segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

DREAM THEATER - Distance Over Time


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Importado


Tracklist:

1. Untethered Angel
2. Paralyzed
3. Fall Into the Light
4. Barstool Warrior
5. Room 137 
6. S2N
7. At Wit’s End
8. Out of Reach
9. Pale Blue Dot
10. Viper King (bônus)


Banda:


James LaBrie - Vocais
John Myung - Baixo
John Petrucci - Guitarras, vocais adicionais
Jordan Rudess - Teclados, sintetizadores 
Mike Mangini - Bateria


Ficha Técnica:

John Petrucci - Produção
Ben Grosse - Mixagem
Tom Baker - Masterização
Hugh Syme - Artwork


Contatos:

Assessoria: 
E-mail: 

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução: O Prog Metal (e todas as suas vertentes dentro do mesmo) chegou a tal ponto de megalomania musical que muitas bandas começaram a rever seus conceitos. O nível técnico havia chegado perto do absurdo em termos de minimalismo, as músicas se tornaram gigantescas, e as produções quase que surreais. Mais um pouco e os fãs acabariam pensando que haviam entrado em bolhas do tempo e estavam vendo discos como “Tales from Topographic Oceans” do YES ou “Thick as a Brick” do JETHRO TULL, que em suas respectivas épocas, tinham uma música de cada lado do vinil. Ou seja, isso seria condenar o gênero a ficar restrito aos seus fãs mais fiéis, sem possibilidades de crescer e atingir novos fãs.

Além disso, o que restaria para uma banda que tudo experimentou em termos musicais?

O RUSH deu a resposta: buscar algo mais simples e funcional, sem, no entanto abrir mão de sua essência. Ou seja, algo como um “back to the roots” sonoro, e é justamente esta linha que “Distance Over Time”, décimo quarto álbum do quinteto de Long Island (Nova York) DREAM THEATER, busca seguir.


Análise geral: Após a Ópera Rock apresentada pelo grupo em “The Astonishing” de 2016, ápice de toda experimentação musical possível que vinham fazendo desde “When Dream and Day Unite” de 1989, uma nova direção se fazia necessária. Mesmo visualmente, antes de se ouvir o disco, se repara que as músicas ficaram mais curtas, pois a megalomania de temas gigantescos foi trocada por canções de duração média de 6 minutos (o que para eles é algo bem curto). Até a ambientação melódica está mais direta, funcional e concisa, embora o nível técnico continue bem alto. E verdade seja dita: acertaram na mosca, pois é mais um excelente disco do grupo, que rebusca bastante o formato mais coerente (e pesado) de “Awake”.

Basicamente, apesar da volta às raízes, o DREAM THEATER continua com seus pés no presente, sendo capaz de se renovar e ganhar apelo para fãs não iniciados no Prog Metal.


Arranjos/composições: Fazer algo mais coeso em termos de canções não implica que o nível de técnica individual diminui tanto assim. Óbvio que não existem tantas viagens “Prog Metalssívas” como antes, com o foco em tornar as canções mais digeríveis e até acessíveis (impossível não se apaixonar pelas belas linhas melódicas de “At Wit’s End”, um dos pontos altos do disco), mas existem momentos onde todo o malabarismo técnico individual de cada um dos integrantes surge, mas sem destoar o contexto. Agora, falar em arranjos instrumentais e mudanças de ritmo em um disco da banda é quase que uma leviandade: é o que mais se encontra, mas lembrando de que a tônica desse álbum é a sobriedade. E James continua se mostrando um dos melhores cantores do Metal, sabendo como ninguém usar de sua voz bela e versátil em cada uma das canções.


Qualidade sonora: Como já é de praxe, o patrão John Petrucci tomou as rédeas da produção do disco, garantindo que tudo fique limpo e audível em seus mínimos detalhes, um trabalho em que ele teve as mãos de Ben Grosse na mixagem e de Tom Baker na masterização, e que ficou perfeito. Tudo funciona, e mais uma vez, a escolha por timbres modernos e pesados (mais uma vez: uma referência a “Awake”) explicitaram a agressividade sonora da banda em vários momentos, mas sem relegar os momentos “heavyssívos” tão comuns de sua música. Aliás, em termos de sonoridade, é um dos melhores discos do quinteto.


