Ano: 2008 (original) / 2019 (relançamento)
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. Sun Tzu Says
2. Ghost Division
3. The Art of War
4. 40:1
5. Unbreakable
6. The Nature of Warfare
7. Cliffs of Gallipoli
8. Talvisota
9. Panzerkampf
10. Union (Slopes of St. Benedict)
11. The Price of a Mile
12. Firestorm
13. A Secret
14. Swedish Pagans (Bônus)
15. Glorious Land (Bônus)
16. Art of War (Demo) (Bônus)
17. Swedish National Anthem (Live at Sweden Rock
Festival) (Bônus)
Banda:
Joakim Brodén - Vocais
Rickard Sundén - Guitarras, Backing Vocals
Oskar
Montelius - Guitarras, Backing Vocals
Daniel Mÿhr -
Teclados
Pär Sundström
- Baixo
Daniel
Mullback - Bateria
Ficha
Técnica:
Tommy
Tägtgren - Produção, Gravação, Mixagem
Peter
Tägtgren - Produção, Gravação, Mixagem
Erik Broheden
- Masterização
Jobert Mello - Arte da Capa
Mia Mullback - Backing Vocals
Åsa Österlund- Backing Vocals
Marie-Louise Strömqvist - Backing Vocals
Christian Ericsson - Backing Vocals
Björn Lundqvist - Backing Vocals
Thomas Nyström - Backing Vocals
Hjalle Östman - Backing Vocals
Hannele Junkala - Backing Vocals
Calle Sandlund - Piano
Contatos:
Site Oficial:
http://www.sabaton.net/
Facebook: https://www.facebook.com/sabaton
Instagram: https://www.instagram.com/sabatonofficial/
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark”
Garcia
Introdução:
A guerra é um
tema fascinante de ser estudado, e muitas vezes, é o foco de algum autor.
O filósofo
chinês Sun Tzu (544 a.C. - 496 a.C.,
que também era general e estrategista) é famoso por seu livro “A
Arte da Guerra”, um manual de estratégia que é utilizado em vários
campos nos dias de hoje (especialmente nos ramos da economia e administração
(mesmo na política, embora neste, a maioria prefira “O Príncipe”, de Maquiavel). É tão seminal que “a
suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar”.
Nisso, sempre
trazendo a história das guerras e batalhas, o SABATON cunhou para si um nicho especial, e é um dos grupos mais
bem estabelecidos da atualidade. E pode-se dizer que esse crescimento se
acentua a partir de 2008, quando lançam “The Art of War”, que agora é
relançado como “The Art of War (Re-Armed)”, e que a Shinigami Records em conjunto com a Nuclear Blast Brasil lançam aqui.
Análise
geral:
Até aqui, o SABATON se mostrava uma banda
promissora, fazendo um misto de Heavy/Power Metal com aspectos épicos (muito
disso graças às ambientações criadas pelos teclados). Mas mesmo sem mudar muito
seu estilo de disco para disco, o crescendo em termos de qualidade foi
sensível. É aqui que o grupo começa a ser o que conhecemos hoje.
Em “The
Art of War (Re-Armed)” tem-se um disco fantástico, criativo, e cheio de
beleza e peso.
E ainda
melhorado por conta das faixas extras!
Arranjos/composições:
O então sexteto
(que ainda contava com um tecladista fixo) realmente caprichou em termos de
composição, aparando arestas e usando arranjos que realmente se encaixam uns
nos outros de maneira magistral.
No que tange às
melodias, é fato que o grupo aposta em algo mais simples e direto, embora
sempre embelezado com partes épicas de primeira, tudo dando uma ambientação perfeita
para as letras do grupo (e por falar nisso, existem narrativas abrindo cada
canção, todas elas com frases de “A Arte da Guerra”).
Isso sem
mencionar o cuidado estético quando o quesito é refrão: nenhum dos que são
apresentados no disco é descartável, ou não grudam na memória dos ouvintes.
Aliás, verdade seja dita: os corais e ambientações fizeram o grupo soar ainda
mais épico, mais sem que seu peso melodioso seja alterado.
Qualidade
sonora:
Neste disco,
a banda preferiu ter um co-produtor ao lado de Tommy Tägtgren, o irmão Peter
(sim, produtor e guitarrista/vocalista do HYPOCRISY).
Ambos trabalharam com a produção, gravação e mixagem do álbum tendo Erik Broheden na masterização.
Resultado:
uma sonoridade limpa e bem cuidada, garantindo que o ouvinte possa compreender
e assimilar tudo mais facilmente. Mas tudo sempre com um peso mamutesco e a
dose correta de agressividade. Além disso, a timbragem dos instrumentos ficou
de alto nível. Nisso, pode-se dizer que é o disco mais bem acabado do grupo.
Arte
gráfica/capa:
A capa e a
arte do encarte são do brasileiro Jobert
Mello, da Sledgehammer Graphix. E
o trabalho artístico é excelente, de alto nível, inclusive com uma diagramação
muito bonita.
