Ano: 1996 (Lançamento) / 2019 (Relançamento)
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. Preludium
2. To Mega Therion
3. Cults of the Shadow
4. In the Desert of Set
5. Interludium
6. Nightside of Eden
7. Opus Eclipse
8. Invocation of Naamah
9. The Siren of the Woods
10. Grand Finale / Postludium
11. In Remembrance
12. Black Fairy
13. Fly to the Rainbow
Banda:
Christofer
Johnsson - Guitarras, vocais, teclados
Jonas
Mellberg - Guitarras, guitarra acústica, teclados
Lars
Rosenberg - Baixo
Piotr
Wawrzeniuk - Bateria, vocais
Ficha
Técnica:
Therion -
Produção
Gottfried
Koch - Produção, engenharia de som
Jan Peter
Genkel - Produção, engenharia de som, mixagem
Peter Grøn -
Arte da capa
Joachim
Gebhardt - Vocais (baixo)
Klaus Bülow -
Vocais (baixo)
Constanze
Arens - Vocais (soprano) em “Interludium”
Riekje Weber
- Vocais (alto) em “Interludium”
Stephan Gade
- Vocais (tenor) em “Interludium”
Dan Swanö -
Vocais
Anja Krenz -
Vocais (soprano)
Axel Pätz - Vocais
(barítono, baixo)
Raphaela
Mayhaus - Vocais (soprano)
Bettina Stumm
- Vocais (soprano)
Ursula
Ritters - Vocais (alto)
Ergin Onat -
Vocais (tenor)
Jan Peter
Genkel - Piano, teclados, programação
Gottfried
Koch - Teclados, programação
Contatos:
Site
Oficial: http://therion.se
Facebook: www.facebook.com/therion
Instagram:
https://www.instagram.com/TherionBand/
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal
Mark” Garcia
Introdução:
A primeira
metade dos anos 90 viu o Metal ter que retornar ao underground após o período mainstream
dos anos 80 (quando Glam Metal e Thrash Metal estavam mais em evidência). A
queda de produção dos titãs parece ter sido um catalisador para o renascimento
do Death Metal. E quem viu os anos 80, lembra o rebuliço que “Into
the Pandemonium” do CELTIC FROST,
pois era bem indigesto ao radicalismo da época algo tão diferente e inovador.
Mas a verdade
é que eles semearam algo que, no futuro, se tornaria uma vertente sólida do
Metal, o famoso Symphonic Metal. E nisso, o grupo sueco THERION é um dos responsáveis por tirar o estilo do ostracismo e
dar-lhe uma repaginada. E o fruto do que já vinha começando a surgir em “Beyond
Sanctorum” (1992) e foi evoluindo em “Symphony Masses: Ho Drakon Ho
Megas” (1993) e “Lepaca Kliffoth” (1995) desabrocha
de vez em “Theli”, disco que redefiniria não só o som da banda, mas gera
toda uma nova visão do que seria o Symphonic Metal dali por diante. E para os “atrasildos”
de plantão, a Shinigami Records e a Nuclear Blast Brasil prestaram um
serviço de primeira e tornaram-no acessível a todos, brindando os fãs com uma
versão nacional dele.
Análise
geral:
Pode-se dizer
que “Theli”
é a expansão das possibilidades mostradas pelos mestres dos anos 80, mas dando
consensualidade ao estilo, tornando-o coerente.
Arranjos/composições:
THERION |
Os arranjos
são grandiosos graças às orquestrações de teclado muito bem feitas, aos pianos
e aos sons programados que trazem aquele “feeling” de uma orquestra por trás dos
instrumentos clássicos do Metal. E apesar de alguns vocais típicos de Metal, a
maior parte é focada em corais operísticos. Basicamente, é uma orquestra Metal
com seus cantos. Nas guitarras, baixo e bateria, não se chega a ter algo
extremamente técnico, justamente para que as músicas sejam simples de serem
assimiladas. A diversidade musical vem das variações rítmicas dentre as
músicas, que são bem diferentes mutuamente.
Óbvio que
muitos poderiam pensar que tanta diversidade faria de “Theli” um disco difícil
de ser assimilado pelos ouvintes. Longe disso, pois a base instrumental tece
arranjos não muito complicados, e cada refrão é de uma beleza envolvente e
acessível.
Qualidade
sonora:
Jan Peter Genkel (do LACRIMOSA, e que produziu CRADLE
OF FILTH, DREAMS OF SANITY, entre outros) e Gottfried Koch (também do LACRIMOSA
e que trabalhou com DREAMS OF SANITY,
PYOGENESIS, NIGHTFALL) fizeram a produção de “Theli”, fugindo aos padrões
da época, justamente por fazerem algo que fundisse o peso e agressividades de
guitarras, baixo e bateria com uma ambientação clássica que desse ênfase ao
lado sinfônico.
Além disso, a
produção consegue dar um “boost” quando necessário no peso (como nas guitarras
de “Cult
of the Shadows”), mostrando que foi um trabalho esmerado e feito com
bastante calma, além de que a adição de tantos cantores de ópera resultou no
disco em que a gravadora mais gastou grana (aparentemente, 28000 Euros, tanto
que narra uma lenda que Markus Staiger,
dono da Nuclear Blast Records, na
época ainda um selo pequeno, vendeu o carro para poder bancar o disco, tanto
que aparece um agradecimento da banda a ele no encarte remetendo a isso, embora
digam por aí que foi apenas uma piada). Mas valeu cada centavo.