Arte gráfica/capa: A apresentação visual de “Distant Over Time” é um mais trabalho de Hugh Syme (com que trabalharam muitas vezes na década passada), criando uma aura realmente Progressiva para a arte, mas com um toque distópico de agressividade. Uma arte digna de um disco desse gênero específico de Metal.


Destaques musicais: Chega a ser difícil destacar melhores momentos em “Distance Over Time”, pois a fase em que o quinteto está vivendo é de pura criatividade. Mas das 9 canções (até nisso a banda economizou) dispersas pelos 56:51 minutos de duração do CD (o que daria uma média aproximada de 6 minutos por canção), por mero preciosismo, são as melhores nas primeiras audições:

“Untethered Angel”: misturando peso, técnica e um bom “set” de mudanças de tempo, é uma canção sólida, onde as passagens de baixo e bateria estão ótimas, adornadas por arranjos bem encaixados de teclados (Jordan Rudess é mesmo um músico e tanto).

“Paralyzed”: uma pegada pesada se alterna com a elegância do Rock Progressivo, mesmo com um jeitão mais simples, com ótimos riffs de guitarra (seja nos momentos elétricos ou nas partes limpas, e que solos bem feitos).

“Fall into the Light”: Prog Metal envolvente e moderno, com melodias que nos envolvem, refrão marcante, mas com aquela ambientação Progressiva que tantos amam. O trabalho de baixo e bateria está ótimo.

“Barstool Warrior”: certa melancolia surge em meio às linhas harmônicas bem feitas. Os vocais estão excelentes, e mais uma vez, a base rítmica do quinteto faz bonito.

“Room 137”: soturna, pesada e moderna, parece quase uma música de “Awake” por seu jeito mais focado em peso (sem abstrair os elementos Prog da banda). Os momentos mais agressivos mostram o quanto os riffs são bem feitos.

“At Wit’s End”: alguns momentos mais ganchudos vão levar os fãs à era de “Images and Words”, mas com o alinhavo moderno de “Falling Into Infinity”. É outra canção com uma aproximação mais simples que os fãs do quinteto estão acostumados.

Embora o disco inteiro seja excelente, essas se destacam. E a versão Digipak ainda tem a faixa bônus “Viper King”, um Rock realmente quase Progressivo se não fosse os riffs graves e o refrão quase Pop.


Conclusão: Assim como foi com “The Astonishing”, é muito provável que “Distance Over Time” venha causar descontentamento entre os fãs mais conservadores do quinteto. Mas isso não significa que o DREAM THEATER não esteja vivendo um excelente momento, ou que está na direção errada. Pelo contrário: este novo caminho deu vida nova a um grupo que, na maioria das vezes, era incompreendido por muitos.

Agora, não mais...

Nota: 98%


Untethered Angel”: http://bit.ly/2T19Iqk



Paralyzed”:  http://bit.ly/2VijS2n



Spotify

TUATHA DE DANANN - The Tribes of Witching Souls


Ano: 2019
Tipo: Extended Play (EP)
Nacional

Tracklist:

1. The Tribes of Witching Souls
2. Turn
3. Warrior Queen
4. Your Wall Shall Fall
5. Conjura
6. Outcry
7. Tan Pinga Ra Tan
8. Rhymes Against Humanity (Demo 2004) (faixa bônus)
9. The Tribes of Witching Souls (Demo Instrumental) (faixa bônus)


Banda:



Bruno Maia - Vocais, flautas, guitarras, viola, bouzouki, mandolin, banjo
Giovani Gomes - Baixo, vocais urrados
Edgard Brito - Teclados


Ficha Técnica:

Bruno Maia - Produção
Brendan Duffey - Mixagem de “The Tribes of Witching Souls”, “Turn”, “Warrior Queen”, “Your Wall Shall Fall” e “Conjura”, masterização
Fabrício Altino - Bateria, mixagem de “Outcry” e “Tan Pinga Ra Tan”
Paulo “Coruja” Oliveira - Arte da capa
Edgar Franco - Ilustração de Gaia (encarte)
Eduardo Vidiabos - Ilustração do Bardo (parte interna da capa)
Martin Walkyier - Vocais em “Your Wall Shall Fall”
Dana Russi Maia - Vocais em “Warrior Queen”
Daisa Munhoz - Vocais em “Warrior Queen”
Fernanda Lira - Vocais em “Tan Pinga Ra Tan”
Nita Rodrigues - Vocais em “Tan Pinga Ra Tan”
Rodrigo Abreu - Bateria em “Your Wall Shall Fall”
Alex Navar - Gaita de fole em “Turn” e “Your Wall Shall Fall”
Nathan Viana - Violino
Jacqueline Taylor - Guitarra em “Your Wall Shall Fall”
David Briggs - Bodhan em “Warrior Queen”
Rafael Salobrena - Bodhan em “Warrior Queen”

