segunda-feira, 24 de setembro de 2018

EUFOBIA - Eufobia


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Wizard
Importado


Tracklist:

1. Graveyard
2. Hater
3. Liquid of Creation
4. Devotion
5. Fat Sack of Shit
6. Unspoken
7. Lust
8. Scarecrow
9. Cyber Pervert
10. Tears of Defloration


Banda:


Nikola “Niki” Bojakov - Guitarras, vocais
Ivan “Van Cock” Gemijiev - Guitarras
Stefan “Steff” Abadjiev- Baixo, vocais
Blagovest “Blago” Petrov - Bateria


Ficha Técnica:

D. Velchev - Gravação
P. Bratanov - Mixagem
Val Volegna - Artwork


Contatos:

Site Oficial: www.eufobia.com
Assessoria: https://metalmessage.de/ (MetalMessage)

Texto: “Metal Mark” Garcia


Nos dias de hoje, com o fim da Cortina de Ferro e da implosão do regime socialista das URSS no final dos anos 80, o Metal pôde então florescer e mostrar sua cara em todos os países agora livres. E não é de estranhar que a Bulgária possa gerar nomes como o EUFOBIA, que já veteranos, chega com seu terceiro álbum, que leva o nome da banda.

Basicamente, “Eufobia” nos mostra uma banda capaz de mixar Death Metal e Thrash Metal, mas usando melodias que vem do Progressive Metal. Basicamente (como parece ser uma tradição do Leste Europeu), o “insight” do quarteto é bem diferente de muitas coisas que já conhecemos. Sua música é cheia de energia e arranjos que grudam em nossos ouvidos, mas sempre com uma estética melódica muito bem feita, sem deixar de soar agressivo e impactante. Ou seja, o EUFOBIA é um deleite para os ouvidos que buscam sempre por algo diferente.

A produção da banda visa uma fusão entre uma estética bem feita e limpa com o peso e agressividade naturais às vertentes mais extremas do Metal. E conseguiram um ótimo resultado, pois a sonoridade é clara a ponto de compreendermos tudo que é tocado, mas com timbres sonoros impactantes e pesados. E sim, soa bruto e pesado, mas sempre claro aos sentidos. E a arte da capa é uma alusão clara ao nome do grupo, que vem do grego e significa “medo daquilo que é bom”.

E é interessante perceber que o EUFOBIA vai tecendo suas canções de forma espontânea, sem soarem forçadas, embora cheio de arranjos de primeira. É bem trabalhado, bruto e coeso, mas sempre com partes melódicas muito bem construídas e bem encaixadas sobre o alinhavo técnico do quarteto.

E digamos de passagem: é fácil demais gostar de “Eufobia”!

Embora o disco inteiro seja um deleite aos ouvido de qualquer Metalhead que se preze, o peso e adrenalina de Graveyard” (que belo trabalho técnico de baixo e bateria, foram os contrastes vocais interessantes, com passagens mais agressivas e secas, e outros urros guturais), as melodias sinuosas e envolventes de “Hater” (reparem nos trechos mais melodiosos e nos pequenos solos), a técnica refinada que permeia “Liquid of Creation”, o massacre sonoro entremeado por melodias bem melancólicas em “Devotion”, o chute nos tímpanos dado em “Unspoken”, o trabalho técnico intrincado que é apresentado em “Lust”, as partes abrasivas de “Scarecrow”, e a adrenalina Prog/Thrash Metal intensa de “Tears of Defloration” (que possui trechos melódicos à lá IRON MAIDEN) são os momentos de maior destaque do disco.

O EUFOBIA é um nome excelente, que merece ser mais conhecido por todos, assim como “Eufobia” merece aplausos.

Nota: 96%






MNEMOCIDE - Debris


Ano: 2018
Tipo: Extended Play (EP)
Selo: Independente
Importado


Tracklist:

1. Only Shades
2. Pawns
3. Collapse
4. Soul Collector


Banda:


Matthias - Vocais
Richy - Guitarras
Chris - Guitarras
Denge - Baixo
Laurent - Bateria


Ficha Técnica:

Christoph Brandes - Produção, mixagem, masterização


Contatos:

Site Oficial: www.mnemocide.com
Assessoria: https://metalmessage.de/ (MetalMessage)

Texto: “Metal Mark” Garcia


Falar em Suíça em termos de Metal nos leva a pensar em nomes como CORONER, HELLHAMMER/CELTIC FROST, MESSIAH e algumas outras bandas. Em geral, a ideia que temos é de uma cena ou pequena, ou então cujas bandas preferem ficar nos porões do underground, uma vez que é bem raro lidar com grupos nativos do país. Mas vez por outra, nomes muito bons surgem de lá, como do quinteto MNEMOCIDE, que nos chega com seu primeiro trabalho, o EP de quatro faixas “Debris”.

O foco deles é simples: Old School Death Metal na linha de nomes como ENTOMBED, PUNGENT STENCH, ASPHYX, GOREFEST e outros que preferiam criar uma música impactante, mas cuja técnica instrumental dista de algo muito burilado. O grupo prefere fazer algo mais pesado, bruto e empolgante, com andamentos mais lentos (embora com alguns momentos mais velozes aqui e ali em termos de Death Metal à moda antiga), além de uma enorme carga de energia e bons arranjos construindo cada uma de suas canções (e mesmo algumas melodias mais subjetivas surgem alinhavando suas canções). E mesmo sem serem inovadores, mostram valor e potencial para se tornarem um nome bem relevante no cenário de seu estilo, ou mesmo no Metal extremo.

