Por “Metal Mark” Garcia
“Um tanque de Guerra destruindo um antro
poser” foi uma das primeiras linhas que li sobre o quarteto canadense VOIVOD,
em 1986. Hoje, 32 anos depois, a banda evoluiu, eu fiquei mais velho (e
careca), mas o massacre canadense continua o mesmo. Pioneiros das formas
experimentais no Metal, eles ainda têm muito o que dizer, especialmente agora
que eles estão lançando um novo álbum, “The Wake”, que será lançado mundialmente em 21 de Setembro (e que será lançado no Brasil pela Shinigami Records).
Então, tivemos a oportunidade de falar com a
banda, na figura de seu vocalista Snake,
e ver o que ele, Chewy (guitarras), Rocky (baixo) e Away (bateria) têm a dizer.
Em tempo: gostaríamos de agradecer a Ivan
Sanchez Parra, da Holy Cuervo, por ter tornado esta entrevista possível.
MMG: Como um Metalhead das
antigas, é um prazer falar com você, e obrigado por esta oportunidade. A
primeira pergunta é simples: qual o motive de levarem 5 anos entre “Target Earth” e “The Wake”?
Snake: Bem, após o lançamento de “Target Earth”, estivemos fazendo
bastante turnês. Então Blacky
(ex-baixista do grupo) saiu, e Rocky veio. Logo depois, lançamos o EP chamado “Post Society”. Então turnês, turnês,
turnês… E durante aquele período, enquanto estávamos excursionando, começamos a
trabalhar em ideias diferentes para um álbum totalmente conceitual. Foi um
longo processo de um trabalho difícil, mas agora aqui está, diretamente do
forno, “The Wake” está esperando por
você.
MMG: Em 2014, Blacky deixou a banda, e Rocky entrou. Então, como tem sido
tocar So com ele nos últimos 4 anos, e ele influenciou o processo de composição
de “The Wake”? E o que ele trouxe
para a música do VOIVOD?
Snake: Rocky trouxe muito para a banda, e também para “The Wake”. Musicalmente ele tem um ótimo timbre e é um
músico fantástico. Ele e Chewy (nota
do tradutor: guitarrista do grupo) são amigos próximos desde que eram
adolescentes. Eles cresceram ouvindo o VOIVOD
e estão acostumados a tocarem juntos. Ambos são muito ligados Eles são a dupla
da insanidade na banda... E ele realmente se envolveu em cada aspecto da
criação, incluindo o processo de gravação. Como um indivíduo, Rocky trás seu sorriso e uma atitude
positiva. Se algo dá errado ou fica ruim, ele é o primeiro a tentar consertar,
ou tentar transformar a confusão em uma grande aventura. Legal e bem relax, mas
realmente devotado à banda e sempre está lá para ajudar se você precisar. Um MF
legal (nota do tradutor: a sigla MF em inglês significa “motherfucker”).
MMG: quando o nome do VOIVOD é citado, sabemos que as coisas nem sempre são tão simples
de entender, então, qual é o conceito por trás do nome do álbum?
Snake: Sim, apanham-me se forem capazes, esse tipo de
coisa. O conceito de “The Wake” é um pouco difícil de explicar em poucas
linhas. Vamos dizer que é sobre uma grande descoberta que irá mudar nossa
percepção do mundo, criando assim tumulto e conflitos, forçando-nos a encarar
nosso próprio destino: em breve, a humanidade não terá mais escolha, e terá que
aprender a viver unida, e a fazer uma decisão boa, para alcançar outro nível de
espiritualidade. Aqui está, curto e doce...
MMG: Francis Perron trabalhou com vocês
no RadicArt Recording Studio no
Canadá, na gravação e mixagem de “The
Wake”. O que podem nos dizer sobre a experiência de terem trabalhado com
ele? Conseguiram o resultado que estavam esperando, ou saiu ainda melhor que o
esperado?
Snake: Para Francis,
também foi o álbum dele, “O” álbum. Ele deu tudo que podia nele. Sério. Sendo
um fã antigo e um músico também, ele realmente levou tudo à frente, adicionando
ideias e experiências ao projeto, trabalhando além do tempo o tempo inteiro,
acordando no meio da noite no modo criativo completo. Ele deu muito de si
mesmo, e estou extremamente feliz com o resultado. Ele é uma pessoa ótima e
muito generosa. Se você tiver um projeto, chame-o. Ele é o cara!