Contatos:

Site Oficial: http://www.tuathadedanann.art.br/
Facebook: https://www.facebook.com/Tuathadedanannofficial/
Instagram: https://www.instagram.com/tuathaofficial/
Assessoria:
E-mail: contato@tuathadedanann.art.br

Texto: “Metal Mark” Garcia



Introdução: Fazer algo dentro do conhecido Folk Metal no Brasil sempre foi difícil, pois lidar com o preconceito “true Metal” que acaba tornando muitos fãs surdos a algo fora do convencional não é fácil. É preciso talento para calar e convencer os que acreditam nisso.

Mas ainda bem que tal fato não impede muitas bandas de trilharem por este caminho. E o pioneiro do gênero por aqui é o TUATHA DE DANANN, os bardos de Varginha (MG), que tiveram enorme sucesso nos primeiros anos da década passada, e que após ficarem em silêncio de 2004 a 2015 (somente um vídeo ao vivo foi lançado em 2009), eles voltaram em 2015 com “Dawn of a New Sun” e estão em atividade constante, fazendo shows e agora, sedimentam esse retorno em alto nível com “The Tribes of Witching Souls”, seu mais recente lançamento, um EP que a Heavy Metal Rock colocou no mercado.


Análise geral: Basicamente, o estilo do grupo foi amadurecendo com o passar dos anos, ficando cada vez mais Folk/Celtic Metal, e mesmo mantendo algumas influências extremas pontuais (alguns vocais mais agressivos), ele está mais encorpado e justo. Fica óbvio aos ouvidos mais experientes que o grupo tem (como sempre teve) um toque de Rock Progressivo dos anos 70 (algo de JETHRO TULL) mesclado às influências de Metal tradicional e Power Metal, além da adição de música Folk e Celta do Velho Continente.

Basicamente: o grupo criou uma forma musical para si em uma época em que esta vertente do Metal ainda engatinhava, onde a maioria apenas usava de melodias Folk com uma pegada Metal. Isso porque o grupo foi fundado em 1995, poucos anos depois do pioneiro SKYCLAD dar o ponto de partida, usando violinos.

Desta forma, estabelece-se a importância histórica e a originalidade do TUATHA DE DANANN.


Visão interna da arte
Arranjos/composições: A beleza de suas composições não precisa ser mais exaltada do que comumente já é. A riqueza de arranjos e a capacidade de unir tantas influências díspares em uma música sólida e consensual não é um trabalho lá muito fácil. Mas eles conseguiram nos passado e ainda conseguem, especialmente quando saem do convencional, como na versão orquestral de Tan Pinga Ra Tan” (originalmente do clássico “Tingaralatingadun”), e na beleza interiorizada da versão acústica de “Outcry” (de “Dawn of a New Sun”).

Ah, nas inéditas? 

Eles simplesmente mostram o motivo de serem tão respeitados no cenário: não deixam espaços para palavras negativas, com arranjos muito bem feitos, linhas melódicas de simples assimilação e bom nível técnico. E isso sem mencionar os convidados especiais que deram um brilho todo especial às canções onde aparecem.


Qualidade sonora: O fundador do grupo, Bruno Maia, tomou as rédeas da produção do EP, tendo Brendan DuffeyFabrício Altino cuidando da mixagem (sendo que Brendan ainda fez a masterização). A sonoridade de “The Tribes of Witching Souls” é linda, consegue ter peso, clareza e agressividade necessárias para que as canções soem consensuais e inteligíveis para os ouvintes. E fazer isso com tantos instrumentos musicais diferentes é bem difícil, que fique claro.


