quinta-feira, 18 de julho de 2019

BRADO - We Are


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional


Tracklist:

1. Gimme a Reason
2. Just One
3. Becoming Prey
4. Guiding Your Way
5. Everything… is Pain
6. Such an Animal
7. King of Your Mind
8. Calling You
9. Horn Hands
10. Don’t Lose Your Mind


Banda:


Eric Bruce - Vocais, Guitarras
Charlles Pazin - Guitarras, Backing Vocals
Kiyo Ishikawa - Baixo
Rick Koba - Bateria


Ficha Técnica:

Thiago Bianchi - Produção, Mixagem, Masterização
Carlos Fides - Artwork


Contatos:

Site Oficial:
Assessoria: http://www.asepress.com.br/music (ASE Music)

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

No que se convencionou chamar de vertentes modernas de Metal, existem (como em todas as subdivisões que se possa pensar), bons nomes e outros nem tanto. E um gênero que tem começado a mostrar a cara é o que se convencionou chamar de Modern Hard Rock, ou seja, a mistura da agressividade jovial dos estilos modernos mixada à melodias pegajosas e músicas mais simples.

E é justamente assim que vem o BRADO, quarteto de SP, que chega com uma pancada bem dada, o disco “We Are”.


Análise geral:

O trabalho do BRADO pode ser comparado ao de bandas modernas cujas melodias são bem apuradas, mas cuja energia e adrenalina são claras, e sem deixar de ter suas doses homeopáticas de agressividade. Algo no mesmo jeitão do STORMBRINGER inglês, apenas mais diversificado e eclético que este.

Óbvio que muitos fãs de coisas mais antigas vão reclamar, mas no geral, o trabalho do quarteto é muito bom.


Arranjos/composições:

É bom que se diga que o grupo sabe mixar um approach duro e pesado com melodias pegajosas, além de ostentar uma energia enorme. Tudo vindo de um trabalho técnico que dista do exagero, mas sem ser simplista. Basicamente, o que guia a capacidade de arranjar suas músicas de maneira arrojada e eficiente, sem que nada esteja faltando ou seja excessivo.


Qualidade sonora:

Verdade seja dita: tudo que passa pelo estúdio Fusão VM&T já causa grandes expectativas em termos de sonoridade, e “We Are” não é diferente, pois tudo é de alto nível.

Tudo está soando claro e bem definido, com os timbres mais corretos possíveis, mas sempre com as doses certas de distorção (para que a música do grupo tenha agressividade).


Arte gráfica/capa:

Carlos Fides (da Artside Digital Studio) criou uma arte bonita, com impacto visual que realmente chama a atenção do ouvinte.


Destaques musicais:

Verdade seja dita: a experiência musical de alguns integrantes do grupo (HARPPIA, J-ROX, entre outros) faz a diferença, fazendo com que toda a fusão de gêneros que se ouve em “We Are” (Heavy Metal tradicional, Hard Rock, Glam Metal, Metalcore e outros podem aparecer conforme se ouve mais e mais o disco) seja coesa.

Melhores momentos: o conjunto de melodias modernosas e pegajosas de “Gimme a Reason” (bons riffs de guitarra), o grude nervoso e intenso de “Just One” (que mesmo com toda a agressividade que tem, mostra melodias ótimas e um refrão grudento), o toque de acessibilidade Heavy/Pop de “Guiding Your Way” (quase uma canção para adolescentes, e por isso mesmo, muito boa, e com vocais muito bons), a balada envolvente e cheia de harmonias em “Everything… is Pain”, o peso introspectivo e ácido de “King of Your Mind”, e a pancada que mixa elementos de Hard Rock e Metal tradicional moderno “Don’t Lose Your Mind” (trabalho peso pesado de baixo e bateria). Basicamente, o disco inteiro é muito bom, e essas servem como referência para as primeiras audições.

Ah, sim, o álbum pode ser ouvido nas seguintes plataformas digitais:



Conclusão:

Fechando, é bom ver uma banda com um jeito diferente do usual como o BRADO. E assim, “We Are” tende a ser muito bem recebido pelo público mais jovem e os de mente mais aberta, tanto aqui quanto fora do Brasil.


