segunda-feira, 9 de abril de 2018

MAGNUM - Lost on the Road to Eternity


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

CD 1:

1. Peaches and Cream
2. Show Me Your Hands
3. Storm Baby
4. Welcome to the Cosmic Cabaret
5. Lost on the Road to Eternity
6. Without Love
7. Tell Me What You’ve Got to Say
8. Ya Wanna Be Someone
9. Forbidden Masquerade
10. Glory to Ashers
11. King of the World


CD 2 (2017 Live Versions):

1. Sacred Blood Divine Lies
2. Crazy Old Mothers
3. Your Dreams Won’t Die
4. Twelve Men Wise and Just


Banda:

Bob Carley - Vocais
Tony Clarkin - Guitarras
Al Barrow - Baixo
Rick Benton - Teclados
Lee Morris - Bateria


Ficha Técnica:

Tony Clarkin - Produção
Sheena Scar - Mixagem, masterização
Wolf Kerscher Studio Orchestra - Orquestrações
Wolf Kerscher - Arranjos (orquestrações)
Tobias Sammet - Vocais em “Lost on the Road to Eternity” (convidado)
Lee Small - Vocais em “King of the World”, “Without Love” e “Ya Wanna Be Someone” (convidado)
Dan Clark - Vocais em “King of the World” e “Without Love” (convidado)
Liam Doherty - Vocais em “Ya Wanna Be Someone” (convidado)
Louis Cope - Vocais em “Ya Wanna Be Someone” (convidado)
Rodney Matthews - Artwork (capa)
Al Barrow - Artwork (encarte, outros)


Contatos:

Instagram:
Bandcamp:
Google+:
Assessoria:

E-mail:

Texto: Marcos Garcia


Algumas bandas podem não ter sido gigantes do Metal e do Rock com o passar dos anos por muitos motivos. Mas quando travamos contato com a obra destes, nos interrogamos o motivo disso. E talvez um dos grupos que mais justifiquem esta afirmação é o quinteto inglês MAGNUM. Já com mais de 40 anos de atividade, eis que eles sempre fizeram ótimos trabalhos, sendo que o mais recente, “Lost on the Road to Eternity”, recém lançado no Brasil pela Shinigami Records, é excelente.

O quinteto trilha um caminho dentro do Classic Rock/Hard Rock bem pessoal, que muitas vezes chega a fugir dos rótulos e definições a que estamos acostumados. Partes de Progressivo, AOR, Hard Rock e outras coisas podem ser encontradas por todo o disco convivendo harmoniosamente (coisa de quem não dá bola à rótulos musicais).

Sem exageros técnicos, o grupo se foca em criar músicas com ótimas melodias, arranjos instrumentais ótimos, capazes de nos seduzir sem esforços. Temos a presença de teclados para dar um toque de classe, ótimo trabalho de guitarras, baixo e bateria criando uma base rítmica sólida e coesa, vocais de primeira, e tudo criando harmonias lindas, com backing vocals excelentes, refrões marcantes... Tudo que um bom fã de Classic Rock, e mesmo de boa música, quer.

Ou seja: se deixem emergir nessa aula de classe e bom gosto musical que o MAGNUM nos proporciona!

Em termos de sonoridade, é algo muito bem feito.

Podemos aferir que a qualidade sonora de “Lost on the Road to Eternity” associa a clareza e força da modernidade com o jeito clássico do grupo. Tudo está soando claro e limpo aos ouvidos, com sua devida dose de peso e agressividade, sempre com aquele jeitão encorpado do Classic Rock. Ou seja, eles suaram em estúdio para dar ao disco uma sonoridade diferenciada. E que capa legal e encarte bem feito.

Como dito acima, o MAGNUM vem de uma época em que rótulos não eram bem vindos, e que fazer boa música era o que mais importava. E mostrando a classe de quem sabe o que faz, a audição de “Lost on the Road to Eternity” é prazerosa, pois se um lado existe o feeling AOR acessível dos anos 70/80, de outro há a essência do Classic Rock que os confere elegância. E no meio é tanta influência diferente que o melhor é mesmo aproveitar das canções.

E que canções!

