terça-feira, 18 de setembro de 2018

DROWNED - 7th


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. The Bitter Art of Detestation
2. Rage Before Some Hope
3. Toothless Messiah
4. Murder, Sex, Hate and More
5. Violent March of Chaos
6. Damaged Wood Coffins
7. Epidemic and God Selfishness
8. Elitist Heaven Ruled by Devil
9. The Time Bomb Conscience
10. KRH317
11. Ministry of National Inquisition


Banda:


Fernando Lima - Vocais
Marcos Amorim - Guitarras, vocais
Kerley Ribeiro - Guitarras
Rafael Porto - Baixo 
Beto Loureiro - Bateria


Ficha Técnica:

Marcos Amorim - Mixagem, masterização
Fernando Lima - Design, capa


Contatos:

Assessoria: http://metalmedia.com.br/drowned/ (Metal Media)

Texto: “Metal Mark” Garcia


O cenário Metal mineiro tem profundas raízes, ainda mais quando falamos de Metal extremo. Nomes clássicos e conhecido mundo afora são do estado, e muitos deles pertencem a Belo Horizonte, capital do estado. E um dos maiores “juggernauts” do Metal nacional é de lá, o quinteto DROWNED, que após algum tempo sumido, retoma a carga e vem para rasgar tímpanos com seu mais novo trabalho, “7th”.

Diferente de muitas bandas da região, o trabalho deles sempre foi baseado em uma concepção não muito complexa de ser pensada: Death Metal com elementos de Thrash Metal em constante evolução, ou seja, se de um lado o grupo ainda conserva a fúria que os tornou famosos no início da década passada, em especial em discos como “Bonegrinder” e “Back from Hell”, de outro aglutinou influências melódicas mais jovens, beirando um pouco o Melodic Death Metal. Desta forma, temos que o grupo mostra um trabalho que lembrará o ouvinte de nomes como DISMEMBER (fase “Death Metal” e “Hate Campaign”), HYPOCRISY, IN FLAMES e THE HAUNTED antigos, mas de uma forma muito pessoal deles. E em termos musicais, o quinteto faz algo de personalidade, agressivo e de bom gosto, pois a experiência os lapidou para grandes coisas.

Ou seja, “7th” é um disco de primeira, algo que só eles poderiam fazer.

Em termos de sonoridade, o grupo caprichou. O trabalho de Marcos Amorim na mixagem e masterização deixou o trabalho deles bem claro aos ouvidos, com todos os instrumentos aparecendo nas proporções devidas e com bons timbres. Mas ao mesmo tempo, o peso e a agressividade estão ali, prontos para causar dores de pescoço nos mais incautos. E o trabalho gráfico ficou de primeira, com a banda buscando uma arte de capa bem simples, encarte com uma diagramação econômica, mas muito bem feita (e com uns detalhes interessantes, como as iniciais nas fotos individuais dos integrantes).

O sétimo disco do DROWNED vem para recolocar o grupo como um dos pilares do Death Metal brasileiro, com canções inspiradas e bem arranjadas. Nada do que se ouve nesse disco é descartável, está faltando ou é excessivo. Pelo contrário, “7th” parece um rolo compressor pronto para passar por cima de tudo e todos, com arranjos bem feitos, linhas melódicas de bom gosto, e instrumental técnico casando com vocais agressivos variando muito de timbres.

Onze faixas de moer os ossos esperam nossos ouvidos, todas elas excelentes. É impossível não bater palmas para a mistura de melodia e agressividade de The Bitter Art of Detestation” (um arrasa-quarteirões poderoso, mostrando ótimas mudanças de ritmo) e em “Rage Before Some Hope” (um massacre sonoro guiado por ótimas guitarras em riffs memoráveis), os contrastes de partes mais introspectivas e outras mais brutais de “Toothless Messiah” (reparem bem como a técnica de baixo e bateria é sensível), a técnica mais “grooveada” e moderna de “Murder, Sex, Hate and More”, os ritmos dissonantes e quebrados apresentados em “Violent March of Chaos” (os vocais estão muito bem, com ótimos backing vocals e urros de primeira), as melodias sedutoras que surgem em meio à rispidez de “Damaged Wood Coffins”, a marcante e mais lenta “Epidemic and God Selfishness” (a sétima faixa frisada na contracapa, logo, temos uma faixa multifacetada em termos de arranjos, com uma dinâmica fantástica entre as partes instrumentais e vocais), os detalhes mínimos em termos de guitarras que permeiam “Elitist Heaven Ruled by Devil”, a rispidez Thrash/Death moderna de “The Time Bomb Conscience”, as estruturas Melodic Death Metal presentes em “KRH317”, e as variações de ritmo apresentadas em “Ministry of National Inquisition” (ótimos arranjos vocais). Sim, é para aplaudir de pé o que o DROWNED faz!

“7th” vem para mostrar o quão vivo o DROWNED está, e se preparem, pois a banda vai conquistar cada um dos que ouvirem esse disco. Tenham certeza!

