Ano: 2019
Tipo: Coletânea Dupla
Selo: Roadie Metal Records
Nacional
Tracklist:
CD 01:
1. DEATH CHAOS - Through the Eyes of Brutality
2. RAVENOUS MOB - The Enemy Undying
3. LIVING LOUDER - The Crow
4. REFFUGO - Reffugo
5. BORN TO KILL - Goodbye Soldier
6. WARAGE -
Torture
7. RHEGIA -
Shadow Warrior
8. LUSFERUS -
Luciférico Hino
9. ANGUERE -
Cadeia
10. TIBERIUS
PROJECT - You Bitch!
11. LIBERTAD -
Closed Fists
12. SENTINELAS
DO REI - Rios do Deserto
13. NOVO CHÃO
- Terra Dos Homens
14. WAR
MACHINE - A New Kind
15. WAR ETERNAL - Burning Alive
CD 02:
1. KRAKKENSPIT - Fear My Name
2. MEDICINE FOR PAIN - Vendida Como Bonecas
3. HEAVENLESS - The Reclaim
4. TORTURIZER - Slaughtersouse
5. DIALHARD - Now You’re Free
6. EPITAH - Something Better Than God
7. CROMATA - Resigned in Blood
8. MAMUTE - The End
9. THE DAMNED HUMAN FLASH - Inferno
10. IN SOULITARY - Hollow
11. LONEHUNTER
- Eternal Time
12. ZERO HORA
- Batina do Papa
13. CxDxM -
Como Um Muro Inatingível
14. OBSCURED
BY THE CLOUDS - Ethereal
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução: Os anos 80 foram aqueles em que as
coletâneas de bandas ganharam definitivamente espaço. Além de não serem tão
caras (o investimento era mínimo em questões de estúdio e gravação, já que cada
banda entrava com a canção pronta), o interessante era o conjunto da obra:
muitas e muitas bandas juntas. E nomes como METALLICA, SLAYER, FLOTSAM AND JETSAM, RAVEN, VENOM, SARCÓFAGO, e outros
acabaram ganhando notoriedade nelas; séries como “Metal Massacre”, “Warfare
Noise”, “Lead Weight”, “Headthrashers Live” e inúmeras outras foram
importantíssimas para a sedimentação do cenário mundial. Mesmo hoje, na era
digital, elas continuam por aí, como a série “Roadie Metal” continua,
chegando ao seu 11º volume.
Análise geral: Talvez esse seja o volume mais
eclético de todos, indo de bandas de Heavy Metal tradicional ao Death/Black
mais bruto possível, os dois discos mostram uma enorme diversidade musical, ou
seja, muitas opções sonoras. Isso pode deixar os mais radicais com a pulga
atrás da orelha, mas no geral, um fã de bom senso saberá aproveitar ao máximo
esta coletânea que selecionou nomes de bom nível para nela estarem.
Qualidade sonora: Aqui começam a aparecer diferenças
entre as canções, já que cada banda fez as coisas ao seu modo, justamente para
se encaixar no próprio estilo que toca. No geral, o resultado é bom, e não se
pode reclamar tanto.
Arte gráfica/capa: Como sempre, a arte é um primor, com
uma capa muito bonita. O papersleeve (as famosas capas que imitam as dos
antigos discos de vinil) usado ficou bem legal, dividido em duas partes, e cada
disco tem seu próprio encarte, onde estão fotos e informações de contatos das
bandas.
Destaques musicais: Em coletâneas, cada banda segue suas
próprias regras em termos de composição, logo, isso pode criar oscilações no
nível musical. Óbvio que entre as 29 canções existem momentos ótimos; outros
que ainda necessitam de amadurecer um pouco mais (o que o tempo e ensaios
ajudarão a sanar). Mas se destacam as seguintes bandas e respectivas canções:
DEATH CHAOS - “Through the Eyes of Brutality”:
o quarteto destila um Death Metal tradicional recheado de elementos
modernos. Boas mudanças de ritmo, guitarras de alto nível e vocais que são
muito bons, mas que podem melhorar (alguns timbres não tão guturais ajudariam a
diversificar o trabalho).
LIVING LOUDER - “The Crow”: Um
toque do mais delicioso Classic Rock/Hard Rock setentista que se possa pedir. Mezzo LED ZEPPELIN, mezzo DEEP PURPLE e com muita personalidade,
o trio cativa o ouvinte por suas linhas melódicas envolventes e de fácil
assimilação.
REFFUGO - “Reffugo”: Bruta
e cantada em português, é uma canção de Death Metal Old School direta e reta.
Boas mudanças de ritmo e um trabalho ótimo em termos de baixo e bateria são
sensíveis.
RHEGIA - “Shadow Warrior”: Uma
banda de Heavy/Power Metal com nuances Prog Metal (reparem no baixo para terem
a noção disso), com muito peso e boa técnica. Tem muito futuro, mas precisa
ajustar mais os vocais, bem como precisam de uma gravação mais limpa.
