sexta-feira, 27 de abril de 2018

RIOT V - Armor of Light


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

CD1:

1. Victory
2. End of the World
3. Messiah
4. Angel’s Thunder, Devil’s Reign
5. Burn the Daylight
6. Heart of a Lion
7. Armor of Light
8. Set the World Alight
9. San Antonio
10. Caught in the Witches Eye
11. Ready to Shine
12. Raining Fire
13. Unbelief
14. Thundersteel (2018 version)


CD 2 (Live at Keep It True Festival 2015):

1. Ride Hard Live Free
2. Fight or Fall
3. On Your Knees
4. Johnny’s Back 
5. Metal Warrior
6. Wings are for Angels
7. Sign of the Crimson Storm 
8. Bloodstreets
9. Take Me Back
10. Warrior
11. Road Racin’
12. Swords and Tequila
13. Thundersteel


Banda:


Todd Michael Hall - Vocais
Mike Flyntz - Guitarras
Nick Lee - Guitarras
Don Van Stavern - Baixo
Frank Gilchriest - Bateria


Ficha Técnica:

Chris “The Wizard” Collier - Produção
Mariusz Gandzel - Artwork


Contatos:

Assessoria:

E-mail:

Texto: Marcos Garcia


Um dos grandes problemas do chamado “Metal Old School” é a idolatria de muitos pelo passado. Você pode gostar de um disco antigo, é algo comum. Agora, daí você se dizer um fã da Velha Guarda, ou criar uma banda que só é capaz de juntar velhos clichês musicais como uma criança faz com brinquedos de montar, é absurdo. Por isso, muitas bandas do Metal anos 80 atuais soam ocas: falta a vivência. Só quem viveu sabe o que é e do que este autor está dizendo. Agora, se quer uma prova musical à vera, basta que ouçam muitas bandas que andam por aí com nomes da Velha Guarda como o RIOT V, veterano quinteto norte-americano que acaba de soltar a pedrada “Armor of Light”, seu décimo-sexto disco, que a parceria entre a Shinigami Records e a Nuclear Blast Brasil acabar de botar nas lojas.

E parece que 2018 é o ano dos velhinhos!

Assim como o SAXON com “Thunderbolt”, e o JUDAS PRIEST com “Firepower”, a experiência musical do RIOT V faz com que “Armor of Light” seja um disco fenomenal.

Para quem não sabe, o RIOT V nada mais é que o velho RIOT. O “V” foi adicionado após o falecimento do membro fundador Mark Reale, em 2012. Ou seja, é mesmo quinteto de Nova York que pode ser considerado, junto com o BLUE OYSTER CULT e o THE RODS, pioneiros e pais do que chamamos de US Metal: ótimo nível técnico, melodias excelentes e de fácil assimilação, duetos e riffs de guitarra que grudam nos ouvidos, base rítmica sólida e com um peso absurdo, além de vocais do mais alto nível, além de uma energia musical absurda. Óbvio que a experiência os ajudou na hora de compor, tendo na figura do baixista Don Van Stavern seu principal compositor, e assim, “Armor of Light” mostra a consensualidade da banda com tudo que já fizeram em seu passado, mas fincando os pés no presente e dando uma aula sobre o que é Metal à moda antiga de verdade!

Isso é US Metal puro sangue, o verdadeiro Power Metal no sentido mais profundo do rótulo. Isso é RIOT V!

Em termos de produção, mais um veterano opta por uma qualidade sonora moderna e poderosa, mas mantendo um nível de clareza excelente. Tudo está em seu devido lugar, nada é excessivo ou está faltando, e o acabamento é perfeito. Além disso, peso e agressividade se misturam a uma dose salutar de agressividade. É de deixar o queixo caído o trabalho de Chris “The Wizard” Collier na produção. E a arte de Mariusz Gandzel deixa claro: o quinteto está pronto para a guerra, para mostrar do que são capazes e ensinar aos mais jovens o que é Metal de verdade!

Sentem-se, meninos e meninas, porque a aula vai começar!

Basicamente, sem o RIOT V, o Metal norte-americano poderia existir, mas seria diferente e bem mais pobre. A capacidade do quinteto em criar músicas de uma forma clássica (mas que mantenha uma pegada atual) é fascinante. Não há como ficar parado no lugar, tudo está perfeito. É ouvir e sair cantando!

“Armor of Light” é uma obra-prima de peso, algo que o RIOT V sempre soube fazer.

Eles vieram, viram e estão dispostos a vencer com esse disco. E ele é recheado de momentos fantásticos, como o peso e belas linhas melódicas de “Victory” (uma cacetada, preenchida com ótimos vocais, duetos e bases de guitarras que esbanjam melodia, além de um refrão maravilhoso), as harmonias abrasivas bem construídas de “End of the World” e seu ritmo rápido (reparem o peso e técnica de baixo e bateria), o massacre Power Metal de “Messiah” (outra que mostra um peso feroz, impulsionado por um trabalho bem feito das guitarras), o jeitão Classic Rock anos 70 de “Burn the Daylight”, a pegada grudenta de “Heart of Lion” (que belíssimos backing vocals), a exibição de gala das guitarras contida em “Armor of Light”, o jeitão melodioso atualizado de “Set the World Alight” (que refrão de primeira), o peso intenso e cativante de “Caught in the Witches Eye”, e...

Para, vai!

O disco inteiro é excelente, uma exibição de gala de um veterano, e merece todo respeito de todos. E, além disso, a versão nacional ainda nos dá duas faixas bônus: “Unbelief”, e um ótimo “remake” para o hino “Thundersteel” (considerado um dos maiores clássico pelos fãs da banda).

E não para por aí: a versão nacional de “Armor of Light” é dupla, trazendo no CD 2 a apresentação do quinteto no festival alemão Keep It True, de 2015. Grandes momentos em “Ride Hard Live Free”, “Fight or Fall”, “Johnny’s Back”, “Sign of the Crimson Storm”, as clássicas “Warrior”, “Road Racin’” e “Sword and Tequila” (as 3 lá do passado deles, antes do primeiro hiato), e o hino “Thundersteel”. A maior parte do material é mesmo de “Thundersteel”, mas mostra que o poder de fogo desses sujeitos parece que aumentou com o tempo.

“Armor of Light” é uma lição de Metal à moda antiga. Uma lição preciosa demais, portanto, comprem o disco, vejam o que é ser “Old School” de fato, e mostrem respeito a esses veteranos raçudos.

Um dos melhores discos do ano!!!!


Nota: 100+%