes como MORBID ANGEL, CANNIBAL CORPSE, BOLT THROWER
e outros começassem a despedaçar ouvidos.
Arranjos/composições:
O estilo do
grupo (hoje um quinteto) não tem erros, pois fazer Old School Death Metal não
chega a ser difícil. Mas a criatividade em termos de arranjos mostrada aqui é
prova de que os outros membros da banda têm espaço para destilarem suas idéias.
Sim, é o som
do POSSESSED, mas adornado com as
influências novas, que dão um frescor de novidade a “Revelations of Oblivion”. Aliás, é bom que se diga que o aspecto
técnico ficou ótimo, mas sem criar algo que destoe do passado.
Qualidade
sonora:
A escolha por
Peter Tägtgren para cuidar da mixagem
e masterização se mostrou acertada, criando uma aura nova e fresca para as
canções, criando uma sonoridade que é brutal e agressiva, mas que permite que
tudo soe claro e audível sem esforços extra.
O mais
interessante são os timbres: embora soem modernos e claros, existem alguns
(como os dos tons da bateria durante as viradas) soam próximos aos de “Seven
Churches” em alguns momentos.
Arte
gráfica/capa:
A arte de Zbigniew Bielak ficou muito bem
trabalhada, dando a idéia de que o conteúdo musical é um pandemônio (o que não
é irreal). Muito bonita, verdade seja dita.
Destaques
musicais:
É bom que se
evite buscar algo dos discos anteriores da banda em “Revelations of Oblivion”. O disco é um murro nos ouvidos, o mais
puro Old School Death Metal possível feito com uma estética moderna e fresca.
Mas as músicas são ótimas, todas elas.
No More Room in Hell: uma faixa veloz e brutal de abertura,
como o grupo costumava fazer, sendo que a diferença fica por conta dos bumbos
velocíssimos e toques mais técnicos. E a voz não perdeu nada, parece que
retornamos a 1986.
Dominion: outra em que a velocidade impera
(talvez seja a única coisa mais atualizada em termos de elementos musicais do
grupo). Uma aula de solidez e boas conduções rítmicas extremas.
Damned: apesar dos bumbos duplos velozes, muito
dos riffs trazem um carrego Thrash Metal semelhante ao que se ouve em “Beyond
the Gates”: técnica, partes insanas e envolventes.
Shadowcult: de novo partes muito bem trampadas
surgem nas guitarras, mas logo a base rítmica impõe mudanças de tempo absurdas.
Ótima, inclusive com momentos mais cadenciados de primeira.
Omen: teclados tenebrosos adornam os riffs
iniciais, mas logo o foco se torna o trabalho as guitarras. Esta canção mostra
a clara influência do MOTÖRHEAD por conta de um toque sutial (mas perceptível)
re Rock ‘n’ Roll sujo nos riffs.
The Word: alguns elementos de Death Metal pós
anos 90 surgem nas guitarras (especialmente nos solos bem feitos, evitando
aqueles em que a guitarra aparenta estar sendo estrangulada), que que bases
chapantes e vocais insanos!
Graven: uma pancadaria mais simples e direta,
uma golfada Death Metal cheia de energia, novamente com ótimas partes cantadas.
A bem da
verdade, o que pode incomodar os fãs mais antigos é justamente porque o POSSESSED vem para mostrar vida,
mostrando que souberam evoluir sem perder a essência dos anos 80.
Conclusão:
É fato que o
nome do agora quinteto tem um peso enorme, e é fato que eles fizeram de “Revelations
of Oblivion” um disco excelente, e doa a quem doer, o POSSESSED está vivo e disposto a
retomar seu devido lugar.
Nota: 93,0/100,0
No More Room
in Hell
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