terça-feira, 25 de setembro de 2018

DEICIDE - Overtures of Blasphemy


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Importado


Tracklist:

1. One With Satan
2. Crawled from the Shadows
3. Seal the Tomb Below
4. Compliments of Christ
5. All That is Evil
6. Excommunicated
7. Anointed in Blood
8. Crucified Soul of Salvation
9. Defying the Sacred
10. Consumed by Hatred
11. Flesh, Power, Dominion
12. Destined to Blasphemy


Banda:


Glen Benton - Baixo, vocais
Kevin Quirion - Guitarras
Mark English - Guitarras
Steve Asheim - Bateria


Ficha Técnica:

Jason Suecof - Produção
Glen Benton - Produção
Steve Asheim - Produção
Alan Douches - Masterização
Zbigniew Bielak - Arte da capa


Contatos:

Site Oficial:
Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Mesmo não sendo o gênero de Metal mais bem sucedido comercialmente falando, o Death Metal também tem aqueles nomes que a mínima citação de trabalho novo chegando causa “frissons” nos fãs. E o DEICIDE é capaz disso, uma vez que é uma lenda do estilo. Mas tendo em vista que a banda tem discos clássicos, outros nem tanto e algumas pisadas na bola, a pergunta que nos resta é: o que existe em “Overtures of Blasphemy”, seu 12o e mais recente trabalho?

Antes que pergunte, a nova dupla de guitarras do grupo, formada pelo já veterano Kevin Quirion e pelo estreante Mark English (que foi do MONSTROSITY) está fantástica, e basicamente, recupera muito do estilo do passado, coisas lá de “Legion” e “Once Upon the Cross”, mas com a categoria que conhecemos de “Stench of Redemption”. E sim, é um disco consensual com toda a discografia da banda, extremo de doer os dentes e esporrento de forma que faz as paredes da casa tremerem. Mas não se enganem: uma análise mais profunda mostra que o quarteto continua extremamente talentoso, construindo canções com boa técnica (verdade seja dita: Steve é um baterista de primeira), e os tons de voz de Glen estão mais próximos dos discos antigos, nada muito baixo. Este disco é um deleite, e verdade seja dita: vai conquistar mais alguns fãs novos para eles.

O grupo foi buscar novamente o produtor Jason Suecof para ajustar as arestas, e acertaram: ele trouxe o velho “feeling” sonoro do quarteto de volta, mas mantendo a qualidade sonora moderna e bruta que eles precisam. E soa claro, de forma que tudo pode ser assimilado facilmente pelos sentidos, embora com timbres extremamente brutais (mais também extremamente compreensíveis). E a capa de Zbigniew Bielak (o mesmo que já fez capas para MAYHEM, GHOST, PARADISE LOST e outros), e é aquilo que um fã esperaria deles: algo bem feito, mas de deixar os mais incautos aterrorizados.

Mantendo a qualidade, o DEICIDE veio com sede de sangue, lançando um disco matador, com canções muito bem feitas, arranjos dinâmicos, e tudo em seu devido lugar. Não há muito que dizer além de que eles, quando estão com vontade, criam um disco de esmagar ossos e pescoços, com uma qualidade que poucos ousam ter. Por isso são tão regulares em termos qualitativos.

Óbvio que o discurso ideológico da banda não muda (por favor, são mais de 30 anos nessa vida), mas o mais importante: a música deles está excelente. Que o digam murros nos ouvidos como a trituradora “One with Satan” (que trabalho fantástico de guitarras, seja nos riffs velozes ou nos solos mais melodiosos), seguida pela velocidade excessiva de “Crawled from the Shadows” (onde o trabalho de bateria mostra seu valor guiando o ritmo, e que velocidade de caixa e bumbos), o ritmo mais lento e grooveado de “Seal the Tomb Below”, a opressão das guitarras exercidas em “Compliments of Christ” e em “All That is Evil” (cada refrão preciso, uma das características do DEICIDE, e como os vocais encaixam perfeitamente no instrumental bem feito), a brutalidade encorpada com belas harmonias de “Excommunicated”, o trabalho técnico de bateria nas mudanças de andamento de “Crucified Soul of Salvation”, o impacto ganchudo de “Consumed by Hatred” (mais uma em que a bateria e o baixo estão bem demais), e as passagens mais sinuosas e tradicionais de “Destined to Blasphemy”.

