Ano: 2018
Tipo: Full
Length
Selo: Pathogenic Records
Importado
Tracklist:
1. Sinister
Scherzo
2. Longing for
Gondwanaland
3. Memento Mori
4. All Good
Things Died Here
5. The Crushing
Weight of Eternity
6. The Peaceful
Beauty of Brutal Justice
7. Can’t Make
Me Hate You
8. One Foot in
Forever
9. Gazing at
Medusa
Banda:
Tim
“Ripper” Owens - Vocais (músico convidado)
Chris
Poland - Guitarra solo (músico convidado)
Aaron
Guerra - Guitarras, vocais
Ted
Kirkpatrick - Bateria, baixo
Ficha Técnica:
Ted Kirkpatrick - Produtor
Aaron Pace - Mixagem, masterização
Jason Juta - Arte da capa
Deen
Castronovo - Vocais em “Gazing at
Medusa”
Contatos:
Site Oficial: http://www.tourniquet.net/
Assessoria:
E-mail: Tourniqt@aol.com
Texto: “Metal Mark” Garcia
Acima de qualquer pensamento ideológico/religioso,
um fã de Metal deveria se apegar aquilo que é mais importante: a música em si.
Mas em tempos em que o ódio às diferenças impera, é mais fácil se apegar a
fórmulas de pensamentos em grupo do que ao talento musical de muitos. No
Brasil, a terra em que toda forma de radicalismo sempre imperam (e se
justificam das maneiras mais ridículas possíveis), muitas boas bandas passam
despercebidas porque imperam ideais e ideologias, e raramente a música fala
mais alto. Se fosse o oposto, garanto que 99% dos fãs estariam apreciando “Gazing at Medusa”, disco novo do
veterano norte-americano TOURNIQUET, que é um dos grandes discos do ano, sem sombra de dúvidas!
Marcado por conta da mensagem cristã de suas
letras, poucos parecem ter ouvidos abertos para reconhecer seu talento. Além do
mais, o grupo sempre foi bastante amorfo, sempre buscando evoluir conforme o
tempo. Mas a consensualidade sempre foi um ponto forte de sua identidade, pois
o antigo Thrash/Heavy Metal que todos conhecemos ainda pulsa nesse disco,
somente mais encorpado e com muitas influências do Metal moderno. Ou seja,
lapidado pelos anos, o grupo nos trás em “Gazing
the Medusa” um disco de Thrash/Heavy Metal moderno, com muitos elementos
agressivos delineados por linhas melódicas privilegiadas. Além disso, ao lado
de Ted Kirkpatrick (único membro restante da formação original) e de Aaron Guerra (veterano que está com o grupo desde os anos 90),
estão como convidados o guitarrista Chris
Poland (reconhecido por ter feito parte do MEGADETH e gravado clássicos como “Killing is my Bussiness... and Business is Good” e “Peace Sells... But Who’s Buying?”) e Tim “Ripper” Owens (conhecido vocalista
que já passou por JUDAS PRIEST, ICED
EARTH, YNGWIE J. MALMSTEEN’S RISING FORCE, e que tem outros trabalhos hoje
em dia). Além deles, o baterista Deen
Castronovo (outro bem conhecido, pois tocou com OZZY OSBOURNE, BAD ENGLISH, GZR, e muitos outros) fazendo vocais
em uma participação especial. Não tinha como dar errado se dependesse dos
músicos.
E não deu, pois a beleza e vigor de “Gazing at Medusa” é algo sedutor, é
um disco que gruda nos ouvidos, além de esbanjar agressividade e energia.
As mãos de Ted
seguraram a responsabilidade de produzir o disco, além de Aaron Pace ter sido o responsável pela mixagem e masterização.
Desta forma, a sonoridade do disco é moderna e abrasiva, com aqueles timbres
fortes e distorcidos, mas que de forma alguma são incompreensíveis aos nossos
ouvidos. Longe disso, a clareza é enorme, de forma que as melodias são bem
audíveis e conseguimos entender os arranjos de cada faixa, por mínimo que
sejam. Peso, agressividade, melodia e clareza estão balanceados, que nos brinda
com uma qualidade sonora que beira a perfeição.
Além disso, a capa de Jason
Juta é linda, bem feita e com um toque sinistro que casou perfeitamente com
a musicalidade do disco (e obviamente com o título).
O 10o
disco do TOURNIQUET é fenomenal, cheio de pegadas ganchudas, melodias
que são facilmente assimiladas por nossos ouvidos, além de carregado de
influências agressivas modernas. Óbvio que o grupo caprichou, fazendo talvez um
de seus melhores discos, se não for o melhor, pois o tempo lapidou o grupo. E
como elas são inspiradas, como fazem bem aos ouvidos justamente pela
autenticidade.
A impressão que o disco
nos dá é de algo compacto, rígido e sem espaços, tamanha a homogeneidade em
termos de qualidade de suas canções. A modernidade Heavy/Thrash Metal vibrante
de “Sinister Scherzo” nos mostra arranjos que beiram o Metal extremo nas
guitarras, mas cheias de melodias muito bem feitas, além de um peso absurdo. Mais
pesada e densa (mas sem que as melodias fiquem ocultas) é “Longing for
Gondwanaland”, onde os vocais mostram timbres rasgados entremeados por
outros mais graves encaixados em uma base instrumental diversificada (e que
trabalho da bateria em termos de técnica). Segue-se com o peso cadenciado e
soturno de “Memento Mori”, onde a interpretação dos vocais nos leva a
compreender algo das letras, sem contar que os riffs de guitarras estão
perfeitos. Um pouco mais veloz e com evidente influência de Thrash Metal old
school é “All Good Things Died Here”, mas percebam a técnica quase
jazzística em vários momentos, e o andamento prioritariamente cadenciado mostra
um peso descomunal. A vocação para algo que transita entre o US Metal e o
Thrash Metal da Bay Area é algo claro em “The Crushing Weight of Eternity”,
repleta de riffs de bom gosto (e que grudam nos ouvidos) sob uma ambientação
atual. De início introspectivo e melancólico, “The Peaceful Beauty of Brutal
Justice” vira um murro nos tímpanos, mas sempre com mudanças rítmicas ótimas
(muito peso e técnica de baixo e bateria). Pegando mais uma vez o lado mais lento
e cheio de emoção, temos “Can’t Make Me Hate You” (que vocais de
primeira). O dinamismo entre as guitarras e a base rítmica é o ponto forte de “One
Foot in Forever”, e que debulhadas nos solos. E fechando, a brutalidade
opressiva de “Gazing at Medusa” chega para deixar os ouvidos dos mais
incautos doendo, e os vocais diferentes do restante do disco ficaram ótimos,
com timbres que variam do rasgado ao melodioso sem pudores, e que refrão!
Se você se preocupa mais com
a religião alheia do que com a música, passe longe, pois esse disco não é para
sua mente; se você é dos que acreditam que o mais importante é a música em si,
só é preciso deixar uma coisa clara: “Gazing at Medusa” é um disco que
vicia!
Parabéns ao TOURNIQUET
por um disco tão formidável, que não sai do meu aparelho de som há dias!
Nota: 100%