Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. This Road
2. Under Grass and Clover
3. Glass Houses
4. Hecate’s Nightmare
5. Kick in a Spleen
6. Platitudes and Barren Words
7. Hexed
8. Relapse (The Nature of My Crime)
9. Say Never Look Back
10. Soon Departed
11. Knuckleduster
12. I Worship Chaos (live) (bônus)
13. Morrigan (live) (bônus)
14. Knuckleduster (remix) (bônus)
Banda:
Alexi Laiho -
Guitarras, vocais
Daniel
Freyberg - Guitarras
Janne Wirman - Teclados
Henkka Blacksmith - Baixo
Jaska
Raatikainen - Bateria
Ficha
Técnica:
Mikko Karmila
- Gravação, Produção, Mixagem
Mika Jussila
- Masterização
Denis Forkas
- Arte da Capa
Forefathers - Layout, Design
Contatos:
Site Oficial: www.cobhc.com
Facebook: www.facebook.com/childrenofbodom
Instagram: www.instagram.com/cobhc/
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark”
Garcia
Introdução:
O ano de 1997
viu a chegada de um novo jeito de se fazer Metal extremo.
Das frias
terras da Finlândia, um quinteto insano se atrevia a fazer uma mistura que, nas
palavras do sábio do Metal e grande amigo Fernando
Folena, fazia o cruzamento entre KREATOR
e YNGWIE MALMSTEEN. A banda se
atreveu realmente a fundir o Metal extremo de bandas de Death Metal e Thrash
Metal com melodias extremamente bem feitas e com algo de neoclássico.
Sim, essa
banda é o quinteto CHILDREN OF BODOM,
que sempre causa reações “ame ou odeie” no cenário. Hoje, 22 anos depois, eis
que eles chegam a seu décimo disco, “Hexed”, lançado no Brasil pela
parceria da Shinigami Records com a Nuclear Blast Brasil.
Mas resta a
pergunta: é um bom disco?
Análise
geral:
A resposta
não chega a ser subjetiva.
O estilo da
banda sempre foi isso: uma forma muito trabalhada (até virtuosa) de fundir
elementos de Melodic Death Metal com Speed Metal e Power Metal, além de jogarem
elementos de Black Metal, Metal tradicional e outros em um caldeirão
efervescente. O que muda em “Hexed” em relação a seus
antecessores é a abordagem.
Ele soa mais
maduro e centrado, e em alguns pontos, até mais direto. De fato, as melodias da
banda estão bem mais sólidas, mas quando eles resolvem soar agressivos, é bruto
de doer os ouvidos.
Ou seja: é
mais um disco ótimo da banda. A maior mudança na banda é na formação: o
guitarrista Roope Latvala saiu, e em
seu lugar entrou Daniel Freyberg,
ex- NORTHER,
e sendo que é apenas a segunda em 22 anos de história. Por isso o CHILDREN OF BODOM soa tão compacto.
A resposta é
simples: “Hexed” é mais um ótimo disco do quinteto.
Arranjos/composições:
Chega a ser
bem difícil falar nos arranjos do grupo.
Técnica e
minimalismo se aliam o tempo todo, as mudanças de ritmo podem acontecer a
qualquer instante, mas o peso e agressividade são constantes. Mas basta dizer
que a experiência fez com que o nível técnico desse uma diminuída em relação ao
passado (mesmo ainda sendo algo longe de ser trivial), e a banda ganha em
melodias que são rascantes, mas sempre extremamente pegajosas. E os vocais
ficaram muito bons, em timbres um pouco mais graves e robustos.
Basicamente:
o trabalho musical em “Hexed” pode ser definido como “caos
controlado e temperado com sabedoria”, e isso se traduz em todos os arranjos,
sendo que cada momento é fascinante aos ouvidos.