Mesmo não sendo um dos melhores discos do DEICIDE como “Legion” ou “The Stench of Redemption”, e nem venham a aplacar o saudosismo de muitos a era dos irmãos Hoffman, pode-se dizer que “Overtures of Blasphemy” dá continuidade ao ótimo trabalho da banda nos últimos anos, e já entra no páreo como um dos melhores discos de Death Metal do ano.

Nota: 91%



SATAN - Cruel Magic


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Into the Mouth of Eternity
2. Cruel Magic
3. The Doomsday Clock
4. Legions Hellbound
5. Ophidian
6. My Prophetic Soul
7. Death Knell for a King
8. Who Among Us
9. Ghosts of Monongah
10. Mortality


Banda:


Brian Ross - Vocais
Steve Ramsey - Guitarras
Russ Tippins - Guitarras
Graeme English - Baixo
Sean Taylor - Bateria


Ficha Técnica:

Dario Mollo - Mixagem
Dave Curle - Engenharia de som, gravação
Eliran Kantor - Artwork


Contatos:

Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Em geral, ao se falar da New Wave of British Heavy Metal (ou NWOBHM), o movimento musical que ocorreu entre o final dos anos 70 e meados dos anos 80, é preciso saber que o número de bandas surgido naqueles tempos foi algo gigantesco, e das mais variadas sonoridades que se possa pensar. Conhecer a NWOBHM requer tempo e muita leitura, senão, a pessoa pode cair no erro de pensar que o movimento só teve bandas como DEF LEPPARD ou IRON MAIDEN, e no máximo, conhecerá o nome do SAXON. E na época, outros nomes tão bons quanto não tiveram a mesma sorte, ficando relegados ao underground. E verdade seja dita: o SATAN era um dos mais promissores, já que “Court in the Act” (de 1983) é uma obra de arte “cult” em forma de música. Mas acreditem: em “Cruel Magic”, recém-lançado disco novo da banda, o bom e velho espírito do passado está de volta.

Sim, o SATAN volta ao Metal tradicional e vigoroso de sempre, deixando qualquer ligação sonora com BLIND FURY ou PARIAH (nomes que o quinteto usou no passado, onde inclusive mudou sua abordagem musical) de lado. Além disso, se olharem em detalhes, a formação que gravou “Cruel Magic” é a mesma de “Court in the Act”. Desta forma, podemos aferir que o estilo e musicalidade são os mesmos do passado, a mesma energia, as linhas melódicas bem feitas e a técnica sólida que já conhecemos, apenas sendo temperados pela sabedoria que os anos lhes conferiram (mesmo quando inativos, pois alguns dos integrantes passaram pelo SKYCLAD, TYSONDOG, RAVEN, WARRIOR e outros) e a capacidade que o grupo tem de se adaptar aos novos tempos.

Ou seja, podem ir com sede ao pote, pois “Cruel Magic” é um discão com o selo de aprovação da NWOBHM.

Quando ouvimos o disco com atenção, percebemos que a sonoridade dele como um todo mixa a necessidade de uma banda da Velha Guarda soar o mais orgânico possível com a limpeza moderna dos tempos atuais. Óbvio que a banda deixou nas mãos de Dario Mollo e Dave Curle a responsabilidade de construir uma qualidade sonora que fosse adequada às necessidades atuais, mas com o feeling “plug ‘n’ play” dos velhos tempos, e assim o foi. Além disso, a timbragem dos instrumentos ficou perfeita. E, além disso, mesmo com a atmosfera digital, a arte de Eliran Kantor rebusca elementos do passado, justamente de “Court in the Act” e “Suspended Sentence”.

A verdade precisa ser dita: o velho espírito da NWOBHM pulsa vivo e vibrante em cada momento de “Cruel Magic”. É um disco honesto, autêntico até os ossos, e a qualidade musical da banda é inquestionável. Peso, melodia, agressividade e tudo mediado por arranjos criativos vindos direto do passado, mas com a categoria que os músicos possuem, e assim, tudo soa atual, longe de ser datado.

