terça-feira, 12 de março de 2019

CHROME DIVISION - One Last Ride…



Ano: 2019
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:


1. Return from the Wastelands
2. So Fragile 
3. Walk Away in Shame
4. Back in Town
5. You Are Dead to Me
6. The Call
7. I’m on Fire Tonight
8. Staying Until the End
9. This One is Wild
10. One Last Ride
11. We Drink
12. Towards the Unknown
13. Esta Noche Va a Quemar


Banda:


Eddie Guz - Vocais
Shagrath - Guitarras, baixo, backing vocals
Damage Karlsen - Guitarra solo, baixo, backing vocals
Tony White - Bateria, percussão


Ficha Técnica:

Chrome Division - Produção
Hugo Alvarstein - Mixagem, masterização
Miss Selia - Vocais em “Walk Away in Shame” e “This One is Wild”
Tony Midi - Arte da capa
Marcelo Vasco - Artwork, layout


Contatos:

Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/chromedivision
Instagram: https://www.instagram.com/chromedivision/
Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia



Introdução: Algumas bandas entendem quando se chega ao fim de sua existência, é melhor mesmo pendurar as chuteiras e manter a dignidade. E em um sentido oposto a tantos gigantes que andam caducando pelos anos de atividade e atual falta de criatividade, os ases do CHROME DIVISION resolveram cessar as atividades, lançando seu último álbum, “One Last Ride...”, que a parceria entre a Shinigami Records e Nuclear Blast Brasil tornou mais acessível para os fãs brasileiros.

Mas a que viria o agora quarteto em seu derradeiro “Full Length”?


Análise geral: É fato que não se poderia esperar outra coisa que não fosse o bom e velho Rock ‘n’ Roll sujo, denso e melodioso de sempre, apenas com um “insight” mais limpo (algo que já vinha acontecendo de forma gradual desde “3rd Round Knockout”). A surpresa é que para fechar o ciclo, o vocalista original do grupo, Eddie Guz, retornou, trazendo aquele jeito rasgado de cantar que impressionou a todos nos primeiros discos do grupo.

A verdade é que “One Last Ride...” é a continuidade do que a banda já vinha fazendo, mas sempre com alta qualidade. E sim, é uma maneira de fechar o ciclo em alto nível!


Arranjos/composições: Não esperem algo diferente de um misto entre AC/DC e MOTÖRHEAD personalizado, cheio de arranjos de muito bom gosto, uma chuva de refrães grudentos e fáceis de cantar com o grupo. Nada que já não tenham feito em todos os seus discos anteriores, apenas guiados por um senso de melodia mais apurado, não tão selvagem como no início.

Tecnicamente falando, eles não fazem nada que seja rebuscado ou pedante, pois nem é o foco do disco. Aqui, é energia para colocar os medidores de volume do aparelho de som nos níveis mais altos o tempo todo. Aliás, o disco foi gravado sem um baixista, já que Shagrath e Damage Karlsen se alternaram nas partes das quatro cordas.


Qualidade sonora: A produção é do próprio quarteto, tendo as mãos de Hugo Alvarstein na mixagem e masterização. O mais incrível é que a sonoridade de “One Last Ride...” é bem definida e limpa, permitindo que as melodias soem claras aos ouvidos, mas aquela dose de sujeira essencial para eles vem dos tons instrumentais (que nem estão tão carregados como no passado).


CHROME DIVISION
Arte gráfica/capa: A capa é de Tony Midi, trabalhada em preto, branco e cinza de uma forma bem direta, mostrando o conteúdo explicitamente descompromissado da música. Agora, sempre quando a arte de Marcelo Vasco aparece (encarte e layout), é certeza de algo muito bom, mesmo estando meio diferente de seu estilo usual (aliás, nesse jeitão mais simples, ficou ótimo e versátil).


Destaques musicais: A verdade é que esses quatro “die hard bikers” do Rock ‘n’ Roll mostram sua energia ácida e divertida em alto nível, e ainda continuam crus e pesados. E nas 13 canções que destilam em “One Last Ride...”, se destacam:

“So Fragile”: é um dos hits do disco. Mesmo com seu jeito direto e espontâneo, mostra alguns refinamentos como duetos de guitarras. E que refrão grudento!

“Walk Away in Shame”: um torpedo em tempo mediano, recheado de ótimos riffs e uma técnica musical sóbria. Vocais e backing vocals excelentes, além de uma sinuosidade opressiva (e que belos vocais femininos da convidada Miss Selia, uma cantora Pop).

“Back in Town”: um pouco do feeling cru e espontâneo dos tempos de “Doomsday Rock ‘n Roll” surge nessa canção. Ótimos solos de guitarra à lá “Fast” Eddie Clarke, e as linhas melódicas grudam nos ouvidos e não saem mais.

“I’m on Fire Tonight”: nos riffs iniciais, sente-se uma aura Rock setentista quase que subjetiva, antes do quebra-pau intenso e ríspido, aquele jeitão agridoce que as melodias do grupo trazem sempre. E que peso na base baixo-bateria!

“Staying Until the End”: um típico Heavy Rock cheio de testosterona, com um ritmo entre o veloz e o cadenciado bem empolgante. O refrão marcante é uma marca da banda, e uma energia crua fluindo das guitarras que vai levar os fãs à loucura.

“This One is Wild”: uma das canções mais acessíveis do disco, com melodias mais simples e próximas do Rock ‘n’ Roll clássico. É daquelas que se ouve e não é possível ficar parado, e que vocais!

“One Last Ride”: mais uma em que a pancadaria Hard ‘n’ Roll raivoso e nocivo aos ouvidos mais puritanos. Novamente refrão com backing vocals de primeira e duetos de guitarra muito bons.

“We Drink”: mais uma vez o grupo referencia a si mesmo, pois esta adrenalina Rock ‘n’ Roll crua e empolgante lembrará o ouvinte dos tempos de “Doomsday Rock ‘n Roll” e “Booze, Broads and Beelzebub”. Impossível não se empolgar com o refrão.

Mas é preciso dizer que “Esta Noche Va a Quemar” (uma versão cantada em espanhol de “I’m on Fire Tonight”) é excelente como a original, e é também um tributo do grupo aos fãs da América do Sul.


Conclusão: Mesmo não estando no mesmo patamar dos clássicos “Doomsday Rock ‘n Roll” e “Booze, Broads and Beelzebub”, “One Last Ride...” é um disco e tanto, mas uma despedida que deixará em muitos aquela sensação de “quero mais”.

Esperemos que eles mudem de ideia um dia, mas até lá, deixaram uma discografia ótima para todos.


Nota: 92%


Walk Away in Shame



I’m on Fire Tonight



One Last Ride



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