segunda-feira, 15 de outubro de 2018

IMPERATIVE MUSIC VOL XV



Ano: 2018
Tipo: Coletânea       
Nacional


Tracklist:

1.      SHADOWS LEGACY (Brasil) - Restless
2.      WEST OF HELL (Canadá) - Hammer and Hand
3.      DEATH (EUA) - The Philosopher
4.      DESTRUCTION (Alemanha) - Confused Mind
5.      DECADENCE (Suécia) - Manifesto
6.      SAINTS OF DEATH (Canadá) - Army of the Dead
7.      RIOTOUS INDIGNATION (EUA) - Secret Societies
8.      CRADLE OF FILTH (Inglaterra) - Achingly Beautiful
9.      GONE BY SUNDOWN (Suécia) - Will You Remember
10.  HAMMERFALL (Suécia) - Hector’s Hymn
11.  DEVOID (França) - Collective Heart
12.  BLOOD OF ANGELS (EUA) - Deeds of Loki
13.  TOTEM AND TABOO (Itália) - Totem and Taboo
14.  THE REST OF US IS DEAD (Alemanha) - Taken by the Sun
15.  THE UNDEAD MANZ (Brasil) - The Vine
16.  HELLZEIMER (França) - Not My Wars
17.  AZURICA (Alemanha) - Warriors Don’t Die
18.  ALICE IN HELL (Japão) - The Fail
19.  MARCHING OUT (Japão) - Rock Will Never Die
20.  KARYTTAH (Brasil) - Can We Live Together
21.  ENZO AND THE GLORY ENSEMBLE (Itália) - The Trial
22.  DIXIE HEAVEN (Brasil) - Riding the Thunder
23.  DANCING FLAME (Brasil) - Follow the Sun
24.  INNER CALL (Brasil) 2012/Leviathan
25.  SNOW I.U. (Suécia) - Pirate’s Night
26.  RISINGFALL (Japão) - Far Britannia
27.  TCHANDALA (Brasil) - Resilience
28.  NORIUM (Brasil) - Sign of Times
29.  APPLE SIN (Brasil) - All Against All
30.  BLACK DAFFODILS (Alemanha) - Favourite Scar
31.  AMETHYST (Costa Rica) - The Night of the Three Moons
32.  FENRIR’S SCAR (Brasil) - Beneath the Skin
33.  GILEAD (Rússia) - Dodjet Groove
34.  DEATHROLL (Japão) - The Bird of Prey is Flying
35.  HANGING DEATH (EUA) - Way of the Dragon


Ficha Técnica:

Slab Sound Studio (França) - Masterização
Obscure Art (Brasil) - Arte Final
Lufra Art (Brasil) - Arte do CD-ROM, lyric video


Contatos:

Site Oficial: https://www.imperative-music.com
Facebook: https://www.facebook.com/ImperativeMusicPromotion
Assessoria:
E-mail: imperativemusicagency@gmail.com

Texto: “Metal Mark” Garcia


As famosas coletâneas entraram para a história do Metal graças à séries clássicas como “Metal for Muthas” e a “Lead Weight” da Inglaterra, “Metal Massacre” dos EUA, “Warfare Noise” e “SP Metal” do Brasil, entre outras tantas que existem. Até hoje, bons trabalhos são feitos usando este formato, e a compilação “Imperative Music” chega a seu 15o volume fazendo bonito.

O formato é o mesmo de sempre: bandas de vários países, inclusive do Brasil, reunidas como de uma forma em que somos apresentados a diversos nomes diferentes, sabendo que existem alguns carros-chefes cujos nomes já são notórios. Neste volume, DEATH, DESTRUCTION, CRADLE OF FILTH e HAMMERFALL são os chamarizes com faixas de trabalhos mais recentes, enquanto nomes promissores fazem suas contribuições. E sim, podemos perceber que temos nomes novos muito bons, alguns deles com trabalhos lançados, e outros que estão um pouco fora da realidade do Brasil (mesmo com a internet ajudando a aproximar, quantos são os que se interessam a fugir do esquema IRON MAIDEN-METALLICA-BLACK SABBATH e bandas gigantes?).

Ou seja, o “Volume XV” segue a tradição, e faz bonito dentro dessa diversidade que nos é apresentada. Aliás, isso era comum na primeira metade dos anos 80.

