sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

FRED MIKA - Withdrawal Symptoms

Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Rock Company 

Nacional 

Tracklist: 

1. The Coming of Symptoms 
2. Wired In 
3. Artwork Nightmare 
4. Sly Side Effect 
5. Silence in Heaven 
6. Saints Spirits & Slaves Sinners 
7. First Day Without You (acoustic version) 
8. Sharppia 
9. Dawning of Aquarius 
10. Second Skin Arena 
11. Miss Misery 


Banda: 


Fred Mika - Bateria, percussão, talkbox


Ficha Técnica:

Andre Adonis (SUNROAD) - Guitarras, baixo, teclados, vocais em “Silence in Heaven” e “Miss Misery”
Carl Dixon (CONEY HATCH, APRIL WINE, GUESS WHO) - Vocais em “Wired In”
Michael Vöss (MAD MAX, CASANOVA, M.S.G., PHANTOM V) - Vocais em “Artwork Nightmare”
Haig Berberian (DOGMAN) - Vocais em “Sly Side Effect”
Daniel Vargas (ADELLAIDE) - Vocais em “First Day Without You (acoustic version)”
Tito Falaschi - Backing vocals em “First Day Without You (acoustic version)”
Rod Marenna (MARENNA) - Vocais em “Saints Spirits & Slaves Sinners”
Steph Honde (HOLLYWOOD MONSTERS) - Vocais em “Sharppia”
Mario Pastore (PASTORE) - Vocais em “Second Skin Arena”



Contatos:

Site Oficial:
Facebook: https://www.facebook.com/officialmusikrecords
Instagram:
Assessoria: http://roadie-metal.com/press/ (Roadie Metal Press)
E-mail: musikrecordsmk@hotmail.com

Texto: “Metal Mark” Garcia



Introdução: Os famosos “álbuns solo” de artistas conhecidos, em geral, são ferramentas utilizadas para que o mesmo se expresse de forma diferente do que os fãs estão acostumados nos trabalhos principais dos mesmos. Por isso, podem existir choques, reações estranhas e outros. Mas em geral, quando o músico é experiente, sempre vem coisa de qualidade. E é tudo isso e mais um pouco que “Withdrawal Symptoms” nos dá. E é o primeiro disco solo do baterista guianense FRED MIKA.

Análise geral: Basicamente, Fred está envolvido com música desde 1984, tendo sido cantor, além de ter passado pela guitarra e piano antes de se tornar baterista, tendo como sua banda principal o SUNROAD, banda especializada em um Hard/Glam . Só que em “Withdrawal Symptoms” tem-se um trabalho que transita pelo Hard/Glam e o AOR, com alguns momentos que chegam bem próximos do Classic Rock e mesmo alguns flertes de leve com o Hard Pop. Ou seja, é algo musicalmente acessível, mas bem feito e de alto nível. Aliás, é algo para fã nenhum de boa música botar defeito.

Arranjos/composições: As diferenças entre este disco de Fred e o trabalho do SUNROAD residem na questão de peso: em sua banda principal, a banda tem inclinações ao Hard Rock/Classic Rock da virada dos 70 para os 80 com um enfoque moderno; já este álbum tem linhas melódicas bem mais acessíveis, e mesmo longe de soar datado, está com uma envoltória dos anos 80, a era máxima do Hard/AOR. Os arranjos se encaixam como um quebra-cabeça, gerando canções melodiosas e acessíveis (algumas com suas doses de peso), os ritmos são seguros e com boa dose de peso, guitarras com riffs melodiosos e solos bem feitos, mas nos vocais reside uma mágica: são todos convidados ilustres, de bandas nacionais e internacionais, que emprestaram seu talento a “Withdrawal Symptoms”. Por isso, essa vida esplendorosa flui das canções, e é impossível resistir.

Qualidade sonora: Um pouco mais cru (existe aquela sensação de “fumaça” quando se houve as canções) que o necessário para este tipo de música, a sonoridade que flui de “Withdrawal Symptoms” busca soar moderna e com um toque essencial de peso (o que conseguiram de fato). Está de bom nível ao ponto de se entender o que é tocado, bem como as melodias ficam bem claras, mas um pouco mais de limpeza ajudaria o trabalho a soar mais grandioso.