Destaques
musicais:
É agora que
começa a complicação...
“The Art of War”, mesmo em sua versão original, já é
um disco sólido e homogêneo em termos de qualidade musical, e essa versão torna
tudo ainda melhor.
Após a curta
introdução “Sun Tzu Says” (que serve para aclimatar o ouvinte), vem um dos
hinos do grupo, a clássica “Ghost Division” (uma canção
poderosa, com ótimos teclados, uma linha melódica pegajosa, e vocais ótimos;
não é por acaso que a banda abre seus shows justamente com ela), que narra a
proeza da 7ª Divisão Panzer da Alemanha durante a invasão da Bélgica e França,
onde as tropas, sob comando de Von
Rommel (a Raposa do Deserto) consegui avançar 240 km em 24 horas, o que fez
a comunicação com eles cessar (e por isso, “Divisão Fantasma”). Na sequência, a
lenta e climática “The Art of War”, recheada de teclados marcantes, ótimas
guitarras e refrão grandioso (e cuja letra é centrada no capítulo 3 de “A Arte
da Guerra”). Mais cheia de energia e um típico Heavy/Power Metal com
ritmo cativante é “40:1”, o que faz baixo e bateria mostrarem sua força e solidez
(na letra, a luta desigual na Batalha de Wizna, onde 720 soldados poloneses,
liderados por Władysław Raginis,
enfrentaram 40000 soldados nazistas entre 7 e 10 de Agosto de 1939, durante a
Invasão da Polônia; ou seja, eram 40 para 1). Cadenciada e opressiva é “Unbreakable”,
adornada com ótimas partes de teclados (outra letra desenvolvendo temas de “A Arte
da Guerra”). Outra introdução vem em “The Nature of Warfare”
(mais uma vez, uma citação a “A Arte da Guerra”), que precede a
forte e pesada “Cliffs of Gallipoli”, cheia de guitarras ótimas que se mesclam
a teclados, pianos e corais grandiosos (cujo tema fala sobre a encarniçada
Batalha de Gallipoli, na Primeira Guerra Mundial), e com alguns momentos mais suaves e limpos. Já apostando em um enfoque
tradicional em termos de Heavy/Power Metal vem “Talvisota”, novamente
com vocais ótimos e lindo solo de teclado (Tema: a Guerra de Inverno entre a
Finlândia e a União Soviética, entre 1939 e 1940). “Panzerkampf” é outra com
ritmo mais cadenciado e mesmo tribal, embora com boa dose de agressividade (Tema:
a Batalha de Kursk, onde o exército soviético começa a ter a ofensiva contra a
Wehrmacht). Em “Union (Slopes of St.
Benedict)”, é outro murro Heavy/Power Metal nos ouvidos, com corais e
base rítmica em ótima forma (Tema: a Batalha de Monte Cassino, Campanha da
Itália). Novamente evocando uma climática perfeita com teclados e base rítmica
contrastando com os vocais em uma ambientação mais sotuna, vem “The
Price of a Mile” (que lembra as pessoas da Terceira Batalha de Ypres ou
Batalha de Batalha de Paschendale na Primeira Guerra Mundial e seus quase seis
meses de atrocidades e mortes). “Firestorm” é veloz e ganchuda,
providenciando um momento mais forte e agressivo, mas elegante (e as letras
falam sobre os bombardeios da Segunda Guerra Mundial, uma estratégia que visava
não só destruir, mas aterrorizar os adversários). E “A Secret” é uma outro,
cuja narrativa de “A Arte da Guerra” deixa claro que uma Guerra se encerra, mas
outras virão. Esse é o conteúdo do disco original, que dá vontade de começar a
audição do disco todo novamente.
Mas como
dito, existem versões em “The Art of War (Re-Armed)”, e lá
vem a divertida e ótima “Swedish Pagans” (cujo tema é focado
nas raízes Viking/Pagãs dos suecos), e que backing vocals intensos. A atmosférica
e bruta “Glorious Land” já mostra guitarras mais evidentes e abrasivas,
sem perder-se a ambientação melódica. Ainda temos a versão Demo (e por isso,
mais crua) de “Art of War”, além da banda tocando “Swedish National Anthem”,
o hino de sua terra Natal (a Suécia) no Live
at Sweden Rock Festival.
Basicamente, “The
Art of War (Re-Armed)” é mais um assalto da artilharia peso-pesada do SABATON.
Conclusão:
A verdade
seja dita: “The Art of War (Re-Armed)” vem não só para os fãs da banda que
não conseguiam mais achar o disco, mas também provar que o SABATON tem crescido não como acaso ou modismo, mas que é fruto de
um trabalho ótimo e sério de muitos anos.
Que essa
Divisão sueca do Metal continue em sua ofensiva por muitos anos!
Nota: 10,0/10,0
Cliffs of
Gallipoli
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