Arte gráfica/capa: Não é de se espantar que o trabalho gráfico do EP seja tão belo e de alto nível, com capa, espelho, contracapa e encarte perfeitos em termos de arte visual. Sempre fizeram algo mais belo, que apresentasse aos fãs e ouvintes aquilo que a música vem a transmitir.
Arte de Gaia de Edgar Franco (usada no encarte e
na capa do Single 
“Your Wall Shall Fall”).


Destaques musicais: Basicamente, não existem “melhores momentos” em “The Tribes of Witching Souls”, pois o EP inteiro é irresistivelmente maravilhoso. Não há música no disco que seja dispensável, que esteja abaixo ou acima das outras.

“The Tribes of Witching Souls”: É uma típica canção que o grupo costuma fazer, com ótimas linhas melódicas de simples assimilação, andamento nem lento ou veloz, e tudo adornado com ótimos arranjos de instrumentos Folk. Óbvio que os vocais estão maravilhosos, tanto nos normais, nos corais e mesmo nos pontuais urros guturais.

“Turn”: Aqui já surge uma “vibe” um pouco mais moderna e agressiva devido à predominância dos ótimos riffs de guitarra. Mas certo toque de Prog metal surge na ambientação da canção, isso sem mencionar que os teclados e refrão estão excelentes.

“Warrior Queen”: Belíssimos vocais femininos adornam essa canção que está muito mais próxima ao Folk puro por conta das melodias e prevalência de teclados, violinos e flautas. E que toque de beleza extra graças aos vocais femininos.

“Your Wall Shall Fall”: Apesar da ambientação Celta/Épica, a voz marcante e ríspida de Martin Walkyier (o fundador do SKYCLAD, que tem passagens pelo SABBAT e HELL, e é o pai por direito do Folk Metal, e que já havia gravado uma participação com os mineiros em “Rhymes Against Humanity” no disco anterior) dá aquela dose extra de agressividade. E é praticamente impossível não cantarolar o refrão após a primeira audição.

“Conjura”: Uma canção mestiça, aonde um jeito mais bruto vindo do Metal moderno se encaixa na base inspirada pelo Rock Progressivo setentista. Óbvio que as melodias inspiradas pelo Folk estão presentes graças aos instrumentos característicos do gênero, mas o conjunto dos vocais é belíssimo, bem como a força da base rítmica de baixo e bateria.

“Outcry”: Como já citado, é a versão acústica da mesma canção presente em “Dawn of a New Sun”. Mas é incrível como o uso de viola cria uma ambientação melancólica e intimista, e que ótimos vocais.

“Tan Pinga Ra Tan”: O jeito mais intimista casou bem com essa canção puramente Folk. A voz limpa de Fernanda Lira (do NERVOSA) e de Nita Rodrigues encaixaram perfeitamente nesse “remake” providencial (isso sem mencionar que o uso de flautas e violas é de alto nível).

As duas faixas bônus são as versões Demo de “Rhymes Against Humanity” (lá de 2004) e “The Tribes of Witching Souls” (aqui em sua forma Instrumental) são ótimas, e servem para dar aquele encerramento com chave de ouro ao disco.

Ah, sim: “Your Wall Shall Fall” e “Conjura” estão com a ordem trocada na contracapa do EP.


Conclusão: O TUATHA DE DANANN mostra em “Tribes of the Witching Souls” que ainda são únicos dentro do que fazem, que merecem aplausos e fizeram deste EP um dos melhores lançamentos do ano.

Nota: +100%

“Tribes of the Witching Souls”: http://bit.ly/2NoOKM0




“Your Wall Shall Fall”http://bit.ly/2NoOKM0

ROADIE METAL DVD Volume II



Ano: 2019
Tipo: DVD
Nacional


Tracklist:


1. TORTURE SQUAD - Don’t Cross My Path
2. TRATOR BR - Floresta Armada
3. DEATH CHAOS - Hammerdown
4. MELANIE KLAIN - Lavagem Cerebral
5. DYNASTY - Step By Step
6. HEAVENLESS - The Reclaim
7. SINERA - Com as Próprias Mãos
8. SEVENTH SIGN FROM HEAVEN - The Devil Fears My Name
9. VALLEY OF ARMORES HEART - Brave Armores Heart
10. NETUNO DOOM - The Second Sun
11. ARTILHARIA - Assalto ao Monte Castelo
12. KAVERNOSOS - Por Fé Final
13. FACES OF DEATH - Consummatum Est