Uma escolha sábia foi feita por eles em termos de produção sonora. Verdade seja dita: Christoph Brandes soube ajustar tudo para que “Debris” soe agressivo e pesado, mas sabendo que o grupo precisava de algo limpo e bem definido. A essência Old School está nas canções em si, não na sonorização do EP. Além disso, os timbres instrumentais são sujos e soam artesanais, embora bem claros. E a arte da capa, simples e direta, nos permite focar as atenções na música.

Óbvio que o MNEMOCIDE ainda pode evoluir bastante, pois é um grupo bem jovem (tem apenas um ano de vida). Mas mesmo assim, o potencial e vigor que se ouve nas 4 canções de “Debris” é algo de assombroso. Se você gosta de Death Metal Old School, vai gostar do grupo e desse EP, mas ao mesmo tempo, qualquer fã de Metal extremo irá aplaudir o quinteto.

Sólida e com tempos mais simples é Only Shades”, onde a canção é guiada por uma base rítmica sólida e eficaz (baixo e bateria estão muito bem). Na sequência, “Pawns” continua o massacre em um ritmo ainda lento, de onde fluem urros guturais muito bons (mas que chegam a ser compreensíveis em termos de dicção). Com algumas partes rápidas ótimas, e com guitarras tecendo riffs muito bons, temos a empolgante “Collapse”. E fechando, vem o pesadelo agourento de “Soul Collector”, outra pancada refreada e bem construída em termos de simplicidade, mas com um refrão muito legal.

Muito potencial ainda pode ser convertido em música pelo MNEMOCIDE. Mas verdade seja dita: “Debris” nos mostra que o eles estão no caminho certo.

Nota: 81%

SWEEPING DEATH - In Lucid


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Importado


Tracklist:

1. Eulogue
2. Blues Funeral
3. Horror Infernal
4. Suicide of a Chiromantist
5. Purpose (Instrumental)
6. Resonanz
7. Antitecture
8. Lucid Sin
9. Stratus


Banda:


Elias Witzigmann - Vocais
Simon Bertl - Guitarras, backing vocals
Markus Heilmeier - Guitarras
Andreas Bertl - Baixo
Tobias Kasper - Bateria, piano


Ficha Técnica:

Rolf Munkes - Produção, mixagem, masterização
Adrian Baxter - Artwork


Contatos:

Site Oficial: www.sweepingdeath.com
Assessoria: https://metalmessage.de/ (MetalMessage)

Texto: “Metal Mark” Garcia


Um dos prazeres mais inusitados que um autor de resenhas de bandas de Metal pode ter é dar de cara com um disco que o surpreenda. Essencialmente, se a banda trilha um caminho já pré-existente à sua maneira, acaba deixando todo ainda melhor. E mostrando a tradição da Alemanha em gerar bandas que nos surpreendam, temos o SWEEPING DEATH, da Bavária, que nos chega com seu mais recente trabalho, “In Lucid”.

Basicamente, temos uma banda de Techno/Prog Thrash Metal em mãos, ou seja, um grupo que busca referências em bandas como METALLICA e MEGADETH por um lado, mas com uma forte noção melódica/técnica herdada de nomes como FATES WARNING e outros da escola Norte Americana. Mas acreditem: eles colocam outros elementos em sua música que tornam a audição de “In Lucid” em um prazer enorme. Óbvio que alguns grupos no passado faziam essa mesma mistura de estilos, com a diferença de que o quinteto alemão mostra personalidade e se diferencia.

A qualidade sonora do disco é ótima. Percebe-se que o grupo tentou associar a qualidade moderna e clara com um toque bem dado de crueza, gerando assim uma ambientação de primeira qualidade para sua música. É possível compreender todos os arranjos musicais (e eles são muitos) sem problemas, com bons timbres instrumentais (de onde vem o feeling cru), e tudo soando claro e com muito peso. Além disso, a arte que temos para a capa é chamativa e instigante, cheia de possibilidades subjetivas de interpretação de seu significado.

Se tem uma característica sonora que flui de “In Lucid” aos borbotões é o feeling melodioso e melancólico em muitos momentos (mesmo alguns arranjos nos lembrarão nomes do Death/Black Metal melódico em vários momentos, especialmente por conta das guitarras). Mas fica óbvio que o SWEEPING DEATH tem muita vontade de ser diferente de todo mundo, de buscar algo só deles, e estão no caminho certo. Aliás, basta uma única audição e se perceber que eles são uma banda muito promissora.

A belíssima e bem trabalhada “Blues Funeral” (reparem bem como as mudanças de ambientação, do suave ao pesado, fluem de forma espontânea, e que guitarras!), a fogosa e mais agressiva “Horror Infernal” (aqui, vemos que os voais variam de timbres mais suaves a outros mais secos sem problema algum), a longa e neoclássica “Suicide of a Chiromantist” (em mais de 9 minutos, se percebe toda uma vibração que mixa melodia e agressividade de forma magistral, fora as partes mais introspectivas), a complexidade dos ritmos em “Antitecture” (partes mais jazzísticas surgem aqui e ali, com um trabalho muito bom de baixo e bateria), e o clima denso e pesado de “Stratus” (os “inserts” de música clássica ficaram ótimos) mostram o que o grupo pode fazer.

Uma surpresa e tanto o que se ouve em “In Lucid”, e um disco que dá aquela impressão de “eu quero” em qualquer headbanger que se preze. Sim, o SWEEPING DEATH é capaz disso, e acreditem: eles podem fazer ainda melhor.

Nota: 90%