O peso cheio de energia e sinuosidade harmônica de Into the Mouth of Eternity” (reparem como as guitarras estão excelentes em riffs espontâneos e solos melodiosos), o ritmo mais comportado e “old school” de “Cruel Magic” (mas com um trabalho excelente do baixo), a agressividade explícita da rápida “The Doomsday Clock” (que bateria técnica e pesada) e de “Legions Hellbound” (belos contrastes de momentos cheios de energia e outros mais introspectivos, mas não tem jeito: os vocais da banda são algo de fenomenal), o fluxo de energia crua e envolvente de “My Prophetic Soul” (vão perceber toques bluesy e Hard Rock nessa aqui), e o jeitão mais espontâneo à lá NWOBHM de “Mortality” formam a espinha dorsal dos melhores momentos do disco, mas acreditem: de ponta a ponta, “Cruel Magic” se mostra um discão.

Verdade seja dita: após ouvir “Cruel Magic”, a impressão que fica é de que se a sorte não fosse madrasta, o SATAN teria sido um dos maiores nomes da NWOBHM. Mas sem reclamar do passado, apreciemos esse disco fenomenal!

Nota: 97%


EVIL INSIDE - Subconscious



Ano: 2018
Tipo: Extended Play
Selo: Independente
Nacional


Tracklist:

1. Opening the Eyes to the Unknown
2. Face of Disgrace
3. Being Part of a Whole
4. Subconscious


Banda:


Fernanda Borges - Vocais
Marcus Fraga - Guitarras
Haroldo Ramos - Baixo
Mike Nil - Batera


Ficha Técnica:


Contatos:

Site Oficial:
Assessoria:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Em tempos em que o número de bandas lançando trabalhos só aumenta e em que fica difícil acompanhar tudo e todos, vez por outra encontramos trabalhos interessantes que e chamam a atenção, mesmo dos fãs mais calejados. E é justamente o caso do EP, do quarteto carioca “Subconscious”. Sim, ele nos surpreende de uma forma muito positiva, verdade seja dita.

Podemos dizer que o grupo musicalmente usa um “insight” moderno do bom e velho Death Metal tradicional, usando de elementos técnicos (as conduções de baixo e bateria garantem boa diversidade rítmica) e mesmo melodiosos (como podemos apreciar claramente nos solos de guitarra e alguns refrães) para tecer um trabalho musical que é agressivo e impactante, mas que soa requintado. Além disso, o EP é recheado de partes muito empolgantes e envolventes.

Sim, “Subconscious” é um ótimo trabalho, e merece todo carinho ao ser ouvido.

Em termos de sonoridade, o grupo teve uma produção bem feita, em que consegue associar tons bem definidos e que conseguimos assimilar sem esforços com a crueza do Death Metal. Mas justamente pela visão mais moderna da banda é que temos algo limpo. Embora pudesse ser ainda melhor em muitos pontos, está em um nível excelente, sem falar da bela arte da capa.

O EVIL INSIDE nos oferece um trabalho musical de primeira, fruto de muitas lutas no ingrato underground carioca. Mas talvez tantas dificuldades tenham ajudado a banda a lapidar sua música. Embora a banda evite exacerbar na técnica instrumental, eles sabem criar bons contrastes rítmicos e arranjos que se encaixam uns nos outros com perfeição. Além disso, o quarteto soa coeso, evoluindo como um todo.

“Opening the Eyes to the Unknown” é um murro nos ouvidos de agressividade, mas empolgante e como ótimas guitarras (observem bem as melodias no solo). Já usando de um “insight” mais moderno e técnico, “Face of Disgrace” tem um refrão abusivamente ganchudo (coisa rara em termos de Death Metal), além de mostrar vocalizações ótimas. Já mostrando um trabalho bem feito em termos de base rítmica (baixo e bateria estão muito bem), vem “Being Part of a Whole”, onde a dinâmica dada pelos dois bumbos é ótima. E buscando algo que fique entre o Death Metal tradicional e os estilos mais modernos fica “Subconscious”, um híbrido de muito bom gosto, onde o quarteto inteiro mostra ótimo trabalho técnico, e com um balanço perfeito entre agressividade e melodia.

Desta forma, fica evidente que o EVIL INSIDE tem muito a mostrar, pode evoluir ainda mais, mas tenha a certeza: “Subconscious” marca a chegada de mais um nome forte do Metal carioca.

Nota: 84%