Contatos:

  
Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução: DVDs, até alguns anos atrás, vinham apenas suprir a lacuna deixada por shows em países de difícil acesso (imaginem a dificuldade de se tocar em países do Oriente Médio ou mesmo em Bangladesh), ou como documentários sobre uma banda (ou dado momento de suas carreiras, como a gravação de um novo disco). Mas um novo formato começa a estabelecer-se no cenário: as coletâneas de bandas em DVD, uma forma de distribuir e divulgar trabalhos de uma forma delas que, apesar da existência das plataformas digitais na internet, ainda possuem enorme “appeal”. Sim, ali se encontram vídeos oficiais e lyric vídeos das mesmas, em um pacote eclético. E um nome que começa a sua sequência em série é da “Roadie Metal”, que chega ao segundo volume nesse formato.


Análise geral: No caso, tem-se dessa vez um DVD simples (o primeiro volume foi duplo), com 13 bandas de vertentes diferentes de Metal. Tal ecletismo sempre foi um problema para os fãs mais radicais, mas é justamente onde o fã irá ganhar: tem uma banda que gosta, pode achar nas outras algo diferente que venha a gostar.

No caso, tem-se o Death Metal bruto e bem feito do DEATH CHAOS ao lado do Metal moderno e grooveado do MELANIE KLAIN; o Metal tradicional pesado do DYNASTY vivendo harmoniosamente ao lado da sujeira Stoner Rock/Metal do KAVERNOSOS e pelo Metalcore explosivo do SINERA. E sim, cada banda vem mostrando seu valor e potencial. Poderiam mesmo suceder grandes nomes do exterior que vivem do próprio passado (e do fanatismo dos fãs mais chatos).

Sim, o resultado final é muito, muito bom.


Qualidade sonora/visual: Com sempre ocorre em coletâneas, não há como homogeneizar toda a qualidade sonora e visual, já que cada banda grava conforme seus recursos e sonoridade característica. Mas é perceptível que o profissionalismo anda caminhando a passos largos por aqui, pois mesmo os grupos que poderíamos caracterizar como “amadores” (sem ser ofensivo) fizeram vídeos de primeira.

Há apenas uma crítica: o menu para escolhas poderia ser mais personalizado. Esse jeito mais simples é bem legal, mas poderia ser melhor.


Arte gráfica/capa: A capa ficou ótima, como é de costume dos lançamentos da Roadie Metal desde a época das coletâneas em CD simples. Mas o encarte é que deu uma evoluída muito boa, pois com o menor número de bandas, o espaço aumentou, então aparecem minibiografias de cada grupo, links de contato e fotos mais visíveis de cada grupo.


Destaques musicais/vídeos: Em termos de coletâneas, esta é a parte mais injusta, onde se deve referenciar os que se destacam. Visando dar destaques e pormenorizar o trabalho de cada um, e tendo em vista que são 13 bandas apenas, todas foram resenhadas.

Vamos lá:

TORTURE SQUAD - “Don’t Cross My Path”: Hoje um dos nomes mais conhecidos do cenário, o quarteto de Death/Thrash Metal de São Paulo (SP) usou de imagens ao vivo com a música de estúdio tocando. Uma estratégia antiga, mas que sempre funciona bem. Impossível não falar da técnica de baixo e bateria.

TRATOR BR - “Floresta Armada”: de Bauru (SP) vem esse grupo com um mix bem feito de Death Metal, Grindcore e elementos de Thrasg Metal, com um vídeo feito em forma de animação, ou seja, um desenho animado (mesmo os músicos aparecem estilizados) que tem uma música brutal e técnica. Uma ideia bem diferente do usual.

DEATH CHAOS - “Hammerdown”: Com uma pegada Death Metal tradicional e alguns elementos modernos permeando sua canção, os curitibanos mostram um jeito já conhecido de fazer vídeo aqui: cenas da banda tocando em meio à mata entremeados por partes onde uma estória (focada em um serial killer, pelo visto) é contada. As guitarras mostram um trabalho arrasador em termos de riffs e solos.

