Ano: 2019
Tipo: Full Length
Selo: Inside Out Music
Importado
Tracklist:
1. Untethered Angel
2. Paralyzed
3. Fall Into the Light
4. Barstool Warrior
5. Room 137
6. S2N
7. At Wit’s End
8. Out of Reach
9. Pale Blue Dot
10. Viper King (bônus)
Banda:
James LaBrie - Vocais
John Myung - Baixo
John Petrucci - Guitarras, vocais adicionais
Jordan Rudess - Teclados, sintetizadores
Mike Mangini - Bateria
Ficha Técnica:
John Petrucci - Produção
Ben Grosse - Mixagem
Tom Baker - Masterização
Hugh Syme - Artwork
Contatos:
Site Oficial: http://dreamtheater.net/
Facebook: https://www.facebook.com/dreamtheater
Instagram: http://instagram.com/dreamtheaterofficial
Assessoria:
E-mail:
Texto: “Metal Mark” Garcia
Introdução: O Prog Metal (e todas as suas
vertentes dentro do mesmo) chegou a tal ponto de megalomania musical que muitas
bandas começaram a rever seus conceitos. O nível técnico havia chegado perto do
absurdo em termos de minimalismo, as músicas se tornaram gigantescas, e as
produções quase que surreais. Mais um pouco e os fãs acabariam pensando que
haviam entrado em bolhas do tempo e estavam vendo discos como “Tales
from Topographic Oceans” do YES
ou “Thick
as a Brick” do JETHRO TULL,
que em suas respectivas épocas, tinham uma música de cada lado do vinil. Ou
seja, isso seria condenar o gênero a ficar restrito aos seus fãs mais fiéis,
sem possibilidades de crescer e atingir novos fãs.
Além disso, o
que restaria para uma banda que tudo experimentou em termos musicais?
O RUSH deu a resposta: buscar algo mais
simples e funcional, sem, no entanto abrir mão de sua essência. Ou seja, algo
como um “back to the roots” sonoro, e é justamente esta linha que “Distance
Over Time”, décimo quarto álbum do quinteto de Long Island (Nova York) DREAM THEATER, busca seguir.
Análise geral: Após a Ópera Rock apresentada pelo
grupo em “The Astonishing” de 2016,
ápice de toda experimentação musical possível que vinham fazendo desde “When
Dream and Day Unite” de 1989, uma nova direção se fazia necessária.
Mesmo visualmente, antes de se ouvir o disco, se repara que as músicas ficaram
mais curtas, pois a megalomania de temas gigantescos foi trocada por canções de
duração média de 6 minutos (o que para eles é algo bem curto). Até a
ambientação melódica está mais direta, funcional e concisa, embora o nível
técnico continue bem alto. E verdade seja dita: acertaram na mosca, pois é mais
um excelente disco do grupo, que rebusca bastante o formato mais coerente (e
pesado) de “Awake”.
Basicamente,
apesar da volta às raízes, o DREAM
THEATER continua com seus pés no presente, sendo capaz de se renovar e
ganhar apelo para fãs não iniciados no Prog Metal.
Arranjos/composições: Fazer algo mais coeso em termos de
canções não implica que o nível de técnica individual diminui tanto assim.
Óbvio que não existem tantas viagens “Prog Metalssívas” como antes, com o foco
em tornar as canções mais digeríveis e até acessíveis (impossível não se
apaixonar pelas belas linhas melódicas de “At Wit’s End”, um dos pontos altos
do disco), mas existem momentos onde todo o malabarismo técnico individual de
cada um dos integrantes surge, mas sem destoar o contexto. Agora, falar em
arranjos instrumentais e mudanças de ritmo em um disco da banda é quase que uma
leviandade: é o que mais se encontra, mas lembrando de que a tônica desse álbum
é a sobriedade. E James continua se
mostrando um dos melhores cantores do Metal, sabendo como ninguém usar de sua
voz bela e versátil em cada uma das canções.
Qualidade sonora: Como já é de praxe, o patrão John Petrucci tomou as rédeas da produção do disco, garantindo que tudo fique limpo e audível em seus mínimos detalhes, um trabalho em que ele teve as mãos de Ben Grosse na mixagem e de Tom Baker na masterização, e que ficou perfeito. Tudo funciona, e mais uma vez, a escolha por timbres modernos e pesados (mais uma vez: uma referência a “Awake”) explicitaram a agressividade sonora da banda em vários momentos, mas sem relegar os momentos “heavyssívos” tão comuns de sua música. Aliás, em termos de sonoridade, é um dos melhores discos do quinteto.
Arte gráfica/capa: A apresentação visual de “Distant Over Time” é um mais trabalho de Hugh Syme (com que trabalharam muitas vezes na década passada), criando uma aura realmente Progressiva para a arte, mas com um toque distópico de agressividade. Uma arte digna de um disco desse gênero específico de Metal.
Destaques musicais: Chega a ser difícil destacar melhores
momentos em “Distance Over Time”, pois a fase em que o quinteto está
vivendo é de pura criatividade. Mas das 9 canções (até nisso a banda
economizou) dispersas pelos 56:51 minutos de duração do CD (o que daria uma
média aproximada de 6 minutos por canção), por mero preciosismo, são as
melhores nas primeiras audições:
“Untethered Angel”: misturando peso, técnica e um bom
“set” de mudanças de tempo, é uma canção sólida, onde as passagens de baixo e
bateria estão ótimas, adornadas por arranjos bem encaixados de teclados (Jordan Rudess é mesmo um músico e
tanto).
“Paralyzed”: uma pegada pesada se alterna com a
elegância do Rock Progressivo, mesmo com um jeitão mais simples, com ótimos
riffs de guitarra (seja nos momentos elétricos ou nas partes limpas, e que
solos bem feitos).
“Fall into the Light”: Prog Metal envolvente e moderno, com
melodias que nos envolvem, refrão marcante, mas com aquela ambientação
Progressiva que tantos amam. O trabalho de baixo e bateria está ótimo.
“Barstool Warrior”: certa melancolia surge em meio às
linhas harmônicas bem feitas. Os vocais estão excelentes, e mais uma vez, a
base rítmica do quinteto faz bonito.
“Room 137”: soturna, pesada e moderna, parece
quase uma música de “Awake” por seu jeito mais focado em peso (sem abstrair os
elementos Prog da banda). Os momentos mais agressivos mostram o quanto os riffs
são bem feitos.
“At Wit’s End”: alguns momentos mais ganchudos vão
levar os fãs à era de “Images and Words”, mas com o alinhavo
moderno de “Falling Into Infinity”. É outra canção com uma aproximação
mais simples que os fãs do quinteto estão acostumados.
Embora o
disco inteiro seja excelente, essas se destacam. E a versão Digipak ainda tem a
faixa bônus “Viper King”, um Rock realmente quase Progressivo se não fosse
os riffs graves e o refrão quase Pop.
Conclusão: Assim como foi com “The
Astonishing”, é muito provável que “Distance Over Time” venha causar
descontentamento entre os fãs mais conservadores do quinteto. Mas isso não significa
que o DREAM THEATER não esteja
vivendo um excelente momento, ou que está na direção errada. Pelo contrário: este novo caminho deu vida nova a um grupo que, na maioria das vezes, era incompreendido por muitos.
Agora, não mais...
Nota: 98%
“Untethered
Angel”: http://bit.ly/2T19Iqk
“Paralyzed”: http://bit.ly/2VijS2n
Spotify
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