Ano: 2018
Tipo: Full
Length
Selo: Metal Blade Records
Nacional
Tracklist:
1. Into the
Mouth of Eternity
2. Cruel Magic
3. The Doomsday
Clock
4. Legions
Hellbound
5. Ophidian
6. My Prophetic
Soul
7. Death Knell
for a King
8. Who Among Us
9. Ghosts of
Monongah
10. Mortality
Banda:
Brian Ross -
Vocais
Steve Ramsey -
Guitarras
Russ Tippins -
Guitarras
Graeme English
- Baixo
Sean Taylor -
Bateria
Ficha Técnica:
Dario Mollo - Mixagem
Dave Curle - Engenharia de som, gravação
Eliran Kantor - Artwork
Contatos:
Site Oficial: http://www.satanmusic.com/
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark” Garcia
Em geral, ao se falar da New Wave of British Heavy
Metal (ou NWOBHM), o movimento musical que ocorreu entre o final dos anos 70 e
meados dos anos 80, é preciso saber que o número de bandas surgido naqueles
tempos foi algo gigantesco, e das mais variadas sonoridades que se possa
pensar. Conhecer a NWOBHM requer tempo e muita leitura, senão, a pessoa pode
cair no erro de pensar que o movimento só teve bandas como DEF LEPPARD ou IRON MAIDEN,
e no máximo, conhecerá o nome do SAXON.
E na época, outros nomes tão bons quanto não tiveram a mesma sorte, ficando
relegados ao underground. E verdade seja dita: o SATAN era um dos mais promissores, já que “Court in the Act” (de 1983) é uma obra de arte “cult” em forma de
música. Mas acreditem: em “Cruel Magic”,
recém-lançado disco novo da banda, o bom e velho espírito do passado está de
volta.
Sim, o SATAN
volta ao Metal tradicional e vigoroso de sempre, deixando qualquer ligação sonora
com BLIND FURY ou PARIAH (nomes que o quinteto usou no
passado, onde inclusive mudou sua abordagem musical) de lado. Além disso, se
olharem em detalhes, a formação que gravou “Cruel
Magic” é a mesma de “Court in the
Act”. Desta forma, podemos aferir que o estilo e musicalidade são os mesmos
do passado, a mesma energia, as linhas melódicas bem feitas e a técnica sólida
que já conhecemos, apenas sendo temperados pela sabedoria que os anos lhes
conferiram (mesmo quando inativos, pois alguns dos integrantes passaram pelo SKYCLAD, TYSONDOG, RAVEN, WARRIOR e
outros) e a capacidade que o grupo tem de se adaptar aos novos tempos.
Ou seja, podem ir com sede ao pote, pois “Cruel Magic” é um discão com o selo de
aprovação da NWOBHM.
Quando ouvimos o disco com atenção, percebemos que
a sonoridade dele como um todo mixa a necessidade de uma banda da Velha Guarda
soar o mais orgânico possível com a limpeza moderna dos tempos atuais. Óbvio
que a banda deixou nas mãos de Dario Mollo e Dave Curle a responsabilidade de construir uma qualidade sonora
que fosse adequada às necessidades atuais, mas com o feeling “plug ‘n’ play”
dos velhos tempos, e assim o foi. Além disso, a timbragem dos instrumentos
ficou perfeita. E, além disso, mesmo com a atmosfera digital, a arte de Eliran
Kantor rebusca elementos do passado, justamente de “Court in the Act”
e “Suspended Sentence”.
A verdade precisa ser dita: o velho espírito da
NWOBHM pulsa vivo e vibrante em cada momento de “Cruel Magic”. É um disco honesto, autêntico até os ossos, e a
qualidade musical da banda é inquestionável. Peso, melodia, agressividade e
tudo mediado por arranjos criativos vindos direto do passado, mas com a
categoria que os músicos possuem, e assim, tudo soa atual, longe de ser datado.
O peso cheio de energia e sinuosidade harmônica de “Into
the Mouth of Eternity”
(reparem como as guitarras estão excelentes em riffs espontâneos e solos
melodiosos), o ritmo mais comportado e “old school” de “Cruel Magic”
(mas com um trabalho excelente do baixo), a agressividade explícita da rápida “The
Doomsday Clock” (que bateria técnica e pesada) e de “Legions Hellbound”
(belos contrastes de momentos cheios de energia e outros mais introspectivos,
mas não tem jeito: os vocais da banda são algo de fenomenal), o fluxo de
energia crua e envolvente de “My Prophetic Soul” (vão perceber toques bluesy
e Hard Rock nessa aqui), e o jeitão mais espontâneo à lá NWOBHM de “Mortality”
formam a espinha dorsal dos melhores momentos do disco, mas acreditem: de ponta
a ponta, “Cruel Magic” se mostra um discão.
Verdade seja dita: após
ouvir “Cruel Magic”, a impressão que fica é de que se a sorte não fosse madrasta,
o SATAN teria sido um dos maiores nomes da NWOBHM. Mas sem reclamar do
passado, apreciemos esse disco fenomenal!
Nota: 97%
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