domingo, 20 de janeiro de 2019

MALEVOLENT CREATION - The 13th Beast

Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Century Media Records
Importado


Texto: “Metal Mark” Garcia



Introdução: Após o ressurgimento no finalzinho dos anos 80, quando era considerado um estilo morto, o Death Metal já teve altos e baixos de popularidade. O mais interessante é que existem bandas que tem uma criatividade absurda e não chegam a terem a mesma recepção de gigantes. Nada mais é que o bom e velho “quem chega primeiro sempre é mais notado”, comum a todos os gêneros de Metal. E o quarteto norte-americano MALEVOLENT CREATION (de Fort Lauderdale, Flórida) é uma prova disso, vide seu recém-lançado 13º disco, “The 13th Beast”.

Análise geral: Basicamente, o quarteto sofreu uma reforma em 2017, só restando de sua formação original o veterano guitarrista Phil Fasciana, mas manteve seu estilo clássico: o mesmo Death Metal insano da escola norte americana (com aquela pegada altamente influenciada por “Reign in Blood” do SLAYER). E percebe-se também que o quarteto soube se atualizar mais uma vez, e sua música ganhou um impacto abusivamente violento. E sem mencionar que a energia que flui desse disco é abusivamente absurda e envolvente.

Arranjos/composições: Como já citado, o quarteto pegou seu jeito à lá “Floridian Death Metal” tradicional e o atualizou, o que lhes conferiu mais brutalidade, mas sem perder sua identidade. A velocidade é estonteante em certos momentos, com muito “double bass” na bateria, mas também tem-se tempos mais refreados e outros com a rapidez mais voltada à “Old School” do gênero. Mas se percebe que a técnica está bem refinada, sabendo criar arranjos diferenciados que se encaixam uns nos outros perfeitamente. Mas mesmo diante disso tudo, “The 13th Beast” é um disco de fácil assimilação: ouviu, gostou.

Qualidade sonora: Bastaria dizer que “The 13th Beast” foi mixado e masterizado por Dan Swanö para encerrar esta seção da resenha. Bruto, agressivo e explosivo de doer os ouvidos, mas sempre com uma sonoridade limpa e bem definida. Além disso, o quarteto não se afasta dos elementos mais tradicionais do Death Metal, logo, os timbres são graves e bem escolhidos, de forma que possam soar claros.

Arte gráfica/capa: German Latorres é o responsável pela arte do disco, e criou uma capa impactante, que chama a atenção dos fãs, e emparelhada com aquilo que se ouve musicalmente, logo, ficou ótima.

Destaques musicais: Pode-se encarar “The 13th Beast” como um disco de Death Metal tradicional, logo, os fãs do gênero não terão do que reclamar em suas 11 canções, especialmente porque o quarteto mostra uma criatividade de primeira. E mesmo sendo um disco extremamente homogêneo, se destacam no meio dessa carnificina musical:

“End the Torture”Uma típica canção de abertura de disco, com uma introdução mais tétrica precedendo um festival de mudanças de ritmo (o que evidencia o ótimo trabalho de baixo e bateria), mas é impossível não notar como as guitarras estão ótimas. E nos solos, o músico convidado Ryan Taylor mostra-se antenado com o estilo do grupo. 
“Mandatory Butchery”: A mais pura essência do Death Metal “Made in Florida” pulsa nessa canção, cheia de momentos que são facilmente assimilados pelos ouvintes. E que muralha de riffs compacta (mas existem momentos mais cadenciados interessantes em vários pontos, mostrando a diversidade da música do quarteto).

“Agony for the Chosen”: uma música reta e direta, embora adornada com arranjos muito bem escolhidos. Ótimo trabalho da bateria, além de mostrar um refrão de primeira, um dos melhores de todo o disco.

“Born of Pain”: É a típica canção com tempos não tão velozes, mas com bumbos duplos rápidos. Os vocais estão ótimos, encaixando na canção, em todos os seus momentos. E existe certo alinhavo melódico evidente em muitos momentos (especialmente nas partes mais lentas).

“The Beast Awakened”: Boas mudanças de ritmo, agressividade e energia fluindo aos borbotões pelas caixas de som, outro ótimo refrão e os vocais estão excelentes.

“Bleed Us Free”: Mais uma vez, a banda faz a fusão de elementos da velha escola (os riffs de guitarra) com algo mais moderno (reparem na força de baixo e bateria), criando uma canção brutal, simples e que gruda nos ouvidos.

“Knife at Hand”: mesmo brutal e opressiva de uma forma mais tradicional, é repleta de partes em que melodias ficam bem mais evidenciadas, criando contrastes interessantes e diversificando o trabalho do grupo (e que guitarras, exibindo riffs compactos e solos doentios).

“Release the Soul”: Contrastando partes mais cadenciadas e momentos mais velozes, é outra canção que grudará nos ouvidos dos fãs. Esta mostra toda essência do quarteto, bem como sua fidelidade às suas raízes musicais.

Conclusão: “The 13th Beast” chega com força para ser um dos grandes discos de Death Metal de 2019, ao mesmo tempo em que o MALEVOLENT CREATION mostra que os fãs de Metal extremo deveriam lhes dar mais chances, pois esse disco mostra o quanto estão melhores em termos criativos que nomes já manjados que andam lançado discos meia-boca por aí. E ele serve também como homenagem ao vocalista Brett Hoffmann, falecido ano passado.

Nota: 96%


Tracklist:

1. End the Torture
2. Mandatory Butchery
3. Agony for the Chosen
4. Canvas of Flesh
5. Born of Pain
6. The Beast Awakened
7. Decimated
8. Bleed Us Free
9. Knife at Hand
10. Trapped Inside
11. Release the Soul


Banda:


Lee Wollenschlaeger - Vocais, guitarras
Phil Fasciana - Guitarras
Josh Gibbs - Baixo
Philip Cancilla - Bateria


Ficha Técnica:

Dan Swanö - Mixagem, masterização
German Latorres - Artwork
Ryan Taylor (ATOMIK, COMBAT, CONDITION CRITICAL, SOLSTICE) - Guitarra solo em “End the Torture” e “Canvas of Flesh”


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