Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Nuclear Blast
Importado
Tracklist:
1. Solve
2. Wolves ov
Siberia
3. God = Dog
4. Ecclesia
Diabolica Catholica
5. Bartzabel
6. If
Crucifixion Was Not Enough…
7. Angelvs XIII
8. Sabbath
Mater
9. Havohej
Pantocrator
10. Rom 5:8
11. We Are the
Next 1000 Years
12. Coagvla
Banda:
Nergal
- Guitarras, vocais
Inferno
- Bateria, percussão
Orion
- Baixo, backing vocals
Ficha Técnica:
Daniel
Bergstrand - Produção
Matt Hyde - Mixagem
Tom Baker - Masterização
Krzysztof “Siegmar” Oloś - Samples
Jan Stokłosa - Arranjos orquestrais
Nicola Samori - Arte da capa
Contatos:
Site Oficial: https://behemoth.pl/
Facebook: https://www.facebook.com/behemoth
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark” Garcia
Muitas bandas de nome lançaram seus discos novos este
ano. Mas o nome do trio polonês BEHEMOTH
sempre causa alvoroço, justamente pelo sucesso comercial que alcançaram, bem
como pelos excelentes trabalhos desde que começaram a mistura musical que lhes
abriu as portas do mundo em “Satanica”.
Hoje, quase 30 anos depois, eles lançam “I Loved You at Your Darkest”, e deixam uma pergunta no ar:
O disco é bom?
Sendo direto e reto: sim,
é mais um excelente trabalho da banda.
Nele, encontramos o bom e
velho Black/Death Metal do grupo em forma, cheio das nuances experimentais e
criatividade de sempre. Musicalmente, o trabalho mostra algo como uma fusão do
que eles haviam feito em termos de arranjos e mesmo aquele jeito experimental avant-garde que os caracterizou em “The
Apostasy” e “Evangelion”, mas com o jeito bruto mais direto de “The
Satanist”. Além disso, se percebe que as canções estão um pouco mais
curtas, pois a maioria mal passa dos 4 minutos de duração. Mas aquele impacto
musical ainda se faz presente, com ótimas mudanças de ritmo e partes cheias de
vocais gregorianos, mas com uma sonoridade um pouco menos extremada.
Sim, ainda é o BEHEMOTH,
só com um toque mais sofisticado em termos de sonoridade.
As mãos de Daniel
Bergstrand novamente assumiram a produção do disco, tendo Matt Hyde de
novo na mixagem, e Tom Baker na masterização. O interessante é que eles
buscaram algo mais bem definido, ainda com o peso de sempre, mas que permite o
som da banda ser mais polido e compreensível. Nisso, o lado mais melodioso do
grupo ficou mais evidente, especialmente nos momentos mais soturnos. Até os
timbres dos instrumentos estão mais definidos que antes. E na capa, um trabalho
artístico belíssimo de Nicola Samori.
Musicalmente, o BEHEMOTH
não precisa provar nada a quem quer que seja. Sua capacidade de compor músicas
marcantes, com uma boa dose de complexidade técnica, evoluiu com o tempo. E a
cada novo disco, temos uma bela caixa de surpresas, e dessa forma, “I Loved
You at Your Darkest” vem trazendo o grupo renovado, ainda criativo e
agressivo, com músicas bem arranjadas, e sabendo transitar entre partes velozes
e momentos mais climáticos. Óbvio que temos momentos em que a banda rebusca
mais seu lado Black Metal dos primórdios, mas sempre sob o alinhavo de sua
sonoridade característica (caso de “Wolves Ov Siberia”).
Nove canções chegam para
matar a sede dos fãs por algo da banda, sendo que os destaques são “Wolves
ov Siberia” (uma referência a discos como “Sventevith (Storming Near the
Baltic)” e “Grom”, com ótimos riffs), “God = Dog” (com partes
influenciadas por Jazz em seu início, antes de virar uma hecatombe de peso e
agressividade, inclusive com uso de momentos de canto gregoriano de fundo,
evidenciando o trabalho de baixo e bateria), a envolvente “Ecclesia
Diabolica Catholica” (cheia de momentos que grudam nos nossos ouvidos e não
saem mais da cabeça), a influência de Black ‘n’ Roll no ritmo de “If
Crucifixion Was Not Enough…” (algo vindo das influências de Hardcore/Punk
Rock do estilo), as melodias sinuosas e agressivas de “Sabbath Mater”
(outra com influências de Black/Thrash dos anos 80 em alguns momentos), a épica
e densa “Havohej Pantocrator” (com melodias bem melancólicas, mostrando
um trabalho bem técnico nas guitarras e vocais, além de mudanças de andamento
consensuais), a fogosa e intensa “Rom 5:8” (cujo título é uma citação à
carta de São Paulo aos Romanos, e fora do contexto original, é “Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de
Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós”), e a
brutal e rápida “We Are the Next 1000 Years”.
No mais, apesar de não trazer nenhuma canção que seja candidata a clássico instantâneo (como foi o caso de “Blow Your Trumpet Gabriel” e “O Father O Satan O Sun!” de “The Satanist”) “I Loved You
at Your Darkest” é um disco ótimo e mostra que o BEHEMOTH está muito
bem e ainda criativo.
Nota: 95%
“Wolves Ov
Siberia”: https://www.youtube.com/watch?v=g7yxjTcM7Bs
“God = Dog”: https://www.youtube.com/watch?v=iI2y_mi7jDI
“Bartzabel”: https://www.youtube.com/watch?v=Dhfy9TPga-c