terça-feira, 9 de julho de 2019

CHILDREN OF BODOM - Hexed


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. This Road
2. Under Grass and Clover
3. Glass Houses
4. Hecate’s Nightmare
5. Kick in a Spleen
6. Platitudes and Barren Words
7. Hexed
8. Relapse (The Nature of My Crime)
9. Say Never Look Back
10. Soon Departed
11. Knuckleduster
12. I Worship Chaos (live) (bônus)
13. Morrigan (live) (bônus)
14. Knuckleduster (remix) (bônus)


Banda:

Foto: Marek Sabogal

Alexi Laiho - Guitarras, vocais
Daniel Freyberg - Guitarras
Janne Wirman - Teclados
Henkka Blacksmith - Baixo
Jaska Raatikainen - Bateria        


Ficha Técnica:

Mikko Karmila - Gravação, Produção, Mixagem
Mika Jussila - Masterização
Denis Forkas - Arte da Capa
Forefathers - Layout, Design


Contatos:

Site Oficial: www.cobhc.com
Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

O ano de 1997 viu a chegada de um novo jeito de se fazer Metal extremo.

Das frias terras da Finlândia, um quinteto insano se atrevia a fazer uma mistura que, nas palavras do sábio do Metal e grande amigo Fernando Folena, fazia o cruzamento entre KREATOR e YNGWIE MALMSTEEN. A banda se atreveu realmente a fundir o Metal extremo de bandas de Death Metal e Thrash Metal com melodias extremamente bem feitas e com algo de neoclássico.

Sim, essa banda é o quinteto CHILDREN OF BODOM, que sempre causa reações “ame ou odeie” no cenário. Hoje, 22 anos depois, eis que eles chegam a seu décimo disco, “Hexed”, lançado no Brasil pela parceria da Shinigami Records com a Nuclear Blast Brasil.

Mas resta a pergunta: é um bom disco?


Análise geral:

A resposta não chega a ser subjetiva.

O estilo da banda sempre foi isso: uma forma muito trabalhada (até virtuosa) de fundir elementos de Melodic Death Metal com Speed Metal e Power Metal, além de jogarem elementos de Black Metal, Metal tradicional e outros em um caldeirão efervescente. O que muda em “Hexed” em relação a seus antecessores é a abordagem.

Ele soa mais maduro e centrado, e em alguns pontos, até mais direto. De fato, as melodias da banda estão bem mais sólidas, mas quando eles resolvem soar agressivos, é bruto de doer os ouvidos.

Ou seja: é mais um disco ótimo da banda. A maior mudança na banda é na formação: o guitarrista Roope Latvala saiu, e em seu lugar entrou Daniel Freyberg, ex- NORTHER, e sendo que é apenas a segunda em 22 anos de história. Por isso o CHILDREN OF BODOM soa tão compacto.

A resposta é simples: “Hexed” é mais um ótimo disco do quinteto.


Arranjos/composições:

Chega a ser bem difícil falar nos arranjos do grupo.

Técnica e minimalismo se aliam o tempo todo, as mudanças de ritmo podem acontecer a qualquer instante, mas o peso e agressividade são constantes. Mas basta dizer que a experiência fez com que o nível técnico desse uma diminuída em relação ao passado (mesmo ainda sendo algo longe de ser trivial), e a banda ganha em melodias que são rascantes, mas sempre extremamente pegajosas. E os vocais ficaram muito bons, em timbres um pouco mais graves e robustos.

Basicamente: o trabalho musical em “Hexed” pode ser definido como “caos controlado e temperado com sabedoria”, e isso se traduz em todos os arranjos, sendo que cada momento é fascinante aos ouvidos.


Qualidade sonora:

Como em time que está ganhando não se mexe, Mikko Karmila mais uma vez produziu e mixou um disco do quinteto, tendo Mika Jussila na masterização (outro veterano que trabalha com eles há um tempinho). Basicamente, a sonoridade que o grupo precisa deve ser híbrida, balanceando entre agressividade e limpeza, o que conseguiram: “Hexed” soa bruto e pesado o tempo todo, mas sempre extremamente limpo e bem definido.

E como a timbragem está perfeita, e assim, todos os instrumentos soam claros e pesados, e possibilitando que as melodias dos teclados possam aparecer bastante.


Arte gráfica/capa:

Denis Forkas criou uma arte para a capa que é simples em termos de cores (apenas tons de roxo e branco foram usados), mas cujo desenho (a mesma forma do Ceifeiro que se conhece desde o primeiro disco deles) está mais sinistro, real, e dando uma ambientação visual agressiva ao disco. Ou seja, o objetivo foi alcançado com sucesso.

CHILDREN OF BODOM ao vivo

Destaques musicais:

O CHILDREN OF BODOM fez de “Hexed” um disco de alto nível, com uma distribuição de qualidade entre as faixas bem homogênea. Assim, fica difícil deixar esta ou aquela canção de fora.

“This Road” é uma canção com uma assinatura do grupo, ou seja, uma mistura de belas melodias, guitarras intrincadas e base rítmica sólida. Algumas melodias mais acessíveis típicas do Metal finlandês surgem em “Under Grass and Clover” (que ótimas guitarras, o que não é uma novidade quando se trata do CoB) e em “Glass Houses” (esta um pouco mais tecnicamente rebuscada, mas rascante de grudenta, e que ótimas partes de teclados). Um andamento mais lento e pesado privilegia as linhas de teclados em “Hecate’s Nightmare”, além disso, os solos de guitarra e as conduções de baixo e bateria ficaram excelentes. Já veloz e bem mais rascante é “Kick in a Spleen”, com uma pegada um pouco mais reta, uma canção feita para moshpits. Em “Platitudes and Barren Words”, apesar do toque de melancholia em alguns riffs, tem uma estrutura de guitarras e teclados que remetem diretamente à fase “Something Wild”/“Hatebreeder”, com um toque de Hard Rock em alguns momentos. Ainda mais “Old School” em termos de CoB em seus momentos mais agressivos é “Hexed”, onde as partes de teclados neoclássicos se entremeiam com riffs brutais e base rítmica à lá britadeira. Outra que vai lá no passado em termos de linhas harmônicas e vocais é “Relapse (The Nature of My Crime)” (e que solos de guitarras!). Outra que busca certa simplicidade é “Say Never Look Back”, quase como se o MOTÖRHEAD estivesse tocando Power Metal, ou seja, há um toque se Rock sujo, mas sem deixar de ter técnica e harmonias de primeira. Certa melancolia permeia os arranjos melodiosos e pegajosos de “Soon Departed”, que nem possui toda a complexidade técnica que os fãs do grupo estão acostumados. E “Knuckleduster” vem fechar o disco, com uma participação mais efetiva dos teclados, solos técnicos e um andamento sólido e coeso. E assim, o grupo se mostra forte e vigoroso para os tempos atuais.

A versão nacional ainda tem de bônus as versões ao vivo de “I Worship Chaos” e “Morrigan”, duas pancadas amassa-crânios que ficam ainda mais intensas nesse formato. E uma versão remixada e Industrial de “Knuckleduster” surge e pode assustar os mais puritanos, mas é comum de ver algo do tipo na Europa.

Se aguentou o massacre até aqui, agora sabe do poder de fogo de “Hexed”.


Conclusão:

Mais propriamente, pode-se dizer que o CHILDREN OF BODOM veio com tudo em “Hexed”, sem abrir mão do que é, revendo algumas velhas lições, e traçando metas para o futuro.

Ouçam e preparem os pescoços!


Nota: 9,4/10,0


Under Grass and Clover



Platitudes and Barren Words



Spotify

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