Arte gráfica/capa: Usando contrastes de azul e vermelho sobre uma foto de Fred, a capa por si é chamativa e ficou muito boa, algo encorpado e direto, mas é o jeito das artes desse gênero.

Destaques musicais: Elogiar o que se ouve em “Withdrawal Symptoms”.é fazer chover no molhado. O disco inteiro é ótimo, com todas as canções sendo preciosas e merecendo citação, mas por mera referência ao leitor, são citadas as seguintes:

“Wired In”: Um forte clima “anos 80” permeia a canção, que por si é extremamente acessível, além de possuir um andamento em ritmo comportado, e um refrão excelente (e que vocais).

“Artwork Nightmare”: Mais dinâmica e pesada que a anterior pelo foco estar mais nas guitarras que nos teclados, a acessibilidade musical não diminui, os arranjos são excelentes, e tudo funciona justinho.

“Sly Side Effect”: Esta puxa mais para Glam Metal californiano dos anos 80, embora com uma pegada pesada e instigante. Há algo de KISS fase Glam nessa canção por conta do uso uma base rítmica sólida e pesada.

“Saints Spirits & Slaves Sinners”: Rebuscando o peso e crueza do Hard/AOR do final dos anos 70 nas melodias, a força melodiosa chega a ser assombrosa. E os teclados se entremeiam muito bem com os teclados, e novamente um refrão marcante e acessível.

“Dawning of Aquarius”: Muito peso e boa dose de agressividade nas guitarras, sem que a estética e dinâmica acessível do trabalho como um todo seja perdida. E novamente os vocais se destacam bastante.

“Second Skin Arena”: Eis a faixa mais pesada e moderna do disco, mas mesmo assim, as linhas melódicas mostram contrastes sublimes. Novamente os vocais se destacam bastante (mas quando se fala em Mario Pastore, chega a ser desnecessário maiores menções).

“Miss Misery”: Quase um Sleasy Rock ultrajante e pesado, esta aqui tem um ritmo arrastado, azedo e intenso, com linhas melódicas criadas pelas guitarras que relembram os momentos mais comerciais do BLACK SABBATH.

Conclusão: A verdade é que “Withdrawal Symptoms” é um disco envolvente, precioso em suas melodias e expressão. Logo, esperemos que Fred não pare nele e que um sucessor já esteja sendo planejado.

Nota: 93%


Artwork Nightmare”: http://bit.ly/2V10XsC



Bandcamp


MAGNÉTICA - Homo sapiens brasiliensis

Ano: 2018 
Tipo: Full Length 
Selo: Independente 
Nacional 


















Tracklist: 

1. Inflamáveis
2. Super Aquecendo
3. Homo sapiens brasiliensis
4. Céu de Abril
5. Descãonhecido
6. Crianças
7. Interstellar
8. Os Magnéticos
9. Natural
10. Minha Hora


Banda: 


Rafael Musa - Vocais, guitarras
Kelson Palharini - Guitarras
Anderson Pavan - Baixo
Marcos Ribeiro - Bateria


Ficha Técnica:


Contatos:

Site Oficial: http://www.magneticaoficial.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/magneticaoficial/
Instagram: https://www.instagram.com/magnetica_oficial
Assessoria: http://roadie-metal.com/press/magnetica (Roadie Metal Press)
E-mail: magneticaoficial@gmail.com

Texto: “Metal Mark” Garcia



Introdução: Desde a primeira metade dos anos 90, as bandas do chamado Rock Brasil (ou seja, aquela leva que fez sucesso na segunda metade da década de 90, que tinham um forte apelo Pop) sofreram derrotas comerciais seguidas, uma vez que todo modismo cessa após o povo ficar saturado e buscar por outros estilos. Alguns grupos de Rock mais visceral como o CAMISA DE VENUS resistiram e ainda estão por aí, embora sem o mesmo sucesso comercial. E seguindo uma veia “Rocker” mais suja e despojada vem o quinteto MAGNÉTICA, de Bebedouro (SP), com “Homo sapiens brasiliensis”.

