Ano: 2019
Tipo: Full
Length
Selo:
Independente
Nacional
Tracklist:
1.
Cumulusnimbus
2. Batismo da
Dor
3. Escravo da
Ilusão
4. Reféns do
Medo
5. Em Nome de
Deus
6. Dono da
Verdade
7.
Antaustorm’
8. A Noite
Espessa
9.
Perseverança
10. Mal
Necessário
Banda:
Rogener
Pavinski - Vocais, guitarras
Flávio
Santana - Guitarras
Fernando “Muttley”
- Baixo
Luis
Fregonesi - Bateria
Ficha
Técnica:
Tormenta -
Produção
Rômulo Felício
- Gravação, mixagem, masterização
Rogener
Pavinski - Gravação, mixagem, masterização, sintetizadores, violão, arte do
encarte
Contatos:
Site Oficial:
https://www.tormentametal.com/
Facebook: http://www.facebook.com/tormentametal
Instagram: https://www.instagram.com/tormenta_oficial/
Assessoria: http://metalmedia.com.br/tormenta/
(Metal Media)
E-mail: contato@tormentametal.com
Texto: “Metal
Mark” Garcia
Introdução:
A dura
realidade brasileira, muito provavelmente, é um dos fatores mais relevantes para
a prevalência do Metal extremo de nosso país. Poderia até se dizer que 70-75%
do que é feito em termos de Metal por aqui está nas vertentes mais agressivas. Mas
esta prevalência acaba fazendo com que os ouvintes sejam bem seletivos.
Mas uma dica
a estes: ouçam o trabalho do quarteto TORMENTA,
um veterano de Ribeirão Preto (SP) que tem mais de 20 anos de luta nas costas,
e que agora consegue chegar ao seu primeiro disco, “Batismo da Dor”.
Análise
geral:
Basicamente,
é um disco de Thrash Metal com aquela mistura de aspectos agressivos de METALLICA e SLAYER, com um equilíbrio entre estas influências. Mas existem
partes em que um lado melódico mais apurado surge (especialmente nos ótimos riffs
e solos de guitarras), além de uma técnica muito boa herdada do Techno Thrash
do KREATOR antigo.
Embora não
seja inovador em termos de estilo, sente-se que o grupo tem personalidade, e
poderia ir além (ouçam a belíssima instrumental “Antaustorm’” e
entenderão isso claramente), mas “Batismo da Dor” já é, por si só, um
disco muito bom, que empolga o ouvinte desde a primeira audição.
Arranjos/composições:
Como já dito
acima, o Thrash Metal do grupo, embora focado em algo que se equilibra entre a
técnica e a agressividade, tem ótimos arranjos, alguns deles tão simples que
não saem mais da memória do ouvinte. Além disso, não são um grupo de um “fôlego
só”, ou seja, existe boa diversidade de ritmos, o que força baixo e bateria a
mostrarem peso e trabalho.
Mas cuidado:
existem claros toques de Hardcore em vários momentos, deixando tudo ainda mais
agressivo.
Ou seja: é um
disco quase que impossível de resistir!
A produção
ficou nas mãos da banda, tendo a dupla formada por Rômulo Felício e Rogener
Pavinski cuidado da gravação, mixagem e masterização, garantindo assim uma
qualidade sonora que permita entender o que estão tocando com clareza (fator
auxiliado pela boa escolha de timbres instrumentais), mas sem que se perca a
agressividade tão seminal da música do TORMENTA.
Arte
gráfica/capa:
A capa é uma
imagem de Enrico Ferrarini, chamada “Urlo”,
que se encaixa no contexto musical/lírico do grupo. O encarte, por sua vez,
ficou mais simples, direto e funcional. Ainda é necessário dizer que na diagramação
de cada letra existe uma referência filosófica que a precede, para esclarecer o
que o grupo quer dizer nas letras.
Destaques
musicais:
“Batismo da Dor” é um disco que levou mais de duas
décadas para ser lançado, mas nem por isso soa datado ou sem energia. De forma
algum, suas canções soam atuais e cheias de vida. E as melhores são:
Melhores
momentos:
“Batismo da Dor”: Riffs intensos e grudentos à lá SLAYER da época de “Hell Awaits” grudam nos
ouvidos, mas a canção inteira é permeada por “inserts” de Hardcore que
encaixaram como uma luva.
“Escravo da Ilusão”: Aqui o ritmo começa a mostrar maior
alternância. 70% tem aquela pegada em tempo mediano, mas existem partes mais
lentas que encaixaram perfeitamente. E que belo trabalho de baixo e bateria.
“Reféns do Medo”:
Uma das mais canções
mais cadenciadas, mostrando uma energia absurda e um trabalho de guitarras
maravilhoso, especialmente porque os solos transpiram melodias bem pensadas.
“Antaustorm’”: Justamente por ser um momento mais
introspectivo e melodioso, com uma ambientação sombria, que merece ser
aplaudida. A presença de sintetizadores e violão deu um jeitão diferente que
merece ser explorado futuramente em suas canções.
“A Noite Espessa”: Mais uma em que a força da Velha
Escola surge em suas harmonias bem feitas. Os vocais agressivos em tons normais
(bem similar ao que se ouve em bandas antigas de Hardcore) ficaram bem legais,
mas podem melhorar ainda mais no futuro.
“Perseverança”: E eis que o grupo começa a ousar a sair
dos modelos musicais pré-existentes. O início é bem melancólico e sombrio, até
que vira uma explosão de agressividade encorpada e moldada por belas melodias.
“Mal Necessário”: Outra em que melodias soturnas vão
adentrando o abrasivo conteúdo musical do grupo. É uma canção moderna, bem
feita, e que mostra o quanto o quarteto pode oferecer.
Conclusão:
A verdade é
que “Batismo
da Dor” poderia (e deveria) ter sido lançado há alguns anos, pois o
cenário merece uma banda com tal potencial. E pode-se dizer que o TORMENTA tem tudo para ser grande, pois
é atrevido o suficiente para ousar. E ser ousado é necessário sempre.
No mais,
ouçam, comprem e prestigiem, pois o grupo merece aplausos.
Nota: 91%
Batismo de
Fogo
Spotify