segunda-feira, 14 de maio de 2018

MARENNA - Livin’ With No Regrets


Ano: 2018
Tipo: Álbum ao Vivo
Nacional


Tracklist:

1. Intro
2. You Need to Believe
3. Can’t Let You Go
4. Never Surrender
5. Reason to Live
6. Fall in Love Again
7. Come Back
8. Forever
9. Keep On Dreaming
10. About Love
11. So Different
12. Like An Angel
13. Life Goes On
14. No Regrets


Banda:


Rod Marenna - Vocais
Aaron Alves - Guitarras, backing vocals
Arthur Appel - Baixo, backing vocals
Gionathan Sandi - Bateria


Ficha Técnica:

Juliano Boz - Captação
Arthur Appel - Captação, produção, mixagem, masterização
Tiarles Daros - Artwork
Rodrigo Visentin - Artwork
Sasha Z - Guitarra Solo em “Fall in Love Again”
Mauricio Pezzi - Teclados
Jonas Godoy - Guitarras, backing vocals


Contatos:

Assessoria: www.beelyper.com (Agência Beelyper)



Texto: Marcos Garcia


Fazer AOR em um país onde a maior vocação é para o Metal extremo é algo bem difícil. Só que “difícil” é uma palavra, e “impossível” é outra bem diferente. Existem ótimas bandas buscando o AOR/Glam Metal dos anos 80 com todas as suas forças por aqui, e fazendo bons trabalhos. Um dele é o MARENNA, banda de Caxias do Sul (RS), que chega com mais um registro, o disco ao vivo “Livin’ With No Regrets”.

Para quem ainda não conhece o trabalho da banda, o MARENNA é especialista em criar as famosas “músicas para comerciais de cigarros” dos anos 80 (espero que todos tenham entendido a referência e eu não precise desenhar), ou seja, eles criam um trabalho musicalmente acessível, mas esteticamente muito bem feito, cheio de melodias grandiosas, e com enfoque em linhas melódicas e refrãos bem grudentos (com excelente nível dos vocais e das partes instrumentais). Tudo funciona nesse disco ao vivo para nos transportar para dentro do show (gravado em Caxiais do Sul, cidade natal deles).

Há uma magia aqui, logo, deixe-a guiar vocês pelas sinuosas melodias de “Livin’ With No Regrets”.

Gravar um disco ao vivo não é uma tarefa simples, pois a energia de shows nunca é simples de ser captada. Mas a captação ficou muito boa, e se percebe que o MARENNA tem uma forte dose de espontaneidade ao vivo, embora a fidelidade a que fazem no estúdio é enorme. Um trabalho ótimo da produção sonora, e com uma capa realmente antenada com o AOR.

Musicalmente, o MARENNA é bem maduro no que faz. Arranjam bem as composições de maneira que o mais importante seja a fusão de vocais, guitarras, baixo, teclados e bateria, e não apenas um desses elementos. A banda funciona como um todo; e a música transborda em espontaneidade, sem que o quinteto soe piegas, repetitivo ou artificial. Longe disso, há vida nessas canções.

De cabo a rabo, “Livin’ With No Regrets” é um discão que se ouve uma vez e se está fisgado. Mas canções como “You Need to Believe” e seu belo refrão, a energia envolvente e grudenta de “Can’t Let You Go”, a força mais pesada (mas bem arranjada) de “Never Surrender”, o clima mais acessível e beirando o Pop Rock anos 80 de “Reason to Live” e “Fall in Love Again”, a pegada mais seca de “Keep On Dreaming” que contrasta com a acessibilidade de “About Love”, a introspectiva e grandiosa “Like An Angel”, e o ritmo mais abrasivo e pesado de “No Regrets” mostram o quanto você deveria sair do sofá e ouvir este disco.

Podemos dizer que o MARENNA merece mesmo a Europa, merece ser sucesso. E “Livin’ With No Regrets” é um discão!