Nota: 100%




DON AIREY - One of a Kind


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

CD 1 (“One of a Kind”):

1. Respect
2. All Out of Line
3. One of a Kind
4. Everytime I See Your Face
5. Victim of Pain
6. Running Free
7. Lost Boys
8. Need You So Bad
9. Children of the Sun
10. Remember to Call
11. Stay the Night


CD 2 (gravado no Fabrik, Hamburgo, em 14 de Março de 2017):

1. Pictures of Home
2. Since You’ve Been Gone
3. I Surrender
4. Still Got the Blues



Banda:


Don Airey - Teclados
Carl Sentance - Vocais
Simon McBride - Guitarras
Laurence Cottle - Baixo 
John Finningan - Bateria


Ficha Técnica:

Don Airey - Produção
Steve Bentley-Klein - Cordas
Piers Mortimer - Mixagem (todas as faixas exceto as do CD 2)
Andrew Thompson – Masterização (todas as faixas exceto as do CD 2)
Eike Freese - Mixagem e masterização do CD 2


Contatos:

Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Discos solos de artistas consagrados sempre são uma imensa incógnita. Definindo limites para um amplo leque de possibilidades, ou vem algo similar ao que ele faz em sua banda principal (ou fez), ou algo sem similaridades com ela. Logo, o disco “One of a Kind”, do tecladista DON AIREY (que nos chega pela Shinigami Records) está dentro das fronteiras definidas por tais parâmetros, mas nos trazendo algumas surpresinhas muito boas.

Para início de conversa, Don já tocou com músicos e bandas como OZZY OSBOURNE (tocou em “Diary of a Madman” e “Bark at the Moon”, onde sua presença é marcante), RAINBOW, COLOSSEUM II, GARY MOORE, JETHRO TULL, MICHAEL SCHENKER GROUP, THE COMPANY OF SNAKES, WISHBONE ASH, participou ainda como membro ao vivo com Graham Bonnet e Uli Jon Roth, e fez aparições em trabalhos de JUDAS PRIEST, BLACK SABBATH, UFO, SAXON, Glenn Tipton, Andrew Lloyd Webber, Bruce Dickinson, Brian May e uma lista imensa de artistas, e atualmente está no DEEP PURPLE. Experiência é com ele mesmo, e o que temos em “One of a Kind” é o mais puro Classic Rock/Hard Rock com “inserts” de Rock Progressivo. Mas podem pensar duas vezes, já que o disco não soa clichê ou datado, mas atual, vigoroso e com músicas vibrantes. E se acompanham (ou acompanharam) o trabalho de Don em algum período, verão que ele pegou um pouco de cada, adicionou seu toque pessoal e pronto: está lançado um grande disco!

No lado sonoro, a produção é caprichada. Óbvio que tudo soa claro e bem definido, como se esperaria de um músico experiente e exigente, mas o disco tem aquele toquezinho de crueza necessário a uma obra de Rock. O ponto forte é: mesmo com toda a tecnologia digital moderna, o jeitão de “One of a Kind” é de um disco bem espontâneo, solto, com aquele clima orgânico do passado, mas com a sonoridade firme e clara que a modernidade consegue. Tem-se então o melhor de dois mundos, mesmo na parte ao vivo.

Em termos gráficos, a apresentação como um todo é bem simples, sem muitas embromações, com uma diagramação rápida e direta. Nisso, percebe-se que a opção foi por algo que permita que a atenção do ouvinte fique apenas nas músicas, e isso é mais que suficiente. Bem mais, para ser sincero.

No lado musical, o jeitão descompromissado de “One of a Kind” é extremamente sedutor, com ótimas melodias, cada refrão polido na medida certa, mas sem que o disco perca sua aura de espontaneidade. Embora bem arranjadas e com boa técnica, não se percebe exageros, mesmo sabendo que temos (fora Don), músicos de primeira grandeza como Carl Sentance (vocalista atual do NAZARETH), Simon McBride (guitarrista que tocou no finado SWEET SAVAGE), e Laurence Cottle (baixista que já tocou com Gary Moore) nessa banda. Aliás, é bom que se diga que o foco do disco não está nos músicos, mas nas músicas, logo, essas feras se juntaram para criar um obra de arte, verdade seja dita!

O disco 1 é o “One of a Kind” propriamente dito, onde temos as 11 canções inéditas. E é de tocar o coração a energia empolgante de “Respect” (uma canção onde se fundem os elementos dos 70 e atuais sem problemas, um Hardão clássico com ótimos riffs de guitarras e refrão marcante), o jeitão bluesy à lá DEEP PURPLE de “All Out of Line” (os andamentos são sólidos, com ótimo trabalho de baixo e bateria), as lindas melodias envolventes de “One of a Kind” (a acessibilidade é ótima, contrastando peso e melodia, e encorpada pelos teclados e elementos de Classic Rock, fora um refrão maravilhoso e o trabalho dos vocais é excelente), a solidez harmônica e densa de “Victim of Pain” (guitarras com riffs bem modernos, e uma estética que remete aos 80 e 90, mas sempre com a classe de quem sabe o que faz), a beleza encorpada de “Running Free” (reparem bem nos arranjos instrumentais, e em como as linhas vocais se encaixam perfeitamente sobre eles, especialmente na cama de teclados e pianos jazzísticos), o encontro do peso dos 80 e 90 com a estética “Heavyssiva” que se ouve em “Lost Boys” e em “Children of the Sun”, e o Hard Rock “ponha a casa abaixo” em “Stay the Night”. São estes os melhores

Agora, o CD 2 é gravado ao vivo, em uma apresentação do grupo no Fabrik, Hamburgo (Alemanha), em 14 de Março de 2017. E nas quatro canções, hinos eternos de bandas por onde Don já deu o ar da graça. E digamos de passagem, as versões para “Pictures of Home” (do DEEP PURPLE), “Since You’ve Been Gone” (que originalmente é do ex-guitarrista do ARGENT, Russ Ballard, e inclusive aparece em seu disco solo de 1976, “Winning”, mas que depois foi regravada pelo RAINBOW), “I Surrender” (do RAINBOW), e “Still Got the Blues” (de GARY MOORE), todas fazendo bonito e honrando as originais, mas mostrando a força do grupo ao vivo, logo, nos faz querer ver um show deles por aqui.

“One of a Kind” é uma bela peça de arte que merece figurar em qualquer coleção que se preze.

Nota: 100%