terça-feira, 22 de janeiro de 2019

OVERKILL - Last Man Standing

Ano: 2019 
Tipo: Extended Play (EP) 
Selo: Nuclear Blast Records 
Importado 

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução: A definição de um Big 4 do Thrash Metal norte-americano, infelizmente, acaba deixando de fora bandas clássicas que, muitas vezes, ainda são conhecidas apenas pelos fãs de Metal em si, ou seja, nenhuma projeção fora do underground. E por isso, muitas bandas com produtividade criativa elevada nos últimos tempos não têm a mesma projeção de outras que lançam discos medianos. Um dos mais injustiçados é a gangue de Nova York OVERKILL, que tem se mostrando mais e mais intenso e criativo em seus discos de uns anos para cá. E o EP “Last Man Standing” mostra isso claramente.

Análise geral: Raçudo e agressivo até os dentes, o Thrash Metal do quinteto apenas mostra que a idade foi deixando-o sua música cada vez mais bruta, mesmo com excelentes linhas melódicas. Além disso, uma ouvida no EP e se percebe que a identidade sonora do grupo continua intocada, apenas lapidada pela experiência. E digamos de passagem: “Last Man Standing” é um EP para se ouvir e detonar a sala, pois é impossível ficar parado!

Arranjos/composições: Em termos técnicos, o quinteto sempre soube tocar aquilo que fosse necessário para sua música, sem exacerbar a técnica, mas sem soar simplista. A conjunção de linhas melódicas eficientes, cada refrão feito para entrar nos ouvidos e não ser mais esquecido, e sempre com arranjos que vão se encaixando de forma concatenada. Mas é bom se prepararem, pois os riffs continuam cortantes, os solos ainda esbanjam melodias excelentes, baixo e bateria em uma solidez rítmica imensa, fora os vocais esganiçados continuarem eletrizantes. Sim, esses caras não brincam em serviço!

Qualidade sonora: A mixagem e masterização ficaram nas mãos de Chriss “Zeuss” Harris, que soube moldar a qualidade sonora do grupo de forma que soasse clara e agressiva, sempre com muito peso e energia, sem mutilar o “approach” quase que hardcorizado do quinteto em certos momentos. Ou seja, é bruto e limpo ao mesmo tempo.

Arte gráfica/capa: A arte de Travis Smith não é algo simplório, mas mesmo assim, nada complicado demais, apenas mais uma apresentação do mascote Chaly, que os acompanha desde sua origem. Serve como apresentação, já que os fãs da banda, em geral, se apegam mais à sua música que aos detalhes visuais.

Destaques musicais: “Last Man Standing” é um cartão de apresentação, lançado para aquecer e preparar o mercado para a chegada de “The Wings of War” em fevereiro próximo. Ou seja, é um aperitivo, mas que senhor aperitivo!

“Last Man Standing”: Primeiro Single a ser liberado, e a faixa de abertura do álbum. Logo, é fácil de entender que é uma saraivada de riffs velozes, com aquela pegada empolgante da banda, com muitos momentos em que a bateria mostra as garras dos dois bumbos (e como baixo afiado e mostrando peso). Uma típica canção rápida do quarteto, sempre com uma energia capaz de manter os medidores de volume em níveis extremos.

“Head of a Pin”: Quem conhece a banda de longos anos, sabe que o OVERKILL tem uma forte carga de influência do BLACK SABBATH em alguns momentos, e ela fica evidente nos tempos mais lentos desta canção. Os vocais estão excelentes, assim como o refrão é empolgante.

“Hello from the Gutter (Live)”: Um dos primeiros sucessos do grupo, esta é uma canção de seu terceiro álbum, “Under the Influence” (de 1988), e é uma versão ao vivo gravada durante a apresentação do grupo no Rock Hard Festival de 2015. Energia aos borbotões, sem contar que a captação ficou muito boa.

“Sonic Reducer (Live)”: Também oriunda da apresentação no Rock Hard Festival de 2015, esta é um cover do velho DEAD BOYS (grupo de HC Cleveland, e um dos pioneiros do gênero nos EUA). Passam-se os anos, e poucos percebem isso, já que a versão do quinteto é tão pessoal que os mais desatentos deixam essa informação passar.

“We Gotta Get Out of This Place”: Esta é um cover do THE ANIMALS, que ganhou um jeitão Harcore/Punk Rock, e é uma canção bônus que faz parte da versão japonesa de “Bloodletting” (de 2000), agora disponibilizada para o ocidente.

Conclusão: “Last Man Standing” não tem nada de inédito em termos de canções de estúdio (“Last Man Standing” e “Head of a Pin” estarão no álbum vindouro), as canções ao vivo são um excelente aperitivo, e mesmo sendo ótimo, este é um EP que atrairá mais os fãs da banda. Mas com essas canções, a possibilidade de ganharem novos fãs não é pequena.

Nota: 86%


Tracklist

1. Last Man Standing 
2. Head of a Pin 
3. Hello from the Gutter (Live) 
4. Sonic Reducer (Live) 
5. We Gotta Get Out of This Place


Banda:


Bobby “Blitz” Ellsworth - Vocais
Dave Linsk - Guitarra solo
Derek “The Skull” Tailer - Guitarra base
D. D. Verni - Baixo, backing vocals
Jason Bittner - Bateria


Ficha Técnica:

Overkill - Produção
Zeuss - Mixagem, masterização
Travis Smith - Artwork


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