Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. The Witch Circle
2. Executed
3. Lords of War
4. Open Your Mind
5. Don’t Cry My Tears
6. Maiden of Steel
7. Dungeon of Infamy
8. Dead Ender
9. Hexenhammer
10. Possession
11. Man-Eater
12. Holy Diver
13. Self Sacrifice (bônus)
14. Don’t Cry My Tears (acoustic) (bônus)
Banda:
Seraina - Vocais
Romana - Guitarras
Sonia - Guitarras
Jay - Baixo
Lala - Bateria
Ficha Técnica:
V. O. Pulver - Produção,
Gravação, Mixagem, Masterização
Schmier - Produção, Gravação
Damir Eskić - Produção,
Gravação
Gyula Havancsák - Artwork,
Layout
Courtney Cox - Guitarra solo
em “Maiden
of Steel”
Contatos:
Site Oficial:
Assessoria:
E-mail: burningwitches@gmx.ch
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução:
As bandas femininas existem
no Metal desde os anos 70, mas apenas após o sucesso comercial da carreira solo
de LITA FORD, do WARLOCK (e consecutivamente, de DORO), muitos outros foram surgindo.
Hoje em dia, as garotas provaram que elas podem contribuir muito para o Metal
com seu talento. E um dos nomes mais fortes do Metal feminino nos dias de hoje
é das Bruxas suíças do BURNING WITCHES,
um quinteto que acaba de ter seu segundo álbum, o excelente “Hexenhammer”,
lançado no Brasil pela parceria da Shinigami
Records com a Nuclear Blast Brasil.
Análise geral:
O que se pode esperar de uma
banda conterrânea de nomes como HELLHAMMER/CELTIC
FROST, CORONER e outros?
Antes de tudo, é preciso
deixar claro que o caldeirão dessas Bruxas arde com o mais puro Metal
tradicional que se possa pedir, um misto de influências da NWOBHM, do Metal
tradicional germânico e do U.S. Metal, com aquela aura dos anos 80. Nomes como JUDAS PRIEST, ACCEPT e mesmo WARLOCK vem à mente, mas sempre com uma
personalidade forte pulsando em suas canções, que mostram uma energia absurda,
sem mencionar que elas são especialistas em refrães bem feitos, melodias
certeiras.
Arranjos/composições:
O grupo sabe fazer um
equilíbrio inteligente e espontâneo entre peso, melodias e agressividade, e
mantendo um nível técnico muito bom e sem muitas firulas. Além do mais, os
arranjos são muito bons, os andamentos são variados (o que não deixa os fãs
entediados), e não lhes falta inspiração.
Aliás, os vocais são ótimos,
as guitarras criam riffs e solos melodiosos e de fácil memorização, sem falar
que baixo e bateria esbanjam peso e diversidade rítmica.
Qualidade sonora:
O BURNING WITCHES é mais um grupo que foge à regra do dito
“retro-Metal”: a produção é de primeira.
Gravado, mixado e
masterizado no Little Creek Studio
sob a tutela de V. O. Pulver, do PÄNZER, e que fez a mixagem e masterização
sozinho, embora tendo uma mão de Schmier
(baixista/vocalista do DESTRUCTION)
e de Damir Eskić (guitarrista do DESTRUCTION) na produção e gravação, “Hexenhammer”
soa pesado, sólido e compacto, sem buracos. Mas ao mesmo tempo, a sonoridade
espontânea do disco soa clara, bem definida em termos de instrumentos e vocais,
com um toque de modernidade que fez bem ao trabalho do quinteto.
Basicamente, tem-se o melhor
dos dois mundos em uma qualidade sonora.
Arte gráfica/capa:
A arte gráfica de Gyula Havancsák é belíssima, trazendo
para o ambiente visual todos os elementos que o nome e letras do disco
inspiram. Para quem não sabe, “Hexenhammer” é a tradução em alemão
do nome “Martelo das Bruxas”, ou “Malleus Maleficarum”, livro que
tornava práticas heréticas em crime, inclusive passíveis de pena capital. Mais
detalhes podem ser lidos aqui pelos mais curiosos.
Destaques musicais:
“Hexenhammer” é um disco difícil de não gostar, pois reúne todos
os elementos que um bom fã de Metal exigente quer, e todos em alto nível. Além
disso, é um disco bem equilibrado em termos de composição/inspiração. E para as
primeiras audições, estas são as mais viciantes:
Executed: um murro nos tímpanos de pura energia, com
agressividade alta, ritmo em boa velocidade (as conduções da bateria são
ótimas), mas as guitarras chegam pondo a casa abaixo com bases marcantes e de
ótimo gosto (e solos inspirados).
Lords of War: a velocidade decresce, mas o peso fica evidenciado,
bem como as melodias. Aliás, o refrão é viciante, pegajoso, como toda estrutura
harmônica. E que vocais de excelentes!
Open
Your Mind: Nessa, as variações de andamento são mais explícitas,
ou seja, baixo e bateria de destacam em um trabalho sólido e técnico de
primeira (o uso de bumbos duplos em certos momentos ficou perfeito).
Maiden of Steel: um típico Hard ‘n’ Heavy poderoso, com ótimas linhas
melódicas, backing vocals inspirados e refrão de alto nível. As guitarras estão
excelentes mais uma vez. E nos solos, a presença especial de Courtney Cox
(ex-guitarrista do finado PHANTOM BLUE,
hoje no THE IRON MAIDENS, onde é
conhecida como Adriana Smith).
Dead Ender: os tempos ficam mais arrastados e pesados, criando
uma ambientação densa, com linhas melódicas permeadas de certa melancolia. Os
vocais se destacam bastante, sem mencionar que as intervenções das guitarras em
alguns temas são providenciais.
Hexenhammer: a dinâmica da canção fica entre uma apresentação
mais simples termos técnicos (o que a torna mais acessível comercialmente),
melodias bem sacadas e um toque de tristeza (pois o tema tratado na letra é
realmente denso).
Man-Eater: definitivamente, a banda sabe apelar em termos de
guitarras, pois a vida dessa canção vem toda de riffs de primeira (mesmo com
alguns toques de Thrash Metal em algumas partes).
Holy Diver: como o nome já evidencia, é uma versão da banda para
o velho clássico do DIO. Óbvio que a
música ganhou uma roupagem mais moderna e agressiva (algo esperado por conta
dos anos e do próprio estilo do BURNING
WITCHES), mas respeitando as melodias originais. Os vocais ficaram de
primeira.
A versão brazuca ainda tem
duas faixas extras:
Self Sacrifice: uma faixa cheia de energia, com partes mais
melodiosas incríveis, outra exibição de gala do quinteto.
Don’t Cry My Tears (acoustic): como o nome já deixa claro, é a versão acústica da
balada do disco. Aqui, a original ficou mais suave (os vocais especialmente),
outra que pode atingir um público mais amplo, mas que também mostra a
versatilidade do quinteto.
Conclusão:
A verdade é: apesar de o
disco ser de 2018, “Hexenhammer” é disco certo para uma lista de melhores do ano,
pois o BURNING WITCHES veio para
ficar e vencer na base do talento!
Se deixem seduzir pelo
talento dessas Bruxas do Metal!
Em tempo: a vocalista Seraina deixou a banda há pouco tempo,
e já foi substituída por Laura Guldemond.
Nota: 97,0/100,0
Executed
Hexenhammer
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