Nota: 91%

CANDLEMASS - House of Doom


Ano: 2018
Tipo: Extended Play (EP)
Importado


Tracklist:

1. House of Doom
2. Flowers of Deception
3. Fortuneteller
4. Dolls on a Wall


Banda:


Mats Levén - Vocais
Mats “Mappe” Björkman - Guitarra base
Lars “Lasse” Johansson - Guitarra solo
Leif Edling - Baixo
Jan Lindh - Bateria


Ficha Técnica:

Leif Edling - Produção
Tobias Forge - Vocais em “House of Doom” (na versão em vinil do EP)


Contatos:

Assessoria: olebang@newmail.dk (Ole Bang)

E-mail:


Texto: Marcos Garcia


Talvez um dos estilos mais inóspitos do Metal seja o Doom Metal. Sim, pois o jeito de ser lento e azedo, rebuscando os elementos mais pesados e densos que o BLACK SABBATH deu origem em seus 3 primeiros discos, não é palatável para todos os fãs de Metal. Mas mesmo assim, é um gênero fascinante e cheio de belezas para aqueles que o conhecem a fundo. E assim, um dos pioneiros do estilo, o quinteto sueco CANDLEMASS, retorna à carga com o EP “House of Doom”, mostrando que apesar dos projetos paralelos de Leif Edling (seu baixista e mentor), a banda ainda tem lenha para queimar.

Óbvio que o EP vai trazer polêmicas pela presença de Mats Levén nos vocais, ocupando o lugar de monstros como Messiah Marcolin e Robert Lowe. No fundo, toda troca de vocalistas gera desconforto, mas no caso do quinteto, o que temos no EP é o mais puro Doom Metal que possam imaginar. Embora distante de ser algo revolucionário como o que se ouve em vários álbuns da banda, “House of Doom” é um bom trabalho, e que vem para mostrar que o CANDLEMASS está vivo, pronto para desafios maiores.

Como falamos de Doom Metal, existe aquela sujeira essencial ao estilo permeando a sonoridade, mas sem que a qualidade sonora limpa e inteligível (coisa a qual o grupo nunca abriu mão). Ou seja, a produção busca caprichar no som mais característico do grupo, sem pesar demais a mão na agressividade e peso, mas sem deixar limpo demais e descaracterizado. É o tipo de sonoridade que nos acostumamos aos últimos discos da banda: pesado e denso, mas bem delineado em termos de instrumental.

Se por um lado “House of Doom” não chega ao alto nível musical que conhecemos de “Nightfall”, “Tales of Creation” e “King of the Grey Islands”, por outro não podemos acusar o CANDLEMASS de estar se repetindo ou de ser um disco ruim. Não, de forma alguma este EP é uma cicatriza na carreira da banda. Com suas diferenças, aponta para o futuro, mostrando que o quinteto ainda tem o que mostrar e ensinar aos mais novos em seu enfoque clássico e melódico do Doom Metal.

“House of Doom” abre o EP mostrando uma energia crua e uma pegada pesada e ganchuda, baseando sua força em riffs de guitarra excelentes e marcantes (além de um refrão magistral e simples de se absorver). Seguindo nessa mesma linha, temos “Flowers of Deception”, outra pesada e com ritmo intenso, mas com boas melodias e uma base rítmica sólida e simples (coisa que sempre foi uma característica da banda). Ambas duram mais de seis minutos.

“Fortuneteller” é uma balada mais melodiosa, baseada em melodias soturnas de violões e um vocal com tons mais naturais (onde se percebe maior versatilidade no trabalho de Mats). Fechando, o azedume carregado e lento da instrumental “Dolls on a Wall”, algo mais rebuscado em termos de Doom Metal, uma releitura dos elementos Sabbathícos de início.

Óbvio que muitos não se adaptaram ao vocal de Mats, algo compreensível. Mas não se pode negar: “House of Doom” vem em boa hora, mostrando que a aposentadoria do CANDLEMASS se encontra distante. E em tempos que as bandas antigas estão mostrando as garras, podemos esperar que o disco novo do quinteto venha matador!

Nota: 81%