Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. Voices
2. I, The Mask
3. Call My Name
4. I Am Above
5. Follow Me
6. (This is Our) House
7. We Will Remember
9. Burn
10. Deep Inside
11. All the Pain
12. Stay with Me
13. Not Alone (Bônus)
Banda:
Anders Fridén - Vocais
Björn Gelotte - Guitarras
Niclas Engelin - Guitarras
Bryce Paul Newman - Baixo
Tanner Wayne - Bateria
Ficha Técnica:
Howard Benson - Produção
Chris Lord-Alge - Mixagem
Ted Jensen - Masterização
Blake Armstrong - Artwork
Howard Benson - Teclados
adicionais
Joe Rickard - Bateria
Contatos:
Site Oficial: www.inflames.com
Facebook: www.facebook.com/inflames
Instagram: http://instagram.com/inflames
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução:
Vez por outra, bandas
antigas acabam se transformando. Para aqueles que observam dois álbuns
isolados, é impossível notar a evolução (palavra que anda cada vez mais sendo
avacalhada por bangers da Old School, embora não haja motivo para tanto). Para
quem acompanha a carreira de uma banda, essa “mudança” é algo consensual, não
surge do nada, por mera decisão dos músicos.
Para aqueles que conhecem o
quinteto sueco IN FLAMES de longos
anos, entenderão que “I, The Mask” não vem nesse formato
como um acaso do destino. Aliás, a parceria da Shinigami Records com a Nuclear
Blast Brasil tornou o acesso ao disco mais simples (e barato).
Análise geral:
O quinteto, um dos
fundadores do Melodic Death Metal e pioneiro do “Gothenburg sound”, chega com
um disco que é, ao mesmo tempo, fácil de gostar, mas difícil de entender.
“I, The Mask” mostra toda a vibração moderna das bandas de sua
região, uma variação moderna e acessível do Melodic Death Metal que está bem
próxima ao Metalcore em alguns momentos (graças aos vocais limpos em alguns
momentos), com leve acento melancólico. Mas cuidado, pois o grupo ainda pega
pesado e agressivo em várias partes desse disco (a própria faixa-título remete
ao Melodic Death Metal em muitos elementos). Existe esse contraste, essa coisa
de “luz e sombra”, Yin e Yang, que permeia o disco inteiro.
Ou seja, a banda acertou a
mão!
Arranjos/composições:
Basicamente, não seria tão
heresia dizer que “I, The Mask” quase que compila a carreira do grupo em um único
disco. Basicamente, elementos de clássicos como “Whoracle”, “Clayman”, e “Soundtrack
to Your Escape” são mesclados à abordagem moderna e atual dos últimos
trabalhos. Em comparação a “Battles”, seu último disco, “I,
The Mask” seria uma seqüência lógica, bem feita, mas bem mais burilada
e consensual.
Em termos de espontaneidade,
esse disco soa livre, solto e pronto para ganhar novos fãs.
Qualidade sonora:
O quinteto faz uma aposta
alta, pois trouxe Howard Benson para
ser o único produtor do disco (uma vez em quem “Battles”, ele teve um
parceiro), sem ninguém com quem dividir a responsabilidade, apenas tendo Chris Lord-Alge na mixagem e Ted Jensen na masterização. Tudo para
que “I,
The Mask” soe solto e livre de preocupações, com uma clareza enorme e
bons timbres instrumentais.
Mas cuidado: a banda não
abre mão de partes agressivas e velozes em certas canções (como em “I,
The Mask”), onde o lado Melodic Death Metal se evidencia e quase que
arruína os tímpanos alheios.
Arte gráfica/capa:
Fugindo do jeito “papo
cabeça” da arte de alguns discos anteriores, a arte de Blake Armstrong chega a soar um pouco irônica e mesmo divertida, o
que encaixa com o jeito solto da música que eles puderam nesse álbum. Mas como existe certa dose de agressividade e mesmo horror na arte, a capa mostra claramente os contrastes musicais criados pelo quinteto.
Destaques musicais:
“I, The Mask” marca duas mudanças na formação do grupo: o baixista
Bryce Paul Newman entrou no lugar do
veterano Peter Iwers (que estava na
banda desde “Colony”), e Tanner
Wayne entrou na bateria em substituição a Joe Rickard (que gravou o disco inteiro, deixando para seu sucessor
as partes de uma única canção, que é “(This is Our) House”). Mas isso não
parece ter influenciado muita coisa, pois quando o IN FLAMES está inspirado, é uma banda difícil de ser segurada.
O disco inteiro é ótimo e
inspirado, mas roubam completamente a cena a modernosa e intensa “Voices”
com seu jeito melodioso impecável (e que belo uso de contrastes nos timbres
vocais, do urrado ao suave sem pudores, e o refrão é uma maravilha), a
brutalidade desmedida de “I, The Mask” (a velocidade e
explosão levam a mente até os tempos de “Whoracle”/”Colony”, embora o refrão
tenha uma pegada mais voltada ao trabalho atual do grupo), os contrastes entre
agressividade e suavidade que permeiam “Call My Name” (as guitarras
despejam riffs excelentes), a pegada mais soturna e introspectiva de “Follow
Me” e de “We Will Remember” (uma escorregadinha e ambas seriam dois
Metalcore de respeito, pois são as canções mais acessíveis do disco, ambas
mostrando riffs ótimos), “Burn” e seu jeito Melodic Death
Metal clássico (embora adornada com melodias ótimas e um refrão marcante, e um
trabalho de primeira de baixo e bateria), o tempo mais cadenciado e ganchudo de
“Deep
Inside” (outra em que boa
parte do lado Death Metal do quinteto aparece, mas contrastando com partes
extremamente acessíveis, algo que só eles parecem ter a cara dura de fazer), e
a sinistra balada “Stay with Me” (onde o lado melancólico aflora de vez, e é uma
canção que remeterá o ouvinte a “Siren Charms” em seus momentos mais
pesados. E “Not Alone”, faixa extra da versão nacional, despeja um
Metalcore intenso que flerta com o Gothic Rock.
Conclusão:
“I, The Mask” é um disco corajoso, mas o IN FLAMES sempre desafia seus fãs. Logo, podem ter certeza:
reclamem ou aplaudam, eles mais uma vez fizeram um disco de primeira.
Nota: 9,1/10,0
I, The Mask
Call My Name
Spotify