segunda-feira, 3 de junho de 2019

COSMIC ROVER - Spitting Fire


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional


Tracklist:

1. Our Tattoos
2. Yesterday Was Crazy
3. Cosmic Rover
4. Spitting Fire
5. Electrify
6. Bright Highway
7. Never Forget
8. Lessons in a Bottle
9. Mushroom Memories
10. Space Motherfucker


Banda:


Edson Graseffi - Bateria, Vocais
Rick Rocha - Guitarras
Rodrigo Felix - Baixo


Ficha Técnica:

Henrique Baboom - Produção, Mixagem, Masterização


Contatos:

Site Oficial:
Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

O Stoner Rock/Metal é um estilo que, apesar dos anos de uso, ainda tem um “appeal” bem forte. Basicamente, a crueza e o “groove” são elementos que atraem novos fãs ao gênero, muitas vezes cansados do incessante uso de tecnologias modernas para se fazer música.

Nisso, um dos nomes mais fortes do Brasil é o do trio COSMIC ROVER, que vem rugindo com força em seu primeiro álbum, “Spitting Fire”.


Análise geral:

A bem da verdade, é preciso dizer que o grupo não embarcou nessa por modismos ou em busca de exposição. Na realidade, nasceu de uma necessidade de se expressar de forma vinda de seus membros, todos músicos experientes no cenário Metal/Rock de SP. E por isso, sua música soa tão bem: dura, pesada e azeda até os ossos, mas temperada com melodias ótimas, além de cada refrão ser muito bem lapidado (sem que a banda perca sua espontaneidade).

E sim, “Spitting Fire” é uma cuspida de Stoner/Doom Rock direta no olho.


Arranjos/composições:

É preciso dizer que a marca mais evidente da música do trio é sua essência descompromissada, sua necessidade apenas de satisfazer a si mesma. Soa livre e solto, mas com arranjos bem feitos e muito dinamismo. Basicamente, ouvir o trabalho deles remete a nomes como C. O. C., MONSTER MAGNET, um pouco de SOUNDGARDEN (em seus momentos mais fortes e versáteis), e obviamente, BLACK SABBATH.

Mas não se enganem: existe uma forte personalidade mostrando as caras nas linhas melódicas do grupo. Baixo e bateria formam uma cozinha rítmica sólida e pesada, riffs de guitarra fortes e diretos (mas bem feitos), solos espontâneos e vocais ferozes é o que a banda oferece. E é bom prestarem a atenção, pois tudo é feito de maneira que não tem como resistir!

É bom que seja dito: algumas dessas canções já estavam presentes nos EPs da banda, “Cosmic Rover” e “Cosmic Sessions - Live at Casa da Vó Studio”.


Qualidade sonora:

Quem conhece o trabalho de Henrique Baboom em termos de produção, sabe que ele consegue extrair o melhor de cada banda. E aqui não foi diferente, pois usando de recursos modernos para gravar, mixar e masterizar “Spitting Fire”, o disco soa cru e orgânico, tanto que não existem bases de guitarra sob os solos, algo que revela uma gravação à lá “Black Sabbath”: todo mundo junto no estúdio, com seus instrumentos regulados, e “1, 2, 3 e vamos nós”.

Além disso, apesar de tudo soar com clareza, os timbres dos instrumentos, mesmo com peso e energia, soam orgânicos, sem muitas edições. Um recurso sábio, e que sempre funciona.


Arte gráfica/capa:

A arte da capa tem um jeito de tatuagem, ou seja, uma arte criada para estar na pele de alguém. Além disso, é uma declaração óbvia do jeito Stoner do trio, pois elementos lisérgicos e psicodélicos nela estão, mesmo com um “outfit” moderno.


Destaques musicais:

10 canções bem brutas e com aquela sujeira proposital do estilo do trio estão disponibilizadas. Todas são ótimas, mas para dar uma bela dor de ouvidos nos mais incautos, as melhores para as primeiras audições são:

Our Tattoos: linhas melódicas simples e uma “rifferama” à lá Tony Iommi impacta os ouvidos. É incrível como soa azedo, pesado e de bom gosto, especialmente por algumas melodias de fácil assimilação (explicitamente durante o refrão).

Yesterday Was Crazy: um apelo mais cru e direto surge nessa canção, soando mais melodiosa e com um roque de Rock ‘n’ Roll de raiz. Tanto que a bateria tem algumas conduções bem tribais no início, em um jeito próximo ao de Bill Ward.

Cosmic Rover: e eis que a banda começa a pegar mais pesado usando de andamentos mais lentos e carregados. Mas justamente esta forma mais lenta permite que baixo e bateria mostrem as caras em vários momentos, sem falar no ótimo conjunto de melodias e refrão.

Spitting Fire: outra que a presença de “groove” torna tudo ainda mais tentador e grudento. As linhas de baixo, evidenciadas durante o solo de guitarra, mostra como o instrumento é preciso e forte. E que refrão grudento!

Bright Highway: influências de Southern Rock começam a brotar das harmonias da canção, evidenciadas pelos ótimos riffs e  ambientação acessível 9e que belos backing vocals).

Lessons in a Bottle: esta possui andamentos medianos (nem rápidos, nem lentos) que dão uma ambientação mais digerível aos incautos e não iniciados. Belas parte de vocais, especialmente por estes timbres secos.