Nota: 8,3/10,0

Just One



Spotify

TREND KILL GHOSTS - Kill Your Ghosts



Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional




Tracklist:



1. Kill Your Ghosts (intro)
2. Like Animals
3. Fight
4. Living a Lie
5. Deceivers
6. Ghost's Revolution
7. Promise
8. Frozen
9. Belief




Banda:




Diogo Nunes - Vocais
Rogério Oliveira - Guitarras
Danilo Dill - Baixo
Leandro Tristane - Bateria




Ficha Técnica:



Lucia Ricardo - Vocais em 7
Ralf Scheepers - Vocais em 6
Raphael Dantas - Vocais adicionais
Lúcia Ricardo - Vocais femininos




Contatos:



Site Oficial:
Assessoria: http://www.asepress.com.br/music (ASE Music)



Texto: “Metal Mark” Garcia




Introdução:



Muitas vezes, a inclinação do Metal brasileiro às tendências mais extremas acaba cansando muitos fãs. A overdose de brutalidade em termos musicais pode ou fazer um banger largar tudo em certa altura de sua vida dentro do cenário, ou levá-lo a ouvir algo diferente. Por isso a existência de estilos mais melódicos é tão importante (e esse mecanismo pode ser na forma inversa da mesma forma).



Apesar de não ser inovador, o quarteto TREND KILL GHOSTS, de Guarulhos (SP) mostra um trabalho bem legal em “Kill Your Ghosts”, primeiro disco do grupo.




Análise geral:



O grupo foca seus esforços em criar um jeito deles de fazer Heavy/Power Metal tradicional, ou seja, seguindo os passos de nomes como HELLOWEEN, EDGUY e outros nessa mesma pegada. Por isso, a banda soa melodiosa, com um trabalho instrumental eficiente (e tecnicamente sóbrio), mas com boa dose de peso.



Sim, apesar de não ser nada de novo, é muito bom e fácil de ser absorvido por nossos sentidos.




Arranjos/composições:



Evitando exageros técnicos ou velocidades estratosféricas, o grupo mostra força e peso, com arranjos de fácil assimilação pelos ouvintes. Vocais competentes (inclusive com alguns urros guturais aqui e ali, como em “Like Animals”), bons riffs de guitarra, baixo e bateria com boa dose de peso e boa variação de tempos, tudo nas medidas certas. Ainda existem teclados aqui e ali que são bem sacados, verdade seja dita.



Mas um dos pontos interessantes do grupo: as melodias da banda evitam complexidades extravagantes. Todas são fáceis de assimilar, deixando o ouvinte preso à poltrona, sem conseguir se desvencilhar do disco.




Qualidade sonora:



Por ser um primeiro disco, e ainda por cima independente, a qualidade sonora de “Kill Your Ghosts” não está 100% à altura do que o grupo faz. Ainda crua demais para o que eles fazem, que exigiria algo mais limpo. Óbvio que está em bom nível, mas não é aquilo que a banda merece.



E por “bom”, entenda-se que não é ruim, mas também não é excelente.




Arte gráfica/capa:



Eis o momento clichê do grupo, pois a capa mostra uma arte que vem do universo de fantasia medieval/hiboriana que se conhece dos quadrinhos de Conan e da obra de Tolkien. É um recurso já erodido, mas que sempre funciona quando a música é boa.



E no caso do TKG, é muito boa.




Destaques musicais:



Pode-se dizer que “Kill Your Ghosts” dá a impressão de ser um disco nascido de uma banda jovem (o que de fato o é, pois foi fundada em 2018), pois se percebe que estão sedimentando seu estilo e buscando algo mais próprio.



Se destacam entre todas: o peso melodioso e sinuoso (em termos de melodias) de “Like Animals”, a pegada Heavy/Power Metal tradicionalíssima de “Fight” (cheia de partes pesadas contrastando com momentos melodiosos em que vocais e baixo aparecem bastante), o trabalho mezzo Power Metal e mezzo Prog (por conta da ambientação) mostrado em “Deceivers” (os vocais podem parecer um pouco “mais do mesmo” para os ouvintes, mas mostram uma força e energia bem próprios), a energia fogosa e com jeito de Metal tradicional moderno de “Ghost’s Revolution” (que tem a presença de Ralph Scheepers nos vocais), e o peso suave e envolvente de “Belief” (guitarras muito boas). Mas o disco inteiro é uma experiência agradável e positiva para todos.




