terça-feira, 10 de abril de 2018

STRYPER - God Damn Evil


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Importado


Tracklist:

1. Take It to the Cross
2. Sorry
3. Lost           
4. God Damn Evil                 
5. You Don’t Even Know Me                      
6. The Valley             
7. Sea of Thieves                   
8. Beautiful               
9. Can’t Live Without Your Love                
10. Own Up              
11. The Devil Doesn’t Live Here


Banda:


Michael Sweet - Vocais, guitarras
Oz Fox - Guitarras, backing vocals
Perry Richardson - Baixo
Robert Sweet - Bateria


Ficha Técnica:

Michael Sweet - Produção
Matt Bachand - Vocais adicionais em “Take it to the Cross”
John O’Boyle - Baixo


Contatos:

Bandcamp:
Assessoria:

E-mail:

Texto: Marcos Garcia


Existem aqueles que vivem encaracolados com lances de atitudes e “Metal Way of Life” (que já foi tão remendado e costurado em termos ideológicos que nem parece mais que falamos em música), e existem aqueles que se permitem prestar atenção somente na música. E seguramente, este segundo grupo é composto de pessoas capazes de se divertirem bem mais. E é justamente para eles que o quarteto STRYPER volta à carga com mais um disco excelente, “God Damn Evil”, seu mais recente lançamento.

Diferentemente de muitos grupos, o quarteto soube se atualizar, mesmo mantendo suas características musicais seminais. Ou seja, ainda temos o bom e velho Hard’n’Heavy bem trabalhado e melodioso de sempre, com ótimos refrões, instrumental privilegiado e belíssimo trabalho de vocais e backing vocals. Mas eles pegaram pesado em “God Damn Evil”, que vem agressivo e soando moderno, mas sem deixar de ser o bom e velho STRYPER que todos gostamos.

Sim, é isso mesmo: “God Damn Evil” é um arregaço de peso, agressividade e melodias bem feitas.

A produção caprichou, aliando timbres modernos e vibrantes com uma qualidade sonora clara e bem definida, e uma dose de peso absurda. Óbvio que aquele jeitão pegajoso dos anos 80, traço que eles sempre ostentaram em sua música, ainda está ali, alinhavando as harmonias do grupo. Ou seja: temos uma qualidade de som poderosa e moderna, mas mantendo a limpeza e com timbres instrumentais fortes (E isso mostra como Michael Sweet não é um produtor musical parado no tempo). E que capa bonita, digamos de passagem.

Podemos dizer que “God Damn Evil” é um disco que mostra o poder de fogo da banda, que foi rebuscar elementos agressivos de seus discos mais seminais, sem abrir mão de suas melodias pegajosas, e souberam fundir isso à uma sonoridade pesada e moderna. Além disso, os urros de Matt Bachand (SHADOWS FALL, ACT OF DEFIANCE) deram um toque extra de agressividade a “Take It to the Cross”, uma das faixas mais pesadas do disco. Mas existem tantas passagens maravilhosas, tantas melodias bem feitas... É difícil não gostar desse disco, pois nada nele é dispensável.

Para início de conversa, o disco já abre com a agressiva e moderna “Take It to the Cross”, que é um hardão pesado e envolvente, com riffs de guitarras à lá JUDAS PRIEST, mas que tem a pegada agressiva no refrão (também com esses urros guturais inesperados, não teria como ser diferente). Apesar da roupagem moderna, as linhas harmônicas de “Sorry” e “Lost” são do jeitão mais clássico e grudento do quarteto (mais uma vez, que aula de bases, solos e duetos de guitarras). E logo em seguida, tem  aquele hardão pesado e gostoso típico dos anos 80 permeando “God Damn Evil” (há uma leve influência de KISS que permeia a canção, especialmente por conta do trabalho peso-pesado de baixo e bateria). O jeito mais introspectivo e denso de “You Don’t Even Know Me” (o ritmo diminui em termos de velocidade, mas que peso e linhas melódicas) impacta o ouvinte, assim como na densa e também pesada “The Valley”. Já com um jeitão farofa de alto nível, “Sea of Thieves” vem parar grudar nos ouvidos e não sair mais (o Michael parece que não envelhece, pois que vozeirão!). Já com peso e atmosfera também oitentista, “Beautiful” vai lembrar os fãs mais antigos do início do U.S. Metal, especialmente pelo refrão. Em “Can’t Live Without Your Love”, temos uma power ballad pesada e bem feita, que impressiona a todos pelas guitarras com duetos fantásticos e pelas linhas vocais perfeitas. Outra com aquele jeitão Hard mais clássico, “Own Up” tem melodias simples, mas mantendo um peso forte (graças ao trabalho bem feito de baixo e bateria). E fechando, “The Devil Doesn’t Live Here” é uma pancada rápida e cheia de energia, ostentando um refrão de primeira e uma mescla de peso e agressividade de primeira.

Mantendo sua identidade e sabendo aprender com a experiência, o STRYPER chega com força para fazer de “God Damn Evil” um dos melhores discos de 2018. E mais uma lição dos mais experientes para os novatos.

Em tempo: John O’Boyle (que tocou nos dois últimos discos solo de Michael) gravou todas as linhas de baixo de “God Damn Evil”, sendo que o baixista que entrou depois das gravações é Perry Richardson, ex-FIREHOUSE.

Nota: 100+%