sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

ORTHOSTAT - Monolith of Time


Ano: 2019
Tipo: Full Length 
Nacional 

Tracklist: 

1. Ambaxtoi 
2. Qetesh 
3. Eridu 
4. Incitatus 
5. Baetylus 
6. The Will of Ningirsu 
7. Tezcatlipoca 
8. Orthostat 


Banda: 



David Lago - Guitarras, vocais
Rudolph Hille - Guitarras
Eduardo Rochinski - Baixo


Ficha Técnica:

Thiago Nogueira - Bateria, produção, mixagem, masterização
David Lago - Produção


Contatos:

Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/OrthostatDM
Instagram:
Assessoria: http://www.sanguefrioproducoes.com/ (Sangue Frio Produções)
E-mail: davidlago@live.com


Texto: “Metal Mark” Garcia


Introdução: Fazer Death Metal tradicional tem se tornado cada vez mais uma tendência para muitas bandas jovens no Brasil. Além disso, o “revival” dos anos 80 que anda acontecendo por estar, de certa forma, desencadeando isso como consequência do Efeito Borboleta. Por isso, nomes como o do trio ORTHOSTAT, de Jaraguá do Sul (SC), que chega com seu primeiro álbum, “Monolith of Time”.

Análise geral: O trio é especializado em fazer o que podemos chamar de Death Metal tradicional com enfoque “Old School”, ou seja, faz referência ao som que se popularizou entre o final dos anos 80 e a primeira metade da década de 90, com inspiração nos cenários da Inglaterra (as influências de BOLT THROWER e BENEDICTION são sensíveis) e dos Estados Unidos (os vocais tem um jeitão à lá INCANTATION). O que os diferencia da maioria é o uso de uma técnica mais apurada que essa vertente costuma apresentar.

Nos temas líricos, fala-se mais em antigas civilizações e outros assuntos relacionados, o que lhes dá um toque de personalidade.

Arranjos/composições: Bruto e cru, o grupo ainda carece de maior lapidação em termos musicais, pois está na média do que se costuma ouvir do gênero. É bom, com arranjos bem legais em termos de baixo e bateria, bons riffs e vocais competentes, mas carece de mais amadurecimento. O potencial para tanto eles têm, mostram personalidade nos arranjos técnicos e nas boas mudanças de ritmo, logo, o disco é bom e os ajustes são apenas uma questão de mais ensaios e shows para entrarem no ponto certo.

ORTHOSTAT
Qualidade sonora: “Monolith of Time” poderia ter rendido mais se a produção sonora fosse melhor. Não chega a ser algo ruim ou intragável como alguns discos dos anos 90, mas não é a ideal para o trabalho do grupo. Os timbres instrumentais poderiam soar melhor aos ouvidos, em especial o das guitarras (que ficaram ocos em alguns momentos). A banda é boa, e busca soar o mais orgânica possível, mas pode (e deve) melhorar.

Arte gráfica/capa: A arte da capa é muito boa, e nela se revela toda a inclinação do trio para os anos 90, pois ela tem aquela aura sinistra dos trabalhos de Dan Seagrave.

Destaques musicais: A qualidade sonora não chega a ser um tormento, logo, é possível perceber que as canções de “Monolith of Time” denunciam uma banda que tem talento mais que suficiente para fazer algo único. E se destacam entre as 8 composições:

“Ambaxtoi”: após uma longa introdução, temos uma canção brutal e com riffs de guitarra muito bons, além de boas mudanças de andamento, variando do veloz do Death Metal tradicional até passagens mais cadenciadas.

“Eridu”: riffs velozes e solos doentios vão sendo os destaques desse murro seco nos ouvidos, e tem-se uma canção mais simples e direta.

“Baetylus”: algumas partes pontuais Doom Death Metal à lá PARADISE LOST de seus primórdios são ótimas, mas no geral tem-se maior prevalência de ritmos velozes. Os vocais são legais, mas uma maior diversidade de timbres viria bem a calhar e enriqueceriam o trabalho do grupo.

“The Will of Ningirsu”: é uma canção empolgante devido à lá SLAYER das guitarras, e à pegada mais rápida em algumas partes.

“Tezcatlipoca”: uma faixa longa, com mais de 9 minutos de duração, cheia de todos os elementos que compõem o trabalho do trio, com muitas mudanças de ritmo, e a base rítmica ficou de primeira (a bateria, apesar de tocada por um músico convidado, está fantástica), sem mencionar que os solos mostram certa inclinação melodiosa (que merece ser explorada no futuro). E o fluxo de energia é absurdo.

Conclusão: O ORTHOSTAT é um bom nome, que tende a se aperfeiçoar mais e mais conforme a experiência for amadurecendo-os e lapidando sua música. E mesmo não sendo um clássico, “Monolith of Time” é daqueles discos que merecem ser ouvidos com muito carinho.

