terça-feira, 8 de maio de 2018

CORROSION OF CONFORMITY - No Cross No Crown


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Novus Deus
2. The Luddite
3. Cast the First Stone
4. No Cross
5. Wolf Named Crow
6. Little Man
7. Matre’s Diem
8. Forgive Me
9. Nothing Left to Say
10. Sacred Isolation
11. Old Disaster
12. E.L.M.
13. No Cross No Crown
14. A Quest to Believe (A Call to the Void)


Banda:


Pepper Keenan - Guitarras, vocais
Woody Weatherman - Guitarras, vocais
Mike Dean - Baixo, vocais
Reed Mullin - Bateria, vocais


Ficha Técnica:

John Custer - Produção
Mike Fraser - Mixagem
Spencer Bleasdale - Assistente de mixagem
Seva - Masterização
Vance Kelly - Direção artística, design, layout, artwork


Contatos:

Site Oficial: www.coc.com
Assessoria:

E-mail:


Texto: Marcos Garcia


A verdade sobre o momento atual do Metal é que o Stoner Metal/Rock está em evidência. Muitas bandas novas surgem todos os dias, mas poucas merecem uma menção honrosa, já que só causam um tsunami enorme, escondendo outras muito boas. Mas quem é rei, não perde a majestade, e no meio do modismo, o CORROSION OF CONFORMITY vem a pleno vapor com “No Cross No Crown”, seu mais recente álbum, e que ganhou versão nacional graças à parceria entre a Shinigami Records e a Nuclear Blast.

O grupo de Raleigh, Carolina do Norte, volta a ser um quarteto, com o retorno do vocalista/guitarrista Pepper Keenan. Logo, o que podemos aferir é que o quarteto meteu de vez os pés em seu retorno ao Stoner Rock, com aquela sonoridade vigorosa e orgânica que remete aos anos 70, mas que de forma alguma soa datada ou suja em excesso como muitos fazem. A técnica musical também deu uma apurada, mas ao mesmo tempo, sentem-se as raízes cruas da banda pulsando com energia. E como um dos pioneiros desse tipo de música, o C.O.C. não se intimida diante de desafios.

Traduzindo: um discão de Stoner Rock/Metal por quem manja do que está fazendo.

No caso, a produção musical é de John Custer, que trabalha com a banda desde “Blind”, de 1991. Dessa forma, o conhecimento da música do C.O.C. que John tem, alinhado à inspiração que eles mostram no disco que a sinergia das duas partes funcionou em alto nível. A qualidade sonora mostra isso claramente, pois se podem ouvir os instrumentos e vozes ao mesmo tempo, sem que embolem (o que diz que tudo soa bem claro), mas com a timbragem gordurosa e Stoner que eles precisam, mais a qualidade de edição que as gravações oferecem. Ou seja, tiveram o melhor de todos os mundos para criar uma qualidade sonora de alto nível.

A arte de Vance Kelly para a capa ficou ótima, com um design que lembra as velhas capas de vinil (e “No Cross No Crown” foi lançado em vinil duplo no exterior). Um belo trabalho, verdade seja dita.

Óbvio que não digo para os fãs esperarem um novo “Deliverance”, “Wiseblood” ou “America’s Volume Dealer”, pois não estamos no passado. “No Cross No Crown” é um disco que soa vigoroso, cheio de vida e atual, mas sem deixar seu estilo característico de lado. Óbvio que também não inovam, mas esse groove intenso, esse peso e psicodelia, essa pegada orgânica poderosa, fazem a diferença entre o C.O.C. e tantos outros que os clonam. Eis a diferença entre quem é da coisa e quem é apenas um Wannabe.

A força das melodias sedutoras de “The Luddite” (belíssimas linhas harmônicas, ótimas guitarras e vocais poderosos), o Groove cheio de peso e psicodelia de “Cast the First Stone” (ótimo refrão, verdade seja dita), a força setentista atualizada que é sentida em “Wolf Named Crow” (ótimo trampo na base rítmica), a dose de acessibilidade melódica que flui de “Forgive Me” e suas guitarras magistrais, a introspectiva e cheia de passagens melancólicas (e outras mais agressivas à lá “Wiseblood”) “Nothing Left to Say” (óbvio que muita influência de Blues e Southern Rock estão presentes, permitindo assim que observemos a versatilidade dos vocais), a pancada lenta e densa chamada “Old Disaster”, a dose de belos arranjos simples e acessíveis apresentada em “E.L.M”, e a pegada pesada mamutesca de “A Quest to Believe (A Call to the Void)” são os melhores momentos de um disco que mostra o C.O.C. tão vivo e atual como sempre.

Sempre uma banda excelente, capaz de nos prender pelos ouvidos. Logo, aproveitem “No Cross No Crown” ao nível do abuso, pois este final de semana, o quarteto vem invadir o Brasil. Logo, toda reverência ao CORROSION OF CONFORMITY é pouca.

Nota: 96%