quinta-feira, 27 de junho de 2019

BURNING WITCHES - Hexenhammer


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. The Witch Circle
2. Executed
3. Lords of War
4. Open Your Mind
5. Don’t Cry My Tears
6. Maiden of Steel
7. Dungeon of Infamy
8. Dead Ender
9. Hexenhammer
10. Possession
11. Man-Eater
12. Holy Diver
13. Self Sacrifice (bônus)
14. Don’t Cry My Tears (acoustic) (bônus)


Banda:


Seraina - Vocais
Romana - Guitarras
Sonia - Guitarras
Jay - Baixo
Lala - Bateria


Ficha Técnica:

V. O. Pulver - Produção, Gravação, Mixagem, Masterização
Schmier - Produção, Gravação
Damir Eskić - Produção, Gravação
Gyula Havancsák - Artwork, Layout
Courtney Cox - Guitarra solo em Maiden of Steel”


Contatos:

Site Oficial:
Assessoria:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

As bandas femininas existem no Metal desde os anos 70, mas apenas após o sucesso comercial da carreira solo de LITA FORD, do WARLOCK (e consecutivamente, de DORO), muitos outros foram surgindo. Hoje em dia, as garotas provaram que elas podem contribuir muito para o Metal com seu talento. E um dos nomes mais fortes do Metal feminino nos dias de hoje é das Bruxas suíças do BURNING WITCHES, um quinteto que acaba de ter seu segundo álbum, o excelente “Hexenhammer”, lançado no Brasil pela parceria da Shinigami Records com a Nuclear Blast Brasil.


Análise geral:

O que se pode esperar de uma banda conterrânea de nomes como HELLHAMMER/CELTIC FROST, CORONER e outros?

Antes de tudo, é preciso deixar claro que o caldeirão dessas Bruxas arde com o mais puro Metal tradicional que se possa pedir, um misto de influências da NWOBHM, do Metal tradicional germânico e do U.S. Metal, com aquela aura dos anos 80. Nomes como JUDAS PRIEST, ACCEPT e mesmo WARLOCK vem à mente, mas sempre com uma personalidade forte pulsando em suas canções, que mostram uma energia absurda, sem mencionar que elas são especialistas em refrães bem feitos, melodias certeiras.


Arranjos/composições:

O grupo sabe fazer um equilíbrio inteligente e espontâneo entre peso, melodias e agressividade, e mantendo um nível técnico muito bom e sem muitas firulas. Além do mais, os arranjos são muito bons, os andamentos são variados (o que não deixa os fãs entediados), e não lhes falta inspiração.

Aliás, os vocais são ótimos, as guitarras criam riffs e solos melodiosos e de fácil memorização, sem falar que baixo e bateria esbanjam peso e diversidade rítmica.


Qualidade sonora:

O BURNING WITCHES é mais um grupo que foge à regra do dito “retro-Metal”: a produção é de primeira.

Gravado, mixado e masterizado no Little Creek Studio sob a tutela de V. O. Pulver, do PÄNZER, e que fez a mixagem e masterização sozinho, embora tendo uma mão de Schmier (baixista/vocalista do DESTRUCTION) e de Damir Eskić (guitarrista do DESTRUCTION) na produção e gravação, “Hexenhammer” soa pesado, sólido e compacto, sem buracos. Mas ao mesmo tempo, a sonoridade espontânea do disco soa clara, bem definida em termos de instrumentos e vocais, com um toque de modernidade que fez bem ao trabalho do quinteto.

Basicamente, tem-se o melhor dos dois mundos em uma qualidade sonora.


Arte gráfica/capa:

A arte gráfica de Gyula Havancsák é belíssima, trazendo para o ambiente visual todos os elementos que o nome e letras do disco inspiram. Para quem não sabe, “Hexenhammer” é a tradução em alemão do nome “Martelo das Bruxas”, ou “Malleus Maleficarum”, livro que tornava práticas heréticas em crime, inclusive passíveis de pena capital. Mais detalhes podem ser lidos aqui pelos mais curiosos.


Destaques musicais:

“Hexenhammer” é um disco difícil de não gostar, pois reúne todos os elementos que um bom fã de Metal exigente quer, e todos em alto nível. Além disso, é um disco bem equilibrado em termos de composição/inspiração. E para as primeiras audições, estas são as mais viciantes:

Executed: um murro nos tímpanos de pura energia, com agressividade alta, ritmo em boa velocidade (as conduções da bateria são ótimas), mas as guitarras chegam pondo a casa abaixo com bases marcantes e de ótimo gosto (e solos inspirados).

Lords of War: a velocidade decresce, mas o peso fica evidenciado, bem como as melodias. Aliás, o refrão é viciante, pegajoso, como toda estrutura harmônica. E que vocais de excelentes!

Open Your Mind: Nessa, as variações de andamento são mais explícitas, ou seja, baixo e bateria de destacam em um trabalho sólido e técnico de primeira (o uso de bumbos duplos em certos momentos ficou perfeito).

Maiden of Steel: um típico Hard ‘n’ Heavy poderoso, com ótimas linhas melódicas, backing vocals inspirados e refrão de alto nível. As guitarras estão excelentes mais uma vez. E nos solos, a presença especial de Courtney Cox (ex-guitarrista do finado PHANTOM BLUE, hoje no THE IRON MAIDENS, onde é conhecida como Adriana Smith).

Dead Ender: os tempos ficam mais arrastados e pesados, criando uma ambientação densa, com linhas melódicas permeadas de certa melancolia. Os vocais se destacam bastante, sem mencionar que as intervenções das guitarras em alguns temas são providenciais.

Hexenhammer: a dinâmica da canção fica entre uma apresentação mais simples termos técnicos (o que a torna mais acessível comercialmente), melodias bem sacadas e um toque de tristeza (pois o tema tratado na letra é realmente denso).

Man-Eater: definitivamente, a banda sabe apelar em termos de guitarras, pois a vida dessa canção vem toda de riffs de primeira (mesmo com alguns toques de Thrash Metal em algumas partes).

Holy Diver: como o nome já evidencia, é uma versão da banda para o velho clássico do DIO. Óbvio que a música ganhou uma roupagem mais moderna e agressiva (algo esperado por conta dos anos e do próprio estilo do BURNING WITCHES), mas respeitando as melodias originais. Os vocais ficaram de primeira.

A versão brazuca ainda tem duas faixas extras:

Self Sacrifice: uma faixa cheia de energia, com partes mais melodiosas incríveis, outra exibição de gala do quinteto.

Don’t Cry My Tears (acoustic): como o nome já deixa claro, é a versão acústica da balada do disco. Aqui, a original ficou mais suave (os vocais especialmente), outra que pode atingir um público mais amplo, mas que também mostra a versatilidade do quinteto.


Conclusão:

A verdade é: apesar de o disco ser de 2018, “Hexenhammer” é disco certo para uma lista de melhores do ano, pois o BURNING WITCHES veio para ficar e vencer na base do talento!

Se deixem seduzir pelo talento dessas Bruxas do Metal!

Em tempo: a vocalista Seraina deixou a banda há pouco tempo, e já foi substituída por Laura Guldemond.

Nota: 97,0/100,0


Executed



Hexenhammer



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