Para dar uma “igualada” na qualidade sonora, um processo de masterização foi feito, dando aos velhos um toque de brilho, e nivelando o volume de todas as canções. Ficou ótimo. Além disso, todo trabalho gráfico/visual ficou em cima, com informações e tudo mais tanto no encarte quando no disco em si (que é interativo).

Basicamente, as bandas entraram com uma canção e um vídeo da mesma (logo, espertinhos, não existem 70 conteúdos diferentes). Nem todos fizeram vídeos, logo, nada de irem com sede ao pote. Além disso, destacar os 4 nomes supracitados é chover no molhado. DEATH com “The Philosopher”, “Confused Mind” do DESTRUCTION (versão que veio do “Thrash Anthems II”), CRADLE OF FILTH com Achingly Beautiful” e HAMMERFALL com “Hector’s Hymn” já são músicas que valem a aquisição. Logo, falemos mais dos novatos.

Basicamente, o Metalzão tradicional do SHADOWS LEGACY (do Brasil) em “Restless” (pura NWOBHM, com clara influência do IRON MAIDEN), o peso agressivo do Metal tradicional moderno do WEST OF HELL (do Canadá) em “Hammer and Hand”, DECADENCE (Suécia) e seu Thrash Metal à lá Bay Area em “Manifesto”, a beleza sinfônica do GONE BY SUNDOWN (da Suécia) em “Will You Remember”, a pancadaria Death/Thrash do BLOOD OF ANGELS (dos EUA) em “Deeds of Loki”, a raiva extrema do Rock ‘n’ Roll eclético do THE UNDEAD MANZ (Brasil) em “The Vine”, o impacto do AZURICA (Alemanha) em um Thrash Metal moderno em “Warriors Don’t Die, a fúria desmedida do ALICE IN HELL (Japão) em “The Fail”, o peso melodioso do KARYTTAH (Brasil) em “Can We Live Together” (canção inédita e exclusiva da compilação), a pancadaria sinfônica e progressiva do ENZO AND THE GLORY ENSEMBLE (Itália) em “The Trial”, as melodias mais tradicionais do DIXIE HEAVEN (Brasil) em “Riding the Thunder” e do DANCING FLAME (Brasil) em “Follow the Sun” (esta aqui tem participação especial de Mark Boals nos vocais), o TCHANDALA (Brasil) com sua pegada à lá Metal tradicional agressivo em “Resilience”, o ótimo mix de melodias e arranjos sinfônicos do AMETHYST (Costa Rica) em “The Night of the Three Moons”, o jeito meio Hard e meio Metal anos 80 do FENRIR’S SCAR (Brasil) em “Beneath the Skin”, e o curioso (mas ótimo) trabalho do GILEAD (Rússia) em “Dodjet Groove” são os melhores momentos.

Mas de forma alguma podemos desmerecer os trabalhos do SAINTS OF DEATH (Canadá) em “Army of the Dead”, do RIOTOUS INDIGNATION (EUA) em “Secret Societies”, do DEVOID (França) em “Collective Heart”, do TOTEM AND TABOO (Itália) em “Totem and Taboo”, do THE REST OF US IS DEAD (Alemanha) com “Taken by the Sun”, do HELLZEIMER (França) em “Not My Wars”, do MARCHING OUT (Japão) em “Rock Will Never Die”, do INNER CALL (Brasil) em “2012/Leviathan”, do SNOW I.U. (Suécia) com “Pirate’s Night”, do RISINGFALL (Japão) em “Far Britannia”, do NORIUM (Brasil) com “Sign of Times”, do APPLE SIN (Brasil) em “All Against All”, do BLACK DAFFODILS (Alemanha) com “Favourite Scar”, do DEATHROLL (Japão) em “The Bird of Prey is Flying”, ou do HANGING DEATH (EUA) em “Way of the Dragon”. Cada um contribuiu de sua forma, e todos merecem menção.

No mais, em breve sairá o “Volume XVI”, e até lá, o “Volume XV” é uma ótima pedida.

