terça-feira, 25 de setembro de 2018

SATAN - Cruel Magic


Ano: 2018
Tipo: Full Length
Nacional


Tracklist:

1. Into the Mouth of Eternity
2. Cruel Magic
3. The Doomsday Clock
4. Legions Hellbound
5. Ophidian
6. My Prophetic Soul
7. Death Knell for a King
8. Who Among Us
9. Ghosts of Monongah
10. Mortality


Banda:


Brian Ross - Vocais
Steve Ramsey - Guitarras
Russ Tippins - Guitarras
Graeme English - Baixo
Sean Taylor - Bateria


Ficha Técnica:

Dario Mollo - Mixagem
Dave Curle - Engenharia de som, gravação
Eliran Kantor - Artwork


Contatos:

Assessoria:
E-mail:

Texto: “Metal Mark” Garcia


Em geral, ao se falar da New Wave of British Heavy Metal (ou NWOBHM), o movimento musical que ocorreu entre o final dos anos 70 e meados dos anos 80, é preciso saber que o número de bandas surgido naqueles tempos foi algo gigantesco, e das mais variadas sonoridades que se possa pensar. Conhecer a NWOBHM requer tempo e muita leitura, senão, a pessoa pode cair no erro de pensar que o movimento só teve bandas como DEF LEPPARD ou IRON MAIDEN, e no máximo, conhecerá o nome do SAXON. E na época, outros nomes tão bons quanto não tiveram a mesma sorte, ficando relegados ao underground. E verdade seja dita: o SATAN era um dos mais promissores, já que “Court in the Act” (de 1983) é uma obra de arte “cult” em forma de música. Mas acreditem: em “Cruel Magic”, recém-lançado disco novo da banda, o bom e velho espírito do passado está de volta.

Sim, o SATAN volta ao Metal tradicional e vigoroso de sempre, deixando qualquer ligação sonora com BLIND FURY ou PARIAH (nomes que o quinteto usou no passado, onde inclusive mudou sua abordagem musical) de lado. Além disso, se olharem em detalhes, a formação que gravou “Cruel Magic” é a mesma de “Court in the Act”. Desta forma, podemos aferir que o estilo e musicalidade são os mesmos do passado, a mesma energia, as linhas melódicas bem feitas e a técnica sólida que já conhecemos, apenas sendo temperados pela sabedoria que os anos lhes conferiram (mesmo quando inativos, pois alguns dos integrantes passaram pelo SKYCLAD, TYSONDOG, RAVEN, WARRIOR e outros) e a capacidade que o grupo tem de se adaptar aos novos tempos.

Ou seja, podem ir com sede ao pote, pois “Cruel Magic” é um discão com o selo de aprovação da NWOBHM.

Quando ouvimos o disco com atenção, percebemos que a sonoridade dele como um todo mixa a necessidade de uma banda da Velha Guarda soar o mais orgânico possível com a limpeza moderna dos tempos atuais. Óbvio que a banda deixou nas mãos de Dario Mollo e Dave Curle a responsabilidade de construir uma qualidade sonora que fosse adequada às necessidades atuais, mas com o feeling “plug ‘n’ play” dos velhos tempos, e assim o foi. Além disso, a timbragem dos instrumentos ficou perfeita. E, além disso, mesmo com a atmosfera digital, a arte de Eliran Kantor rebusca elementos do passado, justamente de “Court in the Act” e “Suspended Sentence”.

A verdade precisa ser dita: o velho espírito da NWOBHM pulsa vivo e vibrante em cada momento de “Cruel Magic”. É um disco honesto, autêntico até os ossos, e a qualidade musical da banda é inquestionável. Peso, melodia, agressividade e tudo mediado por arranjos criativos vindos direto do passado, mas com a categoria que os músicos possuem, e assim, tudo soa atual, longe de ser datado.

O peso cheio de energia e sinuosidade harmônica de Into the Mouth of Eternity” (reparem como as guitarras estão excelentes em riffs espontâneos e solos melodiosos), o ritmo mais comportado e “old school” de “Cruel Magic” (mas com um trabalho excelente do baixo), a agressividade explícita da rápida “The Doomsday Clock” (que bateria técnica e pesada) e de “Legions Hellbound” (belos contrastes de momentos cheios de energia e outros mais introspectivos, mas não tem jeito: os vocais da banda são algo de fenomenal), o fluxo de energia crua e envolvente de “My Prophetic Soul” (vão perceber toques bluesy e Hard Rock nessa aqui), e o jeitão mais espontâneo à lá NWOBHM de “Mortality” formam a espinha dorsal dos melhores momentos do disco, mas acreditem: de ponta a ponta, “Cruel Magic” se mostra um discão.

Verdade seja dita: após ouvir “Cruel Magic”, a impressão que fica é de que se a sorte não fosse madrasta, o SATAN teria sido um dos maiores nomes da NWOBHM. Mas sem reclamar do passado, apreciemos esse disco fenomenal!

Nota: 97%


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