segunda-feira, 13 de agosto de 2018

MAESTRICK - Espresso Della Vita: Solare


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Origami
2. I a.m. Living
3. Rooster Race
4. Daily View
5. Water Birds
6. Keep Trying
7. The Seed
8. Far West
9. Across the River
10. Penitência
11. Hijos de la Tierra
12. Trainsition


Banda:


Fábio Caldeira - Vocals, piano
Renato Somera - Baixo, backing vocals
Heitor Matos - Bateria, percussão
Neemias Teixeira - Teclados


Ficha Técnica:

Adair Daufembach - Guitarras, produção
Fernando Freitas - Percussão
Juh Leidl - Artwork


Contatos:

Site Oficial:
E-mail:

Texto: M. Garcia


Existem grupos que levam logos intervalos de tempo entre seus lançamentos. Nos dias de hoje, onde as apresentações ao vivo se transformaram na opção de sobrevivência de grupos profissionais (pois são nos shows em que eles conseguem vender algum merchandising), o hiato que antes durava, no máximo, dois anos, se expandiu. Algumas bandas perdem algo nesses períodos, enquanto outros justificam a nossa longa espera. O MAESTRICK, grupo de Prog Metal/Rock de São José do Rio Preto (SP) levou cinco longos anos entre “Unpuzzle!” (de 2011, seu primeiro álbum) e o EP “The Trick Side of Some Songs” (feito de covers e lançado em 2016), e agora, chega com seu segundo “full length”, que se chama “Espresso Della Vita: Solare”.

Mas o que podemos esperar do disco?

Para início de conversa, o estilo do grupo foi ficando mais lapidado e conciso, mas a personalidade eclética de antes continua presente. E dois aspectos os diferem de tantos grupos do gênero: eles têm uma inclinação um pouco maior para o lado Prog (e que é mais influenciado por JETHRO TULL, YES e GENESIS que por PINK FLOYD, o caso da maioria quase esmagadora), o que nos trás algo mais diversificado musicalmente; e eles são bem mais ecléticos que a maioria que foca-se apenas na mistura de Metal com Rock Progressivo (ou seja, o modelo europeu do estilo), com “inserts” de influências regionais (como se percebem no uso de viola caipira e berrante no início de “Rooster Race”), Pop e Classic Rock (reparem nos arranjos à lá BEATLES de “Daily View”), mantendo a elegância e o bom gosto musical como constantes em seu trabalho. Mas mesmo com canções grandes e trabalhadas, o que se ouve nesse álbum é extremamente envolvente, gruda nos ouvidos e na mente, e não sai mais. Ou seja, se gostaram de “Unpuzzle!”, é mais que certo que irão adoram  “Espresso dela Vita: Solare”.

A sonoridade do disco foi construída com calma, para conseguir associar tantos elementos musicais diferentes em uma forma única e coerente. Mas Adair Daufembach (que produziu o disco, além de tocar as guitarras) fez um trabalho de primeira, pois o grupo soa pesado, mas mantendo aquela clareza vital para o trabalho do grupo, sem contar que nas partes mais trabalhadas, há uma estética sonora que nos remete ao Progressive Rock dos anos 70 (mas nada de datado). Além disso, a escolha dos timbres para os instrumentos musicais ajudou bastante. E, além disso, a arte da capa é convidativa, revela o conceito por trás do álbum: a vida é como um trem em seus trilhos, onde cada um testemunha os eventos como um passageiro.

E conduzindo este expresso, o MAESTRICK mostra como se evolui sem perder a essência. E o trabalho deles ficou de primeira, com arranjos muito bem pensados em canções inspiradas, com detalhes minimalistas, mas sem que sua música perca a energia e pegada espontâneas. Ou seja, eles conseguem juntar o melhor do Metal e do Rock Progressivo de uma vez só, usando influências diferenciadas (mencionadas acima) como alinhavo para tudo. Rodrigo Pimentel e Leonardo Almeida são convidados, que deram um toque diferenciado ao trabalho pelo uso de banjo, ukulelê e sobro, fazendo com que “Espresso Della Vitta: Solace” tenha uma sonoridade não convencional ao estilo.

E ficou de primeira o trabalho!

Destaques: o jeito Prog Metal pesado e melodioso de “I a.m. Living” (ótimo nível técnico, refrão de primeira, além de excelente técnica de baixo e bateria), os toques regionais e a energia envolvente de “Rooster Race” (um pouco mais direta e compacta, mas novamente com um refrão excelente), o jeito Pop/Heavissívo de “Daily View” (vocais de primeira, melodias de fácil assimilação), o jeito técnico envolvente das cordas de “Keep Trying”, as belas partes de teclados e violão que permeiam o início da multivariada “The Seed” (em seus mais de 15 minutos, eles conseguem fazer uma viagem musical de ótimo gosto, cheia de mudanças de ritmos e partes grandiosas, ou seja, é uma música que mostra a totalidade do trabalho musical deles), a introspectiva “Across the River”, a pegada mais agressiva e com Groove brasileiro à lá Samba Rock de “Penitência” (que foge um pouco ao estilo, mas que também mostra a versatilidade musical da banda), o jeito mais etéreo e “noir” de “Hijos de la Tierra”, e o final apoteótico na também à técnica e multifacetada “Trainsition” (sim, a grafia está correta, e fortemente correlacionada ao conceito do disco, e a canção varia do suave ao elétrico sem pudores).

Todos a bordo, pois o “Espresso Dela Vita: Solace” vai partir, e o MAESTRICK nos convida a ocupar lugares especiais.

Ah, sim, o disco pode ser ouvido nas plataformas digitais.

Deezer: https://bit.ly/2lV1v3R
Google Play: http://bit.ly/2tTCyub

Um dos melhores grupos do estilo no Brasil, sem sombra de dúvidas!

Nota: 100%