Arte
gráfica/capa:
THERION ao vivo |
E que
trabalho bonito, bem feito e de bom gosto, que combina com o conteúdo musical.
Destaques
musicais:
Hoje, mesmo depois
de quase 23 anos de seu lançamento original (o disco foi lançado em 9 de Agosto
de 1996), “Theli” continua sendo maravilhosamente envolvente e criativo,
sedutor e grandioso. Embora o disco não soe datado (pois é um clássico), os fãs
que adoram exageros podem achá-lo simples (o que em essência ele é) em relação
ao que o próprio THERION faria mais
adiante, ou o que outras bandas com elementos sinfônicos fariam.
Aliás, é bom
que se diga: a estrutura de “Theli” é semelhante a de uma ópera,
com introdução, interlúdio e final.
Preludium: é uma introdução climática, focada em
teclados e piano. Serve como uma preparação aos ouvidos
To Mega Therion: e aqui começa o êxtase. Uma
introdução com vocais operísticos com partes de guitarras em crescendo, mas é
uma faixa sinuosa, quase como se uma música clássica escrita para o formato Metal,
cheia de arranjos maravilhosos de teclados e guitarras. Basicamente, é a canção
mais conhecida do disco.
Cults of the Shadow: essa é outra clássica do disco. Mezzo grandiosa, mezzo acessível, a presença de vocais normais é sensível e
brilhante, sem mencionar que o ritmo é grudento, com uma solidez incrível por
parte da base rítmica.
In the Desert of Set: aqui, certo toque de World Music é
percebido por conta de alguns toques orientais. Guitarras e teclados fazendo um
trabalho melodioso de ótimo gosto nos solos. Os tempos mais lentos dão um toque
mais sombrio ao trabalho dos vocais. Ela ganha um pouco mais de gás e energia
do meio em diante, onde os vocais normais e uns tons mais agressivos normais se
encaixam perfeitamente.
Interludium:
É outra canção instrumental
pequena, e como o nome diz, é uma
pausa, focada mais em guitarras, baixo e bateria.
Nightside of Eden: É um pouco mais rebuscada e rica em
termo de diversidade rítmica, e mais uma vez, a ambientação é mais soturna, e
alguns vocais normais dão um toque mais Gothic em alguns momentos. Mas como os
riffs de guitarra e as intervenções operísticas dos vocais ficaram lindas.
Opus Eclipse: eis uma longa instrumental com muito
peso por causa da base baixo-bateria, belas partes programadas emulando
instrumentos clássicos, teclados com incursões inspiradas e guitarra com doses
de distorção agressiva. E não cansa os ouvidos ou soa entediante.
Invocation of Naamah: Apesar de uns toques agressivos e
conduções nos dois bumbos darem uma aura agressiva, as melodias são belíssima.
E é uma das canções onde os vocais normais têm maior prevalência. E alguns
teclados clássicos/épicos encaixaram como uma luva.
The Siren of the Woods: longa e rica em ambientações, talvez
seja a canção que mais expresse o que Christofer
Johnsson quis fazer em “Theli”. O início é cheio de
teclados etéreos e guitarras limpas, mas longo ganha alguma distorção, mas
mesmo assim, segue-se em uma beleza harmônica que cair o queixo do ouvinte. E é
tão rica em detalhes de teclados, pianos, arranjos de guitarra e outros que uma
audição não é suficiente para absorver tudo que existe nela.
Grand Finale/Postludium: é outra instrumental, mas que visa
encerrar o disco de maneira grandiosa, quase que uma expressão Romântica da Música
Clássica em formato Heavy Metal.
Estas são as
faixas da versão original de 1996. Mas a versão nacional ainda tem alguns
extras para os mais ávidos.
In Remembrance: essa vem das gravações de “Theli”,
mas acabou ficando de for a da versão original. Ela foca em algo mais próximo
do Heavy Metal tradicional, tendo os vocais de Dan Swanö, e seca das partes operísticas e vocais grandiosos. Mas
os vocais estão perfeitos, assim como baixo e bateria.
Black Fairy: outra que fica mais perto do Metal
tradicional e também sobrou das gravações originais do disco. Mas nessa, tem-se algumas incursões de teclados, corais simples e toda base
instrumental é sólida. Riffs simples e mágicos se mesclam ás vozes e embalam o ouvinte.
Fly to the Rainbow: é costume do THERION graver covers vez por outra, e aqui tem-se uma do SCORPIONS, vindo direto do segundo disco
do grupo, de 1974. Eles preservaram o “blend” Hard Rock/Classic Rock original,
apenas dando uma atualizada. Respeitaram a original, mas fazendo o trabalho
conforme a identidade deles.
Conclusão:
“Theli” marca o fim de uma era, já que este é
o último disco em que Christofer fez
vocais, e rompe com o passado extremo do grupo. Mas é, ao mesmo tempo, uma
banda que abraça um leque de amplas possibilidades musicais.
E sim: “Theli”
é um clássico eterno do Metal, que merece aplausos, logo, a aquisição é
obrigatória.
Nota: 100,0/100,0
To Mega
Therion
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