Space Motherfucker: um pouco mais dinâmica em termos de velocidade, fecha o disco com chave de ouro. Não chega a ser uma canção complexa, mas se percebe a boa técnica de baixo e guitarras nela.


Conclusão:

Enfim, o COSMIC ROVER vem para somar e conquistar, e sem dó dos ouvidos alheios. E uma simples audição em “Spitting Fire” vai fazer muito bem aos ouvidos e corações de todos, logo, ouça e se deixe ser cativado.


Nota: 92,0/100,0


Spotify

NOWRONG - Insurrection


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional


Tracklist:

1. An Offering to the Llama God (intro)
2. Sacrifice
3. In Your Face
4. Drapetomania
5. Tolerate and Destroy
6. The God of All Disgraces
7. The King
8. Defeat


Banda:


Dio MadLock - Vocais, Guitarras
Rafael Bread - Guitarras
John Wolf - Baixo
Leandro Oliveira - Bateria


Ficha Técnica:

Rafael Augusto Lopes - Produção, Gravação, Mixagem, Masterização
Raphael Armando - Arte da Capa


Contatos:

Site Oficial:
Assessoria: http://metalmedia.com.br/nowrong/ (Metal Media)

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

O Thrash Metal começa a dar sinais de cansaço em termos de expansão. É algo normal, que ocorre com frequência após um período de renascimento e evidência. Mas isso não significa que as bandas irão mudar de gênero musical por conta disso, mas algumas começam a evoluir e mostrar-se prontas para desafios novos.

E o quarteto NOWRONG, de Osasco (SP) se abriu à evolução, como é sensível aos ouvidos em seu segundo “full length”, o rasga-tímpanos que tem por título “Insurrection”.


Análise geral:

5 longos anos separam “Insurrection” de seu antecessor, o ótimo “Prognostic of a Great Disaster”. A grande diferença entre ambos: antes a banda era um grupo (ótimo) de Classic Thrash Metal; agora, é um grupo que soube adicionar influências melódicas do Metal tradicional no meio da estrutura agressiva de sua música. É uma mistura bem equilibrada, que ajudou a banda a ter a musicalidade mais encorpada, sem perder seu impacto.

Sim, eles evoluíram, mas sem perder sua identidade.


Arranjos/composições:

Quando se observa o “outfit” de sua música, parece que o grupo mudou pouco, mas as melodias são mais evidenciadas em cada refrão e nos solos de guitarra. A técnica melhorou bastante, bem como a estruturação rítmica está ótima (baixo e bateria estão em grande forma, bem melhores que no álbum anterior), mas sem deixar de soar pesado e sólido.

Mesmo certos toques de vertentes modernas surgem em alguns momentos (como certo “groove hardcorizado” em “In Your Face”, e mesmo toques regionais pontuais em “Drapetomania”). Tudo para que o NOWRONG mostrasse que está vivo e pronto mostrar as garras.


Qualidade sonora:

O conhecido produtor Rafael Augusto Lopes trabalhou na gravação, mixagem e masterização de “Insurrection”, criando uma sonoridade que fosse ao mesmo tempo agressiva e clara, permitindo que energia e melodia pudessem fluir em suas devidas doses.

A timbragem é bruta, com a sonoridade de cada instrumento sendo agressiva, mas moderna e bem definida. Não há do que reclamar, pois vai funcionar muito bem ao vivo.


Arte gráfica/capa:

O artista Raphael Armando fez uma capa bem legal, com elementos que remetem diretamente aos anos 80, devido ao visual mais simples, mas com uma mensagem evidente.


Destaques musicais:

O disco possui 7 canções (uma vez que “An Offering to the Llama God” é apenas uma introdução), e todas são ótimas. Mas como uma boa receita, doses homeopáticas das seguintes canções farão bem aos ouvidos e muito mal aos pescoços:

Sacrifice: a pancadaria começa em alto estilo. Uma canção sinuosa, cheia de um “approach” Thrash/Heavy Metal influenciado por TESTAMENT, mas com uma pegada mais atual. Ótimo refrão, bases e solos de guitarra de primeira.

In Your Face: o ritmo é ótimo e bem legal, novamente apelando para algo mais atual e moderno. Mas a energia é insana, e novamente um refrão de primeira (e que trabalho bem feito de baixo e bateria).

Drapetomania: alguns toques regionais ritmados lembram a fase “Chaos A.D.”, mas é uma faixa que transpira jeito Hardcore/Crossover descompromissado que embala o ouvinte. Os vocais estão muito legais, verdade seja dita.

Tolerate and Destroy: a faixa do lyric video de divulgação, e é interessante perceber as melodias de Metal tradicional permeando as guitarras em vários momentos, e sem destoar do peso agressivo do grupo.

The King: mostrando uma técnica não muito convencional ao Metal em alguns momentos, por ser uma faixa que transcende os 6 minutos de duração, é repleta de boas variações de ritmo.


Conclusão:

Desta forma, o NOWRONG mostra-se vivo e pronto para causar rachaduras das paredes com “Insurrection”, logo, sejam bem vindos de volta, e fiquem entre nós.

O Metal brasileiro agradece...

Ah, sim: “Insurrection” pode ser ouvido e adquirido nas principais plataformas digitais.



Nota: 88,0/100,0


Tolerate and Destroy





Deezer