MMG: Ainda falando de “The Wake”, perguntei como foi o
processo de composição com Rocky,
mas como as coisas funcionaram para a banda inteira? Mesmo com sua música sendo
cheia de arranjos, não parece que o VOIVOD
é uma banda que ame ficar nos estúdios por longo tempo.
Snake: Nós amamos estar no estúdio por um longo
tempo, mas é ruim pois tem um custo. Mesmo assim, quando estamos lá, procuramos
ser o mais eficiente possível. Primeiramente, gastamos um longo tempo nas
sessões de pré-gravação, e quando está tudo pronto, elaboramos um plano de
trabalho e horários. Também colocamos ideias juntos para incluir arranjos e
efeitos. E dosando a coisa que conseguimos colar tudo.
MMG: Como amostra do álbum,
foi lançado um vídeo oficial para “Obsolete
Beings”. Existe um motivo específico para esta escolha? E o “feeling”, a atmosfera
da canção me lembraram muito as daquelas dos tempos de “Nothingface”, quando o som do VOIVOD
mostrava uma visão mais voltada ao Rock progressivo, logo, isso foi
intencional ou algo que aconteceu durante o processo de composição?
Snake: “Obsolete Beings” é a canção de abertura. É a faixa que faz a
conexão entre o EP anterior, “Post
Society”, e o novo álbum. Eu diria que todo o novo álbum está “proggy”, e
talvez ainda mais que antes. A primeira canção é só uma pequena amostra de toda
a viagem.
MMG: Falando do passado: no
ano passado, alguns dos discos antigos do VOIVOD
foram lançados novamente. De “Rrröööaaarrr”
até “Dimension Hatröss”, todos foram
lançados em versão dupla, sendo remasterizados. Então, o que achou disso? E me permita dizer:
isso ajudou muito, pois os fãs mais novos conseguirão achá-los novamente.
Snake: Estou muito feliz que finalmente estejam
lançados. Levou um longo tempo para juntar tudo e arrumar os aspectos legais
desses relançamentos. Graças a Away,
que realmente trabalhou duro nisso. E o resultado é fantástico. A música meio
que revive o passado, e há muito mais extras que faz todo o pacote uma coisa
muito legal de se ter.
MMG: No show do Rio de
Janeiro (nota: ocorrido em 01/05/2018), vocês tocaram uma nova e crua versão de
“Voivod”, seu primeiro sucesso. Então,
mesmo sem ser algo planejado, podemos sonhar com versões de “Rrröööaaarrr” ou “Killing Technology”? E como as coisas sobre guerras estão se
tornando doentias pelo mundo, está na hora de uma nova versão para “Cockroaches”!
Snake: novas versões ou versões ao vivo, você
escolhe. Muitas coisas ocorrem no palco. De “Rrröööaaarrr”,
em geral tocamos “Korgull…”, e também tocamos muitas
canções de “Killing Technology” no
nosso setlist regular. Mas “Cockroaches”...
Mmm.. Gosto da ideia!
MMG: Vocês farão alguns
shows na Europa com MAGGOT HEART, NIGHTRAGE,
e BIO-CANCER. Mas e os outros países,
existem algo para nós?
Snake: Acho que vai ser um ano ótimo para nós, não
se preocupe. Vocês são parte do plano!
MMG: Sendo brasileiro, é
claro que preciso perguntar se existe uma possibilidade concreta de vermos o VOIVOD de volta, para devastar nossas
terra uma vez mais.
Snake: O Brasil é um país muito grande. Amamos tocar aí.
E ainda tem tanto dele que não vimos. Mal posso esperar para volta. E tenho
certeza que os visitaremos em breve!
MMG: Bem, isso é tudo. Quero agradecer pela
paciência, e, por favor, deixe sua mensagem para nossos leitores.
Snake: “The Wake” será lançado logo! É
algo de que realmente estamos orgulhosos! Aproveitem!
Veja o vídeo de “Obsolete Beings”, primeira faixa
liberada de “The Wake”:
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