segunda-feira, 1 de julho de 2019

DOOM:VS - Earthless



Ano: 2014 (Lançamento Original) / 2019 (Relançamento Brasil)
Tipo: Full Length
Nacional



Tracklist:

1. Earthless
2. A Quietly Forming Collapse
3. White Coffins
4. The Dead Swan of the Woods
5. Oceans of Despair
6. The Slow Ascent


Banda:

Johan Ericson - Todos os Instrumentos, Vocais (Limpos)


Ficha Técnica:

Johan Ericson - Produção, mixagem 
Thomas A. G. Jensen - Vocais (Guturais)


Contatos:

Site Oficial:
Instagram:
Assessoria:


E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:
  
Seria possível conceituar o que é Funeral Doom Death Metal?

Basicamente, os andamentos mais lentos que as formas tradicionais de Doom Metal (ou Doom Death Metal), fazendo assim com que o ritmo seja bem lúgubre (daí o termo “Funeral”), mas toda a instrumentação precisar criar uma ambientação sinistra e angustiante. Basicamente, é extrapolar algumas características originais do Doom Metal clássico.

Dessa forma, podemos encarar o trabalho do DOOM:VS, banda do multi instrumentista sueco Johan Ericson como Funeral Doom Death Metal, como “Earthless”, terceiro disco do grupo, está aqui para provar. E o melhor de tudo: a Cold Art Industry Records resolveu, 5 anos após o lançamento original, botar uma versão nacional no mercado.


Análise geral:

A verdade seja dita: Johan faz de “Earthless” um disco e tanto para o gênero, onde se percebe a criatividade sendo desprendida nos arranjos de cada uma das longas canções do grupo.

Os fãs que gostam da fase mais seminal do MY DYING BRIDE (especialmente os que gostam de canções como “The Sexuality of Bereavement” e outros hinos lentos e com vocais urrados) não podem perder esse disco, pois “Earthless” é nessa linha, embora mostre que o DOOM:VS tem sua personalidade própria.


Arranjos/composições:

Para ter andamentos tão lentos e músicas desse tamanho, é necessário mostrar uma dinâmica de arranjos que não deixe o ouvinte entediado. Mesmo com o tempo sendo razoavelmente constante, existem arranjos em profusão que mantém o ouvinte atento.

Basta ouvir alguns momentos (como em “White Coffins”) que todos perceberão o uso de intervenções de guitarras e teclados para dar um “boost” de energia ao clima soturno e fúnebre das canções. Aliás, os contrastes de vocais limpos com guturais é muito bom.


Qualidade sonora:

Johan chamou a responsabilidade de tocar, gravar e mixar “Earthless”, e assim, teve total controle do que queria.

Dessa maneira, o que se ouve em termos de sonorização é algo limpo, bem feito e com bons timbres escolhidos. Mas ao mesmo tempo, a ambientação toda é opressiva, fúnebre e tem aquele charme introspectivo que todo bom fã de Doom Metal que se preze gosta.


Arte gráfica/capa:

Como todos os lançamentos da Cold Art Industry Records, “Earthless” vem com um Slipcase muito bem feito, protegendo o jewelcase. Ainda tem um sticker, ou seja, um cartão bem legal.

A capa evidencia o lado macabro e tenebroso do disco.


Destaques musicais:

“Earthless” é um disco marcante, mesmo para aqueles que não são muito chegados ao gênero. E todas as seis longas canções são de um nível muito bom, embora não soem inovadoras. Além disso, a presença de Thomas A. G. Jensen (vocalista do SATURNUS) nos vocais guturais deu um brilho diferente a cada uma das músicas.


“Earthless” é uma procissão fúnebre com tempos arrastados, ótima presença de vocais guturais e uma ambientação melancólica; “A Quietly Forming Collapse” é permeada por momentos limpos com vocais em timbres normais de voz, fora a densa aura deprê; um pouco mais dinâmica em termos de arranjos, mas ainda assim cadenciada, “White Coffins” é mais um momento forte, embora o enfoque seja bem mais agressivo; em “The Dead Swan of the Woods”, apesar de toda a roupagem Funeral Doom Metal, existem momentos melancólicos elegantes, justamente porque as guitarras fazem um trabalho e tanto nos riffs; mais melancólica e deprê é “Oceans of Despair”, que rebusca bastante o lado soturno da banda, assim como ocorre em “The Slow Ascent”, embora esta última tenha uma vocação mais apavorante e sinistra em termos de instrumental.


Conclusão:

Mesmo evitando ser inovador, o DOOM:VS presenteia seus fãs com uma música vigorosa e cheia de vigor, e “Earthless” só aumenta a ansiedade dos fãs por material fresco da banda.


Nota: 82,0/100,0

Bandcamp

DEATH ANGEL - Humanicide


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Humanicide
2. Divine Defector
3. Aggressor
4. I Came for Blood
5. Immortal Behated
6. Alive and Screaming
7. The Pack
8. Ghost of Me
9. Revelation Song
10. Of Rats and Men
11. The Day I Walked Away (bônus)


Banda:


Mark Osegueda - Vocais
Rob Cavestany - Guitarra Solo
Ted Aguilar - Guitarra Base
Damien Sisson - Baixo
Will Carroll - Bateria


Ficha Técnica:

Jason Suecof - Produção, Engenharia, Mixagem
Ted Jensen - Masterização
Brent Elliott White - Arte da Capa
Alexi Laiho - Guitarra Solo em “Ghost of Me”
Jason Suecof - Guitarra Solo em “Revelation Song”
Vika Yermolyeva - Piano em “Immortal Behated”


Contatos:

Site Oficial: www.deathangel.us
Assessoria:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

Existem bandas antigas que, mesmo possuindo clássicos em suas discografias, parecem viver suas melhores fases atualmente. Parece que a maturidade fez bem a eles, uma vez que no passado, os dissabores de uma cena que ainda transitava de algo amador e underground para algo mais profissional deu muitos problemas. E o DEATH ANGEL, quinteto Thrasher de São Francisco, se encaixa muito bem nessa definição.