“Peaches and Cream” tem a classe do AOR associada ao jeitão agridoce do Hard clássico, mostrando guitarras muito boas associadas a um refrão de primeira. Um pouco mais acessível é “Show Me Your Hands”, recheada com ótimas partes de pianos e teclados, e sem mencionar a ambientação alto astral (e mais um refrão que não sai dos ouvidos). Transitando entre partes de uma bela power ballad, e metade senhor Classic Rock, “Storm Baby” é um hino que soa atual e vibrante (e que vocais bem colocados). A longa “Welcome to the Cosmic Cabaret” e seus mais de 8 minutos de duração mostram o quão versátil é o grupo, outro hino à lá Classic Rock/AOR que nos seduz com facilidade. Mesclado uma pegada cheia de energia com excelentes melodias, “Lost on the Road to Eternity” é faixa obrigatória graças aos belos arranjos de vocais (reparem bem nos backing vocals). Baixo e bateria com muito groove dão início à “Without Love” com sua vibração clássica e acessível. Mais teclados criativos à lá AOR anos 80 permeiam as linhas melódicas cheias de energia de “Tell Me What You’ve Got to Say”, enquanto “Ya Wanna Be Someone” vai lembrar os fãs mais antigos daquela pegada comercial irresistível das canções de comerciais de cigarros lá dos anos 80. “Forbidden Masquerade” se mostra um pouco mais introspectiva devido aos tempos não muito acelerados e outros momentos limpos, mostrando a criatividade da banda. Um belo solo de guitarra adorna o início limpo e terno de “Glory to Ashers”, outra com tempos lentos e uma ambientação melódica perfeita (algo que trará lágrimas aos olhos dos mais veteranos). E fechando, uma classe próxima ao Progressivo/Hard Rock é percebida em “King of the World”, que mostra belíssimos vocais e backing vocals, que ganham vida nos momentos de crescendos.

E de bônus, ainda temos no CD 2 quatro faixas ao vivo, velhos hinos do grupo. “Sacred Blood Divine Lies”, “Crazy Old Mothers”, “Your Dreams Won’t Die” e “Twelve Men Wise and Just” mostram não só como o quinteto tem força nos shows, mas que sua música não envelhece. E assim, nos permite perceber como o ontem e o hoje são consensuais, e assim, o trabalho deles é sempre excelente.

É... 2018 é mesmo o ano dos velhinhos...

Nota: 100%

OUTLAW - Path to Darkness


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Intro
2. Darkness Corners
3. Path to Darkness
4. Mahapralaya
5. Death Blow
6. Kali Yuga
7. Cursed Blood
8. The Somberlain (Dissection Tribute)


Banda:


D. - Guitarras, vocais
B. - Baixo
C. - Bateria


Ficha Técnica:

Daniel Souza - Produção, mixagem, masterização
Marcelo Augusto - Artwork (capa)
Heverton Souza - Vocais e backing vocals em “Kali Yuga”
Paulo Furtado - Guitarra base em “The Somberlain”


Contatos:

Site Oficial:
Twitter:
Youtube:
Instagram:
Google+:
Assessoria:

E-mail:

Texto: Marcos Garcia


Todos sentem falta de uma banda ou período específico de tempo. É algo associado ao momento que passamos com lembranças carinhosas e que ficam associados à música que um determinado grupo fez ou faz. E assim, uma banda jovem pode se erguer e levar o legado de outra que acabou adiante, sem soar como uma cópia. E o trio paulista OUTLAW se encaixa bem nessa definição, como se pode ouvir em seu primeiro álbum, “Path to Darkness”, que a Heavy Metal Rock acaba de pôr nas lojas.

O grupo foca suas energias na criação de um Black/Death Metal soturno e construído com excelentes melodias, e mesmo partes limpas e introspectivas surgem em alguns momentos. Óbvio que esta descrição nos mostra que uma das maiores influências deles é o finado DISSECTION, sem que o trabalho do grupo soe como uma cópia. Longe disso. Existe a influência, mas existem nuances musicais em “Path to Darkness” que eles têm personalidade forte. E se chegam com um disco de estréia nesse nível, o futuro é promissor.

Sim, mesclando melodias soturnas com agressividade, o OUTLAW mostra que é um nome que veio para ficar.

A produção tem sua dose de crueza orgânica evidente, sem que se perca a noção de clareza musical. Essa sonoridade mais crua resgata aquela velha atmosfera de meados dos anos 90, mas sem negar que é um disco gravado recentemente. Tudo busca ser o mais visceral e próximo do feeling “ao vivo” possível, mas mesmo assim, com um resultado muito bom, com suas doses certas de peso e clareza musical. E a arte é realmente bem simples, com capa em preto e branco, encarte com as mesmas cores, e fotos em tons escuros de preto, branco e cinza. Realmente, bem raiz mesmo.

Pode-se dizer que o OUTLAW tem um trabalho realmente muito bom, e não deixa aquele Death/Black Metal melodioso e bem arranjado dos anos 90 se perder nas areias do tempo. E realmente eles mostram que vieram não para serem imitadores do DISSECTION, mas para resgatar essa sonoridade tão preciosa, e sem que percam sua personalidade no processo. E se preparem, pois mesmo alguns solos de guitarra bem melodiosos (recurso pouco usado pelas bandas do gênero) estão presentes.