LUSFERUS - “Luciférico Hino”: E
chega a vez de um Black/Death ríspido e melodioso à lá DISSECTION, com ótimas partes de guitarra. O trabalho musical é cheio
de mudanças de ambientação, indo do brutal ao suave sem problemas.
ANGUERE - “Cadeia”: Hardcore/Crossover sem dó dos ouvidos alheios, com um
andamento mais cadenciado e com alguns “inserts” de ritmos regionais do Brasil
(que nem sempre serão percebidos pelo ouvinte). Bons vocais e ótimas guitarras.
WAR MACHINE - “A New Kind”: Uma
canção voltada aos tempos da NWOBHM, em especial ao IRON MAIDEN de “Iron Maiden”. É muito legal e
empolgante, com ótimas partes de guitarras e baixo, mas o vocalista precisa dar
uma melhorada (tem bom timbre, mas ainda precisa amadurecer no quesito
agressividade).
No disco 2,
tem mais:
KRAKKENSPIT - “Fear My Name”:
É uma banda de Heavy Metal tradicional com um enfoque moderno, ou seja, tem
aquela ambientação mais pesada e agressiva, com um jeitão ICED EARTH muito bom, com boa base rítmica, guitarras excelentes e
vocais competentes. Só a qualidade sonora que pode dar uma melhorada no futuro.
HEAVENLESS - “The Reclaim”:
A solidez do trabalho do grupo é bem conhecida. Aqui, apresentam um
Thrash/Death Metal arrastado e muito pesado, com um trabalho bem forte de baixo
e bateria, riffs gordurosos e vocais urrados de primeira.
TORTURIZER - “Slaughterhouse”:
Outro que é bem conhecido, e que mostra enorme evolução em relação ao que se
ouve no EP de estreia do trio. Agressivo, veloz e intenso, baixo, guitarras e
bateria formam uma unidade sólida e bruta para que os vocais urrados sejam
perfeitamente assentados.
DIALHARD - “Now You’re Free”: Um
belo Hard ‘n’ Heavy da parte desse quinteto, que soa melodioso e intenso, capaz
de tocar o ouvinte. Tudo soa muito bem, e os vocais são muito bons (restando
apenas ajustar os tons mais agressivos, pois a vocalista é ótima), e realmente
merecem um disco todo deles.
EPITAH - “Something Better Than God”: Excelentes ideias são apresentadas nessa canção, um
Thrash Metal intenso e vigoroso à lá Bay Area, mas esbarram numa qualidade
musical que deveria ser melhor (a música deles pede isso). Percebe-se que as
guitarras e a bateria são de primeira.
MAMUTE - “The End”:
Doom/Stoner poderoso e com muito Groove. Soa gorduroso e melódico, mas como a
qualidade de gravação não ajuda tanto, ela ficou aquém do seu potencial, embora
não a ponto de não se perceber a força das guitarras do grupo.
IN SOULITARY - “Hollow”: Um
dos nomes mais fortes do Metal extremo do Brasil. Seu mix de Black/Thrash/Death
com partes melodiosas é fabuloso, apresentando ótimos vocais, guitarras de
primeira e cozinha rítmica excelente. Merecem mais que uma chance! Ouçam bem
alto!
LONEHUNTER - “Eternal Time”: Um
mix inteligente de Death Metal old School com aspectos modernos, boas partes
mais técnicas e teclados sinistros. A gravação é fraca para o que eles fazem,
mas se percebem algumas similaridades com o NOCTURNUS em “The Key”, logo, são uma banda
promissora.
ZERO HORA - “Batina do Papa”: Tosqueira
Punk Rock de raiz, direto, reto e uma bicuda nos ouvidos. É ótimo, tem
muito futuro, mas uma melhorada na qualidade sonora ajudaria bastante (podem
soar com crueza, mas mais bem definido), pois está um pouco embolado.
OBSCURED BY THE CLOUDS - “Ethereal”: E para fechar, um Doom Gótico de
primeira, com aquela ambientação melancólica e densa, boas partes de teclados,
ótimos vocais limpos (as partes guturais precisam de um “boost”). Mas a
qualidade sonora fica devendo, pois em termos musicais, são uma ótima banda.
Conclusão: Óbvio que a maioria das bandas ainda
precisa de uma evoluída no aspecto musical, a maioria tem que acertar na
escolha da sonoridade mais correta para o que desejam, mas lembrando de que as
clássicas coletâneas de Metal dos anos 80 (em especial, a “Metal Massacre”) eram
baseadas em canções de Demo Tapes, até que está bom.
Às bandas que
não foram citadas: não se decepcionem, pois ainda tem muito potencial a usar.
Parabéns à
Roadie Metal por mais esse bom trabalho, que pode ser ouvido nas plataformas digitais
abaixo:
Spotify:
https://spoti.fi/2BNoExu
ITunes:
https://apple.co/2GVS4gi
Deezer:
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Music.Amazon:
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Google Play:
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Tidal:
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Nota: 80%