Qualidade
sonora:
Como em time
que está ganhando não se mexe, Mikko
Karmila mais uma vez produziu e mixou um disco do quinteto, tendo Mika Jussila na masterização (outro
veterano que trabalha com eles há um tempinho). Basicamente, a sonoridade que o
grupo precisa deve ser híbrida, balanceando entre agressividade e limpeza, o
que conseguiram: “Hexed” soa bruto e pesado o tempo todo, mas sempre
extremamente limpo e bem definido.
E como a
timbragem está perfeita, e assim, todos os instrumentos soam claros e pesados, e
possibilitando que as melodias dos teclados possam aparecer bastante.
Arte
gráfica/capa:
Denis Forkas criou uma arte para a capa que é
simples em termos de cores (apenas tons de roxo e branco foram usados), mas
cujo desenho (a mesma forma do Ceifeiro que se conhece desde o primeiro disco
deles) está mais sinistro, real, e dando uma ambientação visual agressiva ao
disco. Ou seja, o objetivo foi alcançado com sucesso.
Destaques
musicais:
O CHILDREN OF BODOM fez de “Hexed”
um disco de alto nível, com uma distribuição de qualidade entre as faixas bem
homogênea. Assim, fica difícil deixar esta ou aquela canção de fora.
“This Road” é uma canção com uma assinatura do
grupo, ou seja, uma mistura de belas melodias, guitarras intrincadas e base rítmica
sólida. Algumas melodias mais acessíveis típicas do Metal finlandês surgem em “Under
Grass and Clover” (que ótimas guitarras, o que não é uma novidade
quando se trata do CoB) e em “Glass
Houses” (esta um pouco mais tecnicamente rebuscada, mas rascante de
grudenta, e que ótimas partes de teclados). Um andamento mais lento e pesado
privilegia as linhas de teclados em “Hecate’s Nightmare”, além disso, os
solos de guitarra e as conduções de baixo e bateria ficaram excelentes. Já
veloz e bem mais rascante é “Kick in a Spleen”, com uma pegada um
pouco mais reta, uma canção feita para moshpits. Em “Platitudes and Barren
Words”, apesar do toque de melancholia em alguns riffs, tem uma estrutura de
guitarras e teclados que remetem diretamente à fase “Something Wild”/“Hatebreeder”,
com um toque de Hard Rock em alguns momentos. Ainda mais “Old School” em termos
de CoB em seus momentos mais agressivos
é “Hexed”,
onde as partes de teclados neoclássicos se entremeiam com riffs brutais e base
rítmica à lá britadeira. Outra que vai lá no passado em termos de linhas
harmônicas e vocais é “Relapse (The Nature of My Crime)”
(e que solos de guitarras!). Outra que busca certa simplicidade é “Say
Never Look Back”, quase como se o MOTÖRHEAD
estivesse tocando Power Metal, ou seja, há um toque se Rock sujo, mas sem
deixar de ter técnica e harmonias de primeira. Certa melancolia permeia os
arranjos melodiosos e pegajosos de “Soon Departed”, que nem possui toda
a complexidade técnica que os fãs do grupo estão acostumados. E “Knuckleduster”
vem fechar o disco, com uma participação mais efetiva dos teclados, solos
técnicos e um andamento sólido e coeso. E assim, o grupo se mostra forte e
vigoroso para os tempos atuais.
A versão
nacional ainda tem de bônus as versões ao vivo de “I Worship Chaos” e “Morrigan”,
duas pancadas amassa-crânios que ficam ainda mais intensas nesse formato. E uma
versão remixada e Industrial de “Knuckleduster” surge e pode assustar os mais
puritanos, mas é comum de ver algo do tipo na Europa.
Se aguentou o
massacre até aqui, agora sabe do poder de fogo de “Hexed”.
Conclusão:
Mais
propriamente, pode-se dizer que o CHILDREN
OF BODOM veio com tudo em “Hexed”, sem abrir mão do que é,
revendo algumas velhas lições, e traçando metas para o futuro.
Ouçam e
preparem os pescoços!
Nota: 9,4/10,0
Under Grass
and Clover
Platitudes and
Barren Words
Spotify