Nota: 75%


MONSTRATH - The World Serves to Evil


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional



Tracklist: 

1. Demon Sold 
2. Incubus in Church 
3. Hellkhan 
4. Child of God 
5. Malum Suscitat 
6. Stygian 
7. Crushed Faith 
8. Chains of the Soul 
9. Bag of Bones 
10. Perishing in Christ 


Banda: 


Loi Trejo - Vocais 
J. Lugger - Guitarras 
Ramírez Cortázar - Guitarras 
Morales Elmano - Baixo 
Niko Teixeira - Bateria 


Ficha Técnica: 

Tchelo Martins - Produção, mixagem, masterização 
Tiago Assolini - Mixagem, masterização 
Wagner Meirinho - Mixagem, masterização 


Contatos: 

Assessoria: http://www.sanguefrioproducoes.com/ (Sangue Frio Produções) 
E-mail: 

Texto: “Metal Mark” Garcia



Introdução: Apesar de ser uma vertente com raízes underground e já ter sido usado e abusado por inúmeras bandas, o Death Metal continua tendo forte “appeal” no Brasil, como mais e mais bandas novas que surgem e fazem algo no estilo. Mas é interessante ver que alguns surgem criando música à sua maneira, deixando um pouco os modelos de lado e buscando algo próprio. O quinteto MONSTRATH, de São Paulo, é um deles, chegando com seu primeiro álbum, “The World Serves to Evil”.

Análise geral: Um dos pontos mais chamativos é que, apesar da agressividade desmedida de seu trabalho musical, o grupo não abre mão de fazer algo mais técnico, com a adição de momentos com Groove pontuais, e mesmo alguns toques melodiosos (como se repara nos solos). Mas se falar nisso faz com que os cabelos dos mais puritanos fiquem de pé, não se preocupem: basicamente, a música deles poderia ser definida como uma mistura de MORBID ANGEL e NAPALM DEATH com a adição de elementos do antigo AT THE GATES. Mas não se prendam à comparação, pois eles têm personalidade se sobra. Por isso há uma busca por identidade musical (e eles estão no caminho certo).

Arranjos/composições: É preciso compreender que toda essa aura bruta nasce de um “set” de riffs de guitarra muito agressivos, mas de muito bom gosto. O aspecto técnico fica evidenciado pela base rítmica sólida, pesada e com bom trabalho (reparem a técnica do baixo em “Crushed Faith” como uma amostra disso), e os vocais usando timbres mais urrados que propriamente guturais. E se percebe em vários momentos que a banda não acumula elementos apenas de Death Metal (existem partes de guitarra que irão lembrar bastante o que a dupla Andy LaRocque e Pete Blakk fazia nos anos 80), o que enriquece sua música. Além disso, a diversidade rítmica e ótimos arranjos instrumentais se complementam de forma harmoniosa.

Qualidade sonora: Gravado nos estúdios Loud Factory e Audiolab Vintage Studio, a sonoridade do disco como um todo é muito boa, buscando mesclar agressividade e limpeza sem que um aspecto sobreponha o outro. E “The World Serves to Evil” soa pesado e bruto, mas com uma sustentação bem feita.

MONSTRATH
Arte gráfica/capa: A mensagem das letras do quinteto fica óbvia na capa, e o sentido do título é evidente, com o rosto dos líderes mundiais. A ideia: não importa, pois todos acabam servindo a algo ruim.

Destaques musicais: Brutal e bem feito, “The World Serves to Evil” chega a surpreender os ouvintes em muitos aspectos, e, além disso, a banda busca distribuir a inspiração em cada uma de suas canções, o que faz o disco soar homogêneo. Mas podem ser citadas algumas faixas como mera referência nas primeiras audições.

“Demon Sold”: o impacto de peso e velocidade inicial é evidente, com a base rítmica criando boas mudanças e contrastes (pois existem mudanças de tempos). Os vocais gritados estão ótimos, criando algo diferente do gutural comum, sem falar nos solos melodiosos das guitarras.

“Incubus in Church”: Intensa e bruta, mas com um feeling “Old School Death Metal” da Flórida. É uma canção mais direta, mas com uma aula dos vocais para quem se aventura pelas vertentes extremas do Metal.

“Child of God”: o primeiro Single da banda, e é uma canção em que prima por um andamento mais comportado, mais direto. Mas isso não impede baixo e bateria de criarem algumas passagens mais cadenciadas.

“Crushed Faith”: apesar do jeitão de Death Metal tradicional “made in Florida”, verão que existem passagens diferenciadas, influências que são alienígenas ao estilo. A debulhada no baixo vai lembrar os afoitos do que Alex Webster faz, mas novamente, a parte com solos é puro KING DIAMOND.

“Perishing in Christ”: fechando, uma pancadaria veloz e bruta, com uma energia abusivamente crua fluindo da canção. Há influências de Black Metal permeando a base rítmica e os riffs de guitarras, mas os vocais sustentam o lado mais Death Metal do grupo.

Conclusão: A verdade é que o MONSTRATH já nasceu com uma banda de alto nível, e dessa forma, faz com que a audição de “The World Serves to Evil” algo prazeroso aos fãs das vertentes extremas de Metal. Mas eles possuem talento para irem ainda mais longe.

Nota: 88%


Child of God”: http://bit.ly/2SQLHSJ



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