Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional
Tracklist:
1. Our Tattoos
2. Yesterday Was Crazy
3. Cosmic Rover
4. Spitting Fire
5. Electrify
6. Bright Highway
7. Never Forget
8. Lessons in a Bottle
9. Mushroom Memories
10. Space Motherfucker
Banda:
Edson Graseffi - Bateria, Vocais
Rick Rocha - Guitarras
Rodrigo Felix - Baixo
Ficha
Técnica:
Henrique
Baboom - Produção, Mixagem, Masterização
Contatos:
Site Oficial:
Instagram: https://www.instagram.com/cosmicrover/
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal
Mark” Garcia
Introdução:
O Stoner Rock/Metal
é um estilo que, apesar dos anos de uso, ainda tem um “appeal” bem forte.
Basicamente, a crueza e o “groove” são elementos que atraem novos fãs ao gênero,
muitas vezes cansados do incessante uso de tecnologias modernas para se fazer
música.
Nisso, um dos
nomes mais fortes do Brasil é o do trio COSMIC
ROVER, que vem rugindo com força em seu primeiro álbum, “Spitting
Fire”.
Análise
geral:
A bem da
verdade, é preciso dizer que o grupo não embarcou nessa por modismos ou em
busca de exposição. Na realidade, nasceu de uma necessidade de se expressar de
forma vinda de seus membros, todos músicos experientes no cenário Metal/Rock de
SP. E por isso, sua música soa tão bem: dura, pesada e azeda até os ossos, mas
temperada com melodias ótimas, além de cada refrão ser muito bem lapidado (sem
que a banda perca sua espontaneidade).
E sim, “Spitting
Fire” é uma cuspida de Stoner/Doom Rock direta no olho.
Arranjos/composições:
É preciso
dizer que a marca mais evidente da música do trio é sua essência
descompromissada, sua necessidade apenas de satisfazer a si mesma. Soa livre e
solto, mas com arranjos bem feitos e muito dinamismo. Basicamente, ouvir o trabalho
deles remete a nomes como C. O. C.,
MONSTER MAGNET, um pouco de SOUNDGARDEN
(em seus momentos mais fortes e versáteis), e obviamente, BLACK SABBATH.
Mas não se
enganem: existe uma forte personalidade mostrando as caras nas linhas melódicas
do grupo. Baixo e bateria formam uma cozinha rítmica sólida e pesada, riffs de
guitarra fortes e diretos (mas bem feitos), solos espontâneos e vocais ferozes
é o que a banda oferece. E é bom prestarem a atenção, pois tudo é feito de
maneira que não tem como resistir!
É bom que
seja dito: algumas dessas canções já estavam presentes nos EPs da banda, “Cosmic
Rover” e “Cosmic Sessions - Live at Casa da Vó Studio”.
Qualidade
sonora:
Quem conhece
o trabalho de Henrique Baboom em
termos de produção, sabe que ele consegue extrair o melhor de cada banda. E
aqui não foi diferente, pois usando de recursos modernos para gravar, mixar e
masterizar “Spitting Fire”, o disco soa cru e orgânico, tanto que não
existem bases de guitarra sob os solos, algo que revela uma gravação à lá “Black
Sabbath”: todo mundo junto no estúdio, com seus instrumentos regulados,
e “1, 2, 3 e vamos nós”.
Além disso,
apesar de tudo soar com clareza, os timbres dos instrumentos, mesmo com peso e
energia, soam orgânicos, sem muitas edições. Um recurso sábio, e que sempre
funciona.
Arte
gráfica/capa:
A arte da
capa tem um jeito de tatuagem, ou seja, uma arte criada para estar na pele de
alguém. Além disso, é uma declaração óbvia do jeito Stoner do trio, pois
elementos lisérgicos e psicodélicos nela estão, mesmo com um “outfit” moderno.
Destaques
musicais:
10 canções
bem brutas e com aquela sujeira proposital do estilo do trio estão
disponibilizadas. Todas são ótimas, mas para dar uma bela dor de ouvidos nos
mais incautos, as melhores para as primeiras audições são:
Our Tattoos: linhas melódicas simples e uma “rifferama”
à lá Tony Iommi impacta os ouvidos.
É incrível como soa azedo, pesado e de bom gosto, especialmente por algumas
melodias de fácil assimilação (explicitamente durante o refrão).
Yesterday Was Crazy:
um apelo mais cru e
direto surge nessa canção, soando mais melodiosa e com um roque de Rock ‘n’
Roll de raiz. Tanto que a bateria tem algumas conduções bem tribais no início,
em um jeito próximo ao de Bill Ward.
Cosmic Rover: e eis que a banda começa a pegar mais
pesado usando de andamentos mais lentos e carregados. Mas justamente esta forma
mais lenta permite que baixo e bateria mostrem as caras em vários momentos, sem
falar no ótimo conjunto de melodias e refrão.
Spitting Fire: outra que a presença de “groove”
torna tudo ainda mais tentador e grudento. As linhas de baixo, evidenciadas
durante o solo de guitarra, mostra como o instrumento é preciso e forte. E que
refrão grudento!
Bright Highway: influências de Southern Rock começam
a brotar das harmonias da canção, evidenciadas pelos ótimos riffs e ambientação acessível 9e que belos backing
vocals).
Lessons in a Bottle: esta possui andamentos medianos (nem
rápidos, nem lentos) que dão uma ambientação mais digerível aos incautos e não
iniciados. Belas parte de vocais, especialmente por estes timbres secos.
Space Motherfucker: um pouco mais dinâmica em termos de
velocidade, fecha o disco com chave de ouro. Não chega a ser uma canção
complexa, mas se percebe a boa técnica de baixo e guitarras nela.
Conclusão:
Enfim, o COSMIC
ROVER vem para somar e conquistar, e sem dó dos ouvidos alheios. E uma
simples audição em “Spitting Fire” vai fazer muito bem aos ouvidos e corações de
todos, logo, ouça e se deixe ser cativado.
Nota: 92,0/100,0
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