Mesmo tendo em sua discografia “The Ultra-Violence”, um clássico do gênero para muitos, desde que retornaram em 2001 eles estão muito bem, mas desde “Relentless Retribution”, onde iniciaram uma trilogia focada em lobos (pausada apenas em “The Evil Divide”, de 2016), e que parece chegar ao fim  com o ótimo “Humanicide”, disco recém lançado e que chega em sua edição brazuca pela parceria da Shinigami Records com a Nuclear Blast Brasil.


Análise geral:

Em termos bem gerais, “Humanicide” resgata a sonoridade mais tradicional do grupo, sem perder a modernidade exibida em “The Evil Divide”. Ainda existem melodias excelentes, bem como alguns toques diferenciados (como podem ser ouvidos em “Agressor”). Basicamente, é o mesmo Thrash Metal técnico, bruto e agressivo de antes, sem nada a inovar.

Mas no caso do DEATH ANGEL, será que é preciso? Fazendo o que fazem, já são mestres e bem conhecidos, e assim, “Humanicide” vem e dispara para ser um dos grandes discos do ano!


Arranjos/composições:

Mais uma vez, a banda soube caprichar em suas composições.

Muita técnica (que é uma conseqüência do que o grupo faz musicalmente, e não sua motivação), um peso mamutesco de esmagar os ossos, e melodias que entram nos ouvidos e não mais, é ouvir e ficar marcado. É assim que o quinteto escreveu suas canções.

Além disso, as mudanças de ritmo e impacto sonoro de “Humanicide” são absurdamente agressivas em pegajosas.


Qualidade sonora:

Mais uma vez, Jason Suecof trabalhou na produção, engenharia e mixagem, enquanto Ted Jensen cuidou da masterização, numa atitude típica de “em time que está ganhando não se mexe”. E mais uma vez, a qualidade sonora está soberba, limpa a ponto de se compreender todos os instrumentos separadamente, mas o peso e agressividade que emanam do disco são absurdos. Sinal que tudo funcionou como um relógio no estúdio, inclusive na timbragem sonora.


Arte gráfica/capa:

Eis uma mudança: o grupo trouxe Brent Elliott White mais uma vez para arte da capa, justamente pelo grupo retomar o tema dos lobos. E o resultado é muito bonito.


Destaques musicais:

O jeito mais convencional do DEATH ANGEL abordar seu estilo em “Humanicide” contrasta com a beleza moderna de “The Evil Divide”. E isso brinda o ouvinte com um esmaga-ossos Thrasher de primeira, com alguns ótimos momentos.

Humanicide: o disco já abre com um típico Thrash Metal encorpado e veloz, mas com boa diversidade de andamentos e ganchuda, que mostra um ótimo trabalho de baixo (que mostra ótima técnica), além de riffs de guitarra magistrais.

Aggressor: aqui, elementos da Velha Escola são mixados com uma vibe moderna. Tempos quebrados em alguns momentos, riffs insanos, e uma estruturação melódica não muito usual ao quinteto.

I Came for Blood: um Thrash ‘n’ Roll sujo, simples e cheio de energia, com evidente influência de MOTÖRHEAD em seu “outfit”. Refrão muito bom, e sem mencionar que a bateria está ótima.

Immortal Behated: uma canção mais refreada e que favorece o lado mais interpretativo dos vocais. É uma pancada bem dada, onde a agressividade e a melodia se misturam para criar uma ambientação densa. E existem partes de piano, tocadas pela convidada Vika Yermolyeva.

Alive and Screaming: e lá vêm tempos mais velozes (embora partes mais refreadas apareçam bastante), toques modernos e muita agressividade serem despejadas sobre o ouvinte. Outra aula dos vocais.

Ghost of Me: mais uma vez, o andamento varia entre partes velozes e empolgantes com momentos mais lentos, e onde as guitarras montam uma verdadeira muralha de riffs (e que solos caprichados, sendo que um é de Alexi Laiho, do CHILDREN OF BODOM).

Revelation Song: essa canção remete a alguns elementos de “Act III”, justamente por conta do groove em alguns momentos. Mas em seus tempos mais cadenciados e partes mais técnicas, o quinteto mostra sua versatilidade. Além disso, que vocais, sem mecnionar o solo feito por Jason Suecof.

Além dessas, a versão nacional tem por bônus mais uma:

The Day I Walked Away: é uma canção com ambientação não muito comum, e que não é comum do quinteto. Mas mesmo assim, é ótima, justamente por diferir.


Conclusão:

Apesar de não superar seu antecessor ou “The Dream Calls for Blood”, “Humanicide” é um disco excelente do DEATH ANGEL, mostrando que eles estão em uma fase muito criativa e exuberante.


Nota: 90,0/100,0


I Came for Blood



The Pack



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