Nota: 87%

MORDETH - The Unknown Knows/Robotic Dreams



Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. The Unknown Knows
2. Monolith
3. The Gray Man
4. UVB-76
5. Blank Share
6. Beyond
7. Wake Up Machine
8. Viruss
9. H-Tedrom
10. From Apes to Warlords
11. Robotic Dreams


Banda:


Vlad - Vocais, guitarras sintetizadas
Wit - Baixo
Roge - Bateria


Ficha Técnica:

Monuments - Produção
Joel Wanasek - Mixagem, masterização
Marcelo Pompeu - Produção, mixagem, masterização das faixas de “Robotic Dreams”
Heros Trench - Produção, mixagem, masterização das faixas de “Robotic Dreams”


Contatos:

Site Oficial:
Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


É fato que as pessoas costumam ter memórias curtas, inclusive muitos headbangers. Falamos tanto de nomes grandes, mas é comum esquecer-se que um cenário é feito, majoritariamente, por nomes de portes menores, que estão bem mais próximos de todos nós. E sejamos sinceros: muitos desses grupos de menor expressão são dignos de estarem no time de cima. Bandas ousadas e de história, bandas com calos sofridos das vicissitudes do underground brasileiro. Um deles é o MORDETH, trio da cidade de Rio Claro (SP) e um veterano do Death Metal brasileiro. E graças a muita garra e insistência, nos chega o Split CD que tem o mais trabalho recente deles, “The Unknown Knows”, e de bônus nos trás o EP “Robotic Dreams” de 2009.

A verdade é que o trabalho deles sempre foi um pouco adiante de seu tempo. Mesmo tendo raízes profundas do Death Metal do início dos anos 90, percebem-se as encorpadas sutilezas do Progressive/Melodic Death Metal presentes em sua música, algo que nos trás à mente nomes como NOCTURNUS e HYPOCRISY (na fase pós “The Fourth Dimension”) embora com uma abordagem mais pessoal. Percebem-se teclados soturnos aclimatando nossos ouvidos para o desencadeamento de um trabalho sonoro brutal, mas sempre bem feito. São quase 30 anos de experiência, logo, temos vocais urrados entremeados com alguns momentos de tons limpos, ótimo trabalho de baixo e bateria, e guitarras sintetizadas de primeira. Tudo de uma forma técnica, pessoal e que transpira energia.

É fato: “The Unknown Knows” vem para desafiar as concepções de muitos em termos de música.

A produção sonora é de bom nível nas faixas de “The Unknown Knows”. Embora a sonoridade esteja crua além do ponto, percebe-se que isso ocorre devido às raízes da banda em busca de algo desse formato. Mas de outro ponto de vista, ela não chega a ser um problema, pois se ouve claramente o que o grupo está executando. Poderia ser melhor? Sim, mas está longe de ser ruim ou mesmo mediano. Está bom, com o nível de clareza dentro dos padrões. Mas que se diga que a qualidade que se ouve em “Robotic Dreams” é mais clara e bem definida.
  
Além disso, a banda buscou uma arte enigmática, soturna, mas que reflete o que eles têm a dizer. Além disso, trouxeram a arte do EP na íntegra.

Com “The Unknown Knows” e “Robotic Dreams” em um mesmo CD, podemos conferir como MORDETH se mantém fiel à suas convicções sonoras de um lado, mas que sabe evoluir, buscar algo que diferencie um disco do outro. Se atualmente soa mais sujo, temos a referência às raízes, mas com uma estética sonora experimental, que busca ir onde poucas bandas do gênero no Brasil ousam. Por isso, a banda já merece aplausos.

As músicas de Monolith” (técnica, com boa dose de agressividade e boas mudanças de ritmo), “UVB-76” com seus elementos etéreos misturados com uma agressividade dura, o Death/Thrash Metal cheio de energia que se ouve em “Blank Share”, o uso de vocais limpos e bem colocados na soturna e viajante “Wake Up Machine” (que é preenchida por ótimas partes teclados, além de guitarras pesadas com toques “sabbáthicos”) podem ser dita como os melhores momentos de “The Unknown Knows”.

Já na parte de “Robotic Dreams”, EP de 2009 e que aqui vem de bônus, e é impossível não aplaudir o mix de Death Metal com partes de Rock Progressivo em “Viruss” (reparem isso nas conduções de baixo e bateria, mas no expressionismo dos vocais), o pique Death/Thrash de “H-Tedrom” (onde partes ótimas de teclados são inseridas no meio de uma tempestade de riffs de primeira e solo melodioso), o impacto de peso de rispidez de “From Apes to Warlords” (aqui, a banda foca em seu lado Death Metal, com boa técnica e base rítmica bem trabalhada, além dos ótimos fundos sinistros criados pelos teclados), e as lindas melodias criadas pelas guitarras em “Robotic Dreams” (outra em que temos a ideia do que o YES ou PINK FLOYD poderiam ser se fossem bandas de Death Metal).

No mais, um ótimo lançamento da Heavy Metal Rock Records, e “The Unknown Knows” é uma ótima pedida para os ouvidos. Ouçam sem moderação alguma.

Nota: 88%


MONUMENTS - Phronesis


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Importado


Tracklist:

1. A.W.O.L.
2. Hollow King
3. Vanta
4. Mirror Image
5. Ivory
6. Stygian Blue
7. Leviathan
8. Celeste
9. Jukai
10. The Watch


Banda:


Chris Barretto - Vocais
Olly Steele - Guitarras
John Browne - Guitarras
Adam Swan - Baixo
Daniel “Lango” Lang - Bateria


Ficha Técnica:

Monuments - Produção
Joel Wanasek - Mixagem, masterização


Contatos:

Site Oficial:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Uma das verdades sobre as bandas mais modernas de Metal é que elas representam hoje para os fãs mais jovens o que Thrash Metal, Black Metal e Death Metal representaram para os fãs mais antigos nos anos 80 e 90. É isso, e não há delongas ou debates. O que torna algo intragável (sonoramente falando) para uns é esta questão de muitos estarem presos a um período específico do tempo. Para os mais jovens e os de mente mais abertas, conhecer nomes como o quinteto britânico MONUMENTS é um prazer. E o terceiro trabalho deles, “Phronesis” é um disco de deixar o queixo caído.

A banda se denomina Progressive Metal, ou seja, temos aqui aquela musicalidade moderna que mistura tons instrumentais modernos e abrasivos com passagens brutais e técnicas, que por sua vez contrastam com momentos melodiosos e suaves. Basicamente, uma mistura de Djent Metal com Metalcore e mais alguma coisinha, mas extremamente bem feito, agradável aos ouvidos e de muito bom gosto. Aliás, não falta energia e empolgação, com uma estruturação harmônica empolgante.

É, “Phronesis” é um disco e tanto.

Apesar das gravações terem sido feitas em estúdios e lugares diferentes, com a banda supervisionando tudo, a mixagem e masterização de Joel Wanasek fazem com que tudo soe consensual, pesado e sem espaços. Além disso, a banda escolheu timbres modernos bem definidos. Ou seja, temos tanto uma gravação clara e pesada como gostamos, mas bem feita e com uma estética rascante.

O MONUMENTS mostra-se, mesmo sem ser inovador, um grupo talentoso, destilando boas composições por todo disco. Apesar de evitarem polir demais suas canções, os arranjos estão bem colocados, de maneira que o enorme quebra-cabeça fique formado e coeso. E se preparem, pois é uma torrente insana de energia e agressividade, mas de muito bom gosto.

Melhores momentos: o cartão de apresentações A.W.O.L.” (um início climático para uma pancadaria técnica enorme, com muito Groove e boas melodias, além de guitarras tecendo riffs insanos), a ambientação suja e opressiva de “Hollow King” (cheia de mudanças rítmicas ótimas, ou seja, baixo e bateria mostrando muita técnica e peso), as linhas melódicas sinuosas de “Vanta” (que lembram algo do Melodic Death Metal sueco, com ótimas passagens dos vocais) e de “Mirror Image” (essa chega a abordar momentos Pop Rock em suas passagens mais limpas), o enfoque maior nas partes limpas de “Stygian Blue” (tornando-a uma das canções mais acessíveis do disco, repleta de momentos ótimos dos vocais) e de “Celeste”, e o jeito mezzo limpo e mezzo sujo de “The Watch”.

“Phronesis” é um ótimo disco, mostrando que as vertentes mais jovens do Metal ainda têm muita lenha para queimar, e que o MONUMENTS é uma banda e tanto!

Nota: 85%