MELANIE KLAIN - “Lavagem Cerebral”: o quinteto de Mococa (SP) é outro que usa do recurso de alternar imagens de protesto engajado com cenas do grupo tocando em um galpão. Metal moderno com toques de Groove Metal, New Metal e Metalcore que ficou ótimo, especialmente pelos vocais.

DYNASTY - “Step By Step”: Metal tradicional com alguns toques agressivos em suas melodias e mesmo partes de Hard Rock aqui e ali. Outra vez, a mescla de imagens da banda tocando com imagens normais (sem que exista uma estória a ser contada). Belíssima canção dessa turma de Nova Lima (MG), diga-se de passagem.

HEAVENLESS - “The Reclaim”: o trio de Death Metal com toques de Thrash Metal moderno de Mossoró (RN) fez algo mais sinistro, em um ambiente noturno ao ar livre, com foco na banda tocando, mas com imagens entremeadas de alguém vestido de capuz carregando uma cruz invertida (e outra pegando fogo). Uma canção cadenciada e bruta, com um trabalho muito bom das guitarras.

SINERA - “Com as Próprias Mãos”: Metalcore puro, direto e agressivo, usando mais vocais urrados que normais. A canção é de um peso absurdo, sem mencionar que o vídeo é interessante, já que optaram por mostrar cenas de uma luta de MMA e seus preparativos. Esse grupo de Santos (SP) promete!

SEVENTH SIGN FROM HEAVEN - “The Devil Fears My Name”: E lá do Norte do Brasil, de Picus (PI) vem com um Metal melodioso e moderno, com muita energia e um jeito grudento de ser. Um dos clipes mais legais da coletânea, pois o uso de cenas de um show ao vivo, entremeadas por cenas do público curtindo a apresentação, é algo valioso, pois deixa de ser artificial ou forçado.

VALLEY OF ARMORED HEART - “Brave Armored Heart”: Um grupo de Folk/Pagan Metal com jeitão melodioso à lá e pegada agressiva (e com toques de músicas regionais do Brasil). O mais interessante é o foco visual em algo voltado ao indígena, só que com alto astral, longe do pessimismo de tantos. A banda ainda precisa melhorar os vocais masculinos, mas de resto, essa turma de São José dos Campos (S) está no caminho certo.

NETUNO DOOM - “The Second Sun”: Doom Metal sujo vindo direto de Fortaleza (CE). Pesado e com o ritmo bem arrastado, é um nome promissor, só precisando dar uma melhorada nos vocais (são bons, mas não tão compatíveis como podem ser). Bem diferente em termos de vídeo, temos a banda sendo captada em um ensaio, algo bem simples, na cara e funcional. Tem futuro.

ARTILHARIA - “Assalto ao Monte Castelo”: E Gravatá (PE) mostra que tem Metal tradicional agressivo à lá NWOBHM de primeira. O grupo resolveu fazer suas filmagens em um terreno de algo parecido com uma fábrica antiga, focando tudo na banda (exceto no início, onde se fala um pouco da Batalha de Monte Castelo, uma das realizações da FEB na campanha da Itália na Segunda Guerra Mundial). Uma música ótima, a banda faz bonito, mas a qualidade de gravação pode melhorar, pois pelo visto e sem estigmatizar a banda, estamos vendo o SABATON brasileiro em ação. Merecem aplausos!

KAVERNOSOS - “Por Fé Final”: Apesar de se denominarem Stoner, esse trio de Colatina (ES) tem um jeitão Rock à lá MOTÖRHEAD sujo e melódico evidente, com melodias de simples assimilação e muita energia. É outro que preferiu gravar tudo em um estúdio de ensaios, focando unicamente na banda. É uma canção curta e que deia aquele sentimento de “quero mais” no ouvinte.

FACES OF DEATH - “Consummatum Est”: o quarteto Thrasher de Pindamonhangaba (SP) preferiu usar um lyric video mais no sentido tradicional, com imagens de tensão armamentista e caos que se mesclam à letras da música. E o Thrash metal moderno e bruto do grupo é algo digno de aplausos e menções honrosas, especialmente pelas guitarras.


Conclusão: Mais uma vez, um DVD da Roadie Metal nos mostra o quanto o cenário nacional é rico em musicalidade. Ouça, veja e aproveite!

Nota: 90%