“Path to Darkness” é um disco maravilhoso, que mostra vitalidade e energia de sobra. E canções como a bem trabalhada “Darkness Corners” com suas melodias soturnas (e que guitarras de primeira), os tempos mais soturnos e fúnebres de “Path to Darkness” (baixo e bateria mostram um trabalho bem interessante) e “Mahapralaya” (os vocais realmente são bem encaixados), as belas melodias de “Death Blow” e “Kali Yuga” (os contrastes dos vocais são ótimos, sem mencionar os riffs simples e certeiros). Mas além delas, a versão do grupo para o hino “The Somberlain” está perfeita, sem descaracterizar a original, mas pondo uma vibração toda deles na canção.

Verdade seja dita: “Path to Darkness” vem para mostrar que o OUTLAW ainda tem muito para render. E que por estarem rebuscando um estilo que está tão fora de voga, merecem aplausos, pois mostram que podem ser criativos sem serem originais.

Ótima banda.

Nota: 83%

ENCÉFALO - DeaThrone


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Intro
2. Echoes from the Past
3. Visceral Sadism
4. Annihilation Contempt to the Majesty
5. Blessed by the Wrong Choice
6. Hell
7. These Final Rotten Days
8. Food for Tyranny
9. Retaliation
10. A Hollow Body


Banda:


Henrique Monteiro - Baixo, vocais
Lailton Souza - Guitarras
Rodrigo Falconieri - Bateria


Ficha Técnica:

André Noronha - Produção, guitarra solo em “Hollow Body”
Ygor Nogueira - Artwork


Contatos:

Site Oficial:
Instagram:
Bandcamp:
Google+:
Assessoria: http://www.metalmedia.com.br/encefalo (Metal Media)

E-mail: bandaencefalo@gmail.com

Texto: Marcos Garcia


Já é de conhecimento de todos que o Nordeste do Brasil é uma região que sempre revela bons nomes em termos de Metal nacional. E não é de admirar que discos que merecem aplausos venham de lá. Do Ceará, o experiente ENCEFALO vem com seu terceiro disco, “DeaThrone”, lançado pelo Shinigami Records.

Originalmente voltado a um formato Thrash Metal mais bruto, o trio veio mais extremo ainda em “DeaThrone”. O nível de brutalidade faz com que o grupo soe como um híbrido do Death Metal mais tradicional com alguns “inserts” de Thrash Metal. Se não chegou a descaracterizar o que já haviam feito em seus dois discos anteriores, mostra uma banda dinâmica e disposta a avançar para o futuro conforme suas próprias convicções. Mas ao mesmo tempo, o aprofundamento do lado Death Metal da banda lhes dá mais peso, uma expressividade mais pessoal.

Em termos de qualidade sonora, “DeaThrone” é o disco mais bem produzido do trio. Acabado. A timbragem dos instrumentos e a captação sonora em estúdio ficaram excelentes, com cada detalhe com sua devida evidência. Mas a carga de peso e agressividade está em ótimo nível, sem que a clareza seja afetada negativamente. Além disso, a parte gráfica ficou muito boa, com uma capa bem feita, e encarte mais simples e direto em sua apresentação (mas que sempre rende bons frutos).

O ENCÉFALO realmente começa a mostrar o quanto é relevante em seu estilo, mostrando mais e mais uma identidade bem definida. Seu Death/Thrash Metal soa personalizado e nada repetitivo, ou “mais do mesmo”. Além disso, a banda cada vez mais mostra arranjos musicais ótimos e um acabamento estético bem pensado em cada uma de suas composições.

“DeaThrone” é um disco muito bom do início ao fim, com 9 faixas de primeira qualidade.

Melhores momentos: a golfada de brutalidade e técnica mostrada em “Echoes from the Past” (baixo e bateria mostrando uma técnica ótima, com boas mudanças de ritmo), o arsenal de ótimos riffs mostrado em “Visceral Sadism”, o contraste de partes rápidas e os momentos mais cadenciados de “Annihilation Contempt to the Majesty” (como as variações rítmicas da banda estão de alto nível), a curta faixa instrumental “Hell” e suas guitarras, o “approach” brutal e opressivo de “Food for Tyranny” (bom trabalho dos vocais), e a bem trabalhada e cheia de detalhes fascinantes (como partes soturnas com guitarras limpas) “A Hollow Body” (alguns riffs são realmente cheios daquela energia cativante do Thrash Metal).

O ENCÉFALO já não cabe mais no Brasil, e com “DeaThrone”, eles não só provam isso, mas que também que este disco é a resposta aos que teimam em achar que não se produz Metal de qualidade por aqui (coisa que só alguns setores entre os headbangers brazucas têm a ousadia de dizer).


Nota: 90%