Análise geral: Sujo e direto, mas melodioso e grudento, temos que o grupo é um autêntico “Rock ‘n’ Roll Rebel”, visceral e com uma dose de Hard Rock/Rock ‘n’ Roll brasileiro dos anos 70 em alguns momentos (nomes como CASA DAS MÁQUINAS e JOELHO DE PORCO são boas referências), mas sem soar datado; em outros, tem mais inclinação para uma formatação melodiosa e envolvente moderna à lá Grunge/Alternativo, sem deixar de ser uma bicuda nos ouvidos. Mas mesmo com isso, eles têm um forte apelo comercial devido à acessibilidade de sua música. Ou seja, é ouvir e gostar, pois é daquele tipo que se ouve uma ou duas vezes, e fica na memória, quer o ouvinte queira ou não.

Arranjos/composições: O trabalho deles, para início de conversa, foge do minimalismo autoindulgente técnico. Não, com eles, é melodias bem feitas e eficientes, cada refrão as espontâneo e é gruda nos ouvidos pior que chiclete em sola de sapato, com arranjos fluídos e espontâneos. E eis o segredo se sua música: ela não é forçada a ser algo, apenas é a manifestação do que os integrantes sentem. Aliás, rebeldia é o que não falta em “Homo sapiens brasiliensis” (e a escrita está certa, pois em Biologia, é assim que se escreve o nome científico de uma espécie em latim, e com apenas o primeiro nome com letra maiúscula no início).

Qualidade sonora: Muito da modernidade e agressividade da banda vem da qualidade sonora. A escolha de timbres mais naturais e estilo “plug ‘n’ play” (ou seja, plugaram, regularam e sentaram a mamona sem dó), e aparentemente sem infinitas edições digitais, reforçou a espontaneidade e toque “Rock ‘n’ Roll Rebel”. Mas soa bem definido, com tudo sendo entendido claramente pelos ouvintes.

Arte gráfica/capa: Fica óbvio que o grupo tem uma forte conotação irônica e rebelde em suas letras, o que transparece na capa, muito bem feita: o brasileiro como um triste palhaço, apenas observando o circo pegar fogo. Irônica, mas realista.

Destaques musicais: Para aqueles que sentem saudades do melhor Rock ‘n’ Roll dos anos 70 e 80 feito no Brasil, tenham plena certeza: “Homo sapiens brasiliensis” foi feito para você. E mesmo sendo nivelado por cima em termos de músicas, se destacam:

“Inflamáveis”: Moderna, crua e pesada, lembra um pouco o lado mais visceral de bandas de Grunge/Alternativo norte-americano, com boa dose de peso e agressividade. Os vocais e backing vocals ficaram ótimos.

“Super Aquecendo”: Lembram-se daquele típico Rock basicão com levada de Blues que realmente gruda na mente? É isso que se tem aqui, só que com um equilíbrio entre melodia e agressividade.

“Homo sapiens brasiliensis”: Mesmo sendo azeda e agressiva, é uma das mais acessíveis do disco. Pode-se dizer que esta combinação flui muito bem graças às guitarras, que estão muito bem, especialmente nos solos melodiosos e certinhos.

“Céu de Abril”: a típica canção acessível de discos de Rock, com melodias bem definidas e que são assimiladas facilmente pelos ouvintes. Seria um “hit” certo para rádios nos anos 80.

“Crianças”: Suave e com certo toque de melancolia, oscila entre partes lentas e introspectivas (onde o baixo mostra um bom trabalho), e com crescendos fortes no refrão.

“Os Magnéticos”: Um Rock comercial e grudento, de fácil entendimento pelo ouvinte e com o nível técnico um pouco mais rebuscado em termos de arranjos nas guitarras (embora a bateria esteja ótima também).

Conclusão: O MAGNÉTICA é uma banda que faria imenso sucesso entre 1985 e 1992, com toda a certeza. Mas, mesmo estando em 2019, “Homo sapiens brasiliensis” é um excelente disco para todas as gerações de fãs de Rock, sejam dos anos 50, 60, 70, 80, 90, 2000, nível Mumm-Ra, enfim, todos os que ainda preferem ouvir o bom e velho estilo do que se trocar por modismos.

Ah, quer ouvir “Homo sapiens brasiliensis”? Vai fundo!


Nota: 86%


Homo sapiens brasiliensis”: http://bit.ly/2X03vsY


Spotify