Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional
Tracklist:
1. Novus
Deus
2. The
Luddite
3. Cast the
First Stone
4. No Cross
5. Wolf
Named Crow
6. Little
Man
7. Matre’s
Diem
8. Forgive
Me
9. Nothing
Left to Say
10. Sacred
Isolation
11. Old
Disaster
12. E.L.M.
13. No
Cross No Crown
14. A Quest
to Believe (A Call to the Void)
Banda:
Pepper Keenan -
Guitarras, vocais
Woody Weatherman -
Guitarras, vocais
Mike Dean - Baixo,
vocais
Reed Mullin -
Bateria, vocais
Ficha Técnica:
John Custer -
Produção
Mike Fraser - Mixagem
Spencer Bleasdale -
Assistente de mixagem
Seva - Masterização
Vance Kelly - Direção artística, design,
layout, artwork
Contatos:
Site Oficial: www.coc.com
Facebook:
www.facebook.com/corrosionofconformity
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos Garcia
A verdade sobre o momento atual do Metal é que o Stoner
Metal/Rock está em evidência. Muitas bandas novas surgem todos os dias, mas
poucas merecem uma menção honrosa, já que só causam um tsunami enorme,
escondendo outras muito boas. Mas quem é rei, não perde a majestade, e no meio
do modismo, o CORROSION OF CONFORMITY
vem a pleno vapor com “No Cross No Crown”,
seu mais recente álbum, e que ganhou versão nacional graças à parceria entre a Shinigami Records e a Nuclear Blast.
O grupo de Raleigh, Carolina do Norte, volta a ser um
quarteto, com o retorno do vocalista/guitarrista Pepper Keenan. Logo, o que podemos aferir é que o quarteto meteu de
vez os pés em seu retorno ao Stoner Rock, com aquela sonoridade vigorosa e orgânica
que remete aos anos 70, mas que de forma alguma soa datada ou suja em excesso
como muitos fazem. A técnica musical também deu uma apurada, mas ao mesmo
tempo, sentem-se as raízes cruas da banda pulsando com energia. E como um dos
pioneiros desse tipo de música, o C.O.C.
não se intimida diante de desafios.
Traduzindo: um discão de Stoner Rock/Metal por quem manja do
que está fazendo.
No caso, a produção musical é de John Custer, que trabalha com a banda desde “Blind”, de 1991. Dessa forma, o conhecimento da música do C.O.C.
que John tem, alinhado à inspiração
que eles mostram no disco que a sinergia das duas partes funcionou em alto
nível. A qualidade sonora mostra isso claramente, pois se podem ouvir os instrumentos
e vozes ao mesmo tempo, sem que embolem (o que diz que tudo soa bem claro), mas
com a timbragem gordurosa e Stoner que eles precisam, mais a qualidade de
edição que as gravações oferecem. Ou seja, tiveram o melhor de todos os mundos para
criar uma qualidade sonora de alto nível.
A arte de Vance Kelly
para a capa ficou ótima, com um design que lembra as velhas capas de vinil
(e “No Cross No Crown” foi lançado
em vinil duplo no exterior). Um belo trabalho, verdade seja dita.
Óbvio que não digo para os fãs esperarem um novo “Deliverance”, “Wiseblood” ou “America’s Volume Dealer”, pois não
estamos no passado. “No Cross No Crown”
é um disco que soa vigoroso, cheio de vida e atual, mas sem deixar seu estilo
característico de lado. Óbvio que também não inovam, mas esse groove intenso,
esse peso e psicodelia, essa pegada orgânica poderosa, fazem a diferença entre
o C.O.C. e tantos outros que os
clonam. Eis a diferença entre quem é da coisa e quem é apenas um Wannabe.
A força das melodias sedutoras de “The Luddite” (belíssimas linhas harmônicas, ótimas guitarras e
vocais poderosos), o Groove cheio de peso e psicodelia de “Cast the First Stone” (ótimo refrão, verdade seja dita), a força
setentista atualizada que é sentida em “Wolf
Named Crow” (ótimo trampo na base rítmica), a dose de acessibilidade
melódica que flui de “Forgive Me” e suas
guitarras magistrais, a introspectiva e cheia de passagens melancólicas (e
outras mais agressivas à lá “Wiseblood”)
“Nothing Left to Say” (óbvio que
muita influência de Blues e Southern Rock estão presentes, permitindo assim que
observemos a versatilidade dos vocais), a pancada lenta e densa chamada “Old Disaster”, a dose de belos
arranjos simples e acessíveis apresentada em “E.L.M”, e a pegada pesada mamutesca de “A Quest to Believe (A Call to the Void)” são os melhores momentos
de um disco que mostra o C.O.C. tão
vivo e atual como sempre.
Sempre uma banda excelente, capaz de nos prender pelos
ouvidos. Logo, aproveitem “No Cross No
Crown” ao nível do abuso, pois este final de semana, o quarteto vem invadir
o Brasil. Logo, toda reverência ao CORROSION OF CONFORMITY é pouca.
Nota: 96%
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