Conclusão:



Dessa forma, é preciso aferir que “Kill Your Ghosts” é um bom disco de estréia, e mostra que o TREND KILL GHOSTS tem muito potencial, e com certeza, muito a oferecer em um futuro bem próximo.



Nota: 7,7/10,0


Ghost’s Revolution



Bandcamp

FURIA INC. - Raw


Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Independente
Nacional


Tracklist:

1. Raw (intro)
2. The Endless Void
3. Max (The Moon Dagger)
4. D-Generation
5. Light the Fire
6. Killing Machine
7. Slaves to the Blood
8. Private Fiction
9. Devouring Darkness
10. The Knight and the Bishop


Banda:

Foto: Bruno Sessa

Victor Cutrale - Vocais
Gustavo Romão - Guitarras
Fabio Carito - Baixo
Neto Romão - Bateria


Ficha Técnica:

Wagner Meirinho - Produção, Gravação
Thiago Assolin - Produção, Gravação
Brendan Duffey - Mixagem, Masterização


Contatos:

Assessoria: http://www.asepress.com.br/music (ASE Music)

Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução:

O Brasil tem por essência a fusão de estilos. É uma forte característica pegar esse ou aquele estilo e dar uma diferenciada. E mesmo com muitos apenas seguindo a tendência, outros poucos preferem fazer tudo à sua maneira, e danem-se modelos!

Um desses que preferem fazer diferente é o quarteto FÚRIA INC., quarteto sujos integrantes são das cidades de São Paulo e Guarulhos, e que mostra uma fúria híbrida em “Raw”, seu segundo álbum.


Análise geral:

Em essência, o grupo pega o Thrash Metal dos anos 90, enche de influências de Groove Metal e toques de vertentes mais modernas para criar uma música gordurosa, agressiva, mas bem trabalhada e cheia de energia.

Mas é preciso cuidado: a rispidez e brutalidade da música podem deixar os fãs com dores de pescoço e tímpanos.


Arranjos/composições:

A banda não chega a criar arranjos muito complexos. Sua preocupação é soar pesado e agressivo, algumas vezes próximo ao Hardcore moderno (como se percebe nos corais e andamentos de “Killing Machine”). As canções soam compactas, sólidas e brutas, mas bem feitas.

Óbvio que fã de “Chaos A. D.” e “Vulgar Display of Power” devem amar o disco, pois o jeitão moderno e grooveado das canções é bastante pegajoso para eles, sendo que o grupo capricha em seus refrães, sem falar que as melodias agressivas soam muito bem.


Qualidade sonora:

“Raw” foi gravado sob a tutela de Wagner Meirinho e Thiago Assolin no estúdio Loud Factory (SP), tendo as mãos de Brendan Duffey cuidando da mixagem e masterização na Califórnia (EUA).

Óbvio que esse esforço todo resultaria em uma qualidade sonora de alto nível, onde todos os instrumentos podem ser ouvidos sem dificuldades (inclusive com uma timbragem justa para o trabalho musical do quarteto), mas com aquele jeito azedo e carregado de grupos modernos.


Arte gráfica/capa:

A capa de “Raw” transpira sua essência musical, e mesmo dá idéias subjetivas que remetem ao nome do disco. Um belo trabalho, mesmo sendo feito em uma forma mais simples que o usual.


Destaques musicais:

“Raw” é um murro na cara de pura agressividade, mas ao mesmo tempo transpira uma aura de cuidado em termos de criatividade.

Das 9 canções (já que “Raw” é apenas uma introdução), se destacam a força, peso e modernidade de “The Endless Void” (há traços que beiram o Metal Industrial, com ótimos contrastes entre vocais gritados e outros sussurrados), o peso do Djent aliado à elementos Groove Thrash Metal de “D-Generation”, as guitarras tecendo ótimos riffs e solo em “Light the Fire”, a simplicidade pós-Thrash de “Killing Machine” (outra com fortes influências de Metal Industrial acopladas numa pegada Hardcore), algumas passagens de Melodic Death Metal modernos que dão um toque de acessibilidade musical a “Private Fiction” (baixo e bateria exibem ótima pegada nessa canção), e a intensa “The Knight and the Bishop”. No fundo, o disco inteiro é muito bom, verdade seja dita.


Conclusão:

O trabalho do FURIA INC. tende a crescer mais e mais, e tem um bom público para eles por aqui. E “Raw” é uma ótima pedida!


Nota: